A formação de conceitos é central na Psicologia da aprendizagem e um dos teóricos que mais contribuiu para esta discussão foi Vygotsky. Ele realizou estudos experimentais sobre o tema e conclui que a criança evolui da classificação dos objetos através de agrupamentos desorganizados (pseudo-conceitos), até a formulação de conceitos propriamente dita, na adolescência.

Vygotsky chama de conceitos científicos os que derivam de um corpo articulado de conhecimento (saber sistematizado universal) e que aparecem nas propostas curriculares, como fundamentais na organização de conteúdos a serem trabalhados com os alunos. Eles são formados a partir da aprendizagem sistematizada, das atividades promovidas pelas instituições de ensino.

Para ele:

Os conceitos não ficam guardados na mente da criança como ervilhas em um saco, sem qualquer vínculo que os uma. Se assim fosse, nenhuma operação intelectual que exigisse coordenação de pensamentos seria possível, assim como nenhuma concepção geral do mundo. Nem mesmo poderiam existir conceitos isolados enquanto tais; a sua própria natureza pressupõe um sistema. (1993, p.95). [1]

As crianças formulam, de forma espontânea, os conceitos que Vygotsky chama de pré-científicos ou cotidianos, mas só conseguem defini-los através de palavras em etapas mais adiantadas da vida.


 


[1] VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem, São Paulo, Martins Fontes, 1993.