Atividade 2 - Fórum: Conversa sobre TIC na educação e o sonho da BMW

BMW vermelho e a educação

BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -
Número de respostas: 60

Caros amigos, usamos o vídeo  BMW vermelho como metáfora para nos ajudar a refletir sobre o sentido das tecnologias em nosso cotidiano e, em especial, nos processos de ensinar, aprender e gerir os espaços de pedagógicos em que estamos envolvidos. Convidamos cada um a participar dessa roda de diálogo...

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Colegas

Esse interessante vídeo me instigou a pensar sobre uma questão que já me mobilizava: a formação do aluno para o processo de aprendizagem utilizando tecnologias.

É comum os alunos terem inimidade com o uso de computadores e dos diversos recursos. Segundo alguns educadores, a geração C (Conteúdo, Criação, Crítica e Compartilhamento)  passa muitas horas semanais conectada, interage por mensageiros instantâneos (SKYpe, MSN); conversa pelo orkut, cria ou assiste vídeos pelo U-tube; participa de diversas comunidades, comenta ou cria blogs  e muito mais...  a maior parte se suas ações são voltadas ao entretenimento ou comunicação, nem sempre estão habituados a aprender por meio das tecnologias.

Vocês acreditam ser necessário "olhar" para esse processo de apropriação ou ela se dá naturalmente por meio da própria prática pedagógica do professor?

[]s

Graça

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá!

Realmente este vídeo é muito interessante e nos leva a várias reflexões. É incrível como as pessoas tranformam a tecnologia de acordo com suas necessidades pessoais! Por isto, concordo quando você diz que os alunos utilizam diversos recursos tecnológicos todos os dias para a comunicação/entretenimento e que nem sempre estão habituados a aprender por meio deles - e, diante desta sua questão, o meu posicionamento é de que falta MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA. Poderíamos aqui pensar no modo como aquela família "apropriou-se" da tecnologia e assim afirmar que as TIC não possuem o mesmo significado para todas as pessoas. Logo, é o uso que se faz delas que lhes concede sentido. Os alunos "apropriam-se" de diferentes tecnologias de acordo com seus interesses... E por isto precisam da intervenção do professor para compreender o sentido "educacional" destes inúmeros recursos comunicacionais!

Beijos,

Débora

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá colegas,

A Débora traz para o debate o papel fundamental da  "mediação pedagógica", nesse sentido, me causou "estranhamento" a polêmica  sobre o livro do autor "Professor Marc Bauerlein",  conforme artigo divulgado pelo jornal o estado de São Paulo nesta semana: 'Distrações digitais' emburrecem a juventude, afirma especialista". (http://txt.estado.com.br/editorias/2008/06/02/ger-1.93.7.20080602.6.1.xml)

Segundo o professor Bauerlein "... Os jovens ficam em contato o dia inteiro, por meio do celular, páginas da internet, mensagens instantâneas. “A tecnologia ligou os jovens de uma forma tão intensa que os relacionamentos com adultos estão diminuindo. Eles estão cada vez menos maduros, prolongando a adolescência até os 30 anos.”... e, conclui ele, essa é uma das pragas modernas. “Uma pessoa não consegue ler enquanto faz outra coisa.”

Embora não tenha lido o livro (somente o artigo) fica a provocação para nossa roda de debates... Será que o professor Bauerlein acretita mesmo que os recursos tecnológicos (orkut, MSN, celular...) distraem os alunos a ponto de estarmos frente a uma geração superficial e imatura?  Não estaríamos frente a novas formas de conhecer, interagir e construir conhecimentos?

[]

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Graça e Colegas

Havia lifo o artigo que você citou e está realmente pensando nisto essa semana, então conversei com alguns alunos meus da graduação sobre o tema e sabe o que eles me falaram?

"Sabe professora esses professores é que são imaturos para o uso da tecnologia, então como não conhecem eles  tentam diminuir as nossas formas de buscar inormações"

E falaram ainda:

"Se ele soubesse o que nós temos conseguido fazer com as novas tecnologias acredito que pensariam em fazer parte desse nosso momento"

E então eles me mostraram em uma sala de 25 alunos 80% tinha blog e a maioria deles junto a ONGs e entidades filantrópicas, montados e gerenciado por eles, criando redes sociais, participando da vida de seu bairro e construindo a sua cidadania.

É só um exemplo para ilustrar que na verdade acredito que nós professores é que precisamos rever as nossas convicções.

Um abraço

Mônica

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Re: BMW vermelho e a educação

por Ieda Carvalho Sande -

Concordo com você, Monica. Acho que nós, professores, temos que nos adaptar aos interesses de noosos alunos e, a partir daí, orientá-los para a pesquisa na busca pelo conhecimento. Um completa o outro.

Abs,

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Maria da Graça: sua pergunta é inteligente e pode ser interpretada sob  vários angulos... Na minha opinião é importante conhecer o processo de apropriação desses alunos, pois esses nativos digitais com a influência das tecnologias apresentam  novas formas de agir e de entender o mundo. No entanto, o processo de construção dessas novas subjetividades não pode ser encarrado de forma tão "naturalista" . Ele é um processo que deve ser conduzido por professores que estejam preparados para assumir tais mudanças.

A metáfora da BMW é oportuna e muito relacionada ao texto: O aprender e a informátivca : a arte do possível na formação do professor.  Não adianta encher as escolas  de computadores se a escola não sabe como utilizar a ferramenta de forma a ajudar na construção da cidadania desses alunos . " Os computadores chegaram a minha escola . O que pretendo fazer agora? " diz o texto anteriormente citado. Apesar da mobilização docente e da produção interdisciplinar por parte das escolas de projetos de interesse da comunidade , essas iniciativas são pontuais e não representam a totalidade das escolas do nosso país...

Os resultados das iniciativas de introdução da informática educacional nas escolas  mostram que ainda existem muitos fatores a serem considerados e muitos problemas ainda não resolvidos .......

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Achei bárbaro o filme BMW Vermelho, me fez refletir sobre alguns pontos.

  1. A necessidade de adequarmos a utilização das TICs ao contexto de nossos alunos;
  2. Nào dá para encaixarmos uma BMW no nosso trabalho pedagógico, faço alusão ao vídeo anterior do módulo;
  3. Assim como os conteúdos devem ser rigorosamente organizados  para realizarmos uma aprendizagem significativa, as TICs também devem ser rigorosamente escolhidas e estudadas se naquele contexto, naquele momento e com determinado conteúdo se requer o apoio das mesmas;

Tatiana Forte

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Re: BMW vermelho e a educação

por Edmea Santos -

Oi pessoal! Olá Luíza!

Luíza, será que o uso das tics na escola precisam centra-se no uso "rigoroso do conteúdo"?

Você poderia explicar um pouco mais?

[]s

Méa

 

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Luiza e colegas,

Nesse debate, o como "encaixar" uma BMW em nosso trabalho pedagógico pode nos remeter a como "encaixar" as TIC  no trabalho pedagógico.

Como nossos projetos prevêm a incorporação de inovações na Escola/Universidade? Como professores e alunos atribuem significado a essas inovações?

Analisando como a BMW é incorporada no cotidiano dessa família, a participação da comunidade ficamos instigados... Num segundo olhar o estranhamento inicial e o deslumbramento vai se transformando e passa por diversos estágios de apropriação...

O mesmo acontece nos projetos?

