Divulgue neste Fórum: Que é interatividade aquelas (uma ou duas) que considerar interativas ou pseudo-interativas. Descreva-as incluindo imagem e/ou link. Justifique sua avaliação.
Divulgue neste Fórum: Que é interatividade aquelas (uma ou duas) que considerar interativas ou pseudo-interativas. Descreva-as incluindo imagem e/ou link. Justifique sua avaliação.
Oi Pessoal,
Já que estamos falando em interatividade com tecnologia, fica uma dica para quem estiver ou passar por São Paulo em agosto, vale muito a pena conferir.
FILE 2008 MILHÕES DE PIXELS - De 05 a 31 de agosto de 2008 - O FILE 2008 Festival Internacional de Linguagem Eletrônica acontece este ano em SP no Centro Cultural Fiesp, de 05 a 31 de agosto. O FILE, maior festival de arte e tecnologia do Brasil e da América Latina, bem como mundialmente um dos maiores acontecimentos nesta área, há nove anos vem inserindo o país no contexto mundial da arte e tecnologia ou da mídia arte.
Quem quiser saber mais: http://www.file.org.br/
Tive a oportunidade de visitar o File de POA durante o Endipe desse ano e posso confirmar que todas as obras apresentadas possuem uma interatividade fora do comum instigando nossa curiosidade e criatividade.
Abraços - Raquel Glitz
Re: Fórum: Que é interatividade
Olá, Raquel
Como está?
Fiquei bastante instigada com a sua dica, pois são poucos os eventos efetivamente interativos.
Você já percebeu que muitos eventos que se intitulam "interativos" são, na maioria das vezes, "reativos"?
Fiquei bastante curiosa para entender como ocorre a interatividade nesse festival, uma vez que você já o visitou. Seria possível que você nos descrevesse alguma de suas obras, destacando aquilo que elas têm de interatividade efetiva?
Abraços!
Re: Fórum: Que é interatividade
Olá Tatiana, pessoal....
Achei um vídeo na www.globo.com que explica e apresenta o festival, assistam, vale a pena:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM865293-7823-FESTIVAL+INTERNACIONAL+DE+LINGUAGEM+ELETRONICA+COMECA+HOJE,00.html
No FILE que eu fui em POA eram outras obras, todas bem tecnológicas e pude interagir com elas. Cada obra era de um jeito, algumas utilizavam a manipulação, a ação e reação, outras tinham peças das obras que se interagiam entre si. A obra que mais gostei foi a que o cenário eletrônico interagia com os movimentos da pessoa que aparecia eletronicamente no cenário, muito bem feito e criativo.
É um pouco difícil explicar como acontece a interação com as obrar, mas posso garantir que vai muito além da reação.
Abraços
Raquel Glitz
Re: Fórum: Que é interatividade
Oi Raquel,
Muito interessante o vídeo sobre o festival.
Fiz uma experiência e coloquei no google a palavra 'interativo' pra fazer uma busca. Bom, tive um resultado de aproximadamente 11.100.000 para interativo. Tem blog interativo, colégio interativo, banco interativo, até igreja interativa..., museu de astronomia interativo, ops! isso deve ser interessante... Lá vamos nós viajar no museu interativo...
Bom, foi uma pequena (!) decepção. Na verdade, o site é apenas um espaço de divulgação do museu e não possui nenhuma interatividade... nem explica como essa interatividade ocorre no museu ...
Então, vamos procurar mais um pouquinho...
Olá Raquel, olá Auxiliadora, olá colegas!
De fato a distinção "reatividade" e "interatividade" a vezes não é fácil de se fazer.
Podemos dizer que REATIVIDADE diz respeito à mera reação à opções ou acionamentos iniciais. E há INTERATIVIDADE quando os espectadores têm alguma autoria criativa no processo comunicacional baseada na colaboração e no compartilhamento, a ponto de não serem mais meramente espectadores.
Sou muito curioso para tudo que se diz interativo: show, teatro, arte, game, tecnologia digital, software, blog, web 2.0, etc.
Das diversas curiosidades que vi, muitas são meramente reativas. Poucas são de fato interativas, ou seja, permitem autoria e co-autoria dos usuários na criação do processo, da mensagem, do produto.
Gostaria de citar alguns exemplos de arte digital interativa que vi. Antes, prefiro citar algumas curiosidades que Frank Popper viu em históricas exposições de arte digital definidas como “interativas”. (POPPER, Frank. As imagens artísticas e a tecnociência. In: PARENTE, André (org.) Imagem-máquina. Rio de Janeiro: Ed.34, 1993, p. 201-213).
Inicio a lista de exemplos de obras interativas com uma informação preciosa do Popper:
A intensa participação do público, procurada pelos artistas há muito tempo, e cujos limites pareciam atingidos no fim dos anos 1970, tomou um novo impulso graças às possibilidades abertas pelo computador. Sob a denominação pouco precisa de interatividade, essa busca deu resultados espetaculares nos anos 1980.
- Nas obras de Wun-Ying Tsai (Esculturas Cibernéticas e Fontes à Contra-corrente) a intervenção do público é tão essencial quanto a força elétrica ... e, as Esculturas não funcionam de maneira satisfatória senão depois da intervenção sonora do espectador-participante. (os grifos são meus)
- O Campo de Interação de Kowalski (ambiente) "é um espaço definido a cada instante pelas pessoas que nele se encontram, suas velocidades e direções de deslocamento, suas posições recíprocas." [Raquel este Kowalski é seu parente?!]
- O Pantomation System de Tom Witt "produzia imagens numéricas geradas em tela de vídeo sob o efeito de gestos e deslocamentos do corpo".
- Nelson Max (imagem numérica) "propôs o que se pode chamar de um filme interativo. Graças a um sistema analógico simples, o espectador pode agir numa imagem tridimensional em movimento representando uma paisagem marinha (ilhas cercadas de água) e modificar a seu gosto a cor do céu e do mar e até a posição do sol e da luz no horizonte". (não cita o título da obra).
