Atividade 1 - Fórum: Um computador por aluno

destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -
Número de respostas: 61

Caros

O texto de leitura que disponibilizamos na abertura dessa unidade trata de 3 momentos da história das TIC na educação do Brasil e de Portugal sob um olhar singular. Certamente vocês têm outros destaques a apontar, pois somos sujeitos dessa história e a inteligência coletiva que se constitui nesse grupo poderá reescrever essa história com outras cores e matizes, o que certamente nos ajudará a aprofundar a compreensão sobre as convergências, especificidades e possíveis contribuições ao presente e futuro da história das TIC na educação de nossos paises. Assim, convidamos todos, brasileiros e portugueses, a trazerem o seu olhar sobre essa história e apontar outros momentos que se destacam...

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Nuria Pons Vilardell Camas -
Olá Beth e colegas,

Há um momento comum, que independente do grau de desenvolvimento dos países, destaca-se: o futuro é a WEB. Vejam o Zoho, Ghost etc.

Diante do que o mundo já anuncia, uma coisa deverá estar clara, como já dizia Negroponte no projeto OLPC, "it's an education project, not a laptop project". Por quê?

Todos nós sabemos a resposta, por isso, talvez, devêssemos pensar qual o projeto educacional que desejamos, por exemplo. E aqui, penso que, não precisamos provar para nossos pares que sabemos teorias, precisamos, sim, aprender a aplicá-las, ou seja, sentarmos ao lado de quem nos conclama para a resolução dos problemas, e usarmos conjuntamente.

Olharmos quem esta fazendo, e não são poucos (Beth, você e sua equipe de pesquisa o fazem) é a história, é a narrativa curricular que nos dará pistas a um projeto educacional com algum sentido.

Temos história cumprida e a cumprir. Ouvi nestes fóruns experiências, vivências reais de quem senta ao lado de e faz junto. Estas experiências me interessam, em seus desabafos, em suas frustrações , em suas realizações, este vestir o "parangolé", citado alguns dias atrás, que nos auxiliará a desenvolver um projeto, que na sua prática não será comum, pois cada local terá o seu vestir, a sua necessidade e usabilidade...

Beth, na verdade temos muitos momentos que se destacam, mas para não querermos amanhã sermos apenas um momento relembrado em algum encontro síncrono além do digital, mas sermos a continuidade e o envolvimento para o desenvolvimento(semana passada descobri que evolução está fora de moda ;-) na área de Tecnologias), mudo a pergunta: a partir daquilo que já vivemos em práticas históricas com tecnologias, o que podemos iniciar a apontar como caminhos que se constroem para um projeto educacional necessário para a inclusão na cibercultura?

Não sei se é esta a questão a ser formulada, aceito auxílio:-), mas gostaria de andar mais por este caminho.

Abraços,

Nuria













Em resposta à Nuria Pons Vilardell Camas

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Edmea Santos -

Oi pessoal!

Núria, seus destaques são ótimos e sua questão também.

Penso que a relação entre universidade, escola básica e governos (municipais, estaduais e federal) deva ser mais efetiva e parceira. A pesquisa engajada com o ensino e a extensão devem ser fundamentos realmente implicados. Nós da academia, os professores das escolas temos que nos comunicar mais num contexto de pesquisa-formação, ou seja todos formam e se formam. Os governos precisam garantir infra-estrutura e financiamento para que os projetos não sejam meros PROGRAMAS que morrem antes de completar a primeira infância. A falta de continuidade é um problema sério. Por outro lado, precisamos investir em novos incentivos para além do eixo sul-sudeste.

Como a Beth explicitou em seu texto, nosso país tem dimensões continentais. A pluralidade só é problema para os PROGRAMAS (que geralmente pensam na lógica da identidade única). Temos que encarar a pluralidade como qualidade, potencialidade. Para isso, temos que ter projetos GLOCAIS como diz o Edgar Morin. Projetos glocais são aqueles que são sintonizados com as questões globais sem perder de vista as singularidades de cada cultura. Enquanto o Brasil pensar e fizer projetos "uniformes" , não avançaremos muito. Temos que investir diretamente nas localidades, na interiorização das universidades, na EAD, na inclusão digital e social. Tudo isso tendo a formação dos professores como eixo articulador.

O que acham pessoal?

[]s

Méa

PPS.:Núria adorei sua dica do Zoho. Este é um belo exemplo de solução Web 2.0. Continue compartilhando estas pérolas. 

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Prezada professora : muitíssimo interessante o material disponibilizado por vocês que mostra, através de uma retrospectiva histórica fiel,  que o nosso ministério brasileiro  tem priorizado a qualidade de formação do aluno, via formação do docente. No texto fica claro o pioneirismo das universidades brasileiras do sudeste-sul. Acho que essas universidades citadas trouxeram contribuições no sentido de  mostrar o computador como catalizador das mudanças educacionais, coisa que não acontecia no passado. Acredito que as dificuldades apontadas no texto  pela Unicamp e outras grandes instituições de ensino superior brasileiras são também as mesmas que passamos em outros estados como o nosso (Bahia): as estruturas das nossas escolas foram desfavoráveis á implementação do Projeto LOGO, bem como incompatíveis com os princípios teóricos postulados por Piaget e Papert, apesar  da disseminação dos projetos EDUCON e FORMAR mostar que a proposta era diferente daquela dos anos 60 (tecnicista).

Concluindo minha apreciação acredito que, apesar de todos esses esforços, no nosso Estado algumas iniciativas têm dado certo, porém, essas são pontuais. A minha opinião é a de que os computadores chegaram ás escolas e os professores não sabem o que fazer com eles, por falta de condições endógenas e exógenas á própria escola.

.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Núria, M. Olívia,todos

A preocupação da Núria faz sentido pois o importante é olhar o passado p/ melhor compreender o presente e projetar o futuro a partir do aqui e agora. E então a reflexão sobre o passado não pode ficar na denúncia, mas anunciar o novo, as possibilidades e criar referências para concretizá-las. Só assim podemos ir além do que Maria Olívia aponta. Afinal, temos experiências exitosas em todas as partes do Brasil, mas são pontuais e, portanto, estamos devendo em relação à criação da cultura tecnológica no âmbito micro, meso e macro em nossas instituições educativas. Essa cultura é criada no interior das organizações e não oorre por imposição.

Será que nossas preocupações com a integração de tecnologias na educação básica também atinge nossas universidades? E em Portugal, o que ocorre nesse sentido?

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Edmea Santos -

Oá Beth! Olá Graça! Olá equipe PUC-SP e colegas em geral!

Trago para este fórum uma inquietação que deixei na galeria para debatermos aqui. Afinal, este projeto pretende formar professores para a docência online e esta não se restringe mais a EAD. A educação presencial pode ganhar muito com a docência online também.

Segue a inquietação:

 Adorei esta galeria da unidade 2. Trago aqui uma inquietação e um questionamento. A inquietação é fruto de diversos relatos de colegas que fizeram o curso mídias na educação, organizado pelo Mec, que tem vocês na autoria dos roteiros e conteúdos. Beth e Graça, as pessoas elogiam demais o curso pelo seu conteúdo e desenho didático. Parabéns! O projeto é muito significativo. Contudo, quase todas as pessoas me relataram problemas e insatisfação  com a docência/tutoria. Os relatos são basicamente os seguintes:

  • Tutoria reativa, ou seja, os tutores só interagem para tirar dúvidas.
  • A maioira dos docentes/tutores não entende o conteúdo que ministra, ou seja, muitos tutores não estão teoricamente e nem metodologicamente preparados para ensinar os conteúdos dos módulos.
  • Não dominam as interfaces dos ambientes digitais e por isso não fazem mediações pedagógicas.

No caso do projeto mídias na educação o MEC investiu na qualidade do conteúdo, mas não criou um conteúdo e nem diretrizes gerais para o trabalho da docência ou tutoria online. Estou equivocada? Este fica a cargo das universidades parceiras egundo informações que tenho. Estas universidades muitas vezes não dispoem de conhecimentos específicos, nem possuem departamentos especializados, etc, etc. Pergunto, o que vocês pensam sobre a questão da docência online neste caso?

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Mea

Sua questão é importante, mas apenas cuidamos de elaborar dois módulos desse projeto e não participamos da tutoria, que ficou a cargo de equipes das universidades federais. Portanto, é melhor ouvirmos as equipes que participam do trabalho de docência online do projeto.

A par disso, é importante lembrar que há diversas universidades cuidando dessa tutoria e pode ocorrer de adotarem diferentes abordagens. 

Bjs

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Mea,
Conforme pontuou a Beth , nossa participação no Programa se deu na construção inicial do Módulo Introdutório e Módulo Gestão de Mídias na Educação. Não participamos da mediação pedagógica.

O Mídias na Educação chega às escolas e é um iportante programa e, a partir desse ano, será desenvolvido como uma Pós-graduação Lato Sensu e oferecida pelas Universidades Federais.

[]s Graça

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Edmea Santos -
Ola Beth! Ola Graca!

Sei que voces nao sao responsaveis pela docencia. Os dados que tenho de inquietacaoes com a tutoria sao de pessoas da BA e do RJ. A a maioria vem de inquietacoes de professores/multiplicadores de NTE. Os professores sao criticos e bem qualificados.

O universo e amplo e complexo e nao podemos generalizar. Trago o problema para debatermos um pouco mais sobre os desafios do desenho didatico e da docencia como potencializadora e mediadora do desenho didatico.


Desculpem estou num computador com falhas no teclado (Meu atual computador e quase uma BMW vermelha para mim por enquanto... Estou migrando do PC para MAC). Ainda nao descobri como configurar o teclado. Por outro lado ja consegui fazer e editar fotos...


