O potencial pedagógico dos AVA

O potencial pedagógico dos AVA

O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -
Número de respostas: 38

Diante das afirmações acima, acredito que o primeiro passo seria destacar aqui os fundamentos da educação na cibercultura que já foram bastante discutidos no decorrer das atividades dos módulos anteriores: colaboração e interatividade. E acrescento mais um: autonomia. Nesse sentido, como pensar em estratégias de ensino e aprendizagem utilizando ambientes virtuais? O que esses ambientes potencializam numa sala de aula?

Vale considerar o uso das interfaces e a mediação pedagógica.

Que tal relembrar aquele vídeo "Tecnologia ou Metodologia"?

Vamos ao debate!

Em resposta à Usuário excluído

O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Otto Petters, analisando a proposta de ambientes "virtuais" de aprendizagem, faz menção a tentativa de contextualização que alguns Ava apresentam retratando os ambientes (ou funcionalidades) com as mesmas realidades existentes num mundo físico, tais como sala, biblioteca, praça, etc.

E aqui vem a questão: até que ponto é positivo construirmos ambientes similares a ambientes do mundo concreto em ambientes virtuais, como é o caso de alguns módulos do curso mídias na educação ou do próprio Second Life?

Será uma tentativa de minimizar a iniciação dos alunos e professores no campo da educação online?

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Fernando,

Acredito que seja essa a intenção sim: chegar o mais próximo possível do mundo físico. A maioria dos iniciantes têm dificuldades de adentrar o ambiente online. Muitos demoram bastante tempo até se encontrar, e até que isso aconteça terminam postando atividades e respondendo questões disponibilizadas nos fóruns em locais inadequados.

Quando encontra algo que já faz parte do seu cotidiano, dá uma sensação de familiaridade.Isso facilita a navegabilidade e as interações.

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -
Maristela,
Concordo com você quando colocamos para nosso aluno, situações que se tornem próximas do mundo físico. Porém, gostaria de dizer que quando entramos no Second Life e entramos nas universidades, cursos, a maioria deles é apenas reprodução de slides, ou teleconferência. Poderíamos nos aprofundar nesse interação, precisamos explorar as potencialidades dos ambientes virtuais. Muitos dos cursos que vemos , utilizando esses ambientes utilizam-se das mesmas interfaces (Fórm, Chat, Tarefa), porque não usarmos uma WIKI, usarmos questionários, enquetes, lições alguns outros recursos que nos são oferecidos. Precisamos conhecer mais profundamente as potencialidades dos ambientes, para melhor fazer uso dos mesmos.
Participo de um grupo de pesquisa, onde estamos construindo um ambiente de aprendizagem no Second Life, tentaremos construir um ambiente mais próximo da realidade dos alunos hoje.
Abs,
Wladia
Em resposta à Usuário excluído

Imitar o real?

por Usuário excluído -

Maristela e Wladia,

independente de aqui colocar a minha opinião (que vou fazer só um pouquinho depois de ler outras interações) gostaria de colocar "mais lenha na fogueira"...

Há uma grande discussão sobre as problemáticas derivantes de pensamentos do modelo presencial que são "colocados" na educação a distância, e mais especificamente na educação online. Muitos postulam que não se deve trazer os ideais ou as posturas do modelo presencial para a EAD, por prejudicarem o entendimento desta proposta ou modalidade.

Mas, quando buscamos dotar um AVA de elementos do mundo físico (real e concreto, palpável) não corremos o risco de influenciar os alunos a pensarem que a única diferença entre um modelo e outro é a distância entre os professores e alunos?

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Usuário excluído -

Olá!

Enquanto alguns contestam a aproximação do mundo virtual ao mundo concreto, já outros defendem o oposto, acreditando que na verdade queremos reproduzir a aula presencial para o espaço virtual. Acredito que os recursos disponíveis no AVA devem ser utilizados de acordo com as características da disciplina a ser lecionada como também o perfil dos discentes.

Muitas vezes nos empolgamos e querer explorar ao máximo o espaço virtual e acabamos por esquecer o aluno. O aluno muitas vezes não consegue nem anexar um arquivo, não tem webcam e fazer um vídeo nem pensar. Ele que sempre foi um passivo receptor, agora cercado pela tecnologia, chamado a participar, colaborar, ser também autor, não consegue desempenhar este novo papel.

Acredito que o docente online deve estar apto a utilizar todos os recursos disponíveis no ambiente, usando a criatividade para propor atividades instigantes e colaborativas. E que desperte no discente sua capacidade autoral. O aluno não dominará a tecnologia ou será autônomo de um momento para o outro. Os recursos disponíveis no AVA devem ser introduzidos quando possível, no transcorrer do curso, tendo o docente o cuidado de não transformar o ambiente de aprendizagem em um obstáculo à participação do discente.

Amadeu.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Sheilane Britto -

Olá Amadeu e demais cursistas,

Muito oportuna sua colocação. Acredito que além da escolha apropriada de um AVA, deve-se atentar para o fato da inclusão digital, que permite que o aluno se aproprie das informações contidas no ambiente de forma correta e, através das trocas relacionais, construa seu conhecimento. Acredito que os obstáculos aos quais você se refere seriam minimizados se houver um bom planejamento prévio. Conhecer o estilo,  perfil e aspirações deste aluno também seria de grande ajuda, principalmente no que diz respeito à elaboração dos conteúdos.

abr,

Sheilane

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Usuário excluído -

Aqui no GPIMEM temos discutido as possibilidade de utilizarmos novas interfaces para transformar a matemática que é ensinada por exemplo, utilizando chat discutimos como a lingua materna se aproxima da linguagem matemática; utilizando a video conferência e softwares de geometria  desenvolvemos soluções coletivas online de problemas  de Matemática. Agora queriamos ferramentas de video, semelhantes ao pod cast  aqui testado, para estudarmos a convergencia entre video e linguagem matemática realizando parcialmente um sonho de Anisio Teixeira.

