Fórum Roberto Silva

Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Marco Silva -
Número de respostas: 14

Olá cursistas

Estamos em nossa última unidade do Módulo 4.

Neste Fórum Roberto Silva vc está convidado a ler a proposta da Atividade 1 e a participar assim:

  • poste suas contribuições
  • comente as postagens dos colegas.

Em resposta à Marco Silva

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Marco e todos os demais,

Com uma certa experiência em educação online e formação de professores, acredito que para ser docente online, é preciso antes participar de vários cursos online, de vivenciar a discência online. Mesmo se tratando de educação, as estratégias de ensino e aprendizagem são outras, as demandas são outras, pois os sujeitos se encontram dispersos geograficamente.

Além de que é uma questão cultural que precisa ainda ser instaurada.

O discente online precisa ser provocado para interagir, para participar das atividades, para se expressar, pois se ele não se coloca, ele não existe, não sentimos a sua presença. Suas inquietações precisam ser solucionadas, portanto precisam estar em constante estado de busca, de pesquisa. Daí, a mediação pedagógica é fundamental.

O discente online precisa sentir a presença constante do docente, que é dada a partir dos comentários de suas falas e das atividades desenvolvidas.

Ele precisa criar vínculos com os demais membros da comunidade de aprendizagem, sentir-se a vontade para se expressar. O que pode acontecer através da formação de grupos de estudos e de trabalho.

Nesse sentido, acredito que as vivências no ambiente do curso, a partir da mediação do docente e dos próprios colegas, podem ter trazido esse aprendizado para os docentes: estratégias que contribuissem para essas demandas tratadas acima, o que os deixou mais seguros para atuar nessa nova sala de aula.

No Moodle encontramos diversas possibilidades de postar material, de interagir, de construir conteúdos individual ou coletivamente. Mas, devemos sempre lembrar que a provocação da interatividade e da hipertextualidade não estão nessas interfaces, mas sim nas mãos do professor, ao se apropriar das mesmas.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá Maristela,

Adorei suas pontuações. Concordo plenamente que não são os recursos, "a provocação da interatividade e da hipertextualidade", simplesmente que provocam a interatividade, mas principalemtne nas mãos do mediador. Digo isso lembrando que temos designs que podem dificultar a imersão de todos os envolvidos neste processo... acho que todos nós já vevenciamos alguma situação assim.

Lembro de um curso em que participei como docente, cujo ambiente só previa uma única "devolutiva" ao aluno e na época não tínhamos tb a possibilidade de acesso a emails dos alunos... A interatividade, a mediação ficava truncada e tínhamos que usar alguns artifícios para "driblar" o ambiente. Felizmente não é esse o caso do Prof. Roberto.

Quero comentar aqui alguns pontos que foram discutidos neste curso e que, por coincidência se relacionam com uma experiência vivida por mim. Hoje, eu estava participando num grupo de pesquisa da exposição de dois alunos que apresentavam dados construídos por meio de questionários aplicados a professores da educação básica sobre o uso do computador/ internet na prática docente, quando nos deparamos com algumas questões:

1) há professores que usam o computador para preparo de atividades, emails etc, mas não em suas ações pedagógicas;

2) há professores que não usam o computador para quase nada e outros simplesmente não usam;

3) muitos professores sequer percebem/conhecem o papel das tecnologias na vida de seus alunos etc;

E quando estávamos debatendo calorosamente os porques de tal situação, fomos surpreendidos, ao vasculhar o site do colégio investigado, com projetos fantásticos, isolados é certo, desenvolvidos por professores em suas disciplinas... alguns integravam diferentes áreas do conhecimento, alunos envolvidos que também tomavam à frente dos trabalhos... Foi uma descoberta fantástica e nos levou a ampliar nossas reflexões...

Mas por que conto isso aqui? Porque quero compartilhar uma inquietação: muitas vezes damos mais atenção à falta de ação dos professores, à resistência, à superação da pedagogia da transmissão, como foi brilhantemente debatido em diversos momentos e  será que o fazemos, na mesma medida, a situações apresentadas como a do Prof. Roberto?

Bem, Prof. Roberto, parabenizo-o por propiciar atitude imersiva... e espero que todos possam contribuir também nesta atividade...