Será que realmente precisamos uma seleção rigorosa de conteúdos e de TIC?

vamos debater? 

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Re: BMW vermelho e a educação

por Edmea Santos -

Olá Beth, Olá equipe PPGE - PUC-SP!

Olá pessoal!

Beth, o vídeo é muito bom. O portal curtas é uma riqueza. Pena que a interface da tela é muito pequena. Não era assim antes...

Bem, a metáfora "BMW vermelha" é ótima para fazermos a crítica ao uso sem critérios das tecnologias na educação. Muitas vezes nos preocupamos mais com as tecnologias e menos com a docência e a prática pedagógica propriamente dita. Quando faça consultorias em empresas e escolas noto que o investimento com hardware e software é bem maior que a hora-aula dos professores e da equipe de produção. Alguns projetos compram primeiro das tecnologias e só depois o "humano" é lembrado e valorizado.

Conheço instituições que possuem rica infra-estrutura tecnológica, mas esta não é utilizada para potencializar a autoria dos professores e muito menos dos alunos. Por outro lado, sabemos que existem escolas com pouca infra-estrutura e muita criatividade. Lembro de uma cena inesquecível que vi no interior da Bahia quando era coordenadora de Estágio Supervisionado no Projeto Rede Uneb 2000.

Minha aluna dividia com jornais um cômodo pequeno com outra professora na zona rural. O espaço era precário e não tinha luz elétrica na escola. Algumas aulas aconteciam embaixo das árvores. Os livros eram pendurados como roupas. Mesmo assim as professoras realizavam projetos de leitura com os alunos, criavam programas de TV com caixa de papelão e bateria de carro. Faziam hipertextos com revistas usados...A leitura e a escrita eram icentivadas com jogos e muita sucata. Se esta escola tivesse tecnologias variadas com certeza seriam bem utilizadas e estas potencializariam sobremaneira a prática pedagógica.

O desafio é aproveitar o máximo dos recursos que dispomos. Se não dispomos dos recursos e nem da formação continuada temos que buscar políticas e programas.

Todas as escolas merecem !

[]s

Méa

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Méa e colegas,

Hoje participei de uma banca de dissertação de mestrado aqui no Programa, Uma beleza! o Relaro da professora me remeteu a sua vivência com a sua aluna no Projeto UNEB 2000: a candidata fez uma descrição muito rica sobre a vivência de uma escola na periferia da cidade de São Paulo com o projeto da Secretaria Estadual De Educação de São Paulo chamado Números em Ação.

Nesse Projeto alunos em "recuperação" na disciplina de matemática participavam de aulas de "reforço" escolar duas vezes por semana utilizando software educacionais (CD - ROM) As atividades ocorriam em turnos diferentes dos turnos regulares. Os alunos, com poucos recursos, para frequentar as atividades extra-classes em turnos diferentes e, para "mexer nos computadores", chegavam a ficar até 7 horas sem alimentação (aguardando a merenda) e muitos precisavam caminhar por quase uma hora para chegar. A maior parte dos alunos já exercia algum tipo de atividade para colaborar com a renda familiar. O bairro onde a escola está localizada não possui áreas de lazer coletivas (parques, praças ou quadras, cinema...): uma cidade dormitório.

Para os alunos, aquelas horas  de trabalho com a matemática eram momentos  de lazer e prazer. Os resultados de aumento da  auto-estima superaram os resultados de aprendizagem da matemática.

Uma BMW vermelha?

 

 

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Re: BMW vermelho e a educação

por Edmea Santos -

Oi pessoal! Oi grupo da PUC-SP!

Graça com certeza muita gente diria que sim. Eu digo que não. Contudo, temos que potencializar mais e mais o uso das tic na educação. Usar para aulas de reforço sim. Mas usar nas outras aulas também. Deixar os jovens usarem livremente para se comunicar e fazer redes...

Todas as iniciativas são válidas. Não podemos pensar linearmente as iniciativas. Não podemos esperar a política da merenda, do banheiro, do transporte ...para depois investirmos em tecnologias na escola. As políticas devem caminhar simultâneamente. Vi uma certa vez uma apresentação de uma colega da BA, multiplicadora do NTE, onde relatava os desdobramentos de um projeto realizado numa escola muito carente. Uma professora dessa escola fez um projeto e criou um site da escola para fazer intercâmbios com outras escolas. Esta iniciativa trouxe para a escola vários benefícios. Outras escolas doaram materias variados e parceiras variadas foram feitas. Temos que divulgar estas iniciativas até para justificarmos as políticas.

Aproveito e convido os colegas para a discussão a seguir. Fiz este enunciado para discutir como meus tutores de informática na educação da UERJ. Compartilho com vocês porque acho que cabe nesta discussão que estamos tendo sobre as políticas.

Olá pessoal!

Vamos retomar nossos estudos e discussões piscando?! Começamos o ano com um assunto quente!!!!!!!!!! Ufa! Pegando fogo. Um artigo que apresenta dados curiosos vem dando o que falar nas listas dos pesquisadores da nossa área. Um grupo de pesquisadores da UNICAMPI desenvolveu uma pesquisa quantitativa e chegou a conclusões problemáticas. Isso demostra mais uma vez que não podemos utilizar este tipo de método nas ciências sociais. O ser humano, em sua  complexidade não pode ser estudado apenas por coletas de dados numéricos. As implicações dessas práticas podem comprometer inclusive o exercício de políticas publicas mais engajadas para seu desenvolvimento.

Leiam o artigo na íntegra e depois vejam a crítica pública feita pela professora Léa Fagundes (referência na área da Informática na Educação ) . Antes de ouvir o podcast da prof. Léa, leia o artigo. É importante termos inicialmente uma leitura "neutra" do seu conteúdo.

Links dos textos

Aguardo todos vocês para debatermos aqui! Vamos aquecendo as turbinas pois neste semestre temos que avançar nas discussões. Saudades de vocês. Ainda estou de férias!!!!!!!!!!! Mas não da cibercultura.

beijos

méa

Resumo do artigo

Educação& Sociedade

ISSN 0101-7330 versão impressa

Resumo

DWYER, Tom, WAINER, Jacques, DUTRA, Rodrigo Silveira et al. Desvendando mitos: os computadores e o desempenho no sistema escolar. Educ. Soc., set./dez. 2007, vol.28, no.101, p.1303-1328. ISSN 0101-7330.

As políticas públicas de educação têm dado bastante ênfase, ao longo dos últimos anos, à necessidade de informatizar as escolas e modificar práticas de ensino devido ao advento da sociedade de informação. Este artigo usa as pesquisas do saeb para verificar o desempenho de alunos de 4ª e 8ª série do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio e a relação deste desempenho com o uso de computador. Os resultados demonstram que para os alunos de todas as séries e para todas as classes sociais o uso intenso do computador diminui o desempenho escolar. Para alunos da 4ª série, das classes sociais mais pobres, mesmo o uso moderado do computador piora o desempenho nos exames de português e matemática. Esses resultados indicam claramente que é preciso repensar o papel do computador no ensino, sobretudo para os alunos mais pobres, para quem o uso do computador está surpreendentemente associado a uma piora nas suas notas.

Palavras-chave : Computadores; Educação fundamental; Educação média; Desempenho; SAEB.

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Querida Mea, pessoal

Essa provocação é ótima!