- Roy Ascott com A Dobra do Texto "coloca em relação direta vários artistas habitando diferentes partes do mundo e que criavam coletivamente, e em interação, um conto feérico e fantástico que foi impresso e afixado na sala do Museu durante a exposição. O público podia, por sua vez, fazer perguntas aos co-autores e propor alternativas ao desenvolvimento da história. Sobre esta obra Popper enfatiza: Trata-se de um experimento duplamente 'interativo': não apenas os artistas em diferentes partes do globo e os visitantes da exposição Electra podiam participar, mas o próprio computador tinha um papel mediador interativo".
Cito algumas obras que vi. São classificadas como “interativas” no catálogo da exposição que se realizou no Museu de Arte Contemporânea da USP em 1995 com a proposta de articular arte, novas tecnologias de comunicação e interatividade.
Havia instalações, ambientes multimídia, vídeo, holografia, robótica, realidade virtual, etc.
- Simulações Estereoscópicas Interativas de Tânia Fraga (Brasil) são objetos virtuais tridimensionais intermediados por computador e que se apresentam como campos de possibilidades, propiciando ao usuário com eles interagir poeticamente ao imergir parcialmente no espaço virtual criado.
- Very Nervous System de David Rokeby (Canadá) é uma instalação. No seu interior uma câmera de vídeo observa o movimento. Um computador compara cada quadro com o anterior para definir o que está se movendo. Esta informação é transformada em som por um software. Os sons são ouvidos quase simultaneamente aos movimentos que os produzem. Cada novo instante de representação sonora é criado como resposta direta aos movimentos que ocorrem naquele momento. Estes sons sugerem novos movimentos que, por sua vez, estimularão o sistema a responder de novas formas. Desenvolve-se uma relação cooperativa, interativa, na qual nem o computador nem o participante detém o controle.
- Mão à obra de Milton Sogabe (Brasil). Utilizando-se de várias mídias, este trabalho mostra imagens de diversos aspectos e níveis de atuação da mão. Sensores e um computador fazem a intermediação dos meios com o usuário que, através das suas mãos, aciona o sistema.
- M. A. (desejo) Instalação Interativa de Gilberto Prado (Brasil) é um grande objeto arredondado e na cor rosa, com degraus de um lado e de outro para que duas pessoas possam alcançar sua superfície plana, e enxergar, através de pequenas janelas, o seu interior onde se encontram monitores com imagens que sucedem intermediadas por computador e acionadas por dois mouses. Ouve-se do interior do objeto uma voz gravada que recita um poema.
- Construção e Animação do Corpo Humano Através da Computação Gráfica de Suzette Venturelli (Brasil) é "uma instalação com dois computadores, sendo que num o público poderá, por meio de um programa multimídia, interagir com animações realizadas no corpo humano, com som e texto que acompanham o trabalho. No segundo computador o público terá acesso à rede de informações interagindo com Museu Virtual realizado por Maria de Fátima B. Burgos".
Estes exemplos estão no artigo Que é interatividade? para ilustrar o tratamento do conceito.
Abrs,
Em Paris numa loja da Adidas você pode calçar tênis virtualmente com a ajuda de um espelho que capta a imagem das pernas e pé do cliente com uma câmera. O espelho cria uma imagem em 3D com vários modelos Adidas disponíveis. Para trocar de modelo o cliente só precisa clicar numa tela de computador e escolher o modelo desejado.
Bem interessante essa tecnologia, mas só não podemos saber se o tênis ficará confortável no seu pé. Para isso ainda precisamos do modelo convencional de vendas, com a ajuda dos vendedores da loja.
Fonte: http://marketingdeguerrilha.wordpress.com/2007/03/20/prove-seu-tenis-adidas-sem-precisar-calcar-nada/
O que vocês acharam? Realmente há interatividade? Ou é mais um apresentado como interativo e na verdade é reativo?
Aguardo a participação de todos!!!Abraços.
A exemplo da Mônica e Kelly, trago alguns exemplos de ações "interativas" que localizei em minhas buscas.
Portais interativos - iG
• Showig – programação de variedades produzida a partir de conteúdo enviado por internautas
• Eu na web – Notícias postadas por internautas • http://eunaweb.ig.com.br/
Vídeo colaborativo gmail
• http://mail.google.com/mail/help/intl/pt- BR/gmail_video.html
Esse vídeo foi feito com a colaboração de vídeos de usuários de todo o mundo- Tudo por un pelo
Essa é uma campanha publicitária Argentina que, em formato de história, permite interatividade entre o usuário e diversas mídias. • A estória é a seguinte: o ator careca infeliz com sua condição, fechou um contrato inédito com uma empresa de TV por assinatura. • O ator ganharia o implante de um único fio de cabelo para cada novo cliente que ele recrutasse. • Foi apresentada uma seqüência de comerciais de resposta direta que iam contando a evolução das conquistas do rapaz.
- Comunidade de relacionamento para meninas
http://www.barbiegirls.com/home.html •
comunidade virtual da Internet, conta com mais de 4 milhoes de usuárias. Possui atividades, músicas para que as meninas façam download em seus MP# e, ainda, um •cachorrinho de estimação para seu avatar.
[]s
Graça
Graça, bela pesquisa!
Adorei o Vídeo colaborativo gmail
• http://mail.google.com/mail/help/intl/pt- BR/gmail_video.html
O vídeo em si não é interativo, como todo vídeo que passa diante dos meus olhos e não me permite interferir fisicamente nas suas cenas. Diante dele, no Youtube, sou espectador. Também não é interativa a sua criação baseada na edição que reúne muitos pedacinhos, segundo o ponto de vista de uma equipe que efetuou a colagem seqüencial dos fragmentos de cada colaborador.