[]s
Mea
Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Beth e colegas,

Acredito no que diz que como são diversas universidades, essas podem e devem adotar abordagens de acompanhamento, monitoria, tutoria ou melhor mediação didática. 

No entanto, posso falar pelo que acompanho e conheço, e penso que falta uma formação do pessoal das universidades para trabalhar com a metodologia on line, pois fazer formação de professores utilizando um ambiente virtual para discutir, pensar e construir propostas com o uso das várias mídias, da multimídia, requer daqueles que coordenam, acompanham um conhecimento ou pelo menos, uma experiência em relação aos processos de mediação didática on line.  O pecado, mais uma vez na implementação de uma proposta de política pública, está na falta de preocupação com a formação específica daqueles que executarão as mesmas... e assim, várias ações do governo são minimizadas, esvaziadas de significados...

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Edmea Santos -

Pois é Mary...QUEM FORMA OS FORMADORES?

Os formadores estão sintonizados teoricamente e politicamente com as questões do nosso tempo? Sabem o que é cibercultura e como esta se desdobra nos espaços de aprendizagem? Os formadores são autores e produzem conhecimentos articulando linguagens? Os formadores estão envolvidos com as políticas públicas? Será que sabem como pensam os nativos digitais? Será que os formadores conhecem as realidades das escolas? Será que sabem dos dilemas e etnométodos dos professores em seus contextos específicos?

  • Quem forma o formador?
  • Será que os formadores reconhecem a importância da formação continuada?

Como nós poderemos atacar estas questões de frente?

[]s

Méa

 

Em resposta à Edmea Santos

autoria e tutoria

por Usuário excluído -

Pois é, Mary e Méa.

Vocês tocam em uma questão importante da EaD, a autoria e a tutoria (mediação)... é uma faisca interessante para nosso debate!

Qual a opinião de vocês a respeito?

Em resposta à Usuário excluído

Re: autoria e tutoria

por Edmea Santos -

Olá pessoal!

Graça a autoria pode ser vivenciada tanto na produção do conteúdo, desenho didático e materiais como tamtém na mediação pedagógica. Muitas vezes o tutor/professor pode ser muito mais autor que o tal "professor-autor" que elaborou o material. O material é "pré-texto" para a criação de novos textos, sentidos e significados.

O conteúdo na ead não é só o que é disponibilizado previamente pelos professores-conteúdistas. Prova disso é o nosso curso. Os nossos fóruns, chats, galerias são fecundos de conteúdos e autorias. Se este curso não fosse interativo, só contaríamos com o seu desenho didático para auto-estudo. Aqui temos aprendizagem colaborativa que vai além da auto-aprendizagem. A docência online tem o papel de mexer e provocar a emergência de mais conteúdos e autorias.

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Socorro Cabral -

Puxa Méa...

Suas questões também estão me inquietando, pois hoje mesmo conversando com uma professora da rede estadual que está participando do curso Mídias Digitais pela universidade, colocou a mesma problemática da falta de mediação. O curso trabalha numa perspectiva reativa, e as atividades são postadas no ambiente de aprendizagem como uma mera obrigação. Isso é uma pena, pois o conteúdo proposto é muito rico e poderia gerar processos de virtualização riquissímos.

Estudando sobre a natureza dos saberes docentes na educação online, constatei na minha pesquisa de mestrado, que experiências significativas como aluno online, bem como a prática pedagógica reflexiva e a presença do "outro" na formação do docente, são aspectos fundamentais na formação do educador. 

Será que não seria interessante investir em propostas de educação online para os docentes das universidades? Mais quem forma os formadores? Como formar professores que acreditam que não tem mais o que aprender?

Em resposta à Edmea Santos

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Mea e colegas!

As perguntas que me inquietam são:

1. Que movimento nós estamos fazendo em nossas instituições na formação dos professores?

2. Quais espaços estamos buscando fora de nossas instituições para a construção de uma política pública em educação que considere também a formação dos professores (e dos seus formadores)?

Fico pensando se este 'reboliço' que a EAD tem causado na universidade pública/particular e vice-e-versa, não é um momento que vai passar a partir das ações que formos realizando para amenizar estes grandes problemas que estamos acompanhando: falta de formação de professores, desrespeito aos direitos trabalhistas, gestão ineficiente, programas mal desenhados, etc...

Acredito que para a primeira pergunta que fiz vamos encontrar em nosso grupo movimentos interessantes que trarão as dificuldades do processo, mas também possíveis caminhos que nos ajudarão a ver um sinal de luz.

Somos todos profissionais da EAD, mestres e uma parte doutores... não seria este um de nossos papéis?

Sei que estas ações de 'formiga' não fazem parte de políticas públicas e por isto podem ser mais frágeis, mas tb nao temos tempo para esperar que esta tal 'política pública' seja definida para fazermos alguma coisa. Aliás, ela será definida por quem? Estamos envolvidos na construção dela? De minha parte, digo que não e me sinto imobilizada quando penso nos caminhos que poderia traçar para me envolver na sua construção. Daí a segunda pergunta que me inquieta :)

Um abraço a vcs!

Ligia.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Ieda Carvalho Sande -

Ligia,

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Quando você pergunta “que movimento nós estamos fazendo em nossas instituições na formação dos professores?” esse nós seriam os professores dos cursos de graduação?

Como docente do curso de Letras, licenciatura em Português e Literaturas, o que observo é o aproveitamento dos professores do presencial para trabalhar com disciplinas on-line, sem qualquer preocupação com a formação desse profissional para a modalidade. Você acha que numa instituição privada, os docentes têm poder para mudar as regras que vêm de cima e que sabemos é a de menor custo para a instituição?

Quanto à universidade pública penso que também funciona assim.

Em resposta à Ieda Carvalho Sande

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Ieda,

Qndo digo nós entenda-se os lugares profissionais que ocupamos (docência, coordenação, reitoria, pesquisa, ministério, secretarias, etc...) e seus diferentes níveis de influência na tomada das decisões institucionais. Tb acho que colocar todo o peso desta mudança nas costas do professor não resolve... é preciso haver um movimento de todos os lados (que também inclui o professor) para que a ela aconteça. 

[]s

Ligia.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Amigos,

Que debate instigante e gostoso!!!

Em relação ao artigo do Dimenstein, não gosto muito de certas críticas apresentadas de forma tonitruante, mas sem fundamentação mais profunda. O texto mistura dados de seleção para postos de trabalho através de testes – à moda da antiga psicometria - com o IDEB e o “excesso de internet”.

É claro que o jovem fica, hoje em dia, muito exposto à Internet. Se ele desconfia ou repudia os meios de comunicação tradicionais (e não acho que a escola possa ser simplesmente incluída nesta categoria) isto não me parece causado apenas pelas TICs e pela Web em especial, mas pelo tradicionalismo e pela rigidez destas mídias e instituições.

Não nego a existência da ansiedade ou estresse de informação, escrevi recentemente um artigo sobre o tema: A EMOÇÃO NO MUNDO VIRTUAL - NOVAS SUBJETIVIDADES... NOVOS DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS... UM ESTUDO BASEADO EM CONCEITOS DE PIERRE LÉVY, publicado na Revista Electrónica Teoría de la Educación, em anexo para os que desejarem ler.

 Não consigo ver, no entanto, que o uso das tecnologias, do computador, possa prejudicar o desenvolvimento cognitivo de alguém (emburrecer, como diz o artigo).

Parecem-me instrumentos estimuladores, fontes de saudáveis “desequilíbrios cognitivos”, usando a linguagem de Piaget.

Abraço carinhoso para todos.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Colegas pesquisadores

Fui ao dicionário Houaiss, que tenho sempre comigo aqui no desktop, para procurar o significado da palavra "tonitruante" adotada na postagem da Eloíza. Encontrei "atroador como o trovão; muito ruidoso; que fala ou canta com estrondo"

De fato, essa palavra é boa para descrever as pesquisas barulhentas sobre a informática na educação. Há as pesquisas barulhentas em favor e há aquelas, talvez em maior número, que são do contra. Ambas preferem sempre o ruidoso, o estrondoso. Seja em suas próprias palavras, seja nas reações que geram no leitor afoito e desavisado. Provavelmente para ocultar sua fragilidade ou para explicitar sua pinimba.

A pesquisa da Unicamp alardeia dizendo que o computador na escola atrapalha a aprendizagem e o relato de Dimenstein tb alardeia dizendo que o computador emburrece o aprendiz. Para quem tem convicação crítica nas possibilidades pedagógicas do computador e da internet, essas pesquisas são tonitruantes não porque são do contra, mas porque preferem o estardalhaço taxativo e sem saída. Se quisessem se apresentar ao público em tom sereno e profícuo, poderiam meramente mostrar como ocorre aquilo que alardeiam, poderiam comparar diversas situações, poderiam e mostrar falhas de base, como, por exemplo, o despreparo dos professores para lidar com os computadores na aprendizagem, poderiam apresentar prospecções e dialogar com outras pesquisas... Não, as pesquisas tonitruantes preferem a lógica do panfletário, do polêmico, do satírico que se vale da exaltação exagerada e da impossibilidade.

O estilo tonitruante é lamentavelmente eficiente. Soube de pesquisadores engajados na política pública chamada UCA (um computador por aluno) que esmoreceram. Soube que até entusiastas e mentores desse projeto em Brasília entibiaram ao saber (talvez até sem ler) da pesquisa da Unicamp. Eis a força desse tonitruante junto aos desavisados e inconsistentes!

