Vamos fuxicar?

Fuxicando sobre EAD...

Fuxicando sobre EAD...

por Edmea Santos -
Número de respostas: 15

sorriso Olá pessoal!

Vamos fuxicar um pouco?  Nesta semana tivemos uma entrevista publicada numa revista online. Comportilho com vocês o link http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br/index.php/paideia/article/view/31/22

Se você fosse o entrevistado como responderia as questões? Escolha pelo menos uma questão para responder. Traga para nosso fórum fuxico a sua opinião. Apresente aspectos convergêntes e principalmente divergêntes as nossas respostas. Vamos co-criar também por aqui?

Espero por vocês!

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -

Comentando um pouco sobre a entrevista, um dos itens que Méa destacou da portaria foi a formação e capacitação permanente dos docentes e tutores.

Mais na frente, Méa fala de currículo na EAD:

Infelizmente, a grande maioria dos Programas de EAD ainda trabalha com o paradigma produtivo da sociedade industrial, que instituiu o modelo de currículo inspirado pelas idéias de Bobbitt e Taylor, o currículo tradicional, que separa o processo de seus produtos e produtores. O currículo tradicional se preocupa, sobretudo, com a transmissão de conteúdos, em que uns produzem para outros consumirem e executarem seus processos.

Ao ser questionado pela relação das idéias de Paulo Freire com a perspectiva da interatividade na educação, Marco responde:

(...)ele [Paulo Freire] critica o ensino que não estimula a expressão criativa e transforma o estudante no receptor passivo, que perdeu a capacidade de ousar.(...) Os professores, mesmo tendo lido este mestre, continuam guardiões e transmissores da cultura, transmissores de pacotes fechados de informações em sala de aula presencial e a distância. Educam para arquivar o que depositam nas mentes dos seus alunos. É curioso notar que, mesmo havendo uma percepção crescente de que os professores precisam investir em relações de reciprocidade para construir conhecimento, poucas modificações efetivas podem ser verificadas em sua prática docente. Isto ocorre porque não desenvolveram uma atitude comunicacional que favoreça as participações e a dialógica como condições sine qua non da aprendizagem. Observo que falta uma atitude comunicacional que não apenas atente idealmente para a participação e para a dialógica, mas que, também, as promova concretamente no cotidiano da sala de aula presencial e a distância.

Neste sentido, acredito que mais que formar docentes e tutores para a educação a distância, deve-se pensar numa formação continuada que invista em aspectos relativos a concepções de currículo e que busque um despertar docente com relação a essa necessária ruptura com o paradigma reprodutivo. Desta forma, estaríamos contribuindo para uma transformação no processo educativo de forma geral, “aproveitando” (no bom sentido) este momento de explosão da EAD na educação formal.

Será que a preocupação dos avaliadores do INEP caminhará neste sentido? Ou se limitará aos aspectos metodológicos e técnicos da formação de docentes e tutores?

abs,
Nicia
Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -
Nícia, apreciei sua intervenção, pois você lembrou um ponto relevante sobre a avaliação do INEP e creio que sua segunda hipótese é verdadeira. Parece-me que a avaliação do INEP caminhará apenas pelos aspectos metodológicos e técnicos, passando ao largo pelas questões mais significativas, ligadas à concepção do currículo e à necessária e indispensável ruptura com o paradigma reprodutivo...Abraços, Lina
Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Edmea Santos -

Oi Lina! Oi nícia!

Olá pessoal!

Meninas, temos que analisar os indicadores. Que tal buscarmos no site do INEP para analisarmos aqui? Além disso, temos que em nossas instituições criarmos políticas de formação para além da racionalidade técnica dos  indicadores dos documentos oficiais. Juntamente com as políticas de formação temos que lutar por direitos trabalhistas e profissionalização docente da tutoria. Os tutores/professores-tutores na maioria das instituições são "bolsistas", "horistas" , sem nenhum direito trabalhista. Esta relação dificulta sobremaneira a implantação de mais qualidade.

