Fórum: Superando a Pedagogia da transmissão

Superando a Pedagogia da Transmissão

Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -
Número de respostas: 18

PessoAll,

O fórum sobre "qual a cara desse professor online" está pegando fogo! Durante esses dias estamos falando bastante sobre os limites e possibilidades desse professor que atua online. Quem ainda não participou, venha, se achegue, participe e veja a beleza de debate que está acontecendo.

Também disponiblizamos algumas leituras complementares que nos ajudam a refletir um pouco mais sobre a possibilidade de construção coletiva do conhecimento: Mestres do Amanhã (Anísio Teixeira), Pedagogia da Autonomia (Paulo Freire) e De Anísio Teixeira à Cibercultura (Marco Silva).

Nesse momento, também gostaríamos que cada um de vocês refletisse sobre experiências bem sucedidas na superação da pedagogia da transmissão e compartilhasse conosco neste fórum.

O convite está feito. Vamos lá? piscando

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Marco Silva -

Atenção colegas!

Tatiana nos lembra: temos uma atividade proposta na Unidade 1 deste Módulo 4. É a seguinte:

Cada cursista está convidado a refletir sobre experiências bem sucedidas na superação da pedagogia da transmissão e compartilhar seus textos neste tópico do fórum aberto pela Tatiana.

Vamos nessa? Quem começa?

Abração, Marco

Em resposta à Marco Silva

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Vamos nessa!!!

A proposta é que compartilhemos experiências bem sucedidas na superação da pedagogia da tramissão. Embora nosso foco de discussão seje a docência online, meu relato emerge da sala de aula presencial. Pois bem, vamos lá...

Aproveito o espaço concedido para relatar um trabalho desenvolvido por mim e a Profª Edila ( Bióloga)  ao trabalharmos com a disciplina Laboratório de Leitura e Produção de Imagens, no III semestre do curso de licenciatura em Biologia na UNEB/Campus X. Tal disciplina objetiva discutir o uso significativo das tecnologias  da informação e comunicação para os futuros biólogos. Lançamos à turma o desafio de produzir um documentário sobre um tema escolhido por eles, a partir das tecnologias acessíveis aos mesmos, como a câmara digital e de programas simples de edição de vídeos, como o Movie Maker.  Desde o início, evidenciamos que não dominávamos as técnicas de produção de vídeo e que todos nós estaríamos na condição de aprendizes nessa atividade. Utilizamos o fórum do moodle para a turma debater sobre a temática do documentário. Após os debates no fórum, a turma elegeu um tema geral e cada grupo optou por um sub-tema.  Assim sendo, os alunos elaboraram o roteiro, gravaram e editaram o documentário.  O resultado desse trabalho foi surpreendente, pois os alunos buscaram outros programas para edição, utilizaram a internet na busca de vídeos, imagens, sons que pudesse enriquecer o trabalho e todos do grupo participaram ativamente da produção do documentário. Outro ganho nessa atividade foi ter a oportunidade de conhecer outras habilidades dos alunos, pois alguns que na maioria das vezes, não participavam das discussões na sala de aula, se tornaram excelentes narradores nos documentários. No final, organizamos uma Mostra dos Documentários produzidos por eles na universidade e após as apresentações, percebemos que a turma depois de fundamentarem na teoria que discutimos durante o semestre, pôde vivenciar de fato o uso rico e significativo das tecnologias digitais na educação. Acredito que com essa proposta de trabalho criamos possibilidades para alunos realizarem sua própria produção e assim construírem novos conhecimentos acerca das temáticas escolhidas, bem como de compreenderem algumas possibilidades das tecnologias digitais na educação.

Um abraço a todos!

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Cléia

 Adorei seu relato. Foi uma experiência muito importante de uma aprendizagem colaborativa na qual professor e alunos construiram juntos. è isso quenfalta em nossas salas de aula ainda muito presas á pedagogia da transmissão que não leva á aprendizagem.

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Kelly Fernandes -
Elzicleia,

parabéns pela sua iniciativa de estar compartilhando conosco a sua experiência na utilização das tecnologias em sala de aula, superando a pedagogia da transmissão.