Produção coletiva do GPIMEM

Presentes: Marcelo, Claudio, Rodrigo, Alana, Regina e Silvia 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Sheilane Britto -

Olá Fernado e demais colegas,

Creio que caberia ao docente demonstar que o ensino a distância não implica estar distante, ao contrário um bom AVA permite que o aluno se aproxime cada vez mais de todos os sujeitos  envolvidos no processo. Um bom docente online, faz com que o discente faça o uso apropriado das interfaces contidas no AVA e através delas interaja com ele e com todos os outros alunos.

Citando Lévy (1997, p.184),

[...]  O docente torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos de que se encarrega. A sua atividade centrar-se-á no acompanhamento  e na gestão das aprendizagens: a incitação à troca de saberes, a mediação relacional e simbólica.[...]

Será que isto ocorre nas aulas presenciais? Será que o docente da sala de aula presencial está tão "proximo" de seu aluno, a ponto de promover a gestão das aprendizagens? Onde é que está a distância?

abr,

Sheilane

Em resposta à Sheilane Britto

Imitar o real?

por Usuário excluído -

Olá pessoal, que bom podermos estar discutindo sobre esta temática.

Realmente precisamos voltar nosso olhar para nossos alunos, em grupos cada vez mais heterogêneos. Mas é preciso verificar que não é só o aluno que está passando a usar o AVA. Nós, educadores, também estamos na fase da aprendizagem e apropriação dos recursos e das possibilidades que um AVA pode oferecer. E precisamos estar abertos para esta aprendizagem.

Vejamos como estamos: (um exemplo para clarear) Marco Silva - aqui neste fórum - está questionando sobre experiências concretas sobre o uso do Second Life.

A cada dia mais uma coisa é "inventada" no campo da tecnologia e a cada momento estamos embusca de utilizar estas interfaces de forma educar para uma sociedade que está sendo bombardeada com muita informação,mas poucos estãosabendo o que fazer com estas informações.

Um AVA torna-se mais usual quando a equipe que está promovendo o curso online e os próprios alunos possuam o mínimo de conhecimento sobre o funcionamento do ambiente.

E percebemos este significado quando observamos que a maioria dos cursos para tutores possui uma carga horária considerável para habilitar o tutor no uso do AVA, e normalmente utiliza-se de um encontro (muitas vezes presencial) para indicar aos alunos os "caminhos" que ele deve percorrer.

Creio que é relevante esta formação, além do que é específico do curso.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Usuário excluído -

Fernando e demais colegas, considero muito relevante a formação do tutor para uso do AVA, bem como uma formação para os alunos que participarão de determinado curso. Tomando como exemplo o e-proinfo, uma das críticas que se faz é que é um ambiente pouco intuitivo, no qual a semântica utilizada é incompatível com as funções. Há ferramentas que não são fáceis de usar, como é o caso da biblioteca. O caminho a ser percorrido para enviar um arquivo, é longo e necessita de exercício e disponibilização de dicas. Geralmente isso é feito presencialmente, mas poderia ser feito também através de tutoriais. O primeiro conteúdo deveria ser justamente como navegar no ambiente e utilizar adequadamente suas ferramentas. Creio que isso diminuiria a ansiedade dos alunos diante da sensação de "não saber", fato que para alguns alunos serve como justificativa para não permanecer no curso.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Usuário excluído -
Olá Pessoal,

A idéia de imitar o real (ou melhor, imitar o presencial, já que o virtual não se opõe ao real e sim ao atual) parece positiva... No entanto, em alguns casos, para alguns públicos isso pode não ser interessante. Eu sempre penso que cada caso é um caso; eu particularmente, não gosto de chamar o chat de "sala de bate-papo" no entanto, esta expressão já está sendo amplamente utilizada na rede - e acho que se alguém falar em sala de bate-papo presencial algumas pessoas podem até achar que estamos fazendo uma analogia ao inverso: estamos trazendo uma expressão do online para o presencial... interessante, não é?

Na verdade, acho que o grau de imersão de cada um na cibercultura vai determinar se é ou não interessante, importante, relevante fazer analogias entre os espaços do online com os espaços do presencial. Pensando assim, o Moodle cresce em pertinência, já que a maioria de seus recursos pode ser renomeado facilmente pelo docente (um fórum pode ser chamado de 'quadro de avisos'; um chat de 'sala do cafezinho', um glossário de 'biblioteca' ou de 'midiateca'). Desta forma, a depender do caso, do público, do perfil do docente, temos a possibilidade de escolher fazer ou não as analogias.

abs,
Nicia

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Socorro Cabral -

Oi Fernando!

Oi pessoal!

Acho que estamos adentrando numa discussão bem filosófica.

 O que seria o real e o virtual então? Será que o virtual petenceria ao mundo da ilusão e o real ao mundo da existência. Será que não estamos dicotomizando essas categorias?

