Fórum momento 2

Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Ana Maria Di Grado Hessel -
Número de respostas: 7

Lucila postou a questão inicial: A partir das leituras sugeridas, do slide show disponibilizado e da sua experiência profissional e/ou de seus estudos e pesquisas na educação online, reflita: por que a problemátia do tempo e a dinâmica de mediação online situam-se como elementos a serem pensados no desenho didático de cursos online?

Neste fórum, Lucila recomenda “vamos dar tempo ao nosso tempo, não se sintam obrigados a estancar as considerações emergentes da discussão do fórum anterior”. Diz que a escolha da obra Abapuru - de Tarsila, no inicio do fórum, não foi aleatória. Interpretou a obra da pintora como uma crítica ao trabalho meramente operacional. Levanta questionamentos: Como devemos perceber o tutor na educação online? Que possíveis estratégias de enfrentamento devemos lançar mão, se quisermos combater a visão funcionalista que cinde conceptores e tutores?

Maristela reflete sobre "o quanto é difícil equilibrar as duas dimensões do tempo - Kairós e Chrónos”. Comenta sobre cursos que fecham os fóruns em dia e hora estabelecidos e acha quer refletem um desenho didático pautado no currículo funcionalista.

Renata Aquino completa as idéias do slideshow da Lucila com a idéia do "tempo como autoridade", ou seja, o tempo que fecha os fóruns, corta discussões e impede participações.

Maria Olivia comenta alguns pontos do texto de Lucila sobre a “problemática do tempo nos programas de formação docente online”: o caráter instrumental que a ead se reveste desenvolvendo programas aligeirados, de custos reduzidos e fidelizados a uma reforma educacional baseada na racionalidade instrumental; nesses programas de formação o tempo do amadurecimento das concepções não é respeitado, a função do formador encontra-se esvaziada pois não ele tem autonomia de gerar ou mudar o script da formação. Termina com o poema de Drumond “Mãos Dadas”, para lembrar a  importância do diálogo com uma dimensão de sensibilidade e de preocupação com o momento presente, pois ele é que vai criar/gestar as bases do futuro. Em outro momento afirma que o tutor online precisa de uma formação específica, além de uma formação sólida nas disciplinas que vai tutorar. Lucila comenta: as políticas públicas, em geral, e educacionais, em particular, preocupam-se com muitas instâncias, mas tendem a deixar o elemento humano um pouco à deriva.

Fernando comenta sobre aspectos da cronologia no seu trabalho com professores, no Moodle e no eProInfo. Brinda o módulo com um texto de sua autoria “A formação do tutor online”, o qual foi acrescentado na área de leituras. Lucila comenta o texto do Fernando e concorda com a necessidade de uma formação sólida e continuada para uma atuação adequada do tutor online, bem como de ações que se configurem como uma política de ead: rigorosa política de seleção, b) outro patamar de remuneração, c) programas de formação continuada para tutoria online, d) inclusão (consultiva e/ou participativa) deste ator social em todas as etapas do processo educativo.

Fernando responde às questões da Lucila sobre a atuação do tutor: “ quando o trabalho é feito em equipe... os problemas são minimizados”. Lucila pontua que um dos caminhos possíveis é a integração do tutor em todas as etapas: concepção, planejamento, desenvolvimento, mediação e avaliação.

Fernando completa os itens que Lucila relacionou sobre a formação do tutor online e enfatiza a necessidade do tutor ser um docente com experiência, que possa assumir também a concepção dos cursos nos quais atua.

Dolores argumenta que sempre estamos na dependência de um tempo, início, fim etc. Explica: a atividade que trabalha com o tempo Kairos é o diário de bordo, pois é o sujeito que estabelece o seu tempo.

Em resposta, Lucila cita a tese da Ana Di Grado Hessel, que estuda a potencialidade do diário de bordo, como instrumental de formação.

