Conceitos, saberes e competências para a docência online: co-criando um roteiro
Conceitos, saberes e competências para a docência online: co-criando um roteiro
No livro "As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da Informática" o filósofo francês Pierre Lévy, da Universidade de Ottawa, Canadá, cunhou o significado da expressão ecologia cognitiva, disciplina voltada para o estudo sistemático da tecnologia informática na organização institucional das sociedades humanas.
Segundo ele o ser humano, no seu processo civilizatório, criou uma segunda natureza. Atualmente ela está preenchida por redes complexas onde interagem um grande número de atores humanos, biológicos e técnicos.
Com o advento das tecnologias de informação e comunicação a inteligência se torna coletiva que, como a conceitua o próprio Lévy:
“É a capacidade de trocar idéias, compartilhar informações e interesses comuns, criando comunidades e estimulando conexões. Para começar, tome o cérebro humano. Fazemos infinitas conexões que se intensificam à medida que envelhecemos. Agora imagine que podemos, graças ao computador, integrar essa "constelação de neurônios" com a de milhões de outras pessoas. Essa é a comparação que faço. A Internet nos permite hoje criar uma superinteligência coletiva, dar início a uma grande revolução humana.”
Ora, o ensino e a aprendizagem, nesse novo contexto, tomam outros contornos e características. No caso específico da docência online são inúmeros os desafios enfrentados pelos professores da educação presencial ao se depararem com a educação online:
- · A familiarização com o uso das tecnologias digitais;
- · A relação com uma nova forma de organização e de mobilização dos
saberes no fazer pedagógico; - · A relação com uma nova espacialidade;
- · A relação com uma nova temporalidade e dinâmica das interações;
- · A relação com uma nova forma de presencialidade; entre outros.
Diante do exposto, que conceitos, saberes e competências devem ser desenvolvidos ou mobilizados para um bom exercício da docência online? Vamos co-criar um roteiro colaborativo pensando na atuação na docência online?
Por onde começar? Estudaremos o texto base da unidade 3 para nos inspirar. Também poderemos resgatar as discussões deste Módulo 3, procurando mobilizar os conhecimentos que construímos até aqui.
Todos estão convidados!
Equipe UERJ
Conceitos, saberes e competências para a docência online: co-criando um roteiro
Gosto de trabalhar o conceito de competências do professor online grupando-as em quatro blocos:
1. Pedagógico
2. Tecnológico
3. Didático
4. Pessoal
Retomando um trecho do texto da unidade 1:
"Segundo Barajas (2003) ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é "um espaço ou uma comunidade organizada com o propósito de aprender", o que cria a necessidade da articulação de três fatores essenciais – o aparato tecnológico que lhe dê suporte, o desenvolvimento de uma metodologia adequada e uma concepção clara de aprendizagem, de construção do conhecimento."
As quatro categorias sugeridas dão um encaminhamento interessante ao roteiro que nos propomos a compor.
O que acham???
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OLá!
Achei muito interessante. Acrescentaria competências éticas, estéticas e políticas. Estas competência e/ou saberes já são bem dabatidas no presencial. Como seria online?
Aproveito para compartilhar um artigo que escrevi em co-autoria com dois amigos.
SANTOS, E ;TRACTENBERG, L.; PEREIRA, M. Competências para a docência online: implicações para a formação inicial e continuada dos professores- tutores do FGV Online. Artigo apresentado no XII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Educação a Distância, Salvador, BA, 2005a. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/149tcb4.pdf Acesso em 06/2008.
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Já que estamos falando de competência gostaria de voltar a discutir um pouco mais esse
polêmico conceito......MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt">
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MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: 150%; text-align: justify">A maioria dos educadores críticos criticam o uso do termo competência como portador de um “ranço neo-liberal” porque utilizado pelas empresas para qualificar o desempenho dos seus trabalhadores. Relacionada ao mundo empresarial, essa palavra competência sempre aparece no discurso das empresas, onde não basta ter tecnologia para aferir “lucros”, mas competência para idealizar produtos com aceitação no mercado e atraentes para os clientes. Nessa acepção, a palavra competência tem um sentido pragmático - a colocação do conhecimento a serviço das empresas com vistas à lucratividade.
MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: 150%; text-align: justify">Na ótica do Perrenoud (1999), a competência ou o estar preparado profissionalmente, caracteriza-se pelo domínio de conhecimentos diversos que permitem ao profissional docente articulá-los numa dada situação. De acordo como o referido autor, o sistema educativo perde tempo reconstruindo “a transposição didática” das competências, quando deveria mobilizar-se no sentido de permitir aos alunos a assimilação dos saberes em práticas de vida, através de aprendizagens construtivas. São palavras do citado autor:
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MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt 4cm; line-height: 150%">O profissional reflete antes, durante e após sua ação. No curso da sua reflexão utiliza representações e saberes de fontes distintas. Sem essa capacidade de mobilização e de efetivação de saberes (através dos esquemas de ação) não há competências, mas somente conhecimentos. (Chalier, 2001.p.91, apud Perrenoud, 1994 ).
MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; line-height: 150%">
MsoBodyText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: 150%; text-align: justify">Nessa perspectiva tenho que concordar com o polêmico Perrenaud
MsoNormal" style="margin: 0cm -2.85pt 0pt 19.85pt; text-align: justify; tab-stops: 522.0pt">PERRENOUD, P. (2000) Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
MsoNormal" style="margin: 0cm -2.85pt 0pt 19.85pt; text-align: justify; tab-stops: 522.0pt">PERRENOUD, P. (1999) Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
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