Como é gratificante pode ler o seu depoimento com um belíssimo resultado:

"No final, organizamos uma Mostra dos Documentários produzidos por eles na universidade e após as apresentações, percebemos que a turma depois de fundamentarem na teoria que discutimos durante o semestre, pôde vivenciar de fato o uso rico e significativo das tecnologias digitais na educação".

Não se preocupe em mencionar relato de experiência emergida na sala de aula presencial, como diz Neder (1999):

“Pensar novas formas de educação exige que ultrapassemos a idéia de que esta não é apenas um meio ou uma modalidade, mas uma possibilidade de ressignificação da educação em face das necessidades do mundo global”.


Vamos lá!!! Convido a todos na participação deste fórum.

Um grande abraço a todos!

Kelly


Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Edmea Santos -

Oi pessoal ! Olá Elzicléia!

Cléia, Você disse que sua experiência não era de educação online. A Kelly brilhantemente destacou que não devemos dicotomizar educação online de um lado e educação presencial do outro. Concordo, temos que centrar realmente na EDUCAÇÂO , com letras maiúsculas. Por outro lado, não podemos deixar de considerar as especificidades dos meios e das mediações de cada modalidade e de cada tipo de tecnologia. O importante é fazer convergência!

Lendo seu relato, concluo que vc trabalhou sim com a docência online. A educação online não é uma modalidade única e própria das práticas de EAD. Podemos fazer educação online no ensino presencial. O que caracteriza a educação online é a utilização dos meios digitais em rede e as medições pedagógicas que fazemos por estes meios.

Você disse que trabalhou com o fórum de discussão do Moodle, então vc foi docente online sim.

Como foram estas mediações?

Como você criou os enunciados provocativos dos fóruns?

Quais as mediações realizadas?

Você orientou os alunos?

Incentivou a mediação compartilhanda?

Como você e seus alunos co-criaram a mensagem e o conhecimento?

Gostaria de saber mais sobre esta atividade. Você fez convergência de mídias. Trabalhou com as mídias próprias da "cultura das mídias ", que são as tecnologias audiovisuais  (filmadora, vídeo) e com as tecnologias da "cibercultura", o ambiente online Moodle, softwares de edicação de imagens em rede.

O que acontece , muitas vezes, é a subutilização dos ambientes online. Muitos professores ainda usam os ambientes apenas como repositórios para distribuir textos e tarefas. Poucos utilizam as interfaces de comunicação. Desse jeito não tem como vivênciar a docência online.

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Edilane Carvalho Teles -

Oi pessoal !

Todo este diálogo sobre o professor da pedagogia da transmissão tem despertado alguns questionamentos, principalmente aquele de pensar sobre este sujeito. Quem é este professor? Nós, sujeitos acostumados a esta perspectiva e com dificuldades em vivenciar outras. Há muito tempo que esta pedagogia esta obsoleta, mas o que fazer? Sabemos para onde direcionar nossas propostas e proposições metodológicas? Ditamos, e muitos de nós com uma excelente “boa intenção”, mas, as pesquisas, os estudos e as criticas têm “apontado” nossas falhas. Para superá-las, precisamos exercitar outras possibilidades e esta, pode configurar-se em uma delas.

A construção da práxis pedagógica está na troca, no imbricamento coletivo e no potencial que a relação interdisciplinar entre a educação e um uso mais crítico e reflexivo das tecnologias tem de tansformar o monólogo em polifonia e diálogo, a transmissão em interação. Será que não fazemos outra coisa que só transmitir? Relutamos querer entrar na era digital mas, com o avanço das tecnologias onde tudo avança, a escola e a universidade continuam adormecidas, todos dão opiniões, mas, e o professor? O que é necessário e urgente para a formação deste profissional?

É preciso cuidado com a escola, com a educação e com o professor. Investimento e mais qualificação para os profissionais, valorizando sua formação contínua e o despertar para a autoformação. Mesmo assim, é obvio que depois de tantos estudos e experiências, não temos exercitado esta formação, tornando-a um elemento de vida, o que não quer dizer fazer sem pensar, mas, neste processo faz-se necessário um fazer mais reflexivo, crítico e ressignificado. Este imbricamento entrelaça sujeitos e processos formativos, potencializando no sujeito professor sentir-se parte do processo.