Ana conta sobre sua pesquisa Trata da esquecida e desvalorizada perspectiva kairológica: a dimensão ética e estética na formação online. Durante o trabalho como professora orientadora em um programa de formação online, percebeu um potencial formativo nas narrativas dos diários de bordo de um AVA. Além dos movimentos intrasubjetivos e das relações intersubjetivas decorrentes da postura de parceria, os diários revelam a singularidade do processo de formação. Na interpretação das narrativas, notou que elas revelam, além das diferentes trajetórias, a essência de seus autores, os sentidos que guiam a prática e que são construídos no percurso de uma vida. O diário de bordo é também uma arena de mediação. O mediador age na congruência, e às vezes, precisa ouvir e aproveitar o momento oportuno para intervir, através de “perturbações significativas”. A autopoiese é uma concepção que sustenta essa ação formadora.

Maria Olívia e Fernando são interlocutores da Ana. Fernando percebe vantagens no uso do diário de bordo, mas pensa que nem todos têm a disposição de registrar seu processo, sua caminhada, sua vida. Pensa que qualquer interface ganha força quando há a mediação do professor. Faz um paralelo da conversa da semana com a letra da música “Será - Legião Urbana”. Lucila comenta que as TIC, por si só, não vêm crivadas de juízo de valor, o que faz a diferença é o uso que fazemos delas, como aparato simbólico do nosso tempo.

Lucila fala do VII SENAED (Seminário Nacional de Educação a Distância) promovido pela ABED que acontecerá no final de maio e será a distância. Um dos focos principais do evento é a discussão do papel do tutor e de tudo o que está relacionado a ele, além da consolidação da UAB e de tantos outros pontos em ebulição no atual momento histórico da EAD brasileira. Será pela Internet e poderemos acessá-lo de casa. O Marco Silva é um dos organizadores do evento. O link: http://www.joaomattar.com:80/7senaed/index.php?title=P%C3%A1gina_principal

Caros, a síntese foi preparada para atender o cronograma, mas o fórum permanece aberto. Fernando traz uma nova questão:

E por falar em diário... você considera o twitter.com um diário? Qual sua opinião? Será que poderíamos apontar funcionalidades/possibilidades do twitter para a educação online?

Podemos continuar o debate...

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Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Usuário excluído -
Ana Maria, a síntese é bem pertinente para o acompanhamento das discussões e mostra o caldeirão de idéias que podem emergir a partir das falas dos participantes. No meio dessas sínteses apreciamos a sugestão de músicas que nos fazem refletir sobre a questão do tempo... Parece que o tempo surge como um inimigo, pois limita nossas possibilidades...Assim me sinto diante de tantas perspectivas de participação e de mediação. A equipe tem lidado muito bem com as contribuições e intervenções do grupo, estou caminhando e tento acompanhar o rumo desse módulo, obrigada, Lina
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Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Ieda Carvalho Sande -

A fala da Lina reflete exatamente o que sinto em relação à síntese elaborada pela Ana. Vislumbro uma infinidade de possibilidades de participação a partir das colocações do grupo, aprendo demais, mas falta tempo para acrescentar algo mais; parece que tudo já foi dito. Parabéns, Ana, pela excelente síntese!

Ieda Sande

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Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Usuário excluído -

Também gostaria de registrar o meu parabéns à Ana, pela excelente síntese do fórum Momento 2. Parabéns, Ana!