Precisamos desmascarar essa lógica com pesquisas serenas e profícuas. Entretanto, deveremos saber lidar com os ouvidos ensurdecidos pelo tonitruante ...

forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Marco, Eloíza, excelente o uso da palavra tonitruante ... vcs têm sugestões sobre como lidar com os ouvidos ensudercidos e olhos turvos pelo tonitruante ?

Abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Eloíza, vc tem as sugesões que a Beth pede? Suponho que no seu módulo,  agora em julho, possa nos trazer o ponto de vista da psicologia fente à cibercultura: como lidar com os ouvidos ensurdecidos e olhos turvos pelo tonitruante?

bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Marco, Beth, Lázaro e demais colegas do Fórum,

Vou lendo e me encantando com as intervenções de todos.

Retomando algumas questões anteriores, quando a Méa fala da tutoria apenas reativa, penso que carregamos para a docência online muitos "vícios" da sala de aula presencial.

Temos muito pouca intimidade com a interação e em uma sala de aula virtual não podemos fazer algo que é comum na presencial: olhar o aluno sem vê-lo, fazer uma escuta superficial e vazia de sentido, responder apenas formalmente e "por obrigação".

A preparação dos professores precisa envolver o que tentamos aqui: atingir áreas de competência tecnológica, de conteúdo e didáticas.

Quando o Lázaro aponta para a indefinição da profissão e da carreira do professor online concordo inteiramente com ele. Penso que, epla demora nas políticas de regulamentação desta questão o Brasil vai gerando uma "bomba relógio" que explodirá em breve.

A SEED, pelo que me falou o prof. Hélio Chaves Filho em Brasília, está muito preocupada agora com a normatização e a verificação de qualidade dos cursos. Acredito que logo a seguir virá o foco da regulamentação profisisonal.

Marco, vamos tentar, no próximo módulo, compreender um pouco mais a aprendizagem em ambientes virtuais à luz de alguns teóricos da Psicologia.

O foco não será apenas a prendizagem dos alunos, mas a nossa própria, contínua e rica, nos caminhos desta nova modalidade de Educação.

Beijo para todos.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

De fato Lígia. Sua pergunta é um desafio para mim.

Vc pergunta: que estamos fazendo para desenvolver formação de professores na cibercultura "nos lugares profissionais que ocupamos (docência, coordenação, reitoria, pesquisa, ministério, secretarias, etc...) e seus diferentes níveis de influência na tomada das decisões institucionais"?.

Pesquiso formação de professores em meu PPGE, realizo formação de professores em outras instituições, assessoro cursos e outras instituições sobre formação de professores, publico sobre este tema... mas... nas instâncias das instituições onde trabalho (UERJ e UNESA) nada faço de concreto, em favor da formação de nossos colegas professores.

Concentro-me na docência em sala de aula, na pesquisa, na orientação, na publicação sobre o tema, mas não luto em minhas universidades em favor da formação dos seus professores, tampouco desenvolvo iniciativas visando a formação dos colegas.

Por isso disse que sua pergunta é um desafio para mim.

Dizer que "santo de casa não faz milagres" seria no mínimo: pretensioso da minha parte; subestimar a inteligência dos colegas professores e gestores das instituições onde trabalho; subterfúgio, evasiva.

Dizer que "não tenho tempo" revela descomprometimento com meu lugar cotidiano de atuação profissional e educativa.

Dizer "vamos esperar uma política interna de formação de professores" é nunca ter cantado o refrão que diz: "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".

Então Lígia, me pergunto: qual será minha resposta para mim mesmo?

Então colegas, convido: se há alguém também inquieto/a com essa pergunta, vamos buscar de uma resposta que nos satisfaça.

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Marco,

Uma vez que atuamos na mesma instituição e sem querer particularizar, acredito que o primeiro desafio comum seja superar as barreiras institucionais corporativas além de outra questão que permeia o meio acadêmico que são algumas vaidades.

Levanto esses três aspectos levando em consideração que, por mais que sejam necessárias iniciativas, que muitas vezes são individuais, as mesmas só têm sucesso se houver um suporte institucional que no caso da UERJ, especificamente, não é muito favorável.

Já as segunda e terceira questões estão direcionadas, afinal, qual é o espaço que osprofessores/pesquisadores envolvidos na academia dão à sua formação? Será que reconhecem essa necessidade? Muitas vezes, sabemos mais das pesquisas de colegas de outros espaços acadêmicos, outros PPGs do que daqueles que fazem parte da nossa instituição.

Deixando de somente problematizar o quadro que se apresenta, creio que a formação de nossos pares passe por um reconhecimento de que é necessário dar lugar à tão falada "educação continua", nos diversos espaços que ocupamos, inclusive se já tivermos alcançado determinado prestígio acadêmico.

Que tal promovermos semana científicas em nossas instituições partilhando nossos trabalhos? Desenvolvermos discussões que envolvam graduação e pós graduação? Esses seriam bons passos para a abertura desses espaços de formação.

Abraços,

Lázaro 

 

 

 

 

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Marco, minhas horas, dias, meses e anos são dedicados a esse trabalho onde quer que eu esteja! Daí enfrentar junto com meu grupo de pesquisa o desafio de realizar o I web Currículo, ao qual convido todos dessa comunidade a participar: http://www.pucsp.br/webcurriculo

Abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Sim Beth. Vcs estão propondo um evento maravilhoso. Parabens! Já divulguei em todas as minhas listas, para todos os meus alunos.

Resta saber se a comunidade docente puquiana vai comparecer...

O fato conhecido é: as tribos comparecem nos eventos das mesmas tribos. Diante desse fato, penso na necessidade de investimentos de maior alcance interno. Gregos e troianos precisarão estar presente.

Forte abraço

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Marco, estamos investindo na divulgação interna também. Somente os fatos nos dirão se conseguiremos agrupar todas as tribos...

Abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Cara Mary, colegas

Somos membros dessas universidades e ainda assim conquistar nossas pares tem sido um árduo trabalho cuja evolução não acompanha o ritmo das mudanças e está muito aquém das necessidades. Em sua instituição que ações são empreendidas nesse sentido?

Nosso empenho tanto no âmbito de nossas instituições como em atividades como este curso só ocorre pq nos dedicamos p/ além do horário de trabalho, sacrificando horas e horas do convívio em família, não é mesmo?

Um abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Méa, Mary, Beth e demais,


Quem forma os formadores? É uma das questões que mais tem me inquietado atualmente. Os docentes das universidades parecem estar muito pouco familiarizados com o online no que diz respeito a seu potencial para o processo de ensino e aprendizagem. Quando adentramos por áreas distintas da educação a situação parece piorar ainda mais, já que inclusive no presencial, o modelo de educação predominante é ainda baseado na reprodução, na transmissão e muito  pouco se discute sobre teorias de aprendizagem, ou didática, ou práticas educativas: o conhecimento especializado é totalmente privilegiado em detrimento de todo o resto. Quando estes docentes são chamados a atuar na EAD(na UAB por exemplo) que modelo têm em mente? Que experiências vivenciaram e, provavelmente, vão reproduzir, na EAD (e no online)?

Será que a UAB não se caracteriza, para esses professores, muitas vezes, como uma BMW vermelha?!

abs,
Nicia

Em resposta à Usuário excluído

Políticas ou programas?

por Edmea Santos -

Olá Beth! Olá pessoal!

Beth, gostei muito do seu texto publicado na revista online portuguesa. Já tinha lido artigos que mapeiam historicamente as políticas e os programas de informática na educação aqui no Brasil. Seu artigo avança quando faz a análise contrastiva com a realidade de Portugal abordando, também,  o tema dos laptops/portáteis na atualidade. Parabéns! O texto me trouxe dúvidas e agumas inquietações que compartilho com vocês:

  • Beth e equipe da PUC-SP, qual a diferença entre POLÍTICAS E PROGRAMAS?
  • Das experiências barasileiras citadas, quais são políticas e quais são programas?

Aguardo a posição de todos e todas .

beijo grande

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Mea

Minha intenção com este artigo foi a de começar a identificar pontos de convergência e o que a experiência de um país pode contribuir para o outro. A partir desses estudos desenvolver ações de cooperação.

Em linhas bastante gerais em termos de políticas públicas temos que as políticas delineiam diretrizes gerais, intenções, prioridades... mas nem sempre redundam em ações efetivas por meio de programas. Já os programas têm compromisso com ações e projetos e têm recursos previstos em orçamento.

Vamos ouvir colegas que atuam em organizações públicas e podem trazer mais detalhes a respeito.

Abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Oi Pessoal,

Estou adorando a discussão e o material é muito bom.  Concordo com Méa em relação a opinião sobre o texto de Beth publicado na revista online portuguesa e, também senti a dúvida em relação a diferença entre política e programa, mas aproveitando a experiência vou tentar falar um pouco sobre isso.

Historicamente o governo brasileiro busca ao "pensar" políticas públicas se equivoca e passa a montar programas e projetos para atenderem algumas necessidades gerais da educação nacional e, isso se confunde, com a própria história da educação no nosso país marcada por programas, projetos, etc.  Por isso a dúvida, que é real, no entanto, calada, pois o senso comum informa que todo programa advém de uma ação de política pública.

Nesse sentido, a inquietação de Méa, minha dúvida, vem em torno do real significado de política pública, pois este vai além dos programas e projetos, não somente em ações e propostas para formar professores, consolidação de estruturas basilares para sustentação da educação pública no país.  Estudando um material  da professora Janete M. Lins de Azevedo, encontrei o seguinte significado para políticas públicas: "conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso púlbico que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas" (GUARESCHI apud AZEVEDO, não tenho o ano nem a publicação pois foi em uma discussão on line).  Nesse sentido, complemento que toda política pública sai do individual para o coletivo no campo público. 