O autor André Lemos (1999) discorda da visão dicotômica desses conceitos, afirmando que virtualizações e atualizações fazem parte da mesma realidade, e é uma falácia conceber o virtual como oposto ao real. É também Lévy ( 1993) que traz a discussão filosófica da questão, afirmando que " o virtual não se opõe ao real e sim ao atual: virtualidade e atualidade são apenas dois modos diferentes da realidade".

Um exemplo bastante pertinente, é apresentado pelo autor André Lemos, quando traz o virtual como um processo de questionamento, e exemplifica a leitura (intrepretação) como um processo de virtualização e a escrita como um processo de atualização. Nessa lógica, no processo de escrita sobre determinada temática, virtualizamos determinada questão na escoalha de uma ou outra abordagem. Esse processo vai sempre sendo renovado à medida que o sujeito, ao ler o texto, vivencia processos de virtualização, pois na dinâmica da leitura ele questiona e traz outras referências.

Acredito que apesar de não se poder determinar precisamente a presença de uma entidade virtual em determinado espaço e tempo, esta se atualizará em diferentes situações.

Socorro Cabral

Em resposta à Socorro Cabral

Re: Imitar o real?

por Usuário excluído -

Olá Socorro e demais colegas,

minha pretenção inicial não era discutirmos esta questão filosófica do real e do virtual, até por gerar outras inquietações...

Minha intenção foi exatamente nos questionarmos sobre as estratégias didáticas que estamos utilizando e quais os parâmetros que estamos utilizando para a elaboração de materiais e atividades. Me preocupo quando percebo que - em alguns momentos - nossos cursos são elaborados visando o ambinete ou o material, esquecendo do aluno, que é tão diferente daqueles que estuda numa proposta de cursos presenciais.

Quando fazemos a opção de um AVA, o Moodle por exemplo, o que levamos em conta? As possibilidades de estratégias ou a usabilidade? E a quem este AVA é usual?

Um abraço a todos!

E desde já um feliz dia dos professores, desejando que possamos refletir sobre nosso papel da história educativa do nosso Brasil! sorriso

Em resposta à Usuário excluído

Re: Imitar o real?

por Socorro Cabral -

Oi Fernando!

Oi colegas!

Fernando, você toca num ponto fundamental, que é a construção de uma proposta didática num AVA, em sintonia com as demandas dos nossos alunos. Concordo com você que um ambeinte virtual tem que ter características peculiares ao contexto da cibercultura, como por exemplo a questão da usabilidade . Sobre esse ponto, a professora Edméa traz questões importantes na construção dos AVA:

a) Criar sites hipertextuais que agreguem intertextualidade, intratextualidade, multivocalidade, navegabilidade, mixagem e multimídia.

b) Potencializar a comunicação interativa síncrona e assíncrona.

c) Criar atividades de pesquisa que estimulem a construção do conhecimento, a partir de situações-problema, onde o sujeito possa contextualizar questões globais e locais do seu objeto cultural;

d) Criar ambiência para avaliação formativa, onde os saberes sejam construídos num processo comunicativo de negociações, onde a tomada de decisões seja uma prática constante para a (re) significação processual de autorias e co-autorias.

e) Disponibilizar e incentivar conexões lúdicas, artísticas e navegações fluidas. (SANTOS, 2003, p. 225).

Quem agrega outras características, ou quer aprofundar o mapeamento feito pela professora?

Socorro Cabral

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Wladia, pergunto se vc conhece possibilidades concretas de articulação do Second Life com o Moodle. Tenho interesse grande nisso.

Pergunto à equipe da UFBA se vcs conhecem algo a respeito.

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

SL + Moodle = SLOODLE

por Usuário excluído -
Olá Marco e demais,

A possibilidade concreta de articulação entre o Second Life e o Moodle já existe sim, e é denominado Sloodle (apropriado, não piscando?).

No site www.sloodle.org vc pode ver, em um espaço no Moodle, as principais características e dicas de como usar o Sloodle. Tem um site www.sloodle.com tb, mas hoje tentei entrar e está fora do ar.

No ano passado, no Moodle Moot Brasil, em SP, na Universidade Mackenzie, ouvi uma fala sobre o Sloodle, mas foi bem superficial. Aliás, o administrador do Moodle da Mackenzie era um colaborador no desenvolvimento do Sloodle (acho q o e-mail dele era moodle@mackenzie.br - não me lembro o nome).

Aqui na UFBA não temos o Sloodle instalado; mas no GEC tem uma doutoranda que pretende estudar o Sloodle, Adriane Halman (adriane_halmann@yahoo.com.br). Ela poderia lhe dar mais informações.

Espero ter ajudado...

abs,
Nicia
Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Ieda Carvalho Sande -
Wladia,
Como posso saber mais dessa pesquisa? Penso que um ambiente virtual próximo à realidade do aluno, facilitará muito a interação.
Abs,
Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Gente, lamentavelmente, a proximidade do AVA com a sala de aula presencial parece ter mais a ver com o fenômeno chamado "transposição".

A propósito, no site da Secretaria de Educação a Distância do MEC há uma contribuição valiosa transposição: “Toda mediação é uma transposição e toda a transposição implica em transformação de significado, de relevância e de valor estético e ético, coerente com a mudança do espaço da ação educativa – do presencial ao virtual. Para isso, é necessário distinguir a prática educativa presencial e a dos ambientes online para que ocorra a transposição, a passagem ou realização da mediação educativa [conhecida e analisada em espaços presenciais] quando esta se realizar em ambientes mediados por computadores em rede por entender que o espaço é parte integrante da cultura.”