Abraço

Lucila

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Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Usuário excluído -
Ana Maria,
gostei muito de ler a síntese desse fórum. Estou acompanhando o módulo, sem muitas oportunidades de participar até então.
Com relação ao twitter, questão apresentada pelo Fernando, tenho visto como uma "febre" entre as pessoas, similiar ao orkut há algum tempo. No domingo (19/04), por exemplo, o Fantástico exibiu uma reportagem sobre o twitter, mostarando o funcionamento e divulgou que os telespectadores agora podem acompanhar o programa também por ele. Vejo isso como uma certa popularização...
Penso que ele pode ser considerado como uma espécie de diário e acredito que ele poderia sim ser utilizado na Educação online... Como? Ainda não tenho uma resposta, mas poderíamos tentar entender qual o fascínio que as redes socias exercem nas pessoas e tentar utilizar algumas de suas características para incorporar na Educação online.
Por enquanto é isso...
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Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Usuário excluído -
Ana Maria, tentando encontrar uma resposta sobre os motivos que nos levam a participar de redes sociais na Internet, gostaria de transcrever aqui o que postei em meu blog na segunda-feira (20) Leia de depois me diga se estamos descobrindo a resposta:


Por qual motivo o Twitter e o Plurk, que originalmente foram desenvolvidos para serem microblogs, tem sido utilizados como um site (rede) de relacionamentos?

Tomando como base as considerações de Santaella (2007), estou tentado a acreditar que as conexões e vínculos entre os usuários da internet, como também a criação e multiplicação de redes, sites de relacionamento e comunidades virtuais no ciberespaço são uma resposta do desenvolvimento humano, seja como forma de defesa, seja como adaptação ao meio.

Conforme a teoria da evolução de Darwin, o ser humano é capaz (assim como outros animais) de adaptar-se ao meio, como condição de sobrevivência. Podemos, por analogia, tomar este postulado para buscar entender a multiplicação das comunidades virtuais. Explico. Para não se perder na infinidade de sites disponíveis na internet, para não se sentir isolado, para não se desconfigurar enquanto SER e para perceber-se e identificar-se é que nós (seres humanos) buscamos viver em grupo. Somos seres gregários!

Nós aprendemos em rede, aprendemos uns com os outros e por mais que alguns possam identificar como sendo um deturpamento da finalidade inicial, usar os microblogs como uma rede de relacionamentos pode ser compreendido como uma vantagem para o processo cognitivo individual e coletivo!

Em resposta à Usuário excluído

Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Ana Maria Di Grado Hessel -

Ana Paula e Fernando, estive afastada do fórum por uns dias, mas retomo a nossa conversa sobre o twitter.

Concordo com a Ana Paula, quando fala que precisamos compreender “qual é o fascínio que as redes sociais exercem sobre as pessoas”. Penso que a participação das pessoas nessas redes assemelha-se a um jogo que é permeado por um alto teor de emoção e volatilidade. Os movimentos e mudanças são regidos por significados que emergem repentinamente e são válidos para um grupo, num determinado momento.

E aí, Fernando, é que penso numa resposta para as suas colocações: Concordo com você quando constata esse sentido humano de agregação e necessidade de aprender uns com os outros. E isto explica, talvez em parte, o fato dos blogs e miniblogs ganharem o dinamismo das redes de relacionamentos, porque são eles os próprios nós da web, essa enorme rede social descentrada (composta de milhares de outras redes). Finalmente os textos de Levy, que estamos lendo há uma década, ganham sentido!

Em resposta à Ana Maria Di Grado Hessel

Re: Síntese do Fórum Momento 2 - Tempo e mediação na educação online

por Usuário excluído -

Eu concordo e muito com a preocupação da Ana Paula Malheiros sobre as redes sociais.. Recentemente, criamos um ambiente específico para uma área de educação matemática.. O ambiente, parecido com o deste curso, funcionou muito bem, com muita interação, com chats, foruns, acréscimo de material no repositório, etc... por um bom tempo.. mais ou menos 8 meses.. depois foi minguando...

Parece que só orkut ou lista de mails tem vida mais longas... acho que temos que aprender sobre isso!

Também sobre desenho didático, gostaria de lançar uma outra série de questões. Até que ponto conseguimos sair da linearidade neste curso/pesquisa com o qual estamos envolvidos? Será que os ambientes (e.g. moodle) moldam a linearidade, ou ela é uma necessidade nossa também?

abraços,

marcelo c. borba