Tenho encontrado experiências exitosas de integração das TIC aos processos de ensinar e aprender em situações onde seria de esperar o contrário devido as precárias condições de trabalho dos educadores. Ainda assim pode-se observar que os alunos entendem o papel do computador na escola e aprendem por meio dele. Há também ricos ambientes educativos em relação aos recursos disponíveis, que se tornam pobres como ambientes promotores da aprendizagem devido às estratégias de ensino utilizadas, subjacentes às quais há uma concepção de conhecimento e de currículo. 

Quanto à pesquisa especificada acima, é importante analisar a metodologia adotada antes de assumir seus resultados. Simão Pedro da PUC/MG fez uma simulação das correlações estabelecidas pelo pesquisador a partir da metodologia adotada e encontrou outros resultados que merecem ser olhados, como por exemplo, a existência de computador na sala do diretor e a melhoria no desempenho dos alunos. Já Valente propõe substituir ao longo de todo o texto a palavra computador por outros objetos de nosso cotidiano e observarmos os resultados... 

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Méa:

Realmente suas colocações vieram esquentar o debate!!!!

Confesso que li rapidamente o artigo sugerido por você e gostei muito pela significância da temática. ( Desvendando mitos : os computadores ...)

O assunto é  tão quente que não posso deixar de dar minha sincera opinião!

Com toda sinceridade, não diria que esses pesquisadores/ autores do artigo  são irresponsáveis ou essas conclusões são falsas.

Isso é muito discutível: será que não somos nós que estamos convencidos da relação sempre positiva entre a aplicação da informática nas escolas e seu impacto bem sucedido  no desempenho discente? Não estaremos todos no clima do " já ganhou?"

Os objetivos do artigo são claros :discutir os efeitos da informática educacional no ensino fundamental e médio e sinalizam que precisamos de mais investigações nessa área em todo o Brasil

Os autores, referenciando dados de análise de uma bibliografia  internacional indicam que  o uso dos computadores para o ensino fundamental e médio são pouco convincentes. Mostram erros de metodologia das pesquisas da SAEB,  questão que precisa ser mais discutida pela comunidade acadêmica. 

Fazem uma análise crítica das políticas públicas nesse setor qualificando-as de "mal pensadas"  e acusam a fragilidade nas investigações científicas nesse campo.

Será que estão completamente errados??? Tenho dúvidas .

Volto depois para discutir. Como diria o velho Piaget: " O tema me desequilibra"<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

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Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Maria Olívia

O desequilíbrio é de todos nós quando os resultados das pesquisas que orientamos indicam que os avanços em relação à integração das tecnologias na educação são muito aquém dos objetivos pretendidos, até mesmo quando as ações realizadas nessa integração são bem encaminhadas! Entretanto, esses resultados não me autorizam a inferir que o computador não traga contribuições à aprendizagem, ao desenvolvimento do currículo e à participação do aluno no mundo digital.

Negar o acesso a essa tecnologia a estudantes da escola pública ainda com os resultados aquém do esperado significa aumentar o fosso digital, como bem coloca Manuel Castells.

Os relatórios anuais da comunidade européia (um deles em anexo), baseados em pesquisas quantitativas e em estudos de caso, indicam que não se atingiu até aqui os resultados esperados, mas também incitam a mais pesquisas, a implementar novas formas de formação profissional contínua no ambiente de trabalho e como parte de uma cultura de vida e aprendizagem em pares, a desenvolver novas formas de formação profissional contínua no ambiente de trabalho e como parte de uma cultura de vida e aprendizagem em pares, bem como incluir novas competências no desenvolvimento dos currículos e sistemas de avaliação... Serão frágeis essas investigações?

 

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BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Edmea Santos -

boca aberta Olá pessoal!

Precisamos ter cuidado com a metáfora da "BMW vermelha". Muitas vezes falamos de tecnologias como se todas fossem a mesma coisa. O computador/internet são mais que ferramentas e máquinas musculares. Por que será?

O carro é uma máquina muscular. No contexto histórico-cultural da família carente que não tinha recursos mínimos de sobrevivência (habitação, saúde, educação, lazer) a BMW não poderia nem ser utilizada para seu primeiro fim que era transportar as pessoas. Se a família tivesse ganhado uma bicicleta teria aproveitado bem mais. Será? Por outra lado, jamais teriam passeado de BMW como fizeram ao serem levados pelo carro do reboque. piscando Quem não viu o vídeo, veja logo. Vale a pena!

    • Já imaginaram se a família tivesse ganhado um computador?

Notas sobre as ferramentas, as máquinas e as TICs digitais...

As TICs digitais não podem ser consideradas apenas como ferramentas que evoluíram simplesmente de outras. A palavra "ferramenta" é muito utilizada principalmente pelos educadores quando se referem ao uso do computador na prática pedagógica. É como se o computador fosse apenas um artefato projetado como meio para se realizar o trabalho escolar. Segundo Santaella (1997), o conceito de ferramenta está diretamente associado à idéia de artefato, quase sempre manual, projetado para expandir ou prolongar habilidades musculares e dos seres humanos. Como por exemplo, tesouras para cortar, óculos para enxergar melhor, lápis para escrever, entre outros. Será o computador apenas mais uma ferramenta?

Obviamente não podemos afirmar que o computador não é uma ferramenta. Tudo depende das mediações realizadas. Se for usado na prática pedagógica apenas como extensão ou prolongamento das mãos dos professores e estudantes apenas, para copiar ou transferir informações, mesmo de forma mixada, mistura de linguagens, ou multimidiática, mistura de mídias, o computador será uma ferramenta. Entretanto, é fundamental diferenciarmos e esclarecermos que o computador e suas interfaces digitais são mais que ferramentas. São, segundo Pretto (1996), máquinas estruturantes de novas formas de pensar, sentir e agir na contemporaneidade.

O conceito de máquina se difere do conceito de ferramenta principalmente por apresentar um certo nível de autonomia no seu funcionamento, podendo se atualizar como estrutura material ou não material, onde sua unidade é formada por partes interligadas e conectadas que se movimentam por alguma espécie de força, principalmente por conta do uso de motores, aumentando a rapidez e a energia de alguma atividade. A evolução das máquinas e seus "impactos" em agenciamentos sociotécnicos são amplamente discutidos ao longo da história. Santaella (1997) classifica a historicidade das máquinas em três categorias, não excludentes entre si. São elas:

Musculares – são extensões dos músculos, potencializam a força física dos seres humanos;

Sensórias – são extensões dos sentidos, potencializam a construção de signos e linguagens;

Cerebrais – potencializam as funções mentais. As TICs digitais estão na classificação das máquinas cerebrais.

O computador é ao mesmo tempo máquina sensória e cerebral. Sensória porque permite produzir e compartilhar sentidos e significados utilizando vários signos (textos, sons, imagens). Cerebral por simula processos imitando a mente humana. O computador processo e armazena dados. Potencializa nossa capacidade de comunicação. Enfim, retoma a questão feita anteriormente:

  • Já imaginaram se a família tivesse ganhado um computador com internet ?

beijos

Méa

Para saber mais:

PRETTO, N. de L. Uma escola com/sem futuro. Campinas (SP): Papirus, 1996.

SANTAELLA, L. O homem e as máquinas. In: DOMINGUES, D. (org.). A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP. 1997, p. 33-43.