Segundo J. Moran, que tem larga experiência de avaliar EAD no país, muitas universidades brasileiras estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial:

"Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes).” Seus cursos online “são pura instrução programada; são textos com atividades e avaliação com testes de múltipla escolha. Só os faz quem está muito motivado; mas são difíceis para a maioria, acostumada ao olho no olho”.

Neste caso são feitas transposições do presencial precário para o online, que se torna igualmente precário...

As salas de aula que vi second Life apresentam a mesma formatação da sala de aula tradicional... Como dizem na Bahia: "ó paí ó"

prof

prof.8

Sempre alguém lá na frente apresentando algo no quadro de frente para os alunos enfileirados.

Abrçs.

Em resposta à Marco Silva

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Socorro Cabral -

Marco,

Lamentalvelmente é essa a realidade que a gente vê. Estou sendo tutora de um determinado curso de graduação, de uma determinada instituição, e fiquei assustada quando vi a dinâmica do curso. Textos formatados linearmente; pouca interatividade, chats sendo utilizados apenas para tirar dúvidas e acrecentar pontos aos alunos que entram, falta de articulação da equipe de trabalho, enfim... uma educação a distância realmente distante e pautada no modelo um- todos.

A realidade que vc retrata nas imagens do second life, podem também ser vistas nesse vídeo disponibilizado no you tube: http://br.youtube.com/watch?v=xLRt0mvvpBk

Socorro Cabral

Em resposta à Socorro Cabral

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Querida Socorro

Em seus saberes docentes, como vc chamou a atenção dos profs contra transposições nefastas?

Não sou contra transposições. Algumas podem ser maravilhosas. Pessoalmente, faço transposições do online para o presencial. Trago a dinâmica dos chat e foruns para dentro da sala de aula presencial infopobre. Dá certo e, inclusive, melhorei minha docencia presencial com essa transposição.

Aliás, traga mais para nós da sua produção recente sobre saberes docentes para educação online.

Bjs,

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Olá a todos!

Estou tentando pegar o "bonde" andando como já foi dito no outro fórum, pois estou bem sumida ou melhor até agora ainda não interagi de fato.

Fico pensando na fala do Fernando quanto ao crescente surgimento de tecnologias que chegamos até a ficar um pouco perdidos. Ás vezes chego a pensar que  somos sufocados por tantos recursos. Outras vezes, vejo que vamos em busca da mais nova ferramenta tecnológica, sem aprendermos de fato a explorar as potencialidades das anteriores.

Costumo  utilizar o moodle nas minhas disciplinas presenciais e como aluna na pós-graduação.  E nesse ambiente, uma ferramenta que se destaca e a que mais vejo sendo utilizada é o fórum. Reconheço que as discussões neste espaço são ricas e nos aproxima muito  dos alunos, no entanto, percebo que muitos cursos estão concentrando suas atividades nesta ferramenta. Por isso, fico a pensar: Será que não estamos exigindo demais dessa ferramenta na tentativa de tentar suprir  a ausência de encontros presenciais? Estamos considerando que nem todos gostam de falar/escrever? Por que a pouca utilização de outros recursos em um AVA? Na verdade, são algumas inquietações que trago da minha pouca experiência com AVA.

Acredito que não só o aluno tem dificuldade em acompanhar estes novos espaços de aprender, como também os professores estão aprendendo a ensinar nesse ambiente.

Abraços

Cleia (UFJF)

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Oi Elzicleia,

Compartilho com você essas inquietações.Mas, precisamos refletir o que de fato acontece para a subutilização das interfaces do Moodle ou de qualquer outro ambiente virtual de aprendizagem. Por que só a predominância do fórum?

Para além dos saberes dos conteudos curriculares e dos saberes pedagógicos, o docente precisa de um outro que o tecnológico.  Este não é o essencial, mas é muito importante, pois se ele desconhece as potencialidades do meio, não explora as suas reais possibilidades e termina, na maioria das vezes, repetindo o mesmo tipo de atividade sem considerar os diferentes estilos de aprendizagem. Em outros casos, acabam seguindo uma abordagem instrucionista, de estimulo-resposta quando não configura a interface adequadamente, não deixando abertura para fluir a interatividade. Mesmo sabendo que ela é obra do professor, sem espaço ela não acontece.

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Socorro Cabral -

Oi Maristela,

Você toca num ponto fundamental que é a questão dos saberes tecnológicos. Na minha pesquisa de mestrado, percebi que ele é fundamental ao docente online. E isso não quer dizer que o mesmo precisa ser um informata não. Longe disso! Entretanto, esse saber agregado a tantos outros, é de fundamental importância na nossa atuação. Imaginem se o professor teoricamente conhece tudo sobre mapas conceituais, e não tem saberes tecnológicos que possibilitem a implementação de uma proposta na rede, visando um trabalho interativo e colaborativo. A proposta fica sim inviabilizada. Além disso, precisamos agregar a questão pedagógica e comunicacional.

Socorro Cabral

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Fábio Kalil de Souza -

Oi Elzicleia e colegas!

     Sobre sua pergunta: "será que não estamos exigindo demais dessa ferramenta na tentativa de tentar suprir  a ausência de encontros presenciais?"

Alguns cursos online são projetados para não terem encontros presenciais, como sabemos. O fórum de discussão de longe pode subsituir tais encontros, mas tão somente servir como recurso auxiliar de comunicação e/ou (re)construção do conhecimento. Logo, não se trata de "tentar suprir  a ausência de encontros presenciais", mas de seguir o que foi estabelecido no projeto originador do curso. Questionável seria se, em um curso semipresencial (encontros/atividades online + encontros/atividades presenciais), o fórum fosse a principal interface na formação desse rede humana de trocas simbólicas.