Desculpem a provocação, mas o processo interativo também se dá por aí, não?

Bjs

Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá Maristela e Adriana,

A questão cultural é um ponto que faz com que muitos “docentes e discentes” criem barreiras, fincando restrito apenas ao modelo tradicional de ensino, não buscando inquietações. Concordo que o discente precisa ser provocado a todo instante para que interaja nos ambientes, mais é bom lembrar que isso ocorre também no modelo tradicional, onde o aluno precisa a todo o momento ser estimulado a participar das atividades em sala de aula.

Vejo em muitas cidades do Brasil e principalmente no nordeste que muitos professores simplesmente menosprezam alguns recursos que poderiam ajudar em sala de aula, por falta de conhecimento dos mesmos e por já ter criado uma muralha contra esses recursos.

Tive uma experiência em um curso onde professores simplesmente estavam achando que davam suas aulas de forma correta, e não se perguntavam o porquê de tantos alunos estarem sendo reprovados em suas disciplinas (matemática e física). Achavam que era culpa dos alunos e não no modo deles ensinarem. Fui bombardeado por todos os professores “discentes” do curso, quando quis debater a respeito de EaD. Fui tratando como um fora da lei, eles achavam inadmissível aprender dessa forma. É como Adriana fala: 1) há professores que usam o computador para preparo de atividades, e-mails etc, mas não em suas ações pedagógicas; 2) há professores que não usam o computador para quase nada e outros simplesmente não usam; 3) muitos professores sequer percebem/conhecem o papel das tecnologias na vida de seus alunos etc;

Acredito que ainda temos um caminho muito longo pela frente para que possamos provocar inquietação nessas pessoas e que elas possam querer aprender nesse mundo virtual e que possam levar essas experiências para seus alunos.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá, caros colegas,

Concordo com as idéias acima, mas vejo que as novas gerações estarão impulsionando novas condutas de ser e agir no tempo e espaço digital e apesar de nosso país ter grandes desafios de inclusão digital ainda, o futuro se estabelecerá nestes novos cenários, cada vez mais amplo em nossas vidas e quem não se preparar para este Mundo Novo, creio que podemos chamar assim, pois são novas linguagens e condutas se estabelecendo terá grandes dificuldades de sobreviver neste espaço digimano. Cabe esta idéia:

Gerenciar não é mais a direção da coisa, mas o aperfeiçoamento das pessoas. Mudança é o processo pelo qual o futuro invade as nossas vidas. Os países não são mais classificados como 'ricos e pobres', mas como 'rápidos e lentos', como 'com conhecimento e sem conhecimento'. Alvin Toffler

Abços virtuais...

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá Elizate Matos,

Segundo Bauman, estamos vivendo a modernidade liquida e o sujeito na modernidade liquida, tem a forma e o formato dos fluidos que se movem facilmente. Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbordam”, “vazam”,... diferente dos sólidos, que não são facilmente contidos – contornam certos obstáculos, dissolvem outros e invadem ou inundam seu caminho. Do encontro com sólidos emergentes intactos, enquanto os sólidos que encontrar, se permanece sólido, são alterados – ficam molhados ou encharcados. A extraordinária mobilidade dos fluidos é o que os associa à idéia de “leveza”. Sendo assim: novos e aperfeiçoados sólidos.

O conceito de fluidez “qualidade de líquidos e gases” reflete muito que a sociedade esta presenciando, a modernidade liquida, (instantaneidade). E segundo a enciclopédia britânica, é que eles “os fluidos” “não podem suportar uma força tangencial ou deformante quando imóveis” e assim “sofrem uma constante mudança de forma quando submetidos a tal tensão”, isso quer dizer que dependendo da força ou do impacto, seja de forma tangencial ou não esse fluido irá deformar, podendo adquirir novas formas, ou seja, os fluidos não fixam o espaço e nem prendem o tempo, em contrapartida os sólidos tem dimensões espaciais e claras, ao contrario dos fluidos, o sólido consegue neutralizar o impacto e diminuir a significação do tempo, os fluidos estão propensos e não se atêm a nenhum tipo de forma e esta constantemente pronta a mudar sua forma. O sujeito muda a todo o momento e todo instante, adquirindo varias formas e formatos como conseqüência de não querer viver um real totalmente real, mais viver em um real com jeito de fantasia.