 

Em resposta à Edmea Santos

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Marco Silva -

Parabéns à equipe PPGE PUC.SP pela Atividade 2.

A proposta de articular um dos textos com o vídeo "BMW vermelho" é muito bem-vinda!

Tomei o texto “ O aprender e a informática: a arte do possível na formação do professor” da Elizabeth Almeida e dele extraí um trecho bem significativo como síntese do texto para relacionar com o vídeo igualmente interessante.

Em síntese o texto diz: “ Mudança é a palavra de ordem na sociedade atual. A educação não pode ficar alheia. A inclusão da Informática na Educação deverá mudar a maneira como aprendemos e poderá ajudar a formar cidadãos críticos, criativos e preparados para a sociedade do conhecimento. Nosso desejo que a informática possa contribuir para a construção de um projeto de uma sociedade melhor para todos.”

Em síntese o vídeo diz: remendo novo em roupa velha não dá certo. Um carrão chiquérrimo, caríssimo e potentíssimo nas mãos de uma família extremamente pobre, sem dinheiro para as necessidades mais básicas se apresenta como enorme contra-senso.

Em síntese articulo texto e vídeo assim: os leptops móveis seriam como BMW na escola precária que nem luz elétrica tem, quem nem banheiro digno tem, que nem merenda digna para os alunos tem, cujos professores são excluídos digitais pois, inclusive, seu salário é de mísero. Entretanto, uma BMW oferecida a uma miserável família favelada é contra-senso, é ironia social, mas laptops na escola, seja o Vaio mais caro ou aquele do Negroponte anunciado por 100 dólares, não significa contra-senso. Por que? Explico fazendo distinção das duas tecnologias tal como o faz Edméa brilhantemente:

  • O carro é extensão das pernas mas não favorecerá o salto qualitativo necessário na vida da família miserável que sequer pode vende-lo ou utiliza-lo (seguro, gasolina, emplacamento custam muito dinheiro).
  • O computador é extensão da mente, potencializa a comunicação e a cidadania na sociedade do conhecimento, na cibercultura. Pode ajudar a família a se reposicionar, se ressignificar em seu contexto social, ainda mais se a Escola ou a Ong ou a Associação de Moradores oferecem informática educativa, informática profissional.

Por isso disse que a equipe PPGE_PUC.SP nos oferece uma excelente provocação. À primeira vista, nossa tendência seria tomar a inviabilidade do carro como algo semelhante à inviabilidade do laptop. Porém, se sabemos bem distinguir as duas tecnologias, veremos que computador nas mãos do povão jamais será estorvo. Ao contrário, será oportunidade de cidadania em nosso tempo digital.

Como diz o texto, no trecho destacado: “ A inclusão da Informática na Educação deverá mudar a maneira como aprendemos e poderá ajudar a formar cidadãos críticos, criativos e preparados para a sociedade do conhecimento. Nosso desejo que a informática possa contribuir para a construção de um projeto de uma sociedade melhor para todos.”

Todavia, será necessária a presença da Escola, da Ong, da Associação de Moradores. Enfim, de um projeto de formação. Caso contrário servirá somente para abrir o site do programa Big Brother. Ainda assim, terá mais utilidade do que a BMW inalienável.

Em resposta à Marco Silva

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Mea, Marco, todos

As colocações de vcs são muito pertinentes, principalmente no momento em que estou em Palmas trabalhando com educadores da Escola Estadual Dom Alano, onde se desenvolve um dos experimentos do Projeto UCA!!!

Observo aqui em Palmas um pouco da BMW vermelha, mas sobretudo, o que se sobressai é o empoderamento das crianças e jovens da escola, a certeza de que são aprendizes investindo no próprio futuro e a esperança de que no futuro terão melhores condições de vida do que a de seus pais. Quanto aos professores, reforço a necessidade de continuar c/ a formação em serviço, mashá mudanças substantivas acontecendo na escola. Um exemplo, é que os alunos estudam Inglês por meio da crição de blogs. As crianças que não têm computador em casa levam os laptop quando necessitam fazer trabalhos diferenciados e as famílias começam a utilizar esses equipamentos e a participar mais intensamente da vida da escola. Isso é pouco, não é mesmo? Mas o processo está apenas começando...

Bem sabemos que as metáforas tanto provocam associações significativas de idéias como também direcionam o pensamento, o que torna-se limitante p/ idéias em outras direções. No entanto, acho que fomos muito felizes na escolha da metáfoca da BMW Vermelha, pois vcs não aceitaram as limitações e estão a colocar intervenções que provocam o olhar do grupo em outras direções ao criticar a própria metáfora. Nesse sentido, Nilson Machado merece ser lembrado!

Se tomarmos o exemplo da BMW como restrição p/ defender a causa do uso de tecnologias na educação pública, iremos na contra mão daquilo que queremos para o mundo em que nossos filhos e netos viverão, no qual as desiguladades sociais serão minimizadas e as pessoas terão melhores possibilidades de emanciapção social. Por isso, hoje reafirmo a citação que Marco sublinhou, embora a tenha publicado em obra de 1999.

Estou no hotel c/ uma conexão muito ruim!

Abraços

Beth

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Marco Silva -

Beth, destaco seu trecho que diz:

"acho que fomos muito felizes na escolha da metáfoca da BMW Vermelha, pois vcs não aceitaram as limitações e estão a colocar intervenções que provocam o olhar do grupo em outras direções ao criticar a própria metáfora. Nesse sentido, Nilson Machado merece ser lembrado!"

Por favor, fale mais sobre a associação com Nilson Machado. Fiquei curioso.

bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Marco,

Nilson Machado trabalha com os conceitos de alegoria e metáfora, especialmente na Matemática, em vários artigos e livro. Ao se referir à metáfora ele toma Aristóteles como ponto de partida e diz no artigo anexo "... a Metáfora consiste em dar a uma coisa o nome de outra coisa, produzindo-se como que uma transferência de significados, com base na analogia ou na semelhança."

  Nesse sentido a metáfora da BMW ajudou este grupo a dialogar...

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Edmea Santos -

Beth, eu adoro trabalhar com metáforas também. Vou aprender com o Nilson sobre as tais alegorias...

O Nilson Machado é incrível. Quando estive estudando as "Árvores do Conhecimento do Pierre Lévy" ai na PUC-SP (Semiótica) tive a oportunidade de conhecer o Nilson Machado. Fui à USP e fiz parte de uma disciplina dele como ouvite. Adorei. As aulas eram lotadas de mestrandos e doutorandos de diversos cursos e instiuições. Ele sempre gentil e generoso. Pena que teve greve e quando retomamos tive que voltar para a BA. Vou ler o texto que você compartilhou aqui.

Obrigada!

Méa

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

A referência da Beth é muito bem lembrada. O Nilson tem vários trabalhos interessantes sobre o tema, e há teses e dissertações que se apoiaram também nessas idéias.

 

Há também em educação matemática, autores como Lakoff e Nunes (americano e chileno respectivamente) que afirmam que o próprio pensamento é todo apoiado em metáforas, e que conceitos matemáticos muito abstratos são sempre 'construídos' através de metáforas com ações corpóreas, em geral consideras muitos primitivas. Para esses autores, da cognição corporificada, o corpo e conceitos abstratos estão unidos pela metáfora.

abs,

m

Em resposta à Marco Silva

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -
Colegas, o vídeo foi mesmo provocativo e instigante, pois dele e da leitura dos textos aludidos decorreram todas estas interessantes colocações.