Mesmo assim, ainda questiono: Será que todo resultado das propostas de políticas públicas são programas, projetos, etc.? não podem ser outras ações coletivas?

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Excelente colocação, Mary!

Tomo a liberdade de complementar sua referência...

(Guareschi, Comunello, Nardini & Hoenisch, 2004, pág. 180).

As políticas podem ser divorciadas do coletivo?

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -
Foram apresentados esclarecimentos sobre Políticas, Programas e ações coletivas. No decorrer das pesquisas realizadas em escolas públicas do Rio de Janeiro, observei que as Políticas e os Programas chegam às escolas, mas as ações coletivas geradas pelas referidas Políticas e Programas nem sempre são as mesmas. Os grupos as interpretam de formas diferentes, até porque a infra-estrutura de cada espaço educacional é diversificada...
Embora se observe empenho dos grupos nos espaços escolares as ações coletivas são bem diferentes... do que se poderia esperar de acordo com as Políticas anunciadas e os Programas que chegam aos diretores, coordenadores pedagõgicos e professores das escolas, que no contexto de sua realidade realizam o que é possível.
Esse é um tema que exige reflexão e aprofundamento para que possamos analisar as nossas ações junto aos grupos de pesquisa dos quais participamos...
Abraços e vamos prosseguir nas discussões para levar aos locais de nossas investigações algumas alternativas de ação para o alcance de alguns dos objetivos propostos nas Políticas e Programas do governo. Obrigada pelas idéias que possam surgir dessas discussões...abraços, Lina 
Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Mary, Mea, colegas

Não precisamos ser especialistas em políticas públicas ou pesquisadores em educação p/ entendermos que a história da educação brasileira está recheada de políticas impostas pelo poder central! Hoje temos um movimento de mudança no sentido da participação da comunidade nessas definições.

Um exemplo disso é a Conferência Nacional de Educação Básica, cujo documento encontra-se disponível no portal do MEC. Como educadores e cidadãos cabe a nós conhecer esse documento e participar de sua elaboração até que se torne uma política pública comprometida com programas, que originarão projetos diversos sempre tendo um fio condutor que é a política definida a partir da participação de todos.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Maria Elizbeth, Méa, colegas

Realmente é bem complicado termos claramente a diferença entre políticas e programas, pois estes fazem parte daqueles e ainda no contexto dos programas aparecem os projetos... As políticas públicas eu compreendo como um conjunto de intenções do governo para definir ações em determinados campos da Educação, que pode ser, por exemplo, na Educação a Distância, como são apresentados no site citado por Beth Almeida.  Os Programas e Projetos se desenvolvem no contexto das Políticas emanadas das diversas Secretarias de Educação. Estão ligados e daí a dificuldade de diferenciá-los claramente. O quadro indicado no item Politicas e Programas apresenta a diversidade e amplitude dos mesmos.. .

Gostaria que me corrigissem se compreendi ou não o que está nos documentos que foram indicados para nossa leitura. Para mim é importante esclarecer essas questões, abraços, Lina

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Edmea Santos -

boca abertaOlá pessoal!

Beth, você poderia explicar um pouco mais? Como os programas e políticas citados em seu texto podem ser exemplificados?

Lina, como você diferencia as políticas dos programas? Quais os pontos de convergência e divergência entre os conceitos e suas ações?

Mary, diante do conceito de política pública que você apresentou, como podemos exemplificar a partir das ações do PROINFO e do UCA? Proinfo e UCA são o quê? Políticas ou Programas?

Pessoal, o que vocês acham disso tudo? As questões são para todos e todas. Preciso entender isso melhor. Conto com a ajuda de vocês.piscando

[]s

Méa

Em resposta à Edmea Santos

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Olá Colegas,

Poderia explicitar alguns dos pontos levantados pela Méa e colegas.

As políticas públicas do governo atual estão sintetizadas no PDE (o chamado PAC da educação). Embora nem sempre caminhem de mãos dadas, os programas deveriam refletir as políticas públicas e essas deveriam ser abrangentes de forma a atingir toda a coletividade. Evidentemente, cada governo define suas políticas de acordo com seus planos de governo, seus objetivos e ideologias. Analisando os projetos do PDE, podemos notar que alguns dão continuidade aos projetos do governo anterior, com tons de neoliberalismo, e outros possuem as cores do governo atual.

As políticas da gestão PT priorizam a universalização do acesso à educação, e pode ser exemplificada pelos programas como Prouni e a UAB, que amplia o acesso às Universidades Particulares e Públicas. Nesse caso, o governo Federal prevê que até o ano de 2010 serão abertas 500 mil novas vagas para o ensino superior na modalidade a distãncia. Para dar conta dessa política estão em implantação os pólos regionais e implantação de núcleos de EaD nas universidades públicas. Outras ações foram tomadas, como a criação de universidades em localidades onde a rede pública não atendia.

Outra política retomada nessa gestão é a profissionalização de jovens e adultos que foi associada à política de fomento ao Primeito Emprego. Dessa forma foram incentivados  projetos de criação de escolas técnicas (E-tec) bem como o incentivo a programas estaduais semelhantes (como as ETECS em São Paulo).

Continuando o debate sobre políticas e programas, a política atual prevê a inclusão digital e social e o acesso às TIC:o Projeto Um Computador por Aluno (computadores portáteis) é uma das apostas do governo federal nesse sentido. O governo, nessa mesma linha, prioriza também o aumento do número de Telecentros, os programas de venda de computadores a baixo custo (como nas lojas de departamentos) e o crédito fácil. Acesso é a palavra de ordem, acesso ao crédito, acesso às instituições financeiras, acesso aos sonhos.

O entendimento das políticas públicas nos descortina um panorama a médio e longo prazo sobre o cenário da educação. 

Como as políticas públicas  e os projetos influenciam nossas trajetórias? 

[]s

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Políticas ou programas?

por Usuário excluído -

Pessoal

Os programas da SEED podem ser melhor compreendidos com uma consulta ao portal (http://www.mec.gov.br/seed).

Por exemplo, o ProInfo é um programa dentro do qual há vários projetos, entre eles o UCA, que resulta de uma iniciativa da Presidência da República e se desenvolve por meio do MEC.

Abç

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Ola Beth,

Creio que seria interessante vc comentar um pouco sobre sua pesquisa em Portugal, tive a oportunidade de te escutar nos 15 anos do GPIMEM e achei muito interessante tuas colocações na mesa redonda e principalmente nos intervalos.

Gostaria também de retormar a discussão posta pela Nuria que nos lembra a fala de Negroponte.

Para além do equipamento devemos discutir as propostas metodológicas. A tecnologia por si só não resolve. Os ciclos se repetem a cada nova tecnologia colocada a disposição da escola sem formação de professores, as pesquisas nos mostram que os resultados são sempre muito abaixo do esperado.

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Nuria Pons Vilardell Camas -
Olá a todos e todas,

Estou com um problema sério de tecnologia, meu PC resolveu travar,e não é vírus, não!

Sei que deve haver outro local próprio ara postar, mas achei que caberia aqui:

AVISO DE PAUTA

*Brasília, 17/6/2008* - O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o
secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky,
apresentam à imprensa nesta quarta-feira, 18, em Brasília, às 11h, o
Portal do Professor, o mais novo instrumento de auxílio ao trabalho dos
professores e do processo de formação. A idéia é inserir o docente,
principalmente, o que está longe dos grandes centros, no ambiente das
novas tecnologias. A iniciativa do MEC faz parte da política de
informatização das escolas brasileiras, que prevê a instalação de 25 mil
laboratórios de informática, 22 mil escolas com banda larga e
capacitação de cem mil professores ainda este ano.

*Data*: 18 de junho de 2008, quarta-feira

*Horário*: 11h

*Local*: Ministério da Educação, Sala de Atos, nono andar. Brasília,
Distrito Federal


Um abraço,


César Augusto
ACS-MEC
61 21048454

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Prezados Colegas.

Verifica-se em nosso país o sensacionalismo revestido em possibilidades educacionais com implantação de lap tops a todos escolares de rede pública, porém, a cratera cultural é bem mais profunda. Verifica-se que lançam propostas, sem ao menos termos a preparação cultural tanto de alunos, quanto de professores, e, mais ainda, da própria comunidade a conviver com isso, é de se pensar. Será que a inserção de tecnologias é que resolverá a defasagem  que estamos enfrentando na educação básica! Me parece, que teremos que reparar e equiparar danos muito além do lap top. Destaca-se com isso o favorecimento e necessidade de inclusão digital de forma democratizada com qualidade, isso realmente é muito bem vindo, desde que, se fundamente em bases que possam democratizar e favorecer novos olhares, nestes novos desafios socias deste século.

Até mais,

Elizete...

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Oi Patrícia, colegas comento parte dessa experiência noartigo que disponibilizei e complemento c/ um aspecto que me chamou a atenção: os professores das escolas fazem mestrado, doutorado e depois permanecem nas escolas! Isso faz a diferença na criação da culura tecnológica na escola...

Um abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Pessoal,

Qual será o entendimento daqueles que formulam as Políticas e os Programas em relação ao papel das tecnologias na Educação? Qual será o nosso entendimento (esta é uma provocação para nosso fórum)?

Pelo que tenho acompanhado nas discussões oficiais (cito o exemplo de uma fala do Carlos Bielshowsky e da Secretária de Educação do Estado de São Paulo), a implantação das TICs tem se baseado em dois sentidos ou crenças:

1- A melhoria da qualidade pela simples entrada das TICs no cotidiano escolar;

2- A melhoria da qualidade pela formação continuada de professores, mediada pelas TICs;

Minha análise é que, em ambos os casos, não há um redimensionamento da questão estrutural, ou seja, o que afeta o sistema educacional para além da metodologia empregada ou das tecnologias utilizadas?

