Texto Base - Unidade 1
Unidade 1 - A Pedagogia da transmissão ficou obsoleta
Iniciamos o século XXI com o Saeb 2000 [leia +] confirmando que prevalece a pedagogia da transmissão no ensino básico. Suas conclusões apontam para duas realidades conflitantes que explicam porque se ocorre em nosso tempo a obsolescência da sala de aula centrada na pedagogia da transmissão:
-
O professor se sente o todo-poderoso, repete conceitos e não sabe interagir com os alunos; os conteúdos estão distantes da realidade e devem ser decorados e cobrados em provas.
-
A oferta atual de informação e conhecimento é cada vez maior e melhor fora da sala de aula, graças aos novos recursos tecnológicos, em especial a Internet e a multimídia interativa. (Folha de S. Paulo, 29.11.2000).
Os alunos da geração digital estão cada vez menos passivos perante a mensagem fechada à intervenção, pois aprenderam com o controle remoto da TV, com o joystick do videogame e agora com o mouse. Eles evitam acompanhar argumentos lineares que não permitem a sua interferência e lidam facilmente com o hipertexto [leia +]. Eles modificam, produzem, partilham. Essa atitude diante da mensagem é sua exigência de uma nova sala de aula. Seja na educação básica e na universidade, seja na educação presencial e a distância.
O professor poderá redimensionar sua autoria modificando a base comunicacional potencializada pelas tecnologias digitais. Precisará modificar o modelo centrado no falar-ditar do mestre, passando a disponibilizar ao aprendiz autoria em meio a conteúdos de aprendizagem os mais variados possível, em vídeo, imagem, som, textos, gráficos, facilitando permutas, agregações, associações, novas formulações e modificações na tela do computador on-line. Inclusive, notando aí a necessidade de maior investimento braçal e intelectual do que aquele que vinha realizando em sala de aula presencial.
A aprendizagem não se dá a partir da récita do professor. Isto requer, portanto, modificação radical em sua autoria em sala de aula presencial e on-line. O professor não se posiciona como o detentor do monopólio do saber, mas como aquele que dispõe teias, cria possibilidades de envolvimento, oferece ocasião de engendramentos, de agenciamentos e estimula a intervenção dos aprendizes como co-autores da aprendizagem.
Quer saber um pouco mais sobre a autoria do professor? Clique aqui.
Atividade
Diversos críticos de sala de aula já questionaram o modelo de sala representado nesta ilustração
O educador Paulo Freire é um dos críticos mais enfáticos. Para ele a educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B. O papel do professor não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou construção.
Diante desse quadro convido cada cursista a refletir sobre experiências bem sucedidas na superação da pedagogia da transmissão e compartilhe seus textos no Fórum Superando a Pedagogia da transmissão.
Leituras complementares:
Anísio Teixeira - "Mestre de amanhã"Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia
Marco Silva - De Anísio Teixeira à Cibercultura