É muito significativa a “definição” do sujeito professor do texto Base, onde afirma que este é “... aquele que dispõe teias, cria possibilidades de envolvimento, oferece ocasião de engendramentos, de agenciamentos e estimula a intervenção dos aprendizes como co-autores da aprendizagem”

À medida que penso sobre minha práxis, questiono algo que considero fundante na construção e ressignificação da atuação docente:

Porque escolhemos ser professor?

Ou ainda, o que é ser professor? A nossa práxis corresponde ao nosso desejo e objetivos de fazer educação? Se não, podemos parecer ou nos tornar alheios aos desafios que lá estão, não os tocamos, e, para fazê-lo, é preciso refletir e criticar mais que a própria práxis, é preciso olhar para si, pois, é a partir de nós que interagimos, transformamos e criamos com o outro.

Um abraço,

Edilane Carvalho Teles

Em resposta à Edilane Carvalho Teles

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Olá, Ieda! Olá, PessoAll!

Ieda, você nos traz um interessantíssimo relato sobre o uso de ambientes virtuais de aprendizagem como extensão da sala de aula virtual. Através dele, fica claro que essa integração entre atividades virtuais e aulas presenciais amplia tempos e espaços dos processos de ensino e aprendizagem que só ocorriam fechados nas salas de aula. Mas também surgem novos desafios ao professor, conforme esclarece Moran (2004):

Abrem-se novos campos na educação on-line, através da Internet, principalmente na educação a distância. Mas também na educação presencial a chegada da Internet está trazendo novos desafios para a sala de aula, tanto tecnológicos como pedagógicos. O professor, em qualquer curso presencial, precisa hoje aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora.

Seu relato é bastante instigante! Convido-a a nos contar um pouco mais sobre essa bela experiência:

- Como foi sua mediação no online e no presencial?

- Em sua opinião, a que se deve o êxito dessa experiência e o grande envolvimento dos alunos?

- Houve alguma dificuldade inicial? Qual?

E você viu como sua fala vai ao encontro daquilo que foi colocado por Kelly e ratificado por Méa? Não devemos dicotomizar educação online de um lado e educação presencial do outro. Acredito que devemos buscar o que há de mais relevante em cada um, em termos de interação, co-participação, troca, dialogicidade.

Um grande abraço,

Tatiana

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Ieda Carvalho Sande -

Tatiana,

Não pude lhe responder de imediato; quando acabo de ler já é muito tarde e não consigo escrever mais nada.

Concordo plenamente, com base na minha experiência, nas colocações da Kelly e da Méa. Podemos ratificar isso na fala de Moran, quando diz que “a educação presencial precisa incorporar tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação a distância, enquanto a educação a distância está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.”

 

Como foi sua mediação no online e no presencial?

Sempre procuro incorporar as tecnologias, tanto na mediação presencial, quanto na on-line. Assumo, de imediato, uma postura participativa, divido responsabilidades, principalmente na gerência do ambiente virtual. Explico que não terei tempo de gerenciar sozinha as diferentes salas e solicito que alguns alunos dividam a tarefa comigo. Tem dado muito certo; no momento em que o aluno se sente responsável, ele participa de forma mais eficaz e autônoma.

 

Em sua opinião, a que se deve o êxito dessa experiência e o grande envolvimento dos alunos?

Observo que, com raras exceções, os alunos estão abertos e ávidos por uma aula diferente, que lhes permita uma atuação mais participativa. Dessa forma, não tenho dificuldades na participação voluntária no ambiente virtual. Ninguém é obrigado a participar; o convite é feito a todos. Alguns participam de imediato; outros vão chegando aos pouquinhos. O certo é que todos chegam e participam. Na aula presencial discutimos os temas e, como o tempo é pouco, damos continuidade na sala virtual. Usamos bastante o Diário e, com mais intensidade, o Fórum, além da produção textual a partir das discussões, e de atividades em grupo.

 

Houve alguma dificuldade inicial? Qual?