Como falamos em valorização da carreira docente via EAD se aqueles que estão envolvidos nesses projetos não são valorizados, nem ao menos têm direitos assegurados (tutores ou bolsistas...)?

Quais são os espaços-tempos desses professores que entre tantas coisas ainda têm que reservar um espaço para sua formação, que não pode se dar em uma instituição presencial pois as atividades profissionais destes as impedem disso? Levanto uma bola para pensarmos que o docente também é um trabalhador, e assim sendo, faz parte de um mercado de trabalho, que não tem possibilitado sua formação continuada. Daí surge como Política Pública um curso no qual um dos objetivos é:

  1. concorrer para facilitar o acesso ao ensino superior daqueles que não podem estudar no horário tradicional; Ora, como pode um sujeito que lida com o conhecimento não poder estudar, seja em horário tradicional ou não?

Acredito que enquanto a docência não for entendida como uma atividade que, entre outras coisas exige a formação continuada e esse profissional não tiver condições adequadas para tal, teremos ainda um grande nó.

Por outro lado, como discurso e prática, vejo como erro nosso o enunciado de justificar a implementação de cursos on line ou a distância (utilizei os dois em referência às diferenças sempre enfatizadas por Méa) pelo argumento do tempo redimensionado ou alternativo e pela questão financeira, pois quando vejo propostas como essas, ao invés de legitimarmos a necessidade dessas iniciativas, estamos naturalizando uma situação de "desprofissionalização" da docência. Os cursos a distância e/ou on line passam a ser entendidos como uma segunda via, uma "rota de escape" e não como um espaço-tempo de aprendizagem como suas particularidades e que têm sim uma procura devido a opções ou novas epistemologias.

Enfim, se não pensarmos em mudanças estruturais não somente no campo educacional, mas tambem social, continuaremos a implementar ou ser alvo de Políticas e Programas, como anteriormente dito por outras pessoas verticalizados, que não modificam o que desencadeia os processos, mas atuam sobre seus efeitos.

São essas algumas "pulgas" incômodas que quero dividir com vocês...

Abraços,

Lázaro

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Lázaro

Suas questões são essenciais e exigem nossa atenção.

Uma autora que estuda seriamente o trabalho do professor online ou em EAD é Lilia Santos Abreu-Tardelli (2006), cuja tese de doutorado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem defendida em 2006 na PUC/SP escancara o problema do trabalho do professor online.

Um abç e continue a trazer questões p/ enriquecer nossas discussões.

Esta tese pode ser consultada em:

http://www.pucsp.br/pos/lael/lael-inf/teses/Lilia_Santos_Abreu_Tardelli.pdf

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -

Olá pessoal,

Concordo com Negroponte: “it's an education project, not a laptop project". Laptop é apenas mais um recurso, se não disponibilizarmos uma metodologia, com um projeto, recursos e profissionais especializados, acho que não sairá do papel.

Como a Beth explicitou no texto e como já foi comentado, nosso país tem dimensões continentais que a meu ver dificultam e podem acabar com as expectativas. Outro problema sério são as prioridades administrativas e políticas, como li no texto do Terra, “Outros afirmam que o dinheiro na aquisição das máquinas seria melhor empregado em alimentos, remédios, bibliotecas e escolas.”

É um assunto muito delicado, confesso que meu conhecimento nessa área é restrito, mas a equipe está de parabéns, já aprendi muito.

Abraços
Raquel Glitz

Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá pessoal,

As questões levantadas nesse fórum mexem intensamente comigo. Como já me apresentei em outro momento, sou docente-multiplicadora do NTE/Itabuna-Ba, atuando no PROINFO desde a sua origem, portanto há mais de dez anos. Nesse sentido, venho acompanhando todas as suas ações. Desenvolvo atividades de formação de professores para uso das TIC na educação. Em todos esses anos de atuação nessa área, muitas são as inquietações que foram surgindo, sendo a principal a forma como eram utilizados os computadores nos processos de ensino e de aprendizagem. Os professores que participam dos cursos e das oficinas oferecidas pelo NTE aproveitam o aprendizado apenas para uso pessoal. Os poucos que se aventuram na utilização dos computadores com seus alunos os utilizam, muitas vezes, sem uma proposta estruturada.Em diversas pesquisas publicadas, além de nossas próprias observações nas escolas que mantemos contato, nota-se que os professores passam meses apenas construindo desenhos no Paint ou digitando textos no Word. Outros usam jogos, sem um objetivo específico, ou softwares demonstrativos, oferecidos pelas editoras que trazem uma abordagem de instrução programada. A meninada já vive saturada dessas repetições. Se o professor não passar a teorizar sobre sua prática, a pensar como e com que finalidade essa tecnologia será utilizada, continuando com a mesma postura, a tecnologia por si só não mudará em nada a qualidade do ensino e da aprendizagem.

 

Hoje, estamos oferecendo cursos para utilização dos objetos de aprendizagem (RIVED) e um específico para utilização na prática pedagógica de todas as potencialidades da Web 2.0 (aplicativos online, wikis, podcast, produção multimídia etc). Os professores se entusiasmam com as possibilidades para a sua disciplina, se encantam com as produções multimídias. Mas, temo que aconteça o que aconteceu na primeira fase, quando oferecíamos cursos apenas com os aplicativos de escritório e a internet como espaço de pesquisa.Temo que passem a usar os espaços na Web apenas como repositórios de conteúdo sem abertura para a multivocalidade, para a interatividade.

 

Quanto a infra-estrutura para uso das TIC, me preocupa o grau de importância que as políticas e os programas têm dado para as seguintes questões:

- Os professores continuam reclamando da falta de estrutura nas escolas, da falta de acesso a internet, de pessoal para colaborar no momento em que estão com seus alunos no laboratório de informática, pois em geral esses espaços são pequenos e não tem condição de acolher todos os alunos de uma sala de aula. Aqui na Bahia está se buscando uma alternativa, abrindo seleção para coordenadores de laboratório. A intenção é que fique um coordenador por turno. Como tem sido visto esse problema?

 

-Banda larga de fato vai acontecer em todas as escolas? Em que condições?

 

-Essa idéia de um computador por aluno acho uma utopia, pois não vejo reais condições para que ele permaneça em mãos dos alunos. Roubos acontecem a todo momento nas escolas, quanto mais com esses computadores móveis.E a questão da segurança?

 

-E os computadores nas escolas? Muitos viraram sucatas!

 

- O Linux Educacional chegando e com ele muitos problemas, visto que não temos pessoal preparado para lidar com esse sistema. Nós aqui, adeptos do software livre estamos futucando, aprendendo a lidar com ele.

 

Desculpem o longo desabafo, é que ando angustiada com essas questões, pois tenho muita vontade de ver as coisas acontecerem e sei que há algumas pessoas aqui envolvidas nesses programas.

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Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Maristela querida, a multivocalidade é apenas uma possibilidade oferecida pela tecnologia, que precisa ser concretizada por pessoas e isso tem que estar claro nas suas intenções. Portanto, são as ações com intencionalidade de promover o diálogo, a colaboração e a reconstrução do conhecimento pelo aluno e também pelo professor, ambos sujeitos da educação, que levam a mudanças nas práticas e nas concepções. mas o professor não pode fazer sozinho e, por melhor que seja a formação, quando ele se depara com as dificuldades do cotidiano escolar, onde muitas vezes não tem apoio p/ novas idéias e práticas, ele retrocede e permanece na zona de conforto que não lhe traz conflitos na escola.

Para promover avanços concretos é preciso que gestores de políticas públicas nas esferas micro, meso e macro estejam envolvidos. Esse é o nosso grande desafio atual e o que nos leva a participar de grupos de assessoria aos governos em todos os níveis, desde as instituições em que atuamos, passando pelos municípios, estados e nação! Há muito a ser feito e desabafos como o seu nos alertam sobre a importância de ouvirmos sempre aqueles que atuam hoje nos NTE e nas escolas.

Um abç e bom domingo!

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

O texto da Beth Almeida é muito elucidativo. Mapeia com uma síntese suave e aguçada a história de cada país sobre a inclusão do computador e da internet em suas escolas.

É surpreendente a proximidade dos acontecimentos. Mas é claro que os melhores índices de inclusão estão em Portugal: “ A inserção de Portugal na Comunidade Européia impulsionou melhorias significativas em diferentes setores, nomeadamente no campo da educação e tecnologias – diz a Beth.

No Brasil o processo de inclusão digital das escolas é mais lento por causa da dimensão territorial, desigualdades socioeconômicas e diversidades regionais.

