Gérard Vergnaud, diretor do Centre National de la Recherche Scientifique , em Paris, sistematiza em uma de suas obras mais conhecidas, [1] a complexidade da aprendizagem, através da TEORIA DO CAMPO CONCEITUAL.

Demonstra uma preocupação intensa com a articulação entre a teoria e as questões da prática, em especial nas aprendizagens matemáticas.

Estuda profundamente a obra de Piaget e especialmente a de Vygotsky, destacando pontos comuns entre as abordagens de ambos: a idéia da atividade no processo de aprendizagem, a ênfase na tomada de consciência e na metacognição, a importância atribuída à função simbólica e à linguagem.

Em conhecido texto sobre Vygotsky [1] , Vergnaud (1989) escreveu que a herança do teórico russo é inestimável e deve ser apropriada pela Didática. Afirma que um dos problemas fundamentais que enfrentamos – e que é preocupação deste projeto – é o estabelecimento da relação entre a pesquisa e o trabalho concreto, desenvolvido pelo professor na sala de aula.

Isto, segundo ele, aproxima a Psicologia e a Didática no estudo de três ações fundamentais do professor: a escolha das situações que serão apresentadas aos alunos, o auxílio a eles oferecido e a avaliação.

Enfatiza que uma das funções docentes é identificar os conhecimentos que seus alunos têm explicitamente e quais os que eles usam corretamente, mas não os desenvolveram a ponto de serem explicitados. Propõe assim, como objeto de estudo, os conceitos e as competências a serem desenvolvidos, no processo de aprendizagem.

A teoria dos campos conceituais é uma teoria psicológica cognitivista que supõe que o núcleo do desenvolvimento cognitivo é a conceituação do real (1996, p. 118) [2] .


 


[1] VERGNAUD, G. La formation des concepts scientifiques. Relire Vygotski et débattre avec lui aujourd'hui. Enfance . Tome 42, n.1-2, p.111-118, 1989.

[2] Vergnaud , G. (1996). Education: the best part of Piaget's heritage. Swiss Journal of Psychology, 55(2/3): 112-118.


 


[1] VERGNAUD, G. L’enfant, la mathématique et la réalité. Berne, Suisse: Ed. Peter Lang, 1981.