O ajuste da BMW àquela família me remete não só às condições materias das escolas e às condições do trabalho docente, mas, especificamente, à ambiência destes atores sociais às TICs.

Alguns dos alunos (os que pertencem a uma classe social que lhes permite esta familiaridade com as TIC) são nativos e outros, assim como grande parte do professorado brasileiro, ou são excluídos ou, no máximo, encontram-se na condição de migrantes (alguns poucos com uma fluência tecnológica razoável).

Esta situação, em si, já gera desconforto e dificuldade em lidar com as TIC no ambiente escolar. O relato do Marcelo Borba é emblemático desta situação.

Tudo isso se insere em um contexto de mudança erguida em meio ao ritmo de paquiderme letárgico da nossa sociedade (uma sociedade de um paíse periférico, não nos esqueçamos disto).

No texto da Beth, escrito na gestão do Paulo Renato, ela salienta que:
"No entanto – vale ressaltar – , na formação de professores para o uso pedagógico do computador, mais importante que o domínio da máquina é o desenvolvimento de um processo dinâmico de formação-ação-investigação, que pressupõe a interação professor-aluno-computador e as inter-relações com o contexto. É uma prática ainda em construção, que tem de vencer inúmeros obstáculos e
desafios, mas que, sem dúvida, já começou a revolucionar o ensino no país".

Anos mais tarde, ainda vemos uma infinidade de desafios a serem superados aliados à resistência de muitos educadores, em parte respaldada por uma racionalidade instrumental (no dizer frankfurtiano), que tem sido hegemônica em muitos programas de formação de educadores que fazem uso das TICs.

Como podemos observar, nossa tarefa é ardua, se de fato quisermos, enquanto pesquisadores desta área, viver em coerência com este dizer de Paulo Freire, no seu último livro: Pedagogia da Autonomia (1997, p. X): "O progresso científico e tecnológico que não responde fundamentalmente aos interesses humanos, às necessidades da nossa existência, perdem, para mim, sua significação".

[ ]
Lucila
Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Lucila

De fato, o artigo a que vc se refere é datado em outra gestão pública e ainda assim mantem-se atual nos desafios que propõe!!! Se por um lado problemas de investigação relacionados com a resistência dos professores já foram amplamente explorados e as contribuições estão aí disponíveis nas publicações, por outro, na prática o desafio permanece. Temos clareza hoje que esse desafio está principalmente em outras esferas do sistema e não apenas na atuação do docente.

Um dos aspectos como vc aponta está na racionalidade instrumental dos programas de formação, mas essa racionalidade já é decorrente de uma lógica impregnada no sistema de ensino, que precisa ser alterada. Como diz Ubiratam D'Ambrozzio, temos que quebrar as gaiolas do currículo centrado na pedagogia dos exames!

Também Goodson se refere a essa lógica ao investigar o currículo do Reino Unido centrado em disciplinas. No entanto, esse autor identifica que as redes sociais propiciadas pelo uso de tecnologias digitais introduzem outra lógica na aprendizagem e pode representar uma quebra nessa posição hegemônica. Mas as redes sociais vão muito além dos artefatos e redes tecnológicas...

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -
Beth e demais colegas, sem dúvida alguma a discussão que você traz no seu texto é muito atual. É justamente isso que tentei explicitar, quando escrevi: "Anos mais tarde, ainda vemos uma infinidade de desafios a serem superados...".

A racionalidade instrumental advertida por Adorno e Horkheimer, infelizmente também se apresenta como muito atual em muitas circunstâncias históricas da nossa educação. A atualidade da racionalidade instrumental em muitos programas educacionais brasileiros é alertada, dentre outros teóricos, por Pedro Goergen (UNICAMP) e Antonio Zuin (UFSCAR). E, como você bem lembra, Beth, ela se imbrica às representações sociais que nossas organizações societárias têm do que vem a ser os processos de ensino e aprendizagem, sejam eles no contexto presencial ou online.

Apesar das interfaces digitais oferecerem amplas possibilidades dialógicas e interativas, a usual utilização restrita destas interfaces reflete uma proposta de formação não dialógica, não interativa, mas diretiva. Quisera que os desafios que você aponta em seu texto já tivessem sido superados. Isso seria motivo de alegria para todos nós.

Mal comparando, o objetivo da Green Peace é poder deixar de existir, o que supõe que as organizações societárias já tenham aprendido a viver com responsabilidade sócio-ambiental e a promover um desenvolvimento sustentável. Também nós, pesquisadores e militantes na área de educação, desejamos que muitos dos nossos alertas um dia passem a se consubstanciar como desafios já superados. Entretanto, como apontamos neste espaço de discussão, tudo isso é de uma atualidade e tanto, pois ainda se  manifesta como um conjunto de desafios às políticas públicas de educação.
[ ]
Lucila
Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -
Lucila e colegas, o que vc coloca deixa claro que a mesma tecnologia pode servir tanto à emancipação como à dominação! Embora há desafios superados, sempre surgem outros ou mudam os contornos de um mesmo desafio. Esse processo será sempre inacabado...
Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -
Isso mesmo, Beth. O devir faz parte da existência humana. E o mais legal é que nós, como educadores e pesquisadoras da área, podemos dar a nossa contribuição, para que o uso das TIC e a educação online mobilizem-se mais para a esfera da emancipação e da solidariedade.
[ ]
Lucila

Em resposta à Edmea Santos

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Olá Méa e colegas,

O vídeo BMW vermelha é mesmo uma provocação. Uma reflexão sobre as políticas públicas e sobre diferentes projetos de uso das TIC na educação.

_ Poderia ser um computador com internet? _ Quais seriam os impactos nesse caso?

Como a Méa pontua, os computadores são máquinas Cerebrais (potencializam as funções mentais) o que poderia trazer para esta família?

AInda no terreno das provocações, Alguem de vocês chegou a assistir o filme "Os Deuses devem estar Loucos", de Jamie Uys? é um pouco antigo... mas muito interessante.

O filme se passa no deserto do Kalahari -  Botswana.  Uma dia, numa pacata aldeia de bosquímanos, com pouco contato com o homem moderno, "cai" do céu (atirada de um avião) uma garrafa de Coca-Cola (vazia). Esse fato, de difícil entendimento pelos locais e gera diversas intepretações. O grupo acredita que, como caiu do céu, deva ter sido enviado pelos Deuses. Como nunca haviam entrado em contato com tal objeto, ficam confusos e buscam atribuir significados diversos...

[]s

Graça

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Méa e todos,

<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Ao falar da Rede Uneb 2000, você faz eu me lembrar de muita coisa boa.  Ainda hoje, na UNEB fazemos uso da “tecnologia inteligente”, pois com a dificuldade que temos de equipamentos, inventamos até fórum impresso (acredite!!!) e duram várias semanas...

Quando Méa se reporta a Santaella, logo me veio a mente uma imagem que ela utilizou em uma das aulas da especialização <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em Tecnologias Inteligentes da qual foi professora aqui.  Vejam e reflitam...  Se realmente a família tivesse ganhado uma ferramenta cerebral???

arteSerá que é assim que pensamos o computador? As tecnologias inteligentes?

