Olá a todos!
Este tema interessa-me muitíssimo pela actualidade e por ser a área em que investigo neste momento.
Foram colocadas aqui questões relativas aos paradigmas educacionais. De facto este é um aspecto essencial. Muito mais que alterar os modelos de comunicação dos docentes nos ambientes educativos (sejam presenciais ou virtuais) há que alterar um conjunto de outros, nomeadamente ao nível dos currículos e da avaliação e obviamente da regulação governamental. Não havendo alterações ao nível superior não passará de uma aparente alteração de paradigma, perpetuando valores antigos usando novas ferramentas.
Outra das questões em debate é a quem interessa a mudança de paradigma. Bem, provavelmente apenas interessará aos nossos jovens, uma vez que para a maioria a linguagem digital e formas de comunicação e socialização inerentes às interfaces aqui em análise, são para eles uma forma natural de comunicação.
Aos docentes, interessa, embora não falem com a mesma fluência este tipo de linguagem, e esta – acrescendo a um conjunto delas, nomeadamente os condicionalismos das políticas educativas – e esta é mais uma das dificuldades dos docentes: a fluência da linguagem digital.
Este assunto necessariamente nos leva ao histórico factor da divisão digital, que sempre pretendemos encobrir com as políticas promotoras de computadores para todos e igualdade no acesso ao digital e à informação.
Continuemos alerta para alguma “propaganda”, - que tenta manter a todo o custo os valores de uma sociedade hegemónica que defende os interesses de determinados grupos sociais poderosos - que embora melhor que nenhuma continua a promover interesses económicos e continua claramente a promover divisões sociais quer na igualdade de acesso, quer na qualidade de acesso ao digital. concordo ser importante dar acesso a muitos, mas nós, docentes não devemos esquecer que dificilmente todos terão as mesmas condições, e nós devemos trabalhar para TODOS.
Ao mudar o paradigma educativo, devemos estar atentos e evitar a perpetuação da desigualdade e não promovendo-a. Devemos, enquanto educadores, integrar modelos que possam criar igualdade de condições de partida. Naturalmente que há factores incontroláveis, mas estando alerta para eles, podemos reduzi-los. Isto só pode ser conseguido por docentes informados e não regidos de fora cega, não questionando as orientações superiores, como em tempos fizeram regendo-se apenas pelos manuais escolares.
Aborda-se aqui também o poder de interfaces como o Orkut (ou Hi5, mais comum em Portugal) e a sua utilização na educação. Pode ser um instrumento poderoso, sendo que sem sombra de dúvida é extremamente atractivo para os jovens. Coloca-se a tradicional questão da motivação para o seu uso. O que leva os jovens a sentirem-se atraídos por estes meios da Web social? Talvez a partilha de interesses comuns e o factor de identificação pessoal a estas comunidades. Estas comunidades são quase exclusivamente de socialização, assumindo uma relação afectiva neste imaginário dos jovens.
Ao ser usado com objectivos pedagógicos poderá sê-lo, na minha opinião, mais ao nível do desenvolvimento de competências digitais do que para o estudo de temas. Neste último caso a dificuldade seria a motivação pessoal de todos, elemento essencial para a construção de uma qualquer comunidade virtual.
Perdoem-me alguns devaneios... este tema é demasiado interessante J