Aí vc indaga: "por que a pouca utilização de outros recursos em um AVA?"

Sobretudo porque a cibercultura, a educação online e consequentemente os ambientes vituais de aprendizagem são campos de significação relativamente novos para docência, sobretudo para àquela concentrada na Educação Básica. Como pouco ou nada se conhece sobre AVA, por exemplo, sua exploração fica aquém do desejável.

No entanto, estamos vivenciando nesta pesquisa uma exceção, pois, no caso do Moodle, analisamos limites e possibilidades de suas interfaces, discutimos estratégias de ensino, implodimos paradigmas e conceitos, demolimos compreensões e construimos novas, refletimos sobre nossas posturas/práticas e "verdades", relatamos experiências, enfim, estamos aprendendo a professorar no online.

E pegando carona na sua "pedagogia da pergunta", Elzicleia, tb indago (o convite de resposta é para tod@s): o Moodle é de fato um AVA amigável para qualquer público? Poderíamos afirmar com certo grau de segurança que jovens que compõem a chamada "geração digital" teriam motivação para aprender no Moodle? Nesse ambiente que outras formas de comunicação interativa podemos pensar? O Ambiente Virtual 3D inaugura um novo capítulo na educação online?

abs,

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Olá a todos,

As questões apresentadas pela Cleia são realmente muito apropriadas para o nosso debate e somadas às demais ficam ainda melhores...

Estou vivenciando algumas experiências que retratam um pouco do que vcs trazem aqui:

1) vários professores que estão com aulas em ambientes online tem me dito que entendem que o fórum é a sala de aula destes ambientes e, portanto, não podem ficar sem esse tipo de interação. Há aceitação do uso de outros recursos (pelo menos eles dizem isso), mas desde que seja concomitante ao forum. Essa atitude dos professores indica os aspectos destacados pelo Marco Silva aqui e tb por outros colegas: a transposição do presencial para o virtual tem sido um fato e sinto que essa é a forma dos docentes se sentirem mais seguros em relaçao aos ambientes online. Os argumentos são diversos, mas há ma recorrência sobre a necessidade de se "garantir" rigor e aprofundamento teórico e, nesse sentido, atribui-se ao uso dos fóruns a possibilidade de mediar com mais facilidade e proximidade do aluno.

É sabido que nosso processo de desvelamento do novo está pautado, num primeiro momento, em nossas referências e, portanto, tais atitudes seriam, a princípio, compreensiveis. Porém, diante disso tudo, percebo outros pontos e dentre eles a falta de compreensão e conhecimento da Linguagem (ou linguagens) que envolvem tais AVA. Temos debatido longamente aqui na UFJF sobre o uso de outros recursos e percebo que teremos uma caminhada muito produtiva para todos, especialmente para as pesquisas que temos realizado.

2) outro ponto que me instigou nesse debate, diz respeito a quem são os aprendizes. Identifiquei três: alunos (dos diversos segmentos: ed. básica, graduação, pós etc), professores (docentes que estão aprendendo a usar os AVA com seus alunos em diversos segmentos) e pesquisadores (que, direta ou indiretamente participam e pesquisam os dois grupos anteriores e também os AVA). Os alunos, como temos debatido, são grupo muito diverso, pertencentes a realidades distintas, heterogêneas: com acesso a banda larga ou a linha discada, com conhecimento tecnológico ótimo, bom ou em processo - mas sabemos que a facilidade em relação à tecnologia é fato, o segundo grupo, dos professores, pode apresentar as mesmas condições do primeiros grupo, mas integram a docência e todas as implicações que a envolvem: resistência, transposição, criatividade (ou a falta dela), abertura (ou a falta dela), concepções, desconhecimento ou falta de compreensão da Linguagem etc. O terceiro grupo, dos pesquisadores, precisam atuar com os dois grupos e ao mesmo tempo devem investigar as diversas realidades, os AVA e suas possibilidades (e limitações) e suas próprias concepções... A construção, em nosso grupo de pesquisadores, tem sido coletiva e temos o privilégio desses espaços, desses cursos, em que podemos aprender mais, rever alguns pontos de nossa prática e alguns conceitos... Mas de todos esses grupos, sinto que precisamos dizer de quem estamos falando: dos alunos (quem são?), dos professores? (quem são?), dos pesquisadores?

Nossa, escrevi muito, me empolguei...

Bjs

Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Adriana e todos

Este tema da transposição me instiga muito. Acabo de preparar uma aula sobre isso e nela lancei mão de tabelas interessantes da Joana Sancho que compartilho aqui em anexo.

As tabelas instigam o trabalho de fazer distinções entre modalidades de educação e tb ajudam a vislubrar possiveis transposições: do presencial para o online e vice versa.

Com estas tabelas procuro incentivar meus alunos de um curso online a comentarem e ampliarem as diferenças e, em especial, mostrar as transposições que eles já realizam. Darei retorno aqui sobre esta aula que acontecerá nesta semana que inicia.

bjs, Marco

Em resposta à Marco Silva

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Perdão, esqueci de incluir o texto da Joana Sancho de onde tirei e traduzi as tabelas. Vejam o anexo.

Bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Marco, a documento é realmente muito interessante e propões questões instigantes para o debate...Penso que devemos discutir sobre os modelos que ora centram o processo de aprendizagem no professor, ora do aluno... Sabe que essa dicotomia me incomoda?

Por outro lado, na tabela 4 , das emergências (visões emergentes - virtual), dois pontos, em especial, merecem olhar atento:

1) facilitar el aprendizaje del alumnado.

2) Papel del estudiante: estudiar los materiales, hacer los ejercicios, reproducir la información

Se estas são as emergências, precisamos realmente tomar cuidado... Paralelo a isso, há toda uma discussão sobre a o efeito auto-aprendizagem ou auto-didatismo e a perversidade de atribuir aos alunos TODA  a responsabilidade pela aprendizagem (Belloni, Peters entre outros já chama a atenção para esse ponto).

MAs quero saber mais sobre as discussões que vcs tem feito a partir desse documento... e, o que Sancho pensa disso tudo? O texto, na íntegra, traz outros dados? Ela se posiciona claramente?

Bjs

Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Fábio Kalil de Souza -

 Olá péssoal!!

Vamos à síntese da semana?

  • Maristela Midjei propõe inicialmente retomar três “fundamentos da educação na cibercultura”, e mais especificamente na educação online, que são: a interatividade, a colaboração e, ela acrescenta, a autonomia, questionando “como pensar em estratégias de ensino e aprendizagem utilizando ambientes virtuais? E “O que esses ambientes potencializam numa sala de aula?” Como dica nos sugere relembrar o vídeo "Tecnologia ou Metodologia".

  • Fernando Pimentel traz Otto Petters para “participar” da discussão ao informar que o teórico, analisando alguns AVAs, observa um esforço de seus construtores em reproduzir contextos/características/aspectos da realidade física como salas, bibliotecas etc., indexalizando tal observação à sua pergunta: “até que ponto é positivo construirmos ambientes similares a ambientes do mundo concreto em ambientes virtuais, como é o caso de alguns módulos do curso mídias na educação ou do próprio Second Life?” Ainda complementa: “Será uma tentativa de minimizar a iniciação dos alunos e professores no campo da educação online?”

  • Maristela Midjei afirma numa clarividência singular que de fato é intenção aproximar a formatação do AVA o máximo possível ao mundo físico, explicando que “Quando encontra algo que já faz parte do seu cotidiano, dá uma sensação de familiaridade. Isso facilita a navegabilidade e as interações.” Também pontua a dificuldade de alguns cursistas em transitar no ambiente virtual, despendendo assim um tempo desnecessário, além de responder questões de fóruns e postar atividades em locais inadequados.

  • Wladia Bessa corrobora com Maristela, mas com uma ressalva quanto ao uso do Second Life (SL) com base em suas experiências em alguns cursos, nas inclusive em universidades: “a maioria deles é apenas reprodução de slides, ou teleconferência.” Além das interfaces mais comumente usadas (chat, fórum etc.), Wladia pergunta num tom apelativo “porque não usarmos uma WIKI, usarmos questionários, enquetes, lições alguns outros recursos que nos são oferecidos”. Como integrante de um grupo de pesquisa que se debruça na construção de uma ambiente de aprendizagem no SL, ela conclui: “tentaremos construir um ambiente mais próximo da realidade dos alunos hoje”.

  • Fernando Pimentel retorna a arena dando um novo impulso à discussão que iniciara, trazendo uma nova questão: “quando buscamos adotar um AVA de elementos do mundo físico (real e concreto, palpável) não corremos o risco de influenciar os alunos a pensarem que a única diferença entre um modelo e outro é a distância entre os professores e alunos?”. Segundo ele, há uma embate conflitante no meio acadêmico ao transpor modelos de pensamento e organização contemplados na educação presencial para a modalidade a distância, principalmente pra a educação online. Motivo: “prejudicarem o entendimento desta proposta ou modalidade”.

  • Amadeus Soares afirma, por outro lado, que há quem acredita numa reprodução da sala de aula para o mundo virtual. Ele defende que as interfaces devem ser utilizadas em função das características da disciplina e do perfil dos estudantes. Justifica sua posição ao afirmar que “O aluno muitas vezes não consegue nem anexar um arquivo, não tem webcam e fazer um vídeo nem pensar. Ele que sempre foi um passivo receptor, agora cercado pela tecnologia, chamado a participar, colaborar, ser também autor, não consegue desempenhar este novo papel. Num mesmo fôlego acrescenta que os recursos devem ser utilizados de modo a privilegiar atividades instigantes e colaborativas, despertando no discente “sua capacidade autoral”. Os ambientes virtuais podem ser introduzidos, “no transcorrer do curso”, mas tendo o cuidado de não transformá-lo “em um obstáculo à participação do discente.”, conclue.

  • Sheilane Brito compartilha com as idéias de Amadeus, chamando atenção para a necessidade da inclusão digital, “que permite que o aluno se aproprie das informações contidas no ambiente de forma correta e, através das trocas relacionais, construa seu conhecimento.” Sobre a definição, estruturação e organização do conteúdo modular, declara que o estilo, o perfil e os anseios da turma são relevantes. Revelando seu entendimento a respeito da boa atuação do docente online, afirma que este “faz com que o discente faça o uso apropriado das interfaces contidas no AVA e através delas interaja com ele e com todos os outros alunos”.