Como diz a Beth: se evidenciam pontos de convergência e singularidades, bem como sobressai a forte distinção referente à amplitude das dificuldades alargadas no Brasil

Destaco alguns trechos do texto que mais me chamam ao debate:

  • Escola publica inclui ... “é na escola pública que o aluno das classes populares terá condições de acesso às tecnologias de informação e comunicação e ao mundo digital.”
  • A inovação do Projeto UCA está na concepção da interface, nas características técnicas embarcadas de conectividade, interoperabilidade, mobilidade e imersão, que influem diretamente nas dimensões educacionais e permitem antever a potencialidade da criação de uma cultura tecnológica na escola desde que haja um projeto pedagógico concernente à utilização dos computadores portáteis para todos os alunos, professores e gestores da escola envolvida. Entretanto, a almejada criação da cultura tecnológica depende também da implantação de infra-estrutura adequada no contexto educativo, o que representa um complexo problema a ser enfrentado por meio do compromisso e parceria entre distintas instâncias do poder público e privado, o que começa a se concretizar por meio do acordo estabelecido entre o governo e as operadoras de telecomunicações.” (p. 32)
  • “...criar indicadores para a avaliação das experiências e identificar referências teórico-metodológicas para o aumento na escala de implementação do Projeto.”
  • O uso dos computadores portáteis no ensino e na aprendizagem pode representar uma alternativa interessante para projetar a escola do século XXI, na qual os educadores se aproximam do mundo dos estudantes, acolhem suas necessidades, trabalham com os instrumentos e linguagens que caracterizam a identidade da geração digital, desenvolvem um trabalho solidário de convivência e respeito às diferenças e aos diferentes e ajudam os alunos a compreender os problemas e as oportunidades de seu tempo. Tempo de novos hábitos culturais, de uso social de tecnologias para a interação e a constituição de redes de criação conjunta de conhecimento para a vida. Tempo de valorizar os professores, de promover programas de formação contextualizada com eixo na prática pedagógica e na realidade da escola (Almeida, 2004), de compartilhar saberes e experiências, de realizar mudanças na prática pedagógica e de recuperar a função social da escola como espaço democrático de ensino, aprendizagem e formação emancipatória.” (p. 33)
  • “ Os projetos que trabalham com os computadores portáteis trazem presente a dimensão política da pedagogia crítica de Freire, pois é preciso garantir aos alunos das classes populares o acesso aos instrumentos culturais de seu tempo que propiciam o desenvolvimento de um currículo organizado em torno da investigação, da flexibilidade, da liberdade, da colaboração e da autoria do aluno.” (p. 33).
  • Os computadores continuam subutilizados por distintos motivos que dependem menos da presença da tecnologia na escola e mais de aspectos político-pedagógicos e de uma adequada formação dos educadores (p. 33).

Estes trechos me motivam a aprofundar a pesquisa sobre essa “ adequada formação dos educadores”.

Beth, vc fala em “criar indicadores para a avaliação das experiências e identificar referências teórico-metodológicas”. Vc já tem estes indicadores e essas referências teórico-metodológicas disponíveis para nossa leitura?

Bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Olá Beth, olá Graça, olá equipe do PPGE da PUC.Sp, olá pesquiadores

Especificamente sobre formação de professores para utilização do laptop na escola no Brasil, compartilho fragmentos que falam em prejuízos do computador e da internet na escola e na educação das crianças e jovens.

Destaco em azul o trecho do texto do Dimenstein (ver este texto no final deste post) 

“É verdade que as redes digitais facilitaram, como nunca, o acesso a qualquer tipo de informação, mas também é fato que facilitaram a apropriação de reflexões dos outros. É sabido que muitos alunos, na hora de fazer as lições, montam uma colagem de textos encontrados na internet. "Estão perdendo o hábito de ler um livro inteiro e fazer um resumo."
Pula-se velozmente de galho em galho digital, numa interatividade hiperativa. A hipótese é que, por isso, sairia prejudicada a busca de profundidade. [...]

Sua tese central é a de que as tecnologias digitais permitiram que os jovens passassem ainda mais horas do dia trocando informações com seus pares, mas, ao mesmo tempo, diminuiu o tempo de intermediação dos adultos nos processos de aprendizado.
Diante daquela avalanche de dados em tempo real, ficaria então mais difícil para os jovens aprender a selecionar e expor o que é relevante no conhecimento tudo isso acaba prejudicando a liderança e a capacidade de trabalhar em grupo.”

Temos aqui um provocante problema de pesquisa sobre a formação de professores. De fato há a dispersão dos alunos diante das telas interativas. Falo do desafio da dispersão na sedutora web. Quem atrai mais a garotada, o professor ou o orkut? A criatividade baseada na autonomia e na colaboração ou na cópia burra e mal escrita?

A pedagogia precisa desenvolver pesquisas competentes sobre este tema. Pesquisas capazes de iluminar respostas aos desafios à formação de professores em nosso tempo.

Um dos primeiros texto a ser enfrentado é fruto da pesquisa realizada por pesquisadores da Unicamp que jogou um balde de água fria no entusiasmo com a inclusão do laptop por aluno na escola básica. Veja aqui comentários e o texto na íntegra.

Forte abraço

_____________

Internet emburrece?

Gilberto Dimenstein

Folha de S.Paulo  - 16/06/2008

 
As redes facilitaram o acesso à informação, mas também facilitaram a apropriação de reflexões dos outros


Imagine 687 mil universitários ou recém-formados disputando 2.500 vagas de estágio e de programas de trainee. No caso das grandes empresas 3.000 candidatos disputam uma única vaga. Só para dar uma medida de comparação: é uma proporção 25 vezes maior do que a dos vestibulares das mais disputadas faculdades brasileiras.

O que você acha que ocorreu com tanta gente disputando tão poucos empregos? Pergunte a algumas das 57 empresas, entre as quais a Microsoft, a Natura, a Unilever, a Braskem e o ABN-Amro, que participaram da seleção. Não ocorreu o óbvio.

Responsável pela aplicação dos testes em 2007, a psicóloga Sofia Esteves constatou que algumas das empresas não preencheram vagas ou tiveram de se contentar com a repescagem, obrigadas a diminuir o nível de exigência. "Há uma distância crescente entre o perfil desejado pelas empresas e a qualidade dos universitários", afirma.

Além das óbvias questões educacionais, relembradas na semana passada, com a divulgação de um índice de qualidade do ensino (Ideb), a psicóloga levanta mais uma hipótese: excesso de internet. Seria essa mais uma das retrógradas reações típicas de quem tem fobia tecnológica?
 
Sofia conta que alguns exames foram abrandados ou até eliminados. Numa prova de língua portuguesa, apenas um entre 1.800 candidatos foi aprovado. Decidiu-se então abolir esse requisito -o candidato passou a ser eliminado apenas quando comete, na redação, um erro do tipo escrever experiência com "ç".

Na seleção, porém, a dificuldade tem sido menos a de escrever segundo as normas gramaticais (o que já é grave) do que a de expor criativamente uma idéia -um critério relevante porque as empresas querem funcionários capazes de enfrentar desafios com autonomia. E aí, na visão da psicóloga, entraria a ação nociva da internet.

 É verdade que as redes digitais facilitaram, como nunca, o acesso a qualquer tipo de informação, mas também é fato que facilitaram a apropriação de reflexões dos outros. É sabido que muitos alunos, na hora de fazer as lições, montam uma colagem de textos encontrados na internet. "Estão perdendo o hábito de ler um livro inteiro e fazer um resumo."

Pula-se velozmente de galho em galho digital, numa interatividade hiperativa. A hipótese é que, por isso, sairia prejudicada a busca de profundidade.

 A combinação de excesso de informação com hiperatividade foi um dos fatores que motivaram Mark Bauerlein, professor da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), a escrever um livro intitulado "A Mais Burra das Gerações: Como a Era Digital Está Emburrecendo os Jovens Americanos e Ameaçando Nosso Futuro". Burrice seria, na sua visão, 52% dos adolescentes americanos terem respondido em uma prova que a Alemanha foi aliada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Sua tese central é a de que as tecnologias digitais permitiram que os jovens passassem ainda mais horas do dia trocando informações com seus pares, mas, ao mesmo tempo, diminuiu o tempo de intermediação dos adultos nos processos de aprendizado.

Diante daquela avalanche de dados em tempo real, ficaria então mais difícil para os jovens aprender a selecionar e expor o que é relevante no conhecimento tudo isso acaba prejudicando a liderança e a capacidade de trabalhar em grupo.

A avalanche digital não teria maiores problemas se o jovem não fosse obrigado a buscar um emprego que exigisse criatividade e autonomia para solucionar desafios o que requer necessariamente a capacidade de síntese e a habilidade de selecionar uma informação relevante. Justamente uma das razões, entre várias, para que aqueles 687 mil universitários brasileiros não conseguissem preencher 2.500 vagas.

 PS- Como trabalho simultaneamente com comunicação e educação, tenho observado que, embora adore a abundância de informação, reverencie a possibilidade de escolhas e aprecie ainda mais a possibilidade de interagir, coisas que vieram mesmo para ficar (e é bom que fiquem), o jovem se sente confuso e demanda cada vez mais a intermediação de gente em quem possa confiar para ajudar na seleção das informações.

Ele vê com desconfiança os meios de comunicação tradicionais como a escola, por suspeitar que eles não conseguem traduzir o que é relevante para sua vida. Por esse ângulo, nós é que somos emburrecidos. Tanto a escola como o jornal do futuro vão estar assentados na solução desse desafio ou vão ficar estacionados no passado.

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Caro Marco, colegas, Se substituirmos o computador pela televisão na fala do Dimenstein, será que muda alguma coisa? Será que a cola surgiu em tempos de internet? Seremos nós, que lidamos com as questões da cibercultura, os salvadores da escola?

Temos um compromisso ético p/ com a mudança da educação, mas temos que ter a humildade de reconhecer que a tecnologia sozinha não tem condições de fazer tudo, temos que dialogar com diferentes áreas, desenvolver projetos colaborativos transdisciplinares e dialogar com distintos setores da sociedade, ouvir as necessidades das pessoas e não simplesmente dizer o que nós pensamos sobre o que é necessário aos outros, pq já vivemos no mundo digital.