O sujeito passa a se moldar de acordo com a situação ou momento que esta presenciando ou vivendo, ou seja, antes era um sólido inabalável e hoje é um sólido que se molda a situação e se move de acordo com a ação, sendo assim um sólido modificado, ou como Bauman legitima um sólido aperfeiçoado. E os primeiros sólidos a derreteram sem o sujeito ter percebido são: lealdade tradicional, direitos costumeiros, obrigações com família e amigos, ética, princípios básicos.

A forma de derreter os sólidos deixa toda a complexa rede de relações sociais no ar – nua, desprotegida, desarmada e exposta, imponente para resistir às regras de ação e aos critérios de racionalidade inspirados pelos negócios, quanto mais para competir efetivamente com eles. O mercado cada vez mais competitivo e tomado pelo capitalismo faz com que as pessoas corram a todo o momento contra o tempo, passando muitas vezes por cima de tudo e de todos, para alcançar seus objetivos, ou seja, derretendo os sólidos que antes eram intocáveis, e que muitas das vezes não são os objetivos do sujeito e sim objetivos esses que o mercado impõe sem ele perceber. Muitas das vezes o sujeito não analisa as ações tomadas no dia-a-dia, apenas as fazem impostas muitas das vezes pelo próprio mercado.

Para o sujeito fluido o tempo é primordial e não o ignora jamais, já o sólido suprime e ignora o tempo sendo normal e não importando muito. O que esta acontecendo é uma redistribuição e realocação dos poderes de derretimento da modernidade. Os primeiros a serem afetado foram as instituições existentes, como os estamentos hereditários que foram modificados e moldados de outra forma. A modernidade liquida começou a moldar e exigir alguns padrões que foram pré-estabelecidos e que o sujeito teria que se adequar a esses padrões, isso quer dizer que não foi quebrado nenhum molde sem que fosse substituído por outro; as pessoas foram libertadas de suas velhas gaiolas apenas para ser admoestadas e censuradas caso não conseguissem se realocar, através de seus próprios esforços dedicados, contínuos e verdadeiramente infindáveis, nos nichos pré-fabricados da nova ordem: nas classes, as molduras que encapsulavam a totalidade das condições e perspectivas de vida e determinavam o âmbito dos projetos e estratégias realistas de vida e determinavam o âmbito dos projetos e estratégias realistas de vida. A tarefa dos indivíduos livres era usar sua nova liberdade para encontrar o nicho apropriado a ali se acomodar e adaptar: seguindo firmemente as regras e modos de conduta identificados como corretos e apropriados para aquele lugar.

Os poderes que liquefazem passaram do sistema para a sociedade, da política para as políticas da vida – ou desceram do nível macro para o nível micro do convívio social.

A nossa é, como resultado, uma versão individualizada e privatizada da modernidade, e o peso da trama dos padrões e a responsabilidade pelo fracasso caem principalmente sobre os ombros dos indivíduos.

O que de fato está em jogo no novo tipo de guerra na era da modernidade liquida: não a conquista de novo território, mas a destruição das muralhas que impediam o fluxo dos novos e fluidos poderes globais. A guerra parece cada vez mais uma promoção do livre comercio por outros meios.

Para que o poder tenha liberdade de fluir, o mundo deve estar livre de cercas, barreiras, fronteiras fortificadas e barricadas. Qualquer rede densa de laços sociais e em particular uma que esteja territorialmente enraizada, é um obstáculo a ser eliminado. Os poderes globais se inclinam a desmantelar tais redes em proveito de sua continua e crescente fluidez, principalmente fonte de sua força e garantia de sua invencibilidade.

Atenciosamente,

Ibsen Bittencourt

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Marco Silva -

Prezado Ibsen Bittencourt

Sua reflexão baseada no sociólogo Zygmunt Bauman é muito bem-vinda. O tema da modernidade líquida é valiosíssimo em muitas frentes. Na educação online certamente tem seu lugar garantido. Entretando peço a vc que traduza sua apropriação de modo mais direta para o tratamento da docência online.

