Lucila postou a questão inicial: A partir das leituras sugeridas, do slide show disponibilizado e da sua experiência profissional e/ou de seus estudos e pesquisas na educação online, reflita: por que a problemátia do tempo e a dinâmica de mediação online situam-se como elementos a serem pensados no desenho didático de cursos online?
Neste fórum, Lucila recomenda “vamos dar tempo ao nosso tempo, não se sintam obrigados a estancar as considerações emergentes da discussão do fórum anterior”. Diz que a escolha da obra Abapuru - de Tarsila, no inicio do fórum, não foi aleatória. Interpretou a obra da pintora como uma crítica ao trabalho meramente operacional. Levanta questionamentos: Como devemos perceber o tutor na educação online? Que possíveis estratégias de enfrentamento devemos lançar mão, se quisermos combater a visão funcionalista que cinde conceptores e tutores?
Maristela reflete sobre "o quanto é difícil equilibrar as duas dimensões do tempo - Kairós e Chrónos”. Comenta sobre cursos que fecham os fóruns em dia e hora estabelecidos e acha quer refletem um desenho didático pautado no currículo funcionalista.
Renata Aquino completa as idéias do slideshow da Lucila com a idéia do "tempo como autoridade", ou seja, o tempo que fecha os fóruns, corta discussões e impede participações.
Maria Olivia comenta alguns pontos do texto de Lucila sobre a “problemática do tempo nos programas de formação docente online”: o caráter instrumental que a ead se reveste desenvolvendo programas aligeirados, de custos reduzidos e fidelizados a uma reforma educacional baseada na racionalidade instrumental; nesses programas de formação o tempo do amadurecimento das concepções não é respeitado, a função do formador encontra-se esvaziada pois não ele tem autonomia de gerar ou mudar o script da formação. Termina com o poema de Drumond “Mãos Dadas”, para lembrar a importância do diálogo com uma dimensão de sensibilidade e de preocupação com o momento presente, pois ele é que vai criar/gestar as bases do futuro. Em outro momento afirma que o tutor online precisa de uma formação específica, além de uma formação sólida nas disciplinas que vai tutorar. Lucila comenta: as políticas públicas, em geral, e educacionais, em particular, preocupam-se com muitas instâncias, mas tendem a deixar o elemento humano um pouco à deriva.
Fernando comenta sobre aspectos da cronologia no seu trabalho com professores, no Moodle e no eProInfo. Brinda o módulo com um texto de sua autoria “A formação do tutor online”, o qual foi acrescentado na área de leituras. Lucila comenta o texto do Fernando e concorda com a necessidade de uma formação sólida e continuada para uma atuação adequada do tutor online, bem como de ações que se configurem como uma política de ead: rigorosa política de seleção, b) outro patamar de remuneração, c) programas de formação continuada para tutoria online, d) inclusão (consultiva e/ou participativa) deste ator social em todas as etapas do processo educativo.
Fernando responde às questões da Lucila sobre a atuação do tutor: “ quando o trabalho é feito em equipe... os problemas são minimizados”. Lucila pontua que um dos caminhos possíveis é a integração do tutor em todas as etapas: concepção, planejamento, desenvolvimento, mediação e avaliação.
Fernando completa os itens que Lucila relacionou sobre a formação do tutor online e enfatiza a necessidade do tutor ser um docente com experiência, que possa assumir também a concepção dos cursos nos quais atua.
Dolores argumenta que sempre estamos na dependência de um tempo, início, fim etc. Explica: a atividade que trabalha com o tempo Kairos é o diário de bordo, pois é o sujeito que estabelece o seu tempo.
Em resposta, Lucila cita a tese da Ana Di Grado Hessel, que estuda a potencialidade do diário de bordo, como instrumental de formação.
Ana conta sobre sua pesquisa Trata da esquecida e desvalorizada perspectiva kairológica: a dimensão ética e estética na formação online. Durante o trabalho como professora orientadora em um programa de formação online, percebeu um potencial formativo nas narrativas dos diários de bordo de um AVA. Além dos movimentos intrasubjetivos e das relações intersubjetivas decorrentes da postura de parceria, os diários revelam a singularidade do processo de formação. Na interpretação das narrativas, notou que elas revelam, além das diferentes trajetórias, a essência de seus autores, os sentidos que guiam a prática e que são construídos no percurso de uma vida. O diário de bordo é também uma arena de mediação. O mediador age na congruência, e às vezes, precisa ouvir e aproveitar o momento oportuno para intervir, através de “perturbações significativas”. A autopoiese é uma concepção que sustenta essa ação formadora.
Maria Olívia e Fernando são interlocutores da Ana. Fernando percebe vantagens no uso do diário de bordo, mas pensa que nem todos têm a disposição de registrar seu processo, sua caminhada, sua vida. Pensa que qualquer interface ganha força quando há a mediação do professor. Faz um paralelo da conversa da semana com a letra da música “Será - Legião Urbana”. Lucila comenta que as TIC, por si só, não vêm crivadas de juízo de valor, o que faz a diferença é o uso que fazemos delas, como aparato simbólico do nosso tempo.
Lucila fala do VII SENAED (Seminário Nacional de Educação a Distância) promovido pela ABED que acontecerá no final de maio e será a distância. Um dos focos principais do evento é a discussão do papel do tutor e de tudo o que está relacionado a ele, além da consolidação da UAB e de tantos outros pontos em ebulição no atual momento histórico da EAD brasileira. Será pela Internet e poderemos acessá-lo de casa. O Marco Silva é um dos organizadores do evento. O link: http://www.joaomattar.com:80/7senaed/index.php?title=P%C3%A1gina_principal
Caros, a síntese foi preparada para atender o cronograma, mas o fórum permanece aberto. Fernando traz uma nova questão:
E por falar em diário... você considera o twitter.com um diário? Qual sua opinião? Será que poderíamos apontar funcionalidades/possibilidades do twitter para a educação online?
Podemos continuar o debate...