Como vc bem disse: esse vídeo é colaborativo. Muito interessante!!!
bjs,
Kelly, sua provocação é muito oportuna
Permite retomar a distinção interatividade e reatividade com base em um bom exemplo.
Para mim a cena é de reatividade. Reação ao menu de possibilidades na tela. Arrastar o tênis, colorir o tênis, escolher a tipo de cadarço disponibilizado para vc combinar. Vc trabalha meramente com a combinatória, e não com a possibilidade de intervenção no conteúdo e de co-criação com ele.
A boneca Barbie já faz isso há décadas. Pode-se escolher e combinar as opções de roupa oferecidas no kit.
abrç,
Exato, Marco, pois um sistema/programa interativo permite ao interagente/participante/audiente a resposta/intervenção no conteúdo, e não apenas escolher uma entre algumas opções predeterminadas e, no caso da adidas, "combinar opções". Outro exemplo de reatividade, falando agora de televisão, é o programa Você Decide da Rede Globo, como nos lembra Primo (2007). O programa não faculta aos seus que assistem diferentes argumentações, mas a escolha de uma única resposta dentro de um conjunto previamente definido. E o que dizer da tevê digital? Em todos esses exemplos, "interatividade" é o termo empregado por empresas no intuito de auferir mais e mais lucros, daí percebemos que "o canto da Iara Tecnológica é, de fato, deslumbrante e consegue muitas vezes entorpecer o olhar até mesmo de críticos pesquisadores da interação medidada e de professores de cursos de educação a distância (PRIMO, 2007, p. 27)". Diante desses apelos (e outros que virão), precisamos aprimorar nosso senso crítico, sem dúvida.
Abs,
Kalil
PRIMO, Alex. Interação medidada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007.
Kelly,
Respondendo à pergunta penso que é reativa, como o é a tv digital, servindo a interesses de mercado quando apresenta aos consumidores a falsa idéia de interatividade. Por isso, é uma cilada aos menos avisados/instruídos.
Kalil
Olá pessoal!
No meu entender, um bom exemplo de Interatividade que envolve as esferas tecnológica, mercadológica, social, educacional, artística, etc. citadas pelo Marco é o Museu da Lingua Portuguesa na Estação da Luz em São Paulo. Pode-se obter maiores informações no site: http://www.estacaodaluz.org.br/ ou visualizá-lo através do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=OzKEfEHi7ag
O visitante nesse espaço interage com a lingua portuguesa, através de sons , imagens, textos, compreendendo os usos sociais da lingua, através de multimídias variadas. O visitante literalmente agarra as palavras, pela tecnologia inovadora dos painéis, sensível ao movimento do braço das pessoas por cima dele. Enfim é possível interagir com os diferentes autores e reconhecer sua própria autoria....
O Museu da Lingia Portuguesa é realmente um ótimo exemplo de atividade educacional interativa, não necessariamente no ambiente escolar. A Estação Ciência, mesmo com menos recursos tecnológicos, apresenta interessantes mostras interativas.
Atualmente a disponibilidade do uso e convergência de diferentes mídias pode nos trazer alguns exemplos, como o uso dos laptops em sala de aula e também o uso de aparelhos celulares.
Em tempo: Ainda este ano, lí em uma caixa de Sucrilhos, que a embalagem era interativa! Fiquei surpresa, mas a idéia é que a criança poderia recortá-la.
[]s
Graça
Olá Graça
Tenho muita curiosidade sobre este Museu da Lingia Portuguesa. Fatou tempo...
Vc foi? Como é?
Essa da caixa de Sucrilhos é indigesta...
bjs,
Oi Marco,
Acho que ele não é parente, mas preciso perguntar ao meu marido.
Vou procurar saber mais sobre o trabalho desse Kowalski
Abraços
Raquel Glitz
Olá Marco, pessoal!
Venho desenvolvendo um blog a cerca de 8/9 meses e tenho percebido que, por mais instigate que seja o post a interatividade ou até mesmo a reação dos leitores é mínima.
Não sei se a discussão já passou por este questionamento ou por esta reflexão, mas parece-me que ainda há uma cultura do anonimato, ao mesmo tempo que o "big brother" vive em cada um de nós, ou seja, o número de pessoas que passam horas navegando na net aumenta a cada dia, mas são poucos aqueles que realmente sabem o que fazem ou o que procuram.
Até mesmo quando um post é indicado para uma turma de uma disciplina, só há interação quando se propõe algo como retorno (pontuação).
Venho me questionando sobre isso... E na experiência de vocês, como está esta percepção? Como está a interatividade?
Olá Fernando
Em primeiro lugar, seja bem-vindo ao nosso ambiente de pesquisa interinstitucional. Aproveito a ocasião para dizer ao grupão que a equipe do PPGE da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) está podendo entrar somente agora e já se prepara para ministrar o próximo módulo que inicia no dia 1º de setembro.
Sua questão é muito bem-vinda! De fato há uma cultura da interatividade em franca expansão, porém é ainda insipiente em muitos casos. Lembro que viemos todos da cultura de massa ou da cultura de consumo. Nós brasileiros somos campeões de internet, campeões de orkut - mesmo com toda a exclusão digital - porém ainda estamos aferrados à cultura do consumo muito vinculada à tv e pouco habituados à cultura do compartilhamento própria da web.
Já fiz o teste com 40 alunos internautas: mostrei vários blogs e vídeos instigantes no Youtube e a interação foi fraquérrima. Mesmo sabendo que o Youtube permite postagens de comentários e que os blogs permitem interação, o engajamento nesse sentido foi pífio.
Nos cursos online ocorre o mesmo. Mesmo quando a mediação docente aciona para foruns, chats, wikis, etc... a participação colaborativa é fraca.