Por favor, conto com sua ajuda nesse trabalho de pontuar sugestões ao docente online baseadas na eloquente metáfora do "liquido" baumaniano.

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Caro Prof. Marco,

Nas últimas décadas estamos sendo partícipes de um grande número de mudanças com uma rapidez indescritível e com intensidade cada vez maior. Não podemos negar que a mudança sempre existiu na história da humanidade, mas não com o volume e rapidez que ocorre hoje. Não restam dúvidas que vários fatores contribuem para isso, tais como: mudanças econômicas, tecnológicas, legais, políticas, demográficas, ecológicas, sociais, culturais que atuam de maneira conjugada e sistêmica em um campo dinâmico de forças que produzem resultados inimagináveis, gerando a imprevisibilidade e a incerteza para sociedade.

Essas incertezas trazem muita insegurança, vemos essa insegurança sendo transformadas em barreiras para atuar na docência online, sempre o novo causa medo e resistência, fazendo com que as pessoas criem essas barreiras. Na modernidade liquida nos quebramos essas barreiras e nos moldamos de acordo com as situações que nos deparamos. Segundo Bauman o sujeito passa a se moldar de acordo com a situação ou momento que esta presenciando ou vivendo, ou seja, antes era um sólido inabalável e hoje é um sólido que se molda a situação e se move de acordo com a ação, sendo assim um sólido modificado e ou aperfeiçoado. Na EaD temos que quebrar essas barreiras que é a sala de aula tradicional e nos moldarmos aos ambientes virtuais e suas interfaces.

Essa é a minha visão Professor Marco. Agradeço a oportunidade de discutir sobre a modernidade liquida nesse módulo 4. E dizer que estou aproveitando e aprendendo bastante com as discussões nos fóruns.

Estou escrevendo um artigo sobre a influencia da modernidade líquida na EaD, fazendo contra pontos sobre a modernidade Reflexiva de Giddens, sociedade em rede de Castells e sociedade de risco de Beck. Depois gostaria de ter algum feedback se possível dos colegas.

Abraços,

Ibsen Bittencourt

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá, caro colega, que profundidade de reflexão, adorei ler. Realmente até onde somos livres numa complexidade perene que é a vida e a sociedade que nela se estabelece, dependendo do meio em que você está inserido. Que comando social nos condicionam e tecem fios envoltos em nosso Ser, Agir e Sentir!!!

Abços,

Elizete

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Prezado colega Ibsen :

Muito pertinentes suas colocações a respeito do conceito de modernidade líquida na perspectiva do Bauman. Um dos grandes pensadores da contemporaneidade, esse autor chama a atenção  para a modernidade líquida, que funciona com o  (des)enraizamento e com a (des) territorialidade, se assim posso chamar. Como você cita muito bem “essa modernidade líquida vem instaurar novos fluxos  e fluidos de poderes globais que  exige do cidadão outros padrões de comportamento, desmantelando  os laços e redes sociais instaladas em proveito de uma continua e crescente fluidez, fonte de sua força e garantia de sua invencibilidade e poder.  

Outros filósofos do tempo presente como Milton Santos  (2002) já denunciavam  esse período, com uma crise no corpo social que agride o cidadão, que se vê desamparado, onde os laços de solidariedade e compreesão são inexistentes.

  Fazendo a transposição didática para o caso desse  Fórum, como deseja o Marco, diria que o professor da situação problema age no sentido de minimizar esse estado de coisas, na medida em que faz com que seus alunos interatuem, dando feed-backs constantes e promovendo a dinamização das relações em ambientes virtuais de aprendizagem.   As considerações de Maristela são perfeitas: a fluidez dessa era digital  exige que o professor se aproprie de novas estratégias, buscando instaurar uma nova cultura que facilite a  criação de vínculos dos discentes online com os demais membros da comunidade de aprendizagem. Para mim esse é o ponto chave e um dos maiores desafios que temos que enfrentar..

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Marco Silva -

Elizete, por favor,

traduza para nós sua reflexão frente ao desafio da Atividade 1. Não entendi sua mensagem.