Um exemplo é uma pesquisa recente de uma supervisora da rede estadual de SP que defendeu seu mestrado em nosso PPG, com um trabalho de investigação em escolas que construíram seus sites a partir da participação das equipes gestoras na formação desenvolvida pelo Projeto Gestão Escolar e Tecnologias (formação online híbrida, centrada na prática e na reflexão sobre o uso de tecnologias na escolas). Como resultado a pesquisa evidenciou que o site constitui um espaço de divulgação das informações da escola e de diálogo sobre aspectos da vida acadêmica dos alunos e dos eventos da escola, mas não se caracteriza como espaço de discussão dos problemas da comunidade. Esse último aspecto indica que de fato o site é um espaço que revela a identidade da escola e esta não se constitui como um espaço de discussão e busca de solução p/ os problemas de sua comunidade e contexto. Como superar essa situação? Isso sugere um intenso e constante processo de formação imersivo que envolva toda a comunidade escolar e, em especial, os gestores públicos, que se encontram fora dos espaços escolares, muitos dos quais jamais frequentaram uma escola a não ser em seus tempos de alunos (e aí trazem subjacente uma limitada concepção de escola) e são os líderes das políticas educativas... Daí a importância de nossa participação em programas públicos, em iniciativas da sociedade organizada, em ações de nossas instituições de origem, "futucando" todos os setores p/ que essa mudança possa ocorrer.

Há um lento processo de mudança em curso, mas em tempo de cibercultura, é preciso muito mais...

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Beth, destaco sua fala inicial : "Se substituirmos o computador pela televisão na fala do Dimenstein, será que muda alguma coisa? Será que a cola surgiu em tempos de internet? Seremos nós, que lidamos com as questões da cibercultura, os salvadores da escola?

Creio que não dá para substituir o computador pela televisão na fala do Dimenstein. A tv não gerou alarde em torno da cola. Aliás, a tv não gerou problemas na escola. Foi sim rejeitada por muitos professores que perderam a oportunidade de potencializar suas aulas com a utilização da tv. Mas repare: ela não gerou o alarde, a taquicardia que gera o computador e a internet.

Especificamente sobre o problema da cola :

Sabemos que o problema da cola não é o fato de ela ser facilitada pelo computador online e sim o modelo de avaliação petrificado nas escolas. As escolas trabalham com o sistema de repetição/reprodução e não com o incentivo à criação. Logo, se a própria escola trabalha dessa forma, os alunos apenas estão seguindo o sistema imposto por ela. Porém, se a escola estimula o aluno, desde o início da carreira estudantil, a criar e a apresentar coisas novas, a cópia e a cola não teriam assumido a proporção de grave problema.
Quando desconfio que um trabalho é copiado, procuro digitar alguns dos seus trechos em sites de busca. Entres outras formas de identificação da cola também está a análise da linguagem utilizada pelo aluno, muitas vezes diferente daquela habitual usada por ele. Acima de tudo, não punir o aluno que cola seja da Barsa, seja da web, mas ajuda-lo a ser criativo dando exemplos de como se faz isso.

Entretanto, há situações em que o "recorta e cola" pode ser criativo. Se o aluno possui um ponto de vista crítico sobre o assunto, ele pode adotar a bricolagem como base de criatividade. A criação estará exatamente na zona de fronteira entre os cacos ou fragmentos, ou seja, em como o aluno vai articular um caco com o outro. Nessa articulação estará a sua autoria, sua originalidade, sua autonomia, sua capacidade de diálogo com os fragmentos e cacos.

Portando é preciso estar atento ao recorte e cola dos alunos como excelente oportunidade de autocrítica da escola e do sistema de ensino. Principalmente, se partimos do princípio já citado: é o próprio sistema de ensino que legitima a reprodução e a cópia... e não o computador e a internet.

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Caro Marco

De fato o computador potencializa até mesmo as paixões e rejeições pelo seu uso na escola, mas a TV já teve a sua vez nesse embate, o que talvez sua geração não tenha acompanhado. Até mesmo a caneta esferográfica causou uma grande polêmica e éramos proibidos de usá-la na escola...

Quanto à cola pulamos dos perigos da enciclopédia p/ o computador, o qual novamente potencializa e escancara o problema deixando rastros que incomodam e leva às veementes críticas.

Portanto, o problema não é novo em sua essência que incide sobre a concepção de aprendizagem, ensino e currículo subjacente a essas críticas.

Abç

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Pessoal,

Segue uma história para ilustrar essa discussão sobre cola que está rolando por aqui...

[...] Waldemar Setzer

Há algum tempo, recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão

de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de física, que recebera zero. O

aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a

não ser que houvesse uma “conspiração do sistema” contra ele. Professor e aluno

concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido.

Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova que dizia: “Mostre como se

pode determinar a altura de um edifício bem alto com o auxílio de um barômetro”.

A resposta do estudante foi a seguinte: “Leve o barômetro ao alto do edifício e

amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e em seguida levante-o,

medindo o comprimento da corda; este será a altura do edifício”. Sem dúvida era

uma resposta interessante e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado.

Por instantes vacilei quanto ao veredicto. Recompondo-me rapidamente, disse ao

estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido à

questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria

caracterizada uma aprovação em um curso de física, mas a resposta não confirmava

isso. Sugeri, então, que fizesse uma outra tentativa para responder à questão. (...)

Segundo o acordo, ele teria seis minutos para corresponder à questão, isto após ter

sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente algum

conhecimento em física. Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas

olhava pensativo para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois

eu teria um compromisso logo em seguida e não tinha tempo a perder. Mais

surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na

realidade, tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor.

Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse. No momento seguinte,

ele escreveu essa resposta: “Vá ao alto do edifício, incline-se numa ponta do

telhado e solte o barômetro, medindo tempo (t) de queda desde a largada até o toque

com o solo. Depois, empregando a fórmula h = (1/2)gt², calcule a altura do

edifício.”. Perguntei ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta e se

concordava com a minha disposição em conferir nota máxima à prova. Concordou,

embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo.

(...) Por exemplo, num belo dia de sol, pode-se medir a altura do barômetro e o

cumprimento de sua sobra projetada no solo, bem como a do edifício. Depois,

usando-se uma simples regra de três, determina-se a altura do prédio”. (...)

“Finalmente” – concluiu – “ se não for cobrada uma solução física para o problema,

existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do

síndico. Quando ele aparecer, diz-se:: ‘Caro Sr. Síndico, trago aqui um ótimo

barômetro; se o Sr. Me disser a altura desse edifício eu lhe darei o barômetro de

presente””. A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta

“esperada” para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as

tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas,

com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar

aquilo que considerava, principalmente, uma farsa. (Moretto, 2004 p.97-99)

A propósito, dêem uma olhadinha nas tiras de um cartunista chamado Randy Glasbergen, há uma em especial bem interessante sobre essa questão da avaliação

Beijos e abraços,

Lázaro

 

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Marco, colegas...


Sou mestrando em um PPG e como sabemos, a carga de leitura exigida é bastante extensa. Recentemente, um professor comentava conosco o que ele e outros professores de diferentes programas vinham notando: a falta de leitura dos estudantes da pós-graduação, que tem se tornado uma constante.

Pois bem, não vejo nisso ligação direta com a internet, mas sim com outro fator que seria o redimensionamento do espaço e do tempo na contemporaneidade (o tempo do trabalho, do estudo, da família, a falta de espaço físico, falta de espaço para formação, os novos espaços de trabalho...) e as conseqüências disto no mundo do trabalho. (estou falando especificamente da questão da pós)

No que diz respeito a estes alunos que fala Dimenstein, e que se relaciona à minha questão inicial, tenho batido no ponto de que não é possível avaliar novas configurações com antigos parâmetros.

Em outras palavras, se realmente  estamos vivendo nesse ciberespaço, não há como  compreender os cibercidadãos  da mesma forma como  antes da rede estes eram percebidos.

Uma empresa exige novas competências para um sujeito autônomo, criativo etc., mas ainda o submente a uma selação profissional alicerçada em valores antigos.

Não se trata de deixar para trás saberes acumulados nas diversas  áreas de conhecimentos, mas sim, buscar outros que dêem conta do entendimento desse nosso espaço-tempo diferente. 

Marco, quanto tempo vc demorou para transcrever o texto do Dimenstein do jornal para  esse nosso fórum? Acredito que como se trata de um jornal on line alguns poucos segundos. Será que houve apropriação indevida desse conhecimento? Será que o fato de não ter lido esse artigo em um jornal impresso fez alguma diferença quando há uma versão digital? Não se trata de um problema de que apropriação fazemos dos conteúdos?

Infelizmente há certos trabalhos que são um contrato de enganação mútua, ainda mais em se tratando do que no ensino médio ou fundamental chamam de pesquisa. O máximo que se faz hoje é perder menos tempo tirando uma informação de um site, ao invés da empoeirada enciclopédia.

Talvez realmente vocês não venham encontrar nesta minha resposta muitas incorrerções gramaticais, algumas delas certamente são pq ao longo da minha vida escolar compreendi certas regras gramaticais e ortográficas... Mas sim porque meu grande amigo corretor ortográfico com um simples F7 me deu essa ajudinha. Qual o mal disso se há uma tecnologia que colabore?

Um dos problemas de nossos acadêmicos ou recrutadores seja a inclinação para a forma e não para o conteúdo, sem se esforçar a encontrar aquilo que está diretamente saltando aos seus olhos. Quais são as novas competências desses ditos ciberburros?

Deixo aqui mais essas questões....

Abraços,

Lázaro.







Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Lázaro

A carga de leitura e trabalho que nos exigida em tempos de ciberespaço é desumana... se eu computar as horas de meu dia dedicadas a responder emails e participar de comunidades virtuais certamente as deixarei de lado pq estou roubando o tempo de dedicação à família e ao lazer. No entanto, cá estou...