Ainda assim Fernando, repito com Couchot: "a interatividade é o pão cada vez mais cotidiano de uma sociedade inteira".
Por isso André Lemos muitas vezes tem razão. Ele não coloca a interatividade como "lei da cibercultura". Para ele o que há é "liberação do pólo da emissão", ou seja, cada internauta emite bem, mas pouca gente interage, colabora e co-cria na rede.
O que temos ainda é a subutilização da Rede e da interatividade que ela dispõe fartamente. A explicação não é outra senão o peso histórico de um paradigma chamado cultura de massa ou cultura de consumo.
Educar na cibercultura é antes de tudo enfrentar essa cultura tão nociva à educação e à cidadania. O salto qualitativo não se dará da noite para o dia... Entretanto, o que me motiva ainda assim é saber que o espírito do tempo sociotecnico está a nosso favor. Na era do rádio ou na era da tv não tínhamos esse espírito do tempo tão bem-vindo.
abraço,
Re: Fórum: Que é interatividade
Adorei a dica Raquel, realmente são novos cenários e comportamentos que estamos presenciando e vivendo. Uma dica é um livro que li e é maravilhos e mostra os saltos quânticos no tempo que algumas pessoas consegue ter.
CLARKE, Arthur Charles. Um dia na vida do século XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
Vale a pena conferir....
Abços,
Elizete
Em anexo um clip interativo, vamos lá....
Querida Elizete
por favor, qual é a interatividade no clip anexado? Como operar com ele?
Obrigado, Marco
Olá, Marco,
Veja, tenho trabalhado com este clip mais a descontração do grupo, pois envolve música e movimento, saindo da leitura somente de imagem e indo numa interação entre as mesmas,
Abços,
Elizete
Quando o texto menciona a mudança de paradigma na teoria e pragmática comunicacionais, penso que isso também ecoe na mudança de paradigma na teoria e na prática educacionais. Cursos e docentes preocupados com a relação interativa, nos processos de formação, certamente se ocuparão dos três funamentos da interatividade: parcicipação-intervenção, bidirecionalidade, múltiplas redes articulatórias.
De certo modo, isso se coaduna com a relação dialógica advogada por tantos teóricos, como, por exemplo, Bakhtin (dialogismo), Habermas (agir comunicativo) e Freire (interação dialógica).
Lembro-me, até hoje, de como fiquei emocionada quando, em uma das primeiras vezes em que assisti ao Marco Silva, foi-me apresentado o "parangole" como metáfora da interatividade.
Cursos interativos convidam seus professores a "vestir o parangole"; a pensar no curso, desde a sua concepção até as suas ações de mediação e avaliação (de aprendizagem e também avaliação do curso, pelo aluno).
Do mesmo modo, professores interativos também convidam seus alunos a "vestir o parangole", partindo de seus interesses, convidando-os a contribuir com a construção de conhecimento, colocando-os como co-autores do processo de formação. No ciberespaço, com todas as competências autorais inerentes à Web 2.0, mais do que nunca isso é possível, é viável, é desejável.
A interatividade, ou a relação dialógica, de fato consubstanciam-se como pedra basilar, em que se ampara uma mudança de paradigma nas relações interpessoais, em qualquer contexto: de formação, de educação, de comunicação, enfim, de existência conjunta neste mundo.
[ ]
Lucila
Lucila, iniciei meus estudos sobre interatividade a partir de Habermas... sua teoria do agir comunicativo é fabulosa... e muito avançada para nosso tempo. Segundo ela, o conhecimento e a comunicação são frutos da interlocução e não se concentram na ação exclusiva da emissão. Essa base foi para mim a provocação inicial que mais tarde me fez chegar ao parangolé.
Estas referências teórica (Habermas) e artística (Oiticica) têm muito contribuir com a teoria da comunicação e, como diz vc muito bem, tb com a pedagogia. Entender essa contribuição tão bem-vinda na cibercultura, a partir do conceito de interatividade é, nesta unidade, um desafio que supõe o cruzamento duas ciências: comunicação e pedagogia.
bjs,
Marco,
Penso que estudar Habermas (filósofo alemão) é uma aventura intelectual -às vezes complexa- para qualquer leitor. Gostaria, se possível e sumariamente, de conhecer seus "achados", suas mais instigantes reflexões sobre a Teoria da Ação Comunicativa e a relação com a interatividade. Desde já agradeço!
Obs.: usei o termo "sumariamente", mas sinta-se à vontade em explicitá-las como queira.
Abs,
Kalil
Caros
Em resposta a provocação fui buscar algumas propostas de interatividade que coloc abaixo:
O portal Terra lançou em 2007 o Sonora, primeiro canal interativo de música do mercado nacional. Ele permite que o usuário compre canções via download e escute um amplo acervo de álbuns e faixas através da tecnologia streaming, com qualidade de CD.
http://musica.terra.com.br/interna/0,,OI1115405-EI1267,00.html
outro exemplo:
O RadarCultura é um ambiente de relacionamento e troca de idéias para abrir os veículos de comunicação da Fundação Padre Anchieta à colaboração de internautas. A iniciativa começa com a Rádio Cultura AM (1200 KHz em São Paulo), que terá inicialmente parte de sua programação feita pelo público. Pela TV, o Jornal da Cultura diariamente propõe temas para debate relacionados às notícias mais relevantes de cada edição.
http://www.radarcultura.com.br/node/24029
E tem mais:
A peça “A verdade relativa das coisas em si” é apresentada no palco do Sérgio Cardoso, tradicional teatro da cidade de São Paulo e a empresa Webcasters, que organiza o evento, transmite ao vivo a peça, que contará com a participação de atores remotos, que atuam por Skype.
http://www.verdaderelativa.com.br/
Quando leio coisas como esta fico com uma sensação de que interatividade hoje é um Jargão do Marketing para mostrar ao consumidor modernidade...