 

Temos que pensar na tecnologia para além da extensão do nosso corpo e, nesse sentido, como potencializadora das capacidades de pensar, criar e recriar do homem, a tecnologia digital, on line, tem que ser explorada.  Sempre quando encontro meus alunos no primeiro dia de aula e apresento o moodle para eles, a pergunta sempre é a mesma: Cadê o tutorial? O manual de uso? E a resposta, às vezes varia, no entanto o conteúdo também é sempre o mesmo: Utilizem da maior tecnologia que vocês tem para desbravar o moodle... usem a inteligência e a criatividade, futuquem!!! E assim, conseguimos vencer as barreiras de contato com a “máquina”, medo de quebrar e de explorar.  Nesse sentido, penso que não podemos deixar nossos “laboratórios de BMW” continuar a existir por aí nas escolas do país e, para isso concordo plenamente com Marco, só é possível com um projeto de formação para o uso desses aparatos no espaço e no exercício da docência, bem como em todo processo de ensino-aprendizagem.

 

Vale lembrar o tempo que se perde em fazer pesquisa na internet por não saber utilizar adequadamente as aspas “, + , - e o *.

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Mary

A expressão "futuquem" me trouxe saudade dos tempos em que morei em Maceió!!! Vc foi muito feliz ao empregá-la para indicar a imersão necessária para entender as formas de diálogo que essa tecnologia viabiliza!

Um bj!

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Edmea Santos -

sorrisoMary, nem me lembrava mais desses slides.

Você e sua mente hipertextual... piscando

Sobre sua última frase :

"Vale lembrar o tempo que se perde em fazer pesquisa na internet por não saber utilizar adequadamente as aspas “, + , - e o *. "

O que dizer para aqueles que não conhecem o Nestor? Quem quiser saber o que é o Nestor, acesse o link www.projeto.org.br/cartografia .  O Nestor é um software que mapeia o seu percurso de navegação permitindo criar um mapa com os links pertinentes. O software é grátis!

Assim, podemos mapear e fazer nossa biblioteca de links. Depois disso ...nada de usar "os favoritos" ...

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -
Olá Méa,

O link para o software Nestor não abre, teria outro?
Estou muito curiosa para saber como funciona.
Abraço
Raquel Glitz
Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Olá Raquel!

O Nestor é gratuito e pode ser adquirido no site:

http://www.gate.cnrs.fr/~zeiliger/nestor/nestor.htm

 

Abraços!

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Usuário excluído -

Mea, Debora, Raquel

O Nestor agora é gratuito ? Quando O Roman esteve conosco em 2000 havia uma versão gratuita na web, mas não era completa, embora tivesse recursos que permitiam brincar bastante e compreender suas potencialidades.

Hoje temos usado também o Compendium, da Open University.

Um bj

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW é extensão do músculo. Computador/internet são extensôes da mente!

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá Beth,

Ainda não utilizei o Nestor, vou baixar esses outros que você indicou para depois dar a minha opinião.
Alguém conhece bem o Nestor para pode comentar?

Raquel 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá pessoal,

Assisti ao vídeo e a equipe está de parabéns pela escolha, adorei.

Uma das coisas que me deixou pensativa foi a felicidade da família quando no final, finalmente, andam no carro. Isso me fez refletir o quanto a tecnologia pode nos beneficiar quando utilizada no momento oportuno, mesmo que seja “arranjado” (puxado por um guincho).

Colocando o professor como receptor dessas novas tecnologias, elas por um lado assustam e por outro pode nos deixar levar e colocar todas as nossas expectativas nela.


Adequação como já foi citado acho que é uma palavra que precisamos refletir, capacitações, gerenciamento, temos muito o que pensar e discutir.

Abraço a todos.
Raquel

Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Raquel, vc quer dizer que precisamos puxar o professor, tirá-lo de sua zona de conforto? Como devemos agir p/ que isto ocorra?

O Marcelo Borba, que participa conosco dessa experiência, poderá falar mais p/ nós, sobre a zona de conforto do professor...

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá Elizabeth e pessoal,

Tirar o professor da zona de conforto é um desafio, precisamos de ações a favor da tecnologia para instigá-lo. Aqui na PUCPR temos feitos várias capacitações e participado de encontros de docentes para melhorar a utilização de todas as tecnologias envolvidas nas aulas. Acredito que não tenha uma receita pronta, mas sim um processo que é longo e difícil e no final acaba sempre valendo a pena. E vocês, como estão agindo?

Abraço
Raquel Glitz

Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Oi Raquel, acho que agimos do mesmo modo que vcs, trabalhamos arduamente nas ações de formação e nesse contexto é que desenvolvemos nossas investigações. Já orientei mais de 20 trabalhos de mestrado e doutorado e tenho vários em andamento, além de minha pesquisa na mesma área, as quais indicam como resultado um processo em andamento, com dificuldades, avanços e desafios. Muitos educadores assumem o trabalho de inserir as tecnologias em sua prática ainda que rapidamente percebam as exigências de maior dedicação e da necessidade de abandonar a zona de conforto, mas também logo percebem que entram no território da satisfação porque reconhecem que os alunos passam a se envolver nas atividades pedagógicas.

Os avanços são mais evidentes quando acompanhados de um processo de formação que não se restringe apenas aos professores e sim envolve a escola como um todo, tendo como foco da formação a realidade da escola e o contexto da sala de aula.

Nossos projetos de formação são acompanhados de um processo de reflexão que nos impulsiona a enfrentar o trabalho da organização de um livro, no qual os autores - participantes do projeto, trazem diferentes olhares sobre um mesmo tema.

Conte-nos sobre um projeto em que vcs estejam envolvidas aí na PUCPR.

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá Beth e colegas,

Os projetos de formação de professores que participo fazem parte da Dir. de EAD aqui da PUCPR. Trabalhamos com capacitações específicas para a utilização do nosso AVA, o Eureka. Todo inicio de semestre ofertamos capacitações do Eureka para professores MATICE (dependência a distância) e atualmente está acontecendo capacitações para os professores que visa Compreender os diferentes componentes do AVA Eureka, considerando seus princípios pedagógicos, para utilização prática.

Para o segundo semestre está prevista uma capacitação para os professores que tem como foco principal a motivação dos alunos. Pretendemos exercitar momentos onde o professor possa utilizar a criatividade para motivar os alunos para a EAD por meio do AVA.

Acredito que a Prof.ª Elizete Matos e a Prof.ª Patrícia Torres possam acrescentar mais informações sobre essas capacitações.

Raquel

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá, parabéns ao grupo na elaboração desta atividade.

 

Assisti ao vídeo e gostei muito. Faço uma relação com nosso próprio ambiente Eureka na PUCPR, onde o professor tem uma rica ferramenta pedagógica e muitos ainda não sabem se beneficiar da mesma. A sociedade como um todo enfrenta novas adaptações que hoje pedem modificações de postura mediante estes novos cenários sociais. Diante de mudanças, geralmente a primeira reação, muitas das vezes, é a rejeição. Mas, quando damos espaço para novas apropriações, surgem posturas renovadas e junto com ela resultados mais benéficos. Surge com isso um novo reaculturamento, envolvendo novos olhares no contexto e estabelecendo uma relação fundamente entre o sujeito que aprende e o componente a ser aprendido.