Outro dia ouvi de uma tutora minha a seguinte frase: "sou paga para atender o aluno no pólo. Não sou paga para ficar respondendo e-mail " (grifo meu). Depois de convidá-la para a co-autoria e para a prática do planejamento participativo, incentivando sua produção intelectual  mostrando as possibilidades de campo de pesquisa e desenvolvimento via prática da tutoria, esta tutora atualmente cria lindamente outras estratégias de comunicação com seu alunos. Contudo, temos que reconhecer que ganhando um salário mínimo, as vezes menos ainda,  sem nenhum direito trabalhista fica dificil tirar o carimbo de "tutor tira-dúvidas". 

  • O que fazer? Como a UAB vem discutindo isso?
  • Como as universidades estão se posicionando frente aos desafios da formação/profissionalização?

Vamos continuar fuxicando!

[]s

méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -
Méa,tenho pouca experiência em EAD,participei apenas de um curso do MEC.Mas a partir de algumas experiências de companheiras do LIC e de nossas discussões no grupo,bem como a sua resposta sobre currículos e formação de professores e tutores para EAD,percebo qe o ensino à distância ainda repete o modelo presencial,marcadamente calcado em "currículos  bancários",que como você bem apresenta,não levam em conta a construção do conhecimento,mas o que poderíamos chamar talvez,de "emissão e recepção" de conteúdos.Creio,como você,que a utilização dos recursos da tecnologia aliada à visão de currículo fundamentado na diferença pode representar uma nova forma de aprender e ensinar não só na EAD,como também nos cursos presenciais.
Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Edmea Santos -

Olá Dina!

Concordo plenamente com você. O currículo pela diferença e na diferença. Muitas vezes a "diferença" é vista como problema nas organizações bancárias baseados no discurso único que é geralmente branco, macho e cristão presentes na herança clássica da Ciência Moderna. Neste caso, as diferenças são neutralizadas ou mesmo excluídas. Seja na educação  presencial, online ou a distância, temos como realmente mudar isso. Para tanto precisamos ir fundo no tema da diferença e garantir novas formas de enunciação baseadas na dialógica, na interativa, na polifonia de sentidos. Assim, os "diferentes" serão sujeitos autores que com suas vozes co-criam o currículo e a aprendizagem. Neste sentido, temos que aproveitar o potencial comunicacional e pedagógica das tecnologias digitais que como já falamos aqui são mediadoras e não meras extensões de nossos músculos.

Dina fale um pouco da sua pesquisa...

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Socorro Cabral -

Oi Méa, oi pessoal...

Essa discussão sobre currículo é de fundamental importância nas discussões sobre educação, e de modo mais específico sobre educação online. A própria especificidade do contexto digital (plástico e não linear), pede currículos com perspectivas mais abertas e em sintonia com as particularidades dos sujeitos envolvidos. Não dá para pensar em propostas engessadas com tudo já programado nos mínimos detalhes. Daí a importância de aproveitarmos o potencial do hipertexto e da interatividade para criarmos processos formativos em co-autoria.  

Socorro 

Em resposta à Socorro Cabral

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Edmea Santos -

Oi Socorro!

Já voltou para sua casinha? Aproveitou bem Salvador com a família?

Pessoal, Socorro defendeu uma bela dissertação sobre "Saberes docentes em ambientes virtuais de aprendizagem". Tive a honra de fazer parte da banca examinadora. O trabalho é muito rico.

Socorro, assim que tiver na Biblioteca Digital da UFBA, compartilhe com os colegas o link do seu trabalho. Vale a pena conferir pessoal.

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -

Oiiii Méa, Dina e demais

Gostaria de comentar sobre a sua fala da necessidade de aproveitarmos o potencial comunicacional e pedagógica das tecnologias digitais tanto na educação presencial ou a distância. Estou em fase final de orientação de uma monografia no curso de Pedagogia no Campus X em Teixeira de Freitas sobre a interação dos alunos de um curso de pedagogia a distância com as tecnologias digitais.  O que nos chamou a atenção foi o fato das alunas (100% mulheres) utilizarem o  ambiente virtual do curso somente por obrigação, ou seja, para a realização das atividades avaliativas e muitas vezes entregam suas senhas para outras pessoas realizarem as atividades online. Percebemos que as mesmas ainda concentram seus estudos no material impresso, não utilizando o ambiente e demais potencialidades da internet em seus processos de aprendizagem.  Dessa maneira, apesar de estarem realizando um curso de educação a distância mediado pelas tecnologias, não há interação de fato com essas tecnologias. Seria a sala de aula rica em tecnologia, mas pobre em interação como critica o Marco Silva. 