É para pensarmos...
Abraços
Mônica
Olá Monica
Parabéns pelas colaborações muito atentas. Em destaque, gostaria de ver essa peça que vc cita: “A verdade relativa das coisas em si” . A inclusão do Skype para participação de atores geograficamente dispersos é muito curiosa. Vc foi ver? Conta mais.
E sobre sua frase "Quando leio coisas como esta fico com uma sensação de que interatividade hoje é um Jargão do Marketing para mostrar ao consumidor modernidade...", tb fico instigado a pensar o porque deste movimento que caracteriza o espírito do nosso tempo. O adjetivo "interativo" passa em nosso tempo a redefinir os objetos e os processos criando um verdadeiro panorama cultural que caracteriza nosso tempo.
Certamente há muita embromação no marketing, já que os consumidores passam a comprar tudo que se apresenta como "interativo". Ainda assim, vejo com muita curiosidade estas manifestações, sempre lembrando da frase de um grande especialista em arte interativa chamado Couchot que diz: "a interatividade é o pão cada vez mais cotidiano de uma sociedade inteira".
Bjs,
Caros
A Publicidade e a Propaganda estão cada vez mais buscando a chamada mídia interativa que tem por objetivo fixar o consumidor na propaganda
Vale ver estes dois vídeos
Vitrine Interativa
http://br.youtube.com/watch?v=HcFqgX-PHoY
Propaganda Interativa
http://br.youtube.com/watch?v=QfXBfIO7aRs&feature=related
Como já havia dito no post anterior o que fica é a sensação de que a interatividade é uma peça do marketing moderno...inclusive na cabeça do usuário.
Um abraço
Mônica
Caro Marco, colegas
Fico a pensar nesse conceito de interatividade como potencial de "abrir espaço p/ múltiplas expressões" conforme dito pelo Marco e o fato de ser potencial deixa evidente que trata-se de latência, de vir a ser... Assim a concretização está na inter-ação, ou seja, na ação transformadora de todos os elementos envolvidos - pessoas, tecnologias, concepções, valores...
Os exemplos citados pela Mônica apontam que a área de marketing e propaganda já aprendeu a explorar essas potencialidades.
Entretanto, na educação ainda temos um longo caminho a percorrer. Há educadores que sequer exploram a interatividade para desenvolver processos educativos dialógicos e construtivos. Há outros que o fazem e aqui temos compartilhado exemplos inovadores, mas bem sabemos quanto esforço empregamos p/ viabilizar tais ações... Isto indica que a mudança vai muito além da sala de aula interativa e precisa atingir os sistemas educativos de todos os níveis.
Abç a todos!
Colegas,
Apesar de ter achado excelente os exemplos da interatividade no marketing, concordo com a Beth quando ela diz que na educação ainda estamos longe de desenvolver tal prática. Penso que o lócus próprio para que aconteça a interatividade deveria ser a sala de aula. Mas, se formos analisar, na grande maioria das aulas, não acontece interatividade porque, geralmente, ela acontece de forma linear, possibilitando apenas uma ação e uma reação, ou seja, causa-efeito.
Sabe-se que para se desenvolver qualquer tipo de interatividade é necessário utilizar-se de tecnologias, cada vez mais avançadas, que garantam um maior controle do aluno pelo professor. O processo educacional, presencial ou mediado por essas novas tecnologias propicia que as relações educativas tornem-se cada vez mais dinâmicas, possibilitando que todos os alunos possam interagir no próprio processo, rompendo com velhos modelos pedagógicos que só privilegiam a comunicação unilateral e desconsidera as peculiaridades do receptor, ou seja, do aluno.
Dessa forma, o papel do professor passa a ser ainda mais importante do que o papel de simples transmissor, seja ele crítico ou não. Seguindo o pensamento de Morin (1996), o professor necessita trabalhar com estratégias, ou seja, com cenários de ação que podem modificar-se em função das informações, dos acontecimentos, dos imprevistos que sobrevenham no curso dessa ação, o que significa trabalhar com incertezas, com complexidades.
Abs,
Pessoal,
Alguém tem alguma experiência concreta de interatividade em sala de aula?
Eu pergunto, pois tenho desenvolvido trabalhos em grupo em sala de aula e não dou conta de acompanhar tudo o que acontece. Como seria uma aula interativa? Uma overdose de ofertas de informação!!! Quanta atenção pode se dar a isso? Que adianta produzir, se não há alguém para ouvir (interagir)??
Com quantas pessoas é possível interagir ao mesmo tempo? Inevitavelmente haverá escolhas, inevitavelmente haverá vozes não ouvidas.
Gostaria de saber como as pessoas que estão em aulas interativas lidam com isso.
Silvia
Olá pessoal...
Só pra esclarecer, estamos em uma reunião do GPIMEM (Marcelo Borba, Silvia, Orlando, Maria Helena, Alana e Ricardo) lendo e discutindo esta unidade,...
Um grande abraço a todos
Silvia
Silvia, você aponta algo que a meu ver já é um novo indicativo do perfil do professor online: não dá para acompanhar TODOS ao mesmo tempo. A questão das escolhas deverão refletir a sensibilidade do professor (ou do tutor) para acompanhar inicialmente aqueles que estão demonstrando alguma dificuldade de interação (e de construção do seu conhecimento), mas sem deixar de acompanhar os outros também.
Será que esta inquietação que temos com o desejo de acompanhar todos na mesma medida não seria reflexo de nossas experiências do modelo presencial (e as vezes muito tradicional).
Creio também que uma aula interativa é uma aula planejada, mesmo em conjunto (docente e discentes). Temos que saber o que queremos, temos que expor - inclusive - qual o objetivo da turma naquele momento. A interatividade, no meu ponto de vista, não é uma abertura para tudo, sem um direcionamento, sem a indicação do nosso foco. O que deverá deixar de existir é a mera transmissão!
