Este módulo trata do conteúdo da psicologia da Aprendizagem com um objetivo muito específico: subsidiar a formação de professores para atuar na Educação online.

Isto implica a atuação em uma grande rede de formação, da qual muitas vezes desconhecemos a extensão, assumindo compromisso com a formação de outras pessoas, mas também com a própria formação contínua.

Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) são “nós” na imensa “ galáxia da Internet ” [1] , de que falava Castells (2003). A transição das práticas e espaços presenciais ( salas de aula, biblioteca, refeitório, laboratório de informática ) para virtuais ( fóruns, correio eletrônico, listas de discussão, os próprios AVAs), considerando-os espaços de aprendizagem e de construção coletiva do conhecimento, não é simples.

Surgem incertezas, expectativas, questionamentos relativos a tudo que foi aprendido até então. Ramal (2002) [2] fala de um novo modelo pedagógico demandado pela era da interatividade, das múltiplas janelas abertas e da hipertextualidade .

Tudo isto torna os sujeitos capazes de lidar com várias situações em tempos diversos, exige respeito aos ritmos, estilos e percursos individuais de navegação e promove a criação de teias curriculares e redes de aprendizagem cooperativa.

Torna-nos, no entanto, mais conscientes da efemeridade do conhecimento. Ao mesmo tempo, a estonteante rapidez com que tudo acontece e a multiplicidade de possibilidades pedagógicas assusta e desnorteia o professor. Como disse Lévy (1999, p.119) [3] , “a cibercultura dá forma a um novo tipo de universal: o universo sem totalidade”, em que há sempre possibilidade de descortinar novos horizontes.

A construção dos conceitos no ciberespaço apresenta-se repleta de incerteza, de imprevisibilidade, mas também de cooperação e liberdade.

Talvez não seja o fato da não presencialidade e da ausência da relação face a face, mas o ineditismo e a necessidade da geração de novas estratégias nos processos de ensino e aprendizagem que torne este conjunto de tarefas docentes tão desafiador.

Talvez o uso do hipertexto, como fazemos no nosso curso, se constitua em uma das maiores “novidades”. Se já era difícil acompanhar a construção dos conceitos pelos nossos alunos em situações presenciais, em que imperavam o material impresso e a cultura livresca, imaginem em ambientes virtuais, em que a tarefa do educador passa a ser “propor caminhos originais de apropriação desse ciber /hiper/espaço” (Alava, 2002, p. 204, 24) [4] .



[1] Castells , M. A Galáxia Internet. Reflexões sobre a Internet , Negócios e Sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

[2] RAMAL, A. C. (2002). Educação na cibercultura : hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem . Porto Alegre: Artmed, 2002.

[3] LÉVY, P. Cibercultura . São Paulo: Editora 34, 1999.

[4] ALAVA, Séraphin. Ler a internet: abordagem documental do ciberespaço. In: ____ (Org.) Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto Alegre: Artmed, 2002.