 

Abraços,

Elizete Matos - PUCPR

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Elizete, como experienciar um processo de reculturação em ambientes de aprendizagem com a presença de tecnologias? Você apontou muito bem que é preciso que o sujeito estabeleça relações com os objetos e para isto não basta estar presente em determinado território, é preciso participar e estar aberto a mudanças que emergem nas interações com os objetos existentes nesse espaço. Nesse sentido, o conceito de reculturação trabalhado por Fullan pode ajudar a avançar nessas questões.

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá, sim, pode ajudar bastante mesmo, ainda estamos numa ciranda de mais reflexão do que ação totalmente reformulada. É a evolução da espécie neste processo que sai do concreto e vai para o virtual e interagem em novas modalidades antes jamais imaginadas pelo homem, creio que estamos num advento que mal vilumbramos o que vem por ai e está vindo rápido.

Abços,

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Socorro Cabral -

Oi pessoal,

A questão da imersão do docente na cibercultura é o nosso grande desafio. Esta imersão precisa de projetos de formação que coloquem os docentes como produtores de conhecimento, investigando, problematizando e pesquisando sobre as questões que estão sendo vivenciadas. Tudo isso precisa estar articulado a discussões teóricas sobre a sociedade contemporânea, as questões pedagógicas e também a questão prática das TICs.

Participando de alguns cursos formativos , percebo que um outro grande desafio a construção de propostas que trabalhem na perspectiva da instituição. Vejo por exemplo, professores participando das propostas de utilização das TICs, e realmente interessados em viabilizar um trabalho sério nas escolas. A questão é que quando chegam no local de trabalho, a situação é toda adversa: laboratório fechado, máquinas quebadas, etc... Acredito que se a formação acontece no local de trabalho, envolvendo os docentes, coordenação, direção e funcionários, com um projeto articulado de toda a escola, teremos resultados mais positivos. O movimento precisa vir de dentro da instituição.

 

Socorro

Em resposta à Socorro Cabral

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

oi Beth, oi pessoal,

 

postei algo lá atrás, depois da Beth, sobre metáforas.

 

agora queria responder ao convite para entrar no debate sobre zona de conforto...

 

Apoiado em alguns sociólogos, Miriam Penteado - professora aqui do departamento, com quem eu colaborei de maneira bem próxima por muitos anos - trouxe a idéia de zona de conforto e zona de risco para a educação matemática. Em alguns artigos e capítulos só dela e também no livro que escremos juntos (informática e educação matemática) foi debatida a idéia de que um dos problemas da implementação da informática na escola (pensávamos na 'web negativa',´.. editor de texto e softwares de matemática) era que o professor teria que sair de sua zona de conforto (situação dele com livros didáticos, lousa e giz) para uma zona de risco. Por exemplo, ao ele usar um software de matemática em sala de aula, facilmente o aluno tem acesso a um resultado que não foi passado a ele pelo professor, e que muitas vezes o professor tem que dizer ... 'não sei'... tenho que pensar e pesquisar.. e isso não é muito bem visto por administradores, professores e alunos também...

 

eis aía primeira aproximação... do que Beth pediu..

 

abraços,

m

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Marcelo

Interessante como os matemáticos trabalham bem com as metáforas! E depois dizem que somos mt objetivos! piscando

Mas como criar situações que tirem o professor da zona de conforto sem que ele escape do desafio?

Um abç

Beth

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Oi Beth,

 

sua pergunta é boa.. é atrás delas que temos desenvolvido boa parte de nossas pesquisas aqui no GPIMEM (e sei que não só aqui). Em alguns livros e teses temos mostrado como que é importante começar em aliança com os professores, as vezes usando softwares fechados e atividades bem próxima dos livros como parte de um processo.

Mas uma experiência que tem dado certo, em cursos que ministro a distância (usando web 1.5) para profs de matemática é apresentar problemas utilizando softwares ("web negativa") e convidá-los a se tornarem autores de problemas. Aí, como discutimos, o curso de ed continuada a distância tem uma vantagem.. ele pode ser dado durante o período de aula.. e o prof. pode testar sua atividade conosco e usar em sala... e não fazer o curso nas férias para usar no ano que vem...

 

mas como já disse o colega, José machado, creio, é difícil para nós professores de mat aprender a dizer que não sabemos determinadas questões que resultam da interação software (impregnado de humanidade) e professor (impregnado de tecnologias da inteligência).

 

abraços,

m

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Marcelo, vc se refere à formação contextualizada e em serviço? Entendemos ser hoje essa metodologia de formação a de melhor potencial p/ ajudar o professor a superar as dificuldades com a tecnologia e a enfrentar o desafio de integrá-la à sua prática durante a formação, pois nesse processo ele tem o apoio de colegas que estão passando pela mesma experiência e tem também um colega mais experiente/mediador p/ orientar sua prática a partir do que vai conhecendo da realidade em que o professor atua, pois trata-se de uma formação contextualizada.

 Me intrigou saber o que é Web 1.5...

Abç

 

Em resposta à Socorro Cabral

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Socorro, suas idéias estão na direção que acreditamos! É preciso envolver todo o sistema escolar e a comunidade nesse trabalho de imersão na cibercultura. A formação deve mesmo ter como foco o locus escolar, mas será que isto significa que a formação precisa acontecer no espaço da escola? Haverá alguma outra alternativa que permita levar em conta o que ocorre na escola?

Um abç p/ vc e p/ todos com quem dialogamos!

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Pessoal,

Com essa visão de Socorro, voltando a idéia de Méa com o Nestor (que é muito bom e podemos potencializar o uso da rede conectada com ele), lembro-me de alguns projetos que buscamos desenvolver na "cozinha" da Universidade e acabam dando bons e belos frutos, pela necessidade de "futucar" de nossos alunos.  Trago essa questão para discussão, pois os nossos alunos quando se sentem instigados, questionados, desafiados se propõem a ir em frente e buscar, futucar mais e mais e, a formação de professores para o uso das tecnologias tem que estar atrelada a esse sentimento de "necessidade", de conquistar a pertença de algo que está presente no contexto da escola mas ainda não é nosso.

Penso que é essa a forma de levarmos para a escola, fazendo com que a tecnologia faça parte do contexto, partindo do princípio que ela faz parte da escola e da comunidade.

Beijocas,

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Mary,

Realmente "futucar" é uma experiência e tanto para nossos alunos.

Os olhos brilhando são belos momentos...   

Mas como fazer que a tecnologia faça parte do cotidiano? Como envolver a comunidade? Essa é uma boa provocação!

Em resposta à Socorro Cabral

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Socorro,

Encontrar laboratórios com portas fechadas e máquinas quebradas é uma constante em nossa história de uso de computadores na educação. Muitos anos se passaram desde  os primeiros laboratórios instalados nas escolas pelo Projeto Proinfo. Está um exemplo de políticas públicas - Instalação de Computadores em escolas  públicas Brasileiras - que não foi acompanhado simultaneamente por projetos de capacitação da comunidade escolar.  

Muitos passos foram dados nesse sentido... Você poderá acompanhar alguns deles pelo artigo do Tórpico 2 desse módulo.

Num primeiro momento foram envolvidos apenas os docentes, num segundo momento, os gestores (Pode ser analisado pelo Projeto Gestão Escolar e Tecnologias)...

Realmente temos   em mãos (nos incluo nessa empreitada) o desafio de capacitar 500 mil escolas. Essa é uma boa provocação, não é mesmo?