Obrigado,

Em resposta à Marco Silva

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Olá, Marco, já passado o tempo mas a resposta, ou melhor idéias. Vejo que estes novos tempos apontam olharmos ao mesmo tempo em diversas direções. Creio que necessitamos ampliar nosso olhar para enxergar numa profundidade maior ao invés de simplesmente vermos as coisas; precisamos ouvir o inaudível num sentido mais amplo no lugar de simplesmente escutarmos, de tocarmos de diferentes maneiras ao invés de apenas nos esbarrarmos e acharmos que já fizemos nossa parte. Nos pilares segundo a UNESCO evidencia-se o aprender a aprender na perspectiva de : aprender a conhecer, fazer, ser e conviver, se não tivermos a capacidade de conjugar em tudo isso o sentir, creio que fica como o nosso belo Hino ¨deitados em berço explêndido¨, os sentidos adormecidos e esta história social, política e educacional que vemos e vivemos em nosso país parece ser apenas um sonho, ou melhor um pesadelo. Vejo - mas não enxergo, ouço - mas não escuto, toco - mas não sinto. Interatividade é movimento de dentro para fora, onde existem perspectivas de comungarmos o NÓS...

Abços virtuais...

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Marco Silva -

Maristela, vc oferece varias sugestões valiosas referentes à Atividade 1. Para mim sua principal sugestão é:

  • No Moodle encontramos diversas possibilidades de postar material, de interagir, de construir conteúdos individual ou coletivamente. Mas, devemos sempre lembrar que a provocação da interatividade e da hipertextualidade não está nessas interfaces, mas sim nas mãos do professor, ao se apropriar das mesmas.

Maravilhosa orientação! Perabens!!!

Pontuo tb suas outras sugestões muito pertinentes:

  • Para ser docente online, é preciso antes participar de vários cursos online, de vivenciar a discência online. Mesmo se tratando de educação, as estratégias de ensino e aprendizagem são outras, as demandas são outras, pois os sujeitos se encontram dispersos geograficamente.
  • Atuar online supõe lidar com uma questão cultural que precisa ainda ser instaurada.
  • O discente online precisa ser provocado para interagir, para participar das atividades, para se expressar, pois se ele não se coloca, ele não existe, não sentimos a sua presença.
  • As inquietações do docente online precisam ser solucionadas, portanto ele precisa estar em constante estado de busca, de pesquisa.
  • O discente online precisa sentir a presença constante do docente, que é dada a partir dos comentários de suas falas e das atividades desenvolvidas.
  • O docente online precisa criar vínculos com os demais membros da comunidade de aprendizagem, sentir-se a vontade para se expressar. O que pode acontecer através da formação de grupos de estudos e de trabalho.
  • As vivências no ambiente do curso, a partir da mediação do docente e dos próprios colegas, podem trazer esse aprendizado para os docentes. Aprendizado de estratégias que contribuam para essas demandas colocadas acima, estratégias que os deixem mais seguros para atuar na nova sala de aula.

São belíssimas sugestões Maristela! Elas revelam sua rica experiência com docência online no Moodle. Parabéns, mais uma vez. Continue trazendo sua experiência viva para nosso pesquisa interinstitucional

Beijão,

Em resposta à Marco Silva

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Oi Marco e todos,

Atualmente estou atuando na mediação de 3 turmas de curso online - formaçao de professores. Uma delas discutindo a Web 2.0 e a Educação e as outras duas para formação de Coordenadores de Laboratório de Informática nas escolas públicas.

Enquanto docente online tenho muitas inquietações que vêm emergindo na minha prática, uma delas e que gostaria de compartilhar e discutir aqui é o trabalho em grupos.

Sempre proponho essa metodologia, mas percebo que ainda há uma grande dificuldade das pessoas conseguirem construir algo coletivamente. De um modo geral, cada um faz seu pedacinho e depois junta tudo, não disponibiliza seu texto aos poucos para que todos possam ver e alterar, acrescentar ou opinar sobre. Quando chega a disponibilizar, ainda há a questão do melindre, se alguém faz uma crítica.