Realmente Fernando, acredito que uma aula interativa com base numa proposta inovadora de aprendizagem acontece por meio de um trabalho colaborativo, quando professores e alunos se ajudam. E a intervenção, a troca de conhecimentos, o confronto de idéias que favorece e estimula a argumentação proporcionando o desenvolvimento da capacidade crítica bem como a construção do conhecimento.
Sílvia suas perguntas diretas são fruto uma inquietação muito atenta à sua ação docente diante do tema interatividade... são fruto de uma vontade grande de rever sua prática.
Essa inquietação é maravilhosa! Nos trabalhos que realizo para formação docente procuro inicialmente criar essa inquietação. Ela é a pedra angular da mudança. Em seguida, experimentamos soluções... e com teatro. Encenamos expressões da docência interativa presencial e online.
Experimentamos sete indicadores ou sugestões de qualidade. Sala de aula interativa: sugestões de como fazer.
O docente...
- Disponibiliza múltiplas experimentações, múltiplas expressões
- Disponibiliza uma montagem de conexões em rede que permite múltiplas ocorrências
- Formulador de problemas
- Provocador de situações
- Arquiteto de percursos
- Mobilizador da experiência do conhecimento
- Avalia a aprendizagem no processo, de maneira formativa e com base em rubricas definidas coletivamente com os alunos.
Na encenação ele é convidado a atentar para os fundamentos da interatividade que são:
- O professor pressupõe a participação-intervenção do aluno: participar é muito mais que responder “sim” ou “não”, é muito mais que escolher uma opção dada; participar é modificar, é interferir na mensagem.
- Comunicar pressupõe bidirecionalidade da emissão e recepção: a comunicação é produção conjunta da emissão e da recepção; o emissor é receptor em potencial e o receptor e emissor em potencial; os dois pólos codificam e decodificam.
- O professor disponibiliza a possibilidade de múltiplas redes articulatórias : não propõe uma mensagem fechada, ao contrário, oferece informações em redes de conexões permitindo ao receptor ampla liberdade de associações e de significações.
Então Sílvia, nada de "overdose de ofertas de informação", mas muiiiiita vontade de construir com os alunos o seguinte:
- A comunicação e o conhecimento se realizam em cooperação e co-criação entre alunos e com o professor.
- Os grupos de trabalho em redes de colaboração buscam e avaliam informações criando o conhecimento e ampliando a comunicação.
- O professor disponibiliza meios de modos de participação, intervenção, bidirecionalidade e conectividade em rede. Assim ele propõe projetos de trabalho, acompanha os grupos de trabalho e mobiliza a sinergia entre as competências diversas.
- A preleção é bem-vinda, mas deve atuar não como récita, mas como provocação à interlocução, à criação e à co-criação de conhecimento e da própria comunicação.
Vc e todos nós podemos experimentar essa agenda de sugestões de como fazer sala de aula interativa na mediação docente dos nossos módulos nesta nossa pesquisa aqui no Moodle ... em nossas salas de aula presenciais, em nossos cursos online.
Abrç,
Olá Silvia!
Fui professora de uma disciplina eletiva online chamada Interatividade em ambientes informáticos.A preocupação em ofertar essa disciplina foi justamente levar os alunos desenvolver um trabalho de conscientização sobre a importância da interatividade na educação online e do uso das interfaces interativas com o intuito de capacitar e incentivar os discentes para utilização dos recursos tecnológicos disponíveis nos ambientes virtuais de aprendizagem, envolvendo interação,cooperação,mediação pedagógica e produção de conhecimento colaborativo entre outros.No início da disciplina não foi fácil, pois os alunos ainda tinham a cultura do presencial,a interação acontecia numa perspectiva muito reativa.Aos poucos essa concepção fui mudando.Acredito que o papel do professor, tutor é de fundamental importância para que essa interação aconteça de forma significativa motivando, estimulando a participação dos sujeitos envolvidos nesse processo de trocas, seja em ambientes online ou sala de aula presencial.
Abraços!
Ei, pessoal!
Como exemplos de interatividade entre alunos, lembro a participação em jogos interativos no computador, assim como, em sessões de chat e fóruns de discussão. Os chats são encontros síncronos, realizados em horários pré-estabelecidos, onde o aluno pode tirar dúvidas, interagir com outros alunos e debater um tema pré-estabelecido pelo professor. Os fóruns de discussão proporcionam comunicação assíncrona entre alunos do curso e professor, onde o professor lança um tema de discussão relacionado ao tema em estudo e os alunos registram suas opiniões com os demais participantes, sempre tendo o professor como moderador do debate.
Abs,
Olá pesquisadores e pesquisadoras
Vamos esticar um pouco mais a duração da Unidade 2 do nosso Módulo 4. Há muitos textos linkados ao texto base da unidade. Acreditamos que por isso seja preciso mais algum tempo para ampliação das participações.
Lembro que temos dois fóruns na Unidade 2 aguardando sua participação no Módulo 4. Veja:
Sua participação é fundamental para sustentar nossa pesquisa sobre docência e aprendizagem online.
Um forte abraço, Equipe_UNESA.1
Olá gente querida!
Para atender à proposição do Fórum: Que é interatividade , enviei um email ao Gilbertto Prado, uma das maiores ferências brasileiras em web-arte , prof. da ECA-USP, pedindo sugestões de obras interativas na internet.
Ele enviou algumas opções que repasso aqui em seguida. Convido vcs ao conhecimento estas obras e a darem suas avaliações sobre o que elas tenham de interatividade. Há, inclusive a famosa obra dele mesmo: "desertesejo". Vale a pena conferir!
Este exercício da Unidade 2 tem como propósito aprofundar o entendimento sobre interatividade de modo a passarmos à 3ª e última Unidade do Módulo 4 onde discutiremos especificamente a interatividade na docência online.