 

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Socorro Cabral -

Olá Pessoal,

Percebo muitas ações acontecendo a nível de políticas públicas para a utilização das tecnologias na escola, desde propostas de formação de professores, abertura de editais, etc. Sabe o que me deixa angustiada? É que as políticas não chegam concretamente na sala de aula. Os cursos são maravilhosos, temos recursos para os professores se deslocarem, equipes capacitadas, laboratórios bem equipados, enfim toda uma estrutura muito bem planejada e que funciona. Entretanto, volto a insistir: são propostas exteriores as demandas das escolas. Ou o movimento vem de dentro, de projetos integrados e colaborativos das comunidades educativas, ou tudo vai continuar como está. Desculpem o desabafo. É que falo de dentro de uma escola pública no interior da Bahia e vivencio na "pele" muitas dificuldades. Mais não desanimo e continuarei tentanto sempre.

Socorro

Em resposta à Socorro Cabral

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Socorro

realmente sabemos da angústia de muitos educadores que atuam dentro das escolas públicas quanto à distância entre as políticas públicas e as demandas da escola, especialmente de sua comunidade local. Sabemos que na maioria das veze, a escola fica tão entupida com a quantidade de projetos, muitas vezes impostos pelas secretarias e seus núcleos, que não consegue articular ou dar continuidade a seus projetos locais.

acredito que um dos grandes problemas na escola é a falta de "marketing" institucional. Sabemos que praticamente todas as escolas desenvolvem projetos maravilhosos junto à sua comunidade escolar e local, entretanto é rara a escola que faz uma boa divulgação de seus projetos interna e, o que é pior, externamente.

Se nem a comunidade local, e muitas vezes até mesmo a escolar, tem conhecimento do que está sendo desenvolvido dentro da escola, quem dirá os governos nas mais diversas esferas...

Neste sentido, de divulgação e marketing, as TICs podem contribuir bastante com aquelas escolas que desenvolvem excelentes trabalhos, auxiliando também àquelas que se interessem em implantá-los em suas escolas.

Abraços e continue participando conosco

Flávio Sapucaia

Em resposta à Socorro Cabral

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Olá Socorro, olá pessoal,

Vivenciei isso na pele também por muito tempo. De um modo geral nos NTE os pacotes chegavam prontos, os cursos já vêm formatados pelo MEC ou pela SEC/Ba para serem aplicados. Mas, essa situação já vem sendo revertida há um certo tempo. Agora, estamos indo para as escolas, estamos ouvindo os professores e gestores, e a partir das demandas é que elaboramos propostas pontuais de formação. Apesar de continuar atuando em propostas do MEC, estamos com mais autonomia para elaborar projetos e cursos de formação de acordo a nossa realidade.

Tenho esperança, que dessa forma, nessa nova remessa de computadores que estão chegando nas escolas, não aconteça o que aconteceu com aquela BMW vermelha.

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Oi pessoal!

Infelizmente a distribuição de computadores para escolas e professores não é acompanhada de projetos. Não falo de projetos já prontos e sim daqueles elaborados por professores em conjunto com seus alunos. Formando grupos que contariam pelo menos com um integrante professor ou aluno que soubesse usar os recursos tecnológicos. Tenho encontrado muitos professores que desconhecem as diversas possibilidades oferecidas pela tecnologia. Computadores seriam fornecidos de acordo com os projetos desenvolvidos. Infelizmente acho que ninguém tem dúvidas que o que aconteceu com A BMW continuará acontecendo não só com a tecnologia, mas com os próprios professores desatualizados e desmotivados esperando a aposentadoria.

Abraços,

Amadeu.

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: BMW vermelho e a educação

por Usuário excluído -

Maristela, Amadeu, todos!

Vocês trazem questões que afligem a todos nós, educadores e pesquisadores, envolvidos com as políticas públicas de educação, pois cibercultura e educação é problema de essência educativa, embora a cibercultura seja estruturante denosso pensamento e ações que se desenvovlem nesse meio!

O conceito de projeto traz em seu bojo o compromisso com a via e com a mudança de uma situação concreta para outra desejada. Assim, se o professor, o aluno ou a comunidade não forem sujeitos dos projetos, o que está proposto (e muitas vezes imposto!!!) é mera ação que se realiza sem se apropriar de suas possibilidades.

As políticas públicas têm o papel de incitar novas aberturas e isso ocorre na maioria das vezes por meio de projetos, mas os educadores e as instituições educativas têm que se perceberem como sujeitos dessa história e de seus projetos, sujeitos que analisam e criticam as novas iniciativas públicas para rejeitá-las ou se apropriarem das mesmas e reconstruí-las em seu âmbito de atuação. Até que ponto como educadores somos e estamos preparando outros educadores como sujeitos da história de nosso tempo?

Temos que reviver e ressignificar as idéias de Paulo Freire para a cibercultura. Sbre isto escrevi um artigo que publiquei em livro organizado pelo Luis Paulo mercado da UFAL, no início deste ano. Ainda há muitos capítulos dessa história a escrever...

Em resposta à Usuário excluído

Projetos, computadores, lousa Branca e Freire

por Usuário excluído -

Acho esse comentário do Amadeu -  e  o complemento da Beth sobre Freire e projetos - fundamentais. Não sei se lia com alegria ou tristeza que uma escola em cordeirópolis, município perto de Rio Claro, SP, iria receber um laboratório completo do MEC, inclusive com lousa digital.

 

Fiquei pensando.. e o projeto.. será que tem? E aí oscilava da alegria à tristeza...

 

Aliás, alguém conhece bons artigos sobre uso de lousa digital em sala de aula?

Sobre Freire: comecei a folear o Dicionário Paulo Freire que a Autêntica acaba de lançar.. parece muito interessante...

 

abraços,

Em resposta à Usuário excluído

Re: Projetos, computadores, lousa Branca e Freire

por Usuário excluído -

Marcelo, é a história da garrafa meio vazia e meio cheia a que Valente se referiu em Rio Claro na ocasião dos 10 anos do GPMEM, não é mesmo?

A escola não tem apenas que ter projetos, tem também que ser uma escola em projeto, como coloca Monica Thurler em seu livro Inovar no interior da escola.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Projetos, computadores, lousa Branca e Freire

por Usuário excluído -

Oi pessoal!

No começo do ano ocorreu uma demonstração da lousa digital na Escola Naval (logo apelidada de quadro mágico). Todos estavam curiosos a respeito dos recursos do tal quadro. Os professores acharam muito interessante a possibilidade de escrever sobre uma apresentação pronta e salva-lá se for o caso. Ficaram desapontados quando souberam que o tal quadro mágico tinha sido emprestado por outra unidade da Marinha. Caso a Escola Naval adquira acredito que seja apenas um.

Encontramos pelo Brasil prefeituras que se orgulham de criar escolas modelo onde tudo é novo e maravilhoso, com computadores de última geração e Internet banda larga. Mas na verdade a realidade é composta de escolas que seguem o cruel trajeto do desprezo. Quer descobrir qual é a pior escola? Siga o caminho dos alunos “transferidos” até por várias vezes durante o ano. No final da linha você encontra escolas abandonadas, professores desmotivados, alunos idem. As escolas modelo são na verdade para alunos apadrinhados.

Só a tecnologia não adianta. Somente em apenas algumas escolas também não. Escola com tecnologia, em que professores não sabem o que fazer com ela, não conhecem os recursos disponíveis, também não adianta.

Abraços,

Amadeu.