  • Fernando Pimentel concorda com a necessidade de se considerar o estudante no uso de um AVA, mas destaca que o docente também é, e por essa razão (orientar o discente), aquele à quem melhor formação deve ser dada para seu ofício. Fernando assinala: “Nós, educadores, também estamos na fase da aprendizagem e apropriação dos recursos e das possibilidades que um AVA pode oferecer. E precisamos estar abertos para esta aprendizagem.”.

  • Carmem Lúcia elenca algumas dificuldades operacionais do E-Proinfo: “Há ferramentas que não são fáceis de usar, como é o caso da biblioteca.”, ela cita. Daí julgar relevante a formação do tutor para orientação dos discentes na navegabilidade em AVAs. Para Carmem, o conteúdo sobre “como navegar no ambiente e utilizar adequadamente suas ferramentas” tem importância basilar inclusive na redução da ansiedade discente ante a operacionalização das interfaces.

  • Nicia Riccio julga que idéia de imitar o real “(..) parece positiva”, salvo em alguns casos e para certos públicos. Ela esclarece seu posicionamento ao afirmar “que o grau de imersão de cada um na cibercultura vai determinar se é ou não interessante, importante, relevante fazer analogias entre os espaços do online com os espaços do presencial.” Mais à frente trata da articulação entre o Second Life e o Moodle: Sloodle (www.sloodle.com).

  • Socorro Cabral traça um breve comentário sobre a distinção entre virtual e real, sustentando seus argumentos com André Lemos (1999) e Lévy (1993), que tratam magistralmente sobre tais conceitos. Segundo este, "o virtual não se opõe ao real e sim ao atual: virtualidade e atualidade são apenas dois modos diferentes da realidade".

  • Fernando Pimentel entra novamente em cena e bombardeia a discussão com suas primeiras provocações, as quais, noutra roupagem, vale a pena rever: “Quando fazemos a opção de um AVA, o Moodle por exemplo, o que levamos em conta? As possibilidades de estratégias ou a usabilidade? E a quem este AVA é usual?

  • A resposta não tarda em vir, e é Socorro Cabral que, ancorada em (SANTOS, 2003, p. 225), orienta:

a) Criar sites hipertextuais que agreguem intertextualidade, intratextualidade, multivocalidade, navegabilidade, mixagem e multimídia.

b) Potencializar a comunicação interativa síncrona e assíncrona.

c) Criar atividades de pesquisa que estimulem a construção do conhecimento, a partir de situações-problema, onde o sujeito possa contextualizar questões globais e locais do seu objeto cultural;

d) Criar ambiência para avaliação formativa, onde os saberes sejam construídos num processo comunicativo de negociações, onde a tomada de decisões seja uma prática constante para a (re) significação processual de autorias e co-autorias.

e) Disponibilizar e incentivar conexões lúdicas, artísticas e navegações fluidas.

  • Marco Silva traz um novo dado à discussão: a transposição. Ele argumenta: “no site da Secretaria de Educação a Distância do MEC há uma contribuição valiosa sobre transposição: “Toda mediação é uma transposição e toda a transposição implica em transformação de significado, de relevância e de valor estético e ético, coerente com a mudança do espaço da ação educativa – do presencial ao virtual. Para isso é necessário distinguir a prática educativa presencial e a dos ambientes online para que ocorra a transposição, a passagem ou realização da mediação educativa [conhecida e analisada em espaços presenciais] quando esta se realizar em ambientes mediados por computadores em rede por entender que o espaço é parte integrante da cultura.”.

  •  Elzicleia Tavares critica a ênfase de alguns cursos online em utilizarem o fórum como recurso privilegiado de interação e revela suas inquietações: “Será que não estamos exigindo demais dessa ferramenta na tentativa de tentar suprir a ausência de encontros presenciais? Estamos considerando que nem todos gostam de falar/escrever? Por que a pouca utilização de outros recursos em um AVA?”

  • Maristela Midjei comunga com Elzicleia sobre o fórum, mas ressalta, e por isso, a importância do saber tecnológico no pensar e fazer docentes, além dos saberes pedagógico e técnico. Ela explica que, na ausência do tecnológico, o docente “não explora as suas reais possibilidades [as do AVA] e termina, na maioria das vezes, repetindo o mesmo tipo de atividade sem considerar os diferentes estilos de aprendizagem”.

  • Socorro Cabral, em parceria com Maristela, reafirma a relevância pedagógica do saber tecnológico para a docência online, dessa vez num exemplo também esclarecedor: “Imaginem se o professor teoricamente conhece tudo sobre mapas conceituais, e não tem saberes tecnológicos que possibilitem a implementação de uma proposta na rede, visando um trabalho interativo e colaborativo. A proposta fica sim inviabilizada. Além disso, precisamos agregar a questão pedagógica e comunicacional.”

  • Fábio Kalil intervém nas duas questões expressas por Elzicleia explicando que, em determinados casos, os cursos são projetados para utilizar apenas o fórum como interface de comunicação, e que não se trata, portanto, de substituir o presencial. Prossegue, em resposta à segunda questão, pouca (ou nenhuma) familiaridade têm os docentes –sobretudo os da Educação Básica- com o mundo virtual, inclusive a cibercurtura e a educação online. Noutros termos: o desconhecimento é a base da insipiência.

  • Finalmente Adriana bruno, que traz experiências de sua atuação como docente e pesquisadora. Num primeiro “ponto”, ela socializa a receptividade de seus alunos em relação ao fórum, sem abandonar outras interfaces, desde que seu uso seja concomitante àquele. Destaca, entre outras observações, “a falta de compreensão e conhecimento da Linguagem (ou linguagens) que envolvem tais AVA”. Um segundo “ponto” é de fato a necessidade de considerar a pluralidade/heterogeneidade dos participantes, pois “Os alunos, como temos debatido, são grupo muito diverso, pertencentes a realidades distintas, heterogêneas: com acesso a banda larga ou a linha discada, com conhecimento tecnológico ótimo, bom ou em processo”.