Indicações do Gilbertto Prado:
- Marco, tem uma versão monousuário do desertesejo em
www.cap.eca.usp.br/desertesejo que está funcionando bem. Outros
dados podem ser obtidos em
http://www.cap.eca.usp.br/gilbertto/desertesejo.html - Tem um outro projeto bem recente que a gente (Grupo Poéticas Digitais) vai estar apresentando em setembro na Macedonia na exposição Upgrade International!, mas ainda não está finalizado e o site ainda não está
no ar. É uma web-instalação, com uma parte na rede e outra fisica para
acesso remoto. Vai mais como uma informação e assim que estiver terminado e/ou tivermos mais dados, vamos enviando.
http://www.cap.eca.usp.br/poeticas/?page_id=37 - Projeto Percorrendo Escrituras Community of Words
(http://www..e-gallery.com.br/cp/)de Silvia Laurentiz e Martha Gabriel. - Cubos de cor http://www.andreithomaz.com/arte/color_cubes/ de Andrei Thomaz
Parto da seguinte hipótese em minhas pesquisas sobre docência online: o docente online precisa ser incluído cibercultural, pois não basta ser incluído digal. A web-arte interativa pode contribuir enormente na inclusão cibercultural do professor. Podemos desenvolvier este agumento na Unidade 3 deste Módulo 4.
Forte abraço, Equipe_UNESA.1
Marco, pessoal, a distinção entre interatividade e reatividade que o Marco apresentou lá em cima, foi cruzada com as idéias sobre comunicação que o Anísio Teixeira expressa em seu texto.
Anísio previu que nossa escola hoje... (ou bem antes) estaria cheia de cinema e de outros instrumentos que permitiriam que a extensa agenda que ele propunha para a escola pudesse ser cumprida. E olhem que o cinema, pelo que entendo só pode ser reativo e olhe lá... ou há exemplos de cinemas interativos?
Qual é nossa agenda para a interatividade? O que queremos com ela? Por que ela é importante? Que pressupostos estão por trás de nosso desejo pela interatividade?
Bom acho que vou precisar de um camenere para pensar sobre essas perguntas.. mas certamente aqui há gente que já pensou mais sobre isso do que eu!
Marco, pessoal.. enquanto penso mais sobre as perguntas que a leitura do texto do Anisio Teixeira com as distinções do Marco sobre reatividade e interação vou falar das minhas experiências com a interatividade que me fascinam:
a) a primeira dela foi ainda adolescente, nos anos 70 vendo o teatro interativo no off-off-off-off broadway. A idéia de que o texto de uma peça de teatro pudesse se modificar a partir da minha interação era algo fascinante. Mas ainda a idéia de que não havia platéia e palco me tirava do chão.. e isso que sentado no chão já estava;
b) bom uma idéia também que me deu entre essa inserção e a anterior, ao reler o mini-texto do Marco lá em cima sobre reatividade e interatividade é que é estas são noções também datadas e historicamente situadas. É claro que atualmente internet e interatividade são pensadas juntas e inclusive as duas tem o prefixo inter... mas isso não tem mais do que 10 anos;
c) o Marco cita em 1995 o Trabalho da Tania Fraga. Ela esteve aqui em Rio Claro em maio, na conferência GPIMEM 15 anos (Beth Almeida e Patricia Torres, nossas colegas deste curso também...) e fizemos uma apresentação dela em um bar. Foi ótimo e foi diferente, mas ainda nem de longe foi interativo.. embora as imagens com os nossos óculos tivessem vendo mil interações matemáticas;
d) mais recentemente, tenho trabalhado com um colega canadense e outros brasileiros sobre a idéia de performance matemática digital, que tem ao mesmo tempo.. filmes (portanto reativos) e convites para interações digitais e performances matemáticas digitais (http://www.edu.uwo.ca/dmp/) e lá nós temos um texto que saiu publicado no For the Learning of mathematics, um periódico canadense, onde discutimos a noção de spectaCtor ao invés de spectator. A idéia que invadiu a chamada teoria da performance tem raiz fortíssima no teatro do Boal, do teatro do oprimido. O trocadilho em inglês transforma o espectator no spect ator. ou seja ele assite e é ator ao mesmo tempo.
e) Um pouco depois da experiência do off-off-off brodway, faço uma incursão no teatro e participo de um grupo de terapia ambos com influência dessa tropa (Roberto Freire, Boal e outros...) e era tudo interativo, mas interativo... de 1970 e muitos...
f) Mas agora qual minha agenda com a educação matemática?...
bom já tá ficando longo..
Olá Marcelo. Parabéns pela ricas experiências interativas na juventude.
Destaco suas discussões sobre a noção de spectaCtor ao invés de spectator. Detaco tb sua referência ao Teatro do Oprimido do Augusto Boal
No final dos anos 1960 Boal definiu seu teatro dizendo coisas como: “Espectador, palavrinha feia essa.” Em 2008 ele é indicado ao premio Nobel da Paz... Muito justo, não é?!
/embed>Mapeei seu método teatral assim:
Trata-se de uma concepção do teatro intencionalmente engajado em libertar o espectador oprimido. Para Boal:
“O espectador, ser passivo, é menos que um homem e é necessário re-humanizá-lo, restituir-lhe sua capacidade de ação em toda a sua plenitude. Ele deve ser também o sujeito, um ator, em igualdade de condições com os atores, que devem por sua vez ser também espectadores.” ( BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 168.)
Por isso propõe uma metodologia de “conversão do espectador em ator” (p. 131) e uma materialidade da ação cênica que comporte um roteiro aberto. A peça encenada é antes de tudo um ambiente pedagógico que ensina a participar. Os atores desenvolvem a história de modo que, em determinados momentos, provocam o posicionamento dos espectadores sobre possibilidades de continuação. Estes são convidados à intervenção, à co-criação de continuidades. A metodologia de “conversão do espectador em ator” serve para desbloquear o espectador para que participe da ação dramática e se prepare para agir em seu meio social: “O espetáculo é uma preparação para a ação”, ele diz.