As versões postadas (seja em formato doc ou construída no wiki), em muitos dos casos, permanecem sem alteração. Alguns até percebem que há equivocos ou que trechos precisam ser melhorados, mas não se habilitam a mexer.

O problema já começa desde o planejamento da realização da atividade, que, de um modo geral, não acontece. Um dos membros toma a iniciativa de começar, sem uma discussão e negociação com os demais integrantes do grupo.Esse mesmo membro que tem um conhecimento mais aprofundado da temática e com as tecnologias termina fazendo tudo ou quase tudo. E no seu individualismo não contribui para o crescimento do seu grupo específico, nem se preocupa com os demais membros da comunidade virtual de aprendizagem.

Não se organizam para reuniões online em um Fórum-chat ou mesmo num chat, ou não conseguem trocar idéias em listas de discussão ou Fórum.

Conseguem tempo para se encontrar presencialmente - mesmo morando em municípios diferentes, mas não o fazem no ambiente virtual.

Por tudo isso, continuo a insistir que a docência e a discência online é uma questão cultural que ainda precisa ser instaurada. Acho que essas reflexões ajudarão a qualquer docente que esteja disposto a propor a construção colaborativa de conteúdos e conhecimentos na rede.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Atividade 1 - Unidade 3 - Módulo 4

por Usuário excluído -

Maristela e colegas,

A situação que vc apresenta foi ou é vivenciada por todos nós (ou quase todos) cotidianamente. Ao longo de minha docência, via ambientes online, participei e presenciei de experiências muito semelhantes à que vc relata. Acredito que possamos inferir que tais condutas estejam tb associadas ao que temos discutido aqui sobre a pedagogia da transmissão. Grande parte dos docentes foram formados para o falar-ditar, como dito em diversas ocasiões pelo Marco e demais colegas, e o processo de mediação transcende essa prática, vai de encontro a essa forma de agir docente e discente.

Quero falar a partir da sua observação: "De um modo geral, cada um faz seu pedacinho e depois junta tudo, não disponibiliza seu texto aos poucos para que todos possam ver e alterar, acrescentar ou opinar sobre. Quando chega a disponibilizar, ainda há a questão do melindre, se alguém faz uma crítica."

Tive oportunidade de acompanhar uma experiência diferente, com um grupo de escritores que eram "alunos" (chamados oficineiros) de uma oficina de escrita literária. A dinâmica destas oficinas, ministradas por um escritor conhecido de muitos de nós (João Silvério Trevisan - 3 vezes ganhador do premio Jabuti - um deles pela obra "Ana em Veneza"), era um tanto diferente das que eu estava habiatuada: era condição de todos os participantes a leitura e crítica das produções de todos os participantes. No início essa prática era difícil, alguns oficineiros inclusive desistiam, pois a carga de criticar e ser criticado às vezes é insuportável, pois como vc pontua, os melindres, emergiam enfaticamente.

Entretanto, ao final do curso todos faziam críticas e encaravam as críticas às suas produções de forma tranquila, efetivamente construtiva. Cheguei a questionar a mediação desenvolvida por este "docente", por vezes bastante dura. Mas ele conseguiu promover, na época, o que hoje debatemos sobre comunidades colaborativas ou comunidades de aprendizagem. Os alunos desenvolviam práticas de leitura e escrita literárias e criavam comunidades para além do curso. Adquiriam vida própria e mesmo ao término do curso continuavam produzindo coletivamente, trocando textos, confiando que o outro estava ali para ajudar na produção, tal qual um mediador faria/faz, mas agora numa prática de mediação partilhada.

Gosto de contar essa experiência porque acho que temos sim um longo caminho pela frente, mas que é possível romper, transcender com condutas engessadas, impregnadas pela formação "sólida" apresentada pelo Ibsen, que se confronta com a realidade (sociedade/modernidade) líquida que Bauman nos fala, como uma sociedade sem formas rigidas (liquefeita), convergente com a trilogia de Sloterdijk (Esferas)...

Os ambientes online demandam outras formas de comunicação, outras linguagens e possivelmente há nestes professores, Maristela, um certo medo do registro, do que ficará materializado nestes ambientes. Claro que esta é uma das possibilidades... Mas certamente deva ser trabalhado/investigado...

Beijos

Dri