Autores que se dedicam ao aprofundamento do esquema explicativo de Vygotsky acerca das relações entre desenvolvimento, aprendizagem, aprendizagem escolar e instrução que podem ser englobados no título "Psicologia Cultural", uma vez que a contribuem no aprofundamento da noção de cultura. Por exemplo: Cole e Scribner, 1977; Cole, 1984; Laboratory of Comparative Human Cognition, 1988. Esses autores tentam especificar as formas em que as diferentes culturas organizam e modulam o processo e as práticas educativas assim como as formas em que essas práticas, por sua vez, configuram o desenvolvimento individual.

A segunda linha de desenvolvimento da perspectiva sociocultural parte das idéias de Vygotsky relativas à mediação social e instrumental da aprendizagem buscando investigar a qualidade dessa aprendizagem e o grau de participação do aluno quando tem um guia adulto ou um companheiro mais competente como seu colaborador. O eixo central é delinear contextos mais ricos e significativos de aprendizagem escolar e transformar os processos de ensino e de aprendizagem na escola em autênticos sistemas globais de aprendizagem. Nessa linha também se inserem, de maneira complementar, pesquisas centradas na noção de atividade na psicologia Soviética, os enfoques ecológicos do desenvolvimento, as análises etnográficas, ou ainda, algumas posições teóricas mais recentes que versam sobre o caráter pragmático e situado da cognição humana. Podemos citar o modelo de "ensino a partir de ancoragens" e o "projeto Earth lab", assim como os trabalhos de Bronfenbrenner (1985); Rogoff (1993); Moll, Vélez Ibáñez e Greenberg, 1989.

A terceira e última linha concentre o foco da pesquisa na análise na análise de processos mais microscópicos vinculados aos mecanismos que atuam em situações interativas de ensino e de aprendizagem. Inclui uma variedade de trabalhos que estão voltados para as especificidades dos processos e mecanismos envolvidos na produção da assistência e o avanço nas zonas de desenvolvimento proximal – processos e mecanismos estes que podem ser criados nas situações de interação professor/alunos. Podemos encontrar um bom exemplo dessa terceira linha de trabalho a partir da perspectiva sociocultural nas pesquisas de Brown e Palincsar sobre o "ensino recíproco", Palincsar e Brown, 1984; Brown e Palincsar, 1989.