Boa semana a tod@s!

Fábio Kalil

 

 

(Editado por Marco Silva - Sunday, 12 October 2008, 22:02)

Em resposta à Fábio Kalil de Souza

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

Beleza de sítese da semana Fábio. Retada mesmo!!! Parabens à equipe UFBA que tem este cuidado.

Podemos considerar uma excelente sugestão para as próximas equipes: sínteses semanais

Procuro fazer isso em meus cursos online. E parto das sínteses para provocar mais. Costuma ajudar muito os alunos mais dispersos que não conseguem costurar ou fazer concatenações que dão sentido ao desenho didático, ao propósito da aula ou curso.

Abração,

Em resposta à Marco Silva

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Fábio Kalil de Souza -

A Equipe UFBA agradece seu carinho e incentivo, Marco!

Elzicleia, tb agradecemos, a plenos pulmões, seu carinho! Ficamos felizes em coloborarmos. Continuemos na trilha do sucesso!

Muitos abraços a tod@s!

Em resposta à Fábio Kalil de Souza

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Usuário excluído -

Olá a todos

Fábio, a síntese da semana ficou realmente uma "belezura"  e já aponta respostas para minhas inquietações sobre o uso do fórum. Esta "amarração" das idéias possibilita uma visão geral do que foi discutido na semana  e dá indicações de novas provocações como disse o Marco, bem como  retomar ás questões que necessitam ser aprofundadas.

Abraços!!! piscando

Em resposta à Usuário excluído

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Marco Silva -

A propósito do dia do professor,

vejam esta imagem, enviada na maior ingenuidade.... na maior das boas intenções... Porém revela dois problemas cabeludos que certamente serão transpostos para o ambiente online porque estão já naturalizados:

  1. O professor na frente e no modelo "um-todos" ou "apresentação"
  2. A valorização do espetáculo, do show...

dia do prof

Reparem, fui ao Google buscar imagens do dia do professor para felicitar os colegas desta pesquisa interinstitucional e pasmem: em inglês, francês, espenhol e português todas as imagens, salvo duas ou três, mostram o prof na postura de "apresentador", com varinha na mão, enchendo o quadro para alunos enfileirados como espectadores.... todo isso que estamos carecas de criticar... Vejam algumas imagens:

dia do profprof. 3profa 3

profa 7

prof 12

9

5

15

Enfim, feliz dia do(a) professor(a)!!!!

E durmam com um barulho desse!!!

Abrçs,

Em resposta à Marco Silva

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Jose Rosa -

Parabéns aos abnegados e valorosos professores desta nossa imensa Belíndia.

É para a gente parar e refletir mesmo ! Aproveitemos pois este dia do professor.

Agradeço ao Professor Marco por esta postagem que vem na hora certa.

A melhor aula que tive em minha vida foi proferida por Darcy Ribeiro no Antifeatro 9 da UnB, lá pelos idos de 1993/94, o câncer já em estado avançado, aula magna na qual ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa daquela instituição. Ao lado dele o então Ministro da Educação, Paulo Renato. E ele dizendo que faltava investimento em Educação em nosso país, apontando o dedo para a autoridade...

Sei que seria um ‘reducionismo’ atentar apenas para esta face da questão educacional no Brasil, mas apenas a título de curiosidade e levando-se em conta outra importante questão igualmente ligada, a territorialidade e os vários ‘brasis’ que existem dentro da nossa Pindorama, vocês sabem que um professor com igual titularidade e carga horária vale pelo seu esforço laboral (primeiro e segundo graus), em Salvador/BA, 1/3 do que vale o mesmo colega em Brasília/DF ?

A propósito vai sair em breve concurso para a Receita Federal:

“salário inicial de Analista Tributário foi reajustado recentemente e é de R$ 7.095,53. Em julho de 2009, passa para R$ 7.624,56 e, em julho de 2010, para R$ 7.996,07, conforme a Medida Provisória 440, que tramita no Congresso. A remuneração no fim da carreira é de R$ 9.456,00 atualmente. A partir de 2009, estará em R$ 11.595,00. O Auditor-Fiscal começa ganhando R$ 12.535,36. Em julho de 2009, o salário será de R$ 13.067 e, em 2010, de R$ 13.600. O salário final atual é de R$ 16.680, mas chegará a R$ 19.951 em 2009. A remuneração passou a ser por meio de subsídio, de parcela única, nos termos da MP 440. “

O que esperar de um país que não prioriza a atividade educacional e seus principais atores ?
Em resposta à Fábio Kalil de Souza

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Socorro Cabral -

Fabio,

Parabéns pela síntese. Isso são saberes pedagógicos se revelando no nosso ambiente online. Mais uma vez confirmo a questão da importância do outro na nossa formação, destacando que os saberes docentes não são apenas cognitivos e sim sociais.

Socorro

Em resposta à Socorro Cabral

Re: O potencial pedagógico dos AVA

por Fábio Kalil de Souza -

Socorro,

           Grato! Na verdade é assim que tornamos a plataforma Moodle num AVA. Somos nós, pessoas, o centro estruturador/formador deste ambiente.

Fábio Kalil