As dificuldades acontecem por conta da falta de recursos do aluno que, muitas vezes, não dispõe de um computador em casa; utiliza o computador da faculdade ou do trabalho, ficando, dessa forma, limitado para participar de forma eficaz. Como é estimulado pelos colegas de turma, acaba criando estratégias que o permitam participar.  

Concluo, mais uma vez, voltando ao que considero essencial em qualquer modalidade de ensino: o papel do professor. E, mais uma vez, citando o mestre Paulo Freire:

Se a educação é dialógica, é óbvio que o papel do professor, em qualquer situação, é importante. Na medida em que ele dialoga com os educandos, deve chamar a atenção destes para um ou outro ponto menos claro, mais ingênuo, problematizando-os sempre. O papel do educador não é o de «encher» o educando com ‘conhecimento’, de ordem técnica ou não, mas sim o de proporcionar, através da relação dialógica educador-educando, a organização do pensamento correto de ambos. (FREIRE, 1992).

Um grande abraço!

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Marco Silva -

Gente querida

Nossa Unidade 1 termina neste domingo. Venha participar deste tópico do nosso fórum. Venha postar aqui um exemplo de superação da pedagogia da transmissão. Vc conhece algum?

Forte abraço, Marco

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Ieda Carvalho Sande -

Pessoal!

Tive uma experiência muito interessante com meus alunos da graduação e pós, utilizando o ambiente virtual TelEduc (ainda não conhecia o Moodle), para complementar os temas desenvolvidos na sala presencial. Isso aconteceu nos anos 2005 a 2007 e os resultados foram fantásticos. Sempre acreditei que o espaço da sala de aula era insuficiente para desenvolver as habilidades dos alunos totalmente; sentia que faltava um espaço para discussão dos temas mais complexos e que exigiam maior aprofundamento. Os alunos eram convidados a participar, nada era obrigatório; chegavam aos poucos, faziam sua apresentação e, muitas vezes, verificavam que não conheciam todos os colegas da turma. Entravam nos diferentes espaços da sala virtual: Agenda; Material; Exercícios; Diário de Bordo (fantástico para conhecer o aluno); Portifólio e o Forum (nossa principal ferramenta de interação). No final do curso, pediam para continuar usando a sala de aula e estendiam as discussões por mais um período. À medida que o tempo foi passando, fui aprimorando minha técnica de mediação e me sinto recompensada pela experiência. Atualmente, estou continuando o trabalho com o ambiente Moodle (apesar de ainda não dominar totalmente o ambiente, o que espero conseguir com a ajuda de vocês).

É uma experiência simples, mas que muito me ensinou sobre o ensino a distância. Continuo acreditando, cada vez mais, que o espaço da sala de aula presencial não dá conta da discussão dos problemas atuais. Depois escrevo mais.

Abs,   piscando 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Oi pessoal,

Não faz muito tempo que estou em sala de aula, apenas 6 anos em ensino técnico e superior, mas pude perceber nesse tempo que aulas no laboratório de informática podem ajudar e prejudicar a colaboração entre os alunos.
Tenho muito alunos que se escondem atrás das máquinas e simplesmente “absorvem” o que é passado, pelo professor ou pelos colegas.
Tenho outros alunos que, por causa das máquinas, se animam, ajudam, colaboram e trazem muita experiência própria para o conteúdo.
Acredito que quanto mais eu incentivo o uso do AVA, a pesquisa na web e a troca de experiências e vivências com o computador mais eles me surpreendem.
Procuro sempre dividir e aprender com meus alunos, o mundo digitalizado é muito rápido, é difícil acompanhar tudo e impossível reter todo o conhecimento, aprendi isso dia-a-dia com a convivência e a experiências dos meus alunos.

Desculpe não trazer uma experiência pontual, acredito que ainda tenho muitas para viver e aprender.
Raquel Glitz

Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Olá, Raquel e pessoAll

Parabenizo-a por compartilhar conosco sua experiência, que nos mostra como o computador conectado pode potencializar as práticas colaborativas, uma vez que traz consigo uma disposição interativa.

“Tenho outros alunos que, por causa das máquinas, se animam, ajudam, colaboram e trazem muita experiência própria para o conteúdo”.