Acredito que essa realidade possa estar presente em outros cursos na modalidade a distãncia promovidos por muitas instituições particulares que vêem a educação a distância somente com o olhar mercadológico. Elas elaboram cursos padronizados através de pacotes em massa e não levam em consideração o contexto no qual estão inseridos os alunos.

Acho que fuxiquei demais!!!1

Beijos a todos.

Cleia

Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Edmea Santos -

Olá Elzicléia!

Seu relato é mais uma demostração de que cultura não se faz com uma experiência apenas. É preciso que as pessoas vivenciem, construindo sentidos. Esta construção precisa de tempo, tempo físico e existência para vivenciar a cibercultura.

Você tem toda razão. Temos que ficar atentos com o "mercadológico". temos que investir em políticas de formação mesmo.

Elzicléia, espero você e seu grupo de pesquisa nas atividades de nosso módulo.

beijão

Méa

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -
Cleia,esse fato observado por você está mais presente do que imaginamos,nestes dias de "quase" férias tenho estado em contato direto com um grupo de tutoras da UAB/FACED/UFJF,e várias delas me relatam exatamente o que vocêcolocou.Alunas que passam sua senha para adolescentes permanecerem nos fóruns das disciplinas ou que simplesmente entra para somente postarem pequenos comentários.Acredito que a verdadeira interação acontece quando o aluno percebe o grande potencial que as tecnologias podem lhe oferecer,encarando as salas virtuais como ambientes ricos de possibilidades,apossando-se do verdadeiro conceito d interatividade.Creio porém,que esse desinteresse acontece também nas salas presenciais.Mas minha maior dúvida é:como seduzir esses alunos?Como possibilitar esse interesse? Beijocas e saudades de você..
Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -

Ola Dina

Realmente Dina, penso que esse desinteresse não é algo exclusivo da sala de aula virtual e também fico a me perguntar como seduzir esse aluno??? Observando a nossa dificuldade em participar ativamente nesse curso, no qual os professores nos convida a interagir a todo momento, e mesmo assim, ainda não conseguimos co-criar com todos. E como nos lembra a Méa "essa construção precisa de tempo, tempo físico e existência para vivênciar a cibercultura". Vejo que temos ainda muito o que aprender nessa nova sala de aula...Beijos

Tb to com saudades de vc e do grupo....sorriso

Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá pessoal,

Fiquei pensando sobre os assuntos motivação/participação/interação e realmente é algo que eu também me questiono. Participar só por participar? Tenho muito alunos no presencial que nunca colaboraram ou cooperaram em sala. Quando falamos em ambiente virtual colaborativo é outra realidade, mas fica a mesma pergunta, participar só por participar? Sei com certeza que esses alunos perdem a fase de construção em colaboração com os colegas e professores, mas será que eles não aprendem?

Abraços Raquel

Em resposta à Edmea Santos

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -
Méa,após longo tempo venho te responder...Minha pesquisa inicialmente trata dos blogs literários na formação do leitor/autor.Digo inicialmente pois ainda estou delineando meu objeto.De qualquer forma me interessa trabalhar os blogs literários na escola com professores de português,discutindo com eles como esse trabalho pode contribuir para a formação não só de leitores como também de escritores.Bom por enquanto as certezas que tenho são que desejo trabalhar com formação de professores e literatura na internet.Caso você conheça trabalhos nessa área fico grata pela força.Abraços...
Em resposta à Usuário excluído

Re: Fuxicando sobre EAD...

por Usuário excluído -

Olá, lendo sua colocação me reportei a um projeto que coordeno com apoio CNpQ, que é a criação de um AVA, a partir de uma ambiente que já temos na PUCPR, o Eureka, mas este, o Eureka Kids, atenderá cças e adolerscentes hospitalizados, fazendo a mediação entre a escola dos mesmos e o hospital. Já estamos com 6 dissertações no mestrado da PUCPR, das quais, 3 sob minha orientação. Temos bastante desafios pela frente, mas as validações nos apontam que o caminho tá dando bons resultados,

Abços,

Elizete