Esta metodologia pode inspirar o professor no sentido de cuidar da fala e atuação dos alunos e, por que não?, também da sua fala, atuação, expressão corporal e ousadia. Há alunos oprimidos... agindo como espectador em sala de aula presencial e online... Boal neles!!!! Há professores baseados na “pedagogia da transmissão” na sala de aula presencial e online... Boal neles!!!
Ele é indicado ao prêmio Nobel da Paz na cibercultura!
Veja o que diz um importante dicionário de teatro sobre nosso candidato ao Nobel da Paz
“Provavelmente, nenhum teórico contemporâneo explorou as implicações políticas da relação espetáculo-platéia de maneira tão penetrante e original quanto o diretor brasileiro Augusto Boal. Como Brecht, ele rejeita o drama ‘aristotélico’ como um instrumento da estrutura de classes estabelecida; entretanto, mostra-se mais pormenorizado e explícito do que Brecht ao revelar como o drama aristotélico se presta a isso. (...) Aristóteles edificou ‘o primeiro e mais poderoso sistema poético-político destinado a intimidar o espectador e a eliminar as tendências ‘más’ ou ilegais da platéia’. No ‘teatro do oprimido’, o espectador não delega poderes ao ator, mas ‘assume ele mesmo o papel do protagonista, altera a ação dramática, sugere soluções, discute projetos de mudança’” (CARLSON, Marvin. Teorias do teatro: estudo histórico-crítico, dos gregos à atualidade. São Paulo: UNESP, 1997, p. 458s).
Muito justo, não é?!
Abrç.
Para responder a pergunta: o que é interatividade trago um especialista na área.
Patricia
Aí vai um pouco mais de Marco Silva.
Patricia
Prezado Marcelo, essa pergunta eu fiz a vc em outras palavras quando me disse que faz ensino de matemática online muito bem.
Aguardo sua resposta...
Parece-me que, sem entrar nos dilemas e melindres da religiosidade (e sem fazer proselitismo), até mesmo as igreja (e religiões) estão aderindo ao uso do termo interativo - sem oferecer uma verdadeira interatividade.
Exemplo: ver http://www.joveminterativo.com.br/
Pimentel,
Acredito que precisaríamos conhecer mais de perto a proposta desses jovens (uma visita in loco, quem sabe), a fim de entender como concebem a interatividade (talvez sejamos surpreendidos). Será que no presencial eles (ou outros) realmente não são interativos? Cada caso (igreja, religião etc.) é um caso (vale a redundância), não verdade?!
Abs,
Fábio, muitas vezes nos deparamos com situações e realidades que realmente nos surpreendem. Concordo com você, mas fiz a associação diante de nossa problemática de da análise que estamos fazendo do uso indiscriminado do termo INTERATIVIDADE, sendo uma verdadeira banalização (SILVA, 2006, p. 30) da palavra e de seu sentido.
Se pudéssemos fazer a visita in loco poderíamos verificar bem a realidade e poderíamos tecer comentários mais pontuais. Mas como está disposto na página(site) - e diga-se que na maioria dos usos mercadológicos é assim - o que podemos perceber é que não há interatividade, mas reatividade.
E como você diz, cada caso é um caso!
Olá pessoal!
Acredito que este termo interatividade está presente em tudo, principalmente nos meios digitais. Nos blogs, fóruns de discussões, sites de relacionamentos,em ambientes virtuais de aprendizagem onde as pessoas se comunicam através desses meios eletrônicos.
Um bom exemplo disso é se chegarmos a uma loja de produtos eletrônicos, o vendedor vai nos vender um produto porque diz que tem algumas funções e por ter essas funções o produto se torna interativo. Observo que o termo interatividade está cada vez mais popular.
Luzia
olá gente... passeando pelas discussões do fórum, fiquei instigada a comentar um pouco sobre a interatividade e a reatividade colocadas aqui...
Certamente, essa distinção não é fácil de ser feita, e Marco foi muito feliz ao buscar a inspiração na arte participacionista de Oiticica... Fui ao FILE em Porto Alegre em Abril, e lá pude ver a distinção clara entre obras reativas e interativas... Apesar de denominarem-se todas interativas, as observações, tendo como base os nossos estudos, nos faz refletir... Socializo aqui duas obras que me chamaram a atenção.
1º OBRA- MOVE é uma instalação que usa visão computadorizada e interação do corpo, permitindo que os participantes experimentem seis diferentes tipos de ações geralmente realizadas por avatares em vídeo games: pular, evitar, perseguir, arremessar, esconder-se e pegar. Apesar de ser criativa, permitir a participação corporal ativa do sujeito, a obra não permite a co-criação, por isso caracteriza-se como reativa... Você tem a possibilidade de reagir com movimentos a comandos pre estabelecidos pelo roteiro. Muito criativo, mas no entanto totalmente reativo.
2º OBRA – Essa foi marcante... OUPS, uma obra de Márcio Ambrósio, Creio que nessa o conceito de interatividade fica evidente e pode ser vivenciado. , Essa instalação mistura tecnologias videográficas, animação clássica de uma forma lúdica e artística. Cada seqüência animada possui um roteiro e o visitante interage se transformando em um ator dessa história. Quanto o visitante entra em um espaço definido, uma câmera grava sua imagem e a projeta em uma tela em frente como um espelho em tamanho e tempo real. O visitante se vê integrado em um cenário de animações que segue seus movimentos se encontrando imerso em um universo de imagens e sons, assim cada sujeito pode percorrer o roteiro disponibilizado, co-criando a sua própria história.
Antonete Xavier.