Silva nos lembra:

A disposição interativa permite ao usuário ser ator e autor, fazendo da comunicação não apenas o trabalho da emissão, mas co-criação da própria mensagem e da comunicação. Permite a participação entendida como troca de ações, controle sobre acontecimentos e modificação de conteúdos. O usuário pode ouvir, ver, ler, gravar, voltar, ir adiante, selecionar, tratar e enviar qualquer tipo de mensagem para qualquer lugar. Em suma, a interatividade permite ultrapassar a condição de espectador passivo para a condição de sujeito operativo.

Através de seu relato, quando diz “ Procuro sempre dividir e aprender com meus alunos”, podemos perceber que você já incorporou a seu cotidiano práticas que vão além do mero “falar-ditar”do professor. Contudo, ainda há desafios, como você mesma pontuou:

“Tenho muito alunos que se escondem atrás das máquinas e simplesmente “absorvem” o que é passado, pelo professor ou pelos colegas.”

Essa prática de alguns alunos, que se escondem em outros colegas, negam a compartilhar conhecimentos, pouco participam das aulas, acontece tanto na sala de aula presencial como em ambientes online de aprendizagem.

Assim, gostaria de saber: Que estratégias você utilizou a fim de superar esse desafio e buscar trazer para mais perto esses alunos?

Um grande abraço!

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá Tatiana, pessoal

As minhas estratégias são variadas, procuro questionar os alunos, observar se eles estão entendo e tentar deixá-los o mais a vontade possível para participar realmente da aula.

Infelizmente, quase sempre os alunos que não participam acabam se desmotivando e abandonando o curso, devido a turma e ao conteúdo.

Gostaria de saber lidar melhor com esses alunos, muitas vezes não sei até onde posso interferir, acredito que seja parte da profissão do professor.

Muitas vezes minhas estratégias ajudam, os mais quietos interagem, mesmo que seja só comigo.

Gostaria de saber de vocês, quais são as estratégias que poderíamos usar para a motivação, tanto a distancia como presencial?

Abraços
Raquel Glitz

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -
Caros, queria socializar com vocês uma dissertação de mestrado defendida no PPG em Educação, Arte e História da Cultura, na Universidade Presbiteriana Mackenzie. A defesa, da qual participei como membro da banca, foi defendida pela docente e pesquisadora Rita de Cassia Boldarine, sob coorenação da Profa. Dra. Maria de los Dolores Jimenez Peña, sob o título: Scraps na prática da língua inglesa - análise de uma experiência utilizando a teoria de quisição de língua estrangeira de Stephen Krashen no ambiente Orkut. Chamou-me a atenção o quanto a utilização desta interface tão conhecida pelos adolescentes de fato contribuiu para a aquisição do inglês, por inúmeras razões ligadas aos princípios e pressupostos da abordagem comunicativa. De fato reputo este estudo, o relato analítico de uma prática educativa que buscou superar a pedagogia da transmissão.

Trago, também, o trabalho que realizamos no bacharelado em Tecnologia e Mídias Digitais da PUC/SP. No projeto, os alunos participam de um trabalho multidisciplinar que mobiliza todas as disciplinas que compõem o terceiro ano em torno de um curso online que eles planejam, implementam (como conceptores e formadores) e avaliam, tendo como cursistas alunos de outros cursos da PUC/SP. Tudo começa com uma investigação, junto aos cursistas, sobre seus temas de interesse. A partir daí, nossos alunos elaboram seus cursos no Moodle, que ficam online por cerca de três semanas. Após, são convidados a fazer o memorial descritivo e analítico da experiência de conceber, mediar e avaliar um curso online. Todo esse processo - do planejamento ao memorial - é desenvolvido ao longo de um ano letivo. A prática já está na sua quinta edição. Acreditamos que esta experiência seja muito relevante na formação destes graduandos, permitindo-lhes atribuir sentido e significado aos conceitos trabalhados nas distintas disciplinas que compõem o curso. A proposta é feita no sentido de superar a formação entendida sob enfoque meramente técnico, para situá-la como prática social. Quem quiser saber mais detalhes, após a primeira semana de setembro poderei disponibilizar o texto que traz uma relato analítico desta experiência e que será apresentado no IV Colóquio Luso-brasileiro sobre Questões Curriculares, na UFSC, o GT Currículo e Tecnologias.