No entanto, é importante considerar que forma e conteúdo se imbricam, não é mesmo ?

Um abç

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Lázaro, recorto trechos da sua postagem e comento com prazer:

Sobre falta de tempo vc diz:
"Sou mestrando em um PPG e como sabemos, a carga de leitura exigida é bastante extensa. Recentemente, um professor comentava conosco o que ele e outros professores de diferentes programas vinham notando: a falta de leitura dos estudantes da pós-graduação, que tem se tornado uma constante.

Sobre nossa falta de tempo, faz tempo que perguntei a uma amiga: porque comprou um forno microondas? Ela respondeu: “para ter tempo para dizer que me falta tempo” Rsrs. Rimos muito da resposta curiosa.

De fato nosso tempo é sem tempo. Entretanto, se assumimos um compromisso com o tempo, temos que nos desdobrar para além do tempo. Como? Fazendo mágica mesmo! Varando a noite. E, cá entre nós, sempre arrumamos um tempinho quando queremos muito .

Sobre cidadãos e cibercidadãos vc diz:
"se realmente estamos vivendo nesse ciberespaço, não há como compreender os cibercidadãos da mesma forma como antes da rede estes eram percebidos.

De fato, há diferenças que precisamos atentar, inclusive para melhor formularmos políticas e estratégias de formação de professores em sintonia com nosso tempo. Como formar para cibercidadania servindo-nos dos velhos paradigmas da midia de massa. A propóstico, veja a charge:

passa-se o ponto

A escola passa o ponto pq não contemplou o fliperama e não contempla a lanhouse. Em grande parte ela continua na era do rádio. Por isso passa o ponto.

Sobre a premanência dos valores antigos vc diz:
"Uma empresa exige novas competências para um sujeito autônomo, criativo etc., mas ainda o submente a uma selação profissional alicerçada em valores antigos."

Esse equívoco acontece não só nas empresas. Em nossas escolas e universidades tb vemos isso. Professores professam novas idéias sobre como educar em nosso tempo, mas suas práticas permanecem antiquadas.

Sobre cópia na web vc diz:
Marco, quanto tempo vc demorou para transcrever o texto do Dimenstein do jornal para esse nosso fórum? Acredito que como se trata de um jornal on line alguns poucos segundos. Será que houve apropriação indevida desse conhecimento? Será que o fato de não ter lido esse artigo em um jornal impresso fez alguma diferença quando há uma versão digital? Não se trata de um problema de que apropriação fazemos dos conteúdos?

Vc sabe: extrair o texto do Dimenstein do jornal online e traze-lo, devidamente citado, para nosso debate não é problema. O problema está em recortar fragmentos de textos da web e apropriar-se deles como sendo seus. Não há falta de tempo que justifique está antiética.

A rigor, a culpa do “recorta e cola” que emburrece mesmo não está somente no sujeito que comete essa falcatrua. Está tb, e antes, no sistema de ensino que não estimula a discência criativa. Sabe-se que o ensino visa mais a reproduzir do que a inovar. Como sair desse círculo vicioso? O mais fácil é culpar a internet e o computador na educação. 

Antes mesmo da internet, sua frase já era pertinente: “Infelizmente há certos trabalhos que são um contrato de enganação mútua, ainda mais em se tratando do que no ensino médio ou fundamental chamam de pesquisa.”

Sobre correção gramatical em sua escritura aqui neste forum vc diz: “Talvez realmente vocês não venham encontrar nesta minha resposta muitas incorrerções gramaticais, algumas delas certamente são pq ao longo da minha vida escolar compreendi certas regras gramaticais e ortográficas... Mas sim porque meu grande amigo corretor ortográfico com um simples F7 me deu essa ajudinha. Qual o mal disso se há uma tecnologia que colabore?”

Minha opinião é: na escritura dos fóruns e chat as incorreções gramaticais têm seu perdão. Aqui entre nós, na hora da interface o importante é a interatividade, a co-criação da aprendizagem online. Nessa hora vale mais o jorro de teclagem das idéias. Se precisarmos fazer a correção, o F7 ajuda. Na escola é diferente. Lá o professor precisará contemplar também a escritura ao estilo de Fernando Pessoa, de Machado de Assis, sem rejeitar o estilo do chat, do blog, do fórum, do orkut, do msn, do skype.

Em resposta à Marco Silva

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Olá Marco,

Um comentário bem rápido: bem interessante a discussão sistematizada sobre os pontos que levantei.

Abraços,

Lázaro

 

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Usuário excluído -

Durante essa semana tive a oportunidade de assistir as experiências de implantação de TIC na Coreia, Japão e India (Seminário e-learning Brasil) e gostaria de compartilhar com vocês. Muito nos impressionou o representante do japão colocando problemas muito semelhantes aos brasileiros quanto à formação de professores. A India por outro lado, apresenta problemas semelhantes, porém em proporções imensamente maiores do que as brasileiras.

A Coreia, por sua vez,  caminhou por uma trajetória diferente da brasileira: o governo coreano fez um programa de educação em conjunto com as empresas e as escolas. No primero momento focou no fornecimento de infra-estrutura de escolas e "residências" com formação de professores voltada a aprendizagem da informática propriamente dita. No segundo momento do plano, o objetivo foi de formação de professores e pais para a utilização das TIC nas atividades pedagógicas (de forma conteudista)  por meio de objetos de aprendizagem e acesso a repositórios, Sw educacionais e no oferecimento de ambientes de aprendizagem (ESCOLA E RESIDENCIAS) semelhantes, de forma que os alunos pudessem ter uma continuação da sala de aula. No momento atual, com grande parte dos professores já formados, a plano tem por objetivo o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem, atividades expressivas e criativas, criação, etc com recursos de web 2.0 além de bliotecas virtuais públicas disponíveis a todos os alunos e professores e pais. Os alunos contam com professores facilitadores (coachs) que sugerem trilhas de aprendizagem diferenciadas para cada aluno.  O investimento nesses projetos foi monstruoso, um bom modelo para aquele país, certemante contaram com a cultura coreana para tal.

[]s

Graça

 

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: destaques na história das TIC na Educação no Brasil e em Portugal

por Marco Silva -

Graça, estou impressionado com o investimento coreano em informática educativa.

Eles cercaram praticamente de todos os lados: escola, família e continuidade. A figura de um treinador em cada escola (o melhor seria formador) é bem eficiente. Lembra o profissional presente em Portugal com essa finalidade.

De fato nos serve como sugestão para nossa formula caseira, ainda longe de ser criada.

Fiquei curioso de saber mais sobre o Japão. Vc falou pouco.

obrigado,

Em resposta à Usuário excluído

Síntese do Fórum: Um computador por aluno

por Usuário excluído -

De antemão, peço licença aos colegas para usar suas palavras na síntese que se apresenta!

O objetivo do fórum era “Trazer o olhar histórico sobre o uso de TIC no Brasil e em Portugal e apontar outros momentos que se destacam”.

Vejam os pontos levantados pelos participantes desta discussão:

  • Junto da inserção de uma nova tecnologia na escola, é necessário pensar o projeto educacional para o qual as ações educativas serão desenvolvidas.
  • Em relação aos programas brasileiros sobre o uso de TIC, foi destacada a ausência de uma política pública mais ampla, que dê respaldo aos programas e projetos governamentais. Aliás, você sabe a diferença entre política educacional, programas e projetos? Veja a discussão esclarecedora que houve no fórum!
  • O problema da formação do professor para a docência on-line. Há uma preocupação com a oferta de projetos governamentais em EAD on-line, entretanto, estas propostas não se preocupam com a formação daqueles que a executarão, gerando uma lacuna entre o que se pretende no desenvolvimento e o que se efetiva na execução.
  • O que se percebe nestes projetos são modos de atuar docentes que não exploram as potencialidades oferecidas pelo ambiente on-line para o processo de ensino-aprendizagem. Apesar de não se poder generalizar esta situação, é necessário atentar-se para a formação dos docentes que têm assumido aulas on-line, mas sem a compreensão do que este novo ambiente pode propiciar.
  • Os movimentos de formação de professores que fazemos em nossas instituições ainda não conseguiram superar as barreiras institucionais (humanas, administrativas e estruturais), mas os trabalhos neste sentido continuam e torna-se cada vez mais necessário buscar diferentes frentes para fortalecê-lo.
  • No caso da inserção de computadores nas escolas. Os equipamentos chegaram às escolas e os professores continuam não os usando, mesmo quando passam pela formação, por falta de condições internas e externas à escola.
  • Dessa forma, não pe possível responsabilizar o professor por todas as mudanças esperadas na educação com uso de TIC. É urgente o envolvimento de gestores de políticas públicas para promover avanços concretos nos problemas enfrentados hoje: falta de infra-estrutura, desvalorização docente, direitos trabalhistas não assegurados para tutores EAD, metodologias inadequadas, entre outros.
  • As inquietações provocadas na escola por causa dos computadores levou a um debate sobre o sistema escolar ‘emburrecido’ para o qual o copiar/colar da Internet se tornou um problema. A questão que se coloca é: o problema está na cola ou na concepção de aprendizagem, ensino e currículo subjacente a esta prática corriqueira na escola desde a época das enciclopédias impressas?
  • Diante dos alardes que acompanhamos sobre o uso das tecnologias na educação, sejam no extremo positivo ou negativo, firma-se a necessidade de realização de pesquisas sérias e profícuas na área.
  • Para finalizar, a Graça compartilhou conosco as experiências do Japão, Coréia e Índia relativas ao uso das TIC na educação destes países. Vale a pena conferir!