Penso que todos nós, que estamos neste projeto interinstitucional de psquisa, estamos envolvidos com o propósito de superar a "pedagogia da transmissão".

[ ]
Lucila

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Auxiliadora Padilha -

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olá tod@s,

Eu sou professora, no Centro de Educação da UFPE, de Didática e Tecnologias da Informação e Comunicação para Educação, para os cursos de Pedagogia e Licenciaturas diversas. Muitas vezes não consigo ver muita diferença entre uma e outra... Sempre preciso dos pressupostos psicológicos e didáticos pra trabalhar com as TICs e sempre preciso da tecnologia e da psicologia pra discutir a Didática... A disciplina de TICs é eletiva.

A princípio, todas as minhas turmas têm um AVA para apoio às aulas presenciais e para ampliação do tempo pedagógico. No AVA coloco toda a programação regular e também outros materiais, como textos, vídeos, imagens, áudios... para ampliação das discussões e da programação presencial. Também temos os fóruns para cada temática, que correm concomitante com a discussão presencial e também extrapolam os tempos demarcados pelo presencial. Temos fóruns temáticos, fóruns para notícias e para conversas de botequim... De vez em quando marcamos um chat, principalmente quando eu preciso viajar. Também no AVA temos o Diário, onde eles vão refletindo e registrando suas aprendizagens. Essa é uma das tarefas que serve para sistematização individual, já que a maioria das atividades realizadas na sala é em grupo, estimulando a interação e a construção coletiva.

Temos também lista de e-mails e toda a semana enviamos sugestões de atividades culturais, textos interessantes, reportagens online, como pressuposto de que para a formação do professor a cultura é imprescindível. Quando dá, até marcamos algum evento para nos encontrarmos...

Na disciplina de Didática sugiro que os alunos construam seus blogs, mas em TICs é tarefa obrigatória. Planejamos, criamos, mantemos e participamos uns dos blogs dos outros. Os temas podem ser referentes à Educação ou temas afins que sejam de interesse dos grupos. Também participamos das comunidades virtuais uns dos outros e até no msn nos encontramos de vez em quando com um ou outro aluno.

Em todas as minhas disciplinas gosto de exibir um filme que tenha relação com alguma temática da mesma. Criamos um ambiente propício, levamos pipoca e guaraná e aproveitamos a fita. Além dos aspectos relacionados à disciplina também discutimos as emoções e sentimentos que o filme nos despertou. O cinema permite que possamos nos colocar no lugar do outro sem precisarmos 'ser o outro'. No sentido de que "há sonhos que só devem ser sonhados, assim como há experiências que só podem ser assistidas" (COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Editora Cortez, 2005).

Sempre trago um curta ou um vídeo do youtube para relacionar com alguma discussão que travamos. Alguma música, para despertar alguma sensação ou iniciar uma problematização. Quando alguns alunos me chamam de sonhadora ou idealista, escutamos "O último romantico" de Lulu Santos...

Em Didática, para discutir as 'benditas' tendências pedagógicas, trabalho com o livo de Marilda Behrens ( O paradigma emergente e a prática pedagógica . Curitiba: Champagnat , 2003) e cada grupo 'monta' os informes publicitários de sua escola, apresentando as características, papel do professor, aluno, metodologia, avaliação, etc... que podem ser propagandas, sites, blogs, entrevistas, slogans, etc. Geralmente, discutir as tendências era uma atividade muito chata, mas agora é uma farra! Eles produzem panfletos, propagandas, gravam vídeos, programas de rádio... É fantástico!

Em TICs, uma outra atividade muito legal são os projetos de intervenção. Estudamos as possibilidades pedagógicas de cada recurso didático-tecnológico e o que eles mobilizam nos alunos em relação as habilidades cognitivas, afetivas, motoras, etc., e depois cada grupo elabora um Projeto de Formação de Professores que pode ser executado posteriormente em suas escolas. Os próprios alunos sentem a necessidade de difundir a discussão com seus colegas.

Bom, ainda fazemos muita coisa legal, pois a cada semestre encontramos novas discussões, e os próprios alunos também sugerem no início ou durante a disciplina. O mais importante disso tudo é que a participação é fantástica! Mesmo quando o semestre acaba continuamos a nos comunicar por e-mail e todas as informações que envio para os alunos atuais, também envio para os antigos. De vez em quando o hotmail bloqueia meus e-mails achando que são spam, mas depois de 24h tô eu lá de novo, mandando sinais de fumaça para eles.

Creio que a relação que se estabelece entre alunos e professor, entre alunos (que nas turmas de licenciaturas são de cursos diversos, todos numa só sala) e também a integração das tecnologias nesta relação de aprendizagem colaborativa é o que transforma nossa sala de aula num espaço frutífero de construções sólidas.

Depois que acaba o semestre eles sempre voltam e acabam participando de um projeto de extensão, de uma pesquisa, ou só mesmo de uma aula, que tem sempre um lugarzinho reservado para os que têm saudade das nossas 'farras de saber'!

Em resposta à Auxiliadora Padilha

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Que cara deve ter esse PROFESSOR, que ESPAÇO temos que inventar ainda, me vem o seguinte dizer: ¨O ambiente pedagógico tem de ser um lugar de fascinação e inventividade¨ (Hugo Assmann)

Uma imagem para a continuidade desta contribuição de idéias...

Abraços,

Elizete

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -

Olá, Lucila e pessoAll

Como é bom tê-la novamente por aqui conosco! Suas contribuições são sempre muito bem vindas.

Você nos relata uma interessante experiência feita (e repetida) no bacharelado em Tecnologia e Mídias Digitais da PUC/SP, em que os alunos aplicam e analisam os conhecimentos adquiridos nas disciplinas. Seu relatou mostra um belo trabalho pautado na Pedagogia de Projetos. Mayrton Bahia, participante do nosso módulo, utilizou em sua pesquisa a Pedagogia de Projetos aplicada em cursos online, tendo como referencial teórico alguns autores espanhóis.

Mayrton , você poderia nos falar um pouco sobre sua experiência com a Pedagogia de Projetos como forma de superar a Pedagogia da Transmissão?

Lucila, uma questão me deixou instigada. Você diz que o trabalho é multidisciplinar, mas pelo seu relato parece que ele vai além disso, pois entendi que havia integração e diálogo entre as diferentes disciplinas. Então pergunto: Como os docentes de diferentes áreas de conhecimento diminuem as fronteiras epistemológicas e colaboram entre si nesse projeto?

Quando possível, disponibilize aqui em nosso ambiente o texto que será apresentado no IV Colóquio Luso-brasileiro sobre Questões Curriculares, na UFSC. Certamente será uma valiosa contribuição!

Abraços!

Em resposta à Usuário excluído

Re: Superando a Pedagogia da Transmissão

por Usuário excluído -
Permitam-me colocar meu depoimento sobre esta questão, pois como chegamos depois do início estamos correndo para superar os desafios!

Inicialmente gostaria de destacar que a superação desta visão "tradicional" e bancária (como diria meu conterrâneo de região Paulo Freire) passa diretamente pela concepção filosófica que temos de educação, de escola, de aluno e de docência. Tudo vai depender da forma como visualizamos e da forma como vislumbramos todo o contexto em que se encontra a educação, e isso depende - também - de nossa formação (inicial e continuada), além das interferências que o nosso meio social impõe ou orienta.

Como experiência gostaria de partilhar uma realidade concreta: a utilização da metodologia webquest como prática investigativa, exatamente por oportunizar ao aluno a construção do seu conhecimento. Mostra-se o caminho das pedras, mas os alunos podem reeditar este caminho, agregando novos conceitos, novos percurssos. E tenho realizado isso com alunos da educação básica (Ensino Religioso, Filosofia, Sociologia). É muito significativo ver o resultado de suas produções. Eles vibram por poder mostrar aquilo que fizeram, o percurso que realizaram e as conclusões a que chegaram.

É uma oportunidade ímpar de visualizar esta mudança paradigmática.

No ensino superior estou tendo a oportunidade de usar o Google Docs, do Pacote Google. Se bem direcionado (se utilizado com intencionalidade educacional) pode trazer muitos benefícios, colaboração e interatividade.