Fórum: Aprendizagem Significativa

Aprendizagem Significativa

Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -
Número de respostas: 17

Caros Colegas....

A partir do clip de Paulo Freire e a frase poética e profunda de Rubem Alves, fiz um link com o filme que assisti recentemente ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. Penso na relação de Aprendizagem Significativa e Mapas Conceituais, questões que envolvem não somente conceitos, modelos, formas, mas o sentir, o enxergar e querer ver; vamos lá, me ajudem neste link mental:

 

Ver é recriar sensações a partir de vivências possíveis, estimular em si uma individualidade aberta à identificação alheia. Escrever muito e rasurar tudo. Escrever sempre de novo. Jogar tudo fora e saber fazer um convite. Saber contrariar. Seduzir. Ludibriar. Saber, saber e não saber...me achar e me perder.

– Sei o caminho porque faço o mapa na cabeça, me ligo em outros referenciais, tenho desenhos na idéia. Eu sonho com imagens.(Arnaldo Godoy)

 

Qual é a imagem real do significado para se aprender? Qual o real valor da imagem empírica e a relação mental que fazemos? O que faz enxergar são os olhos ou a consciência? A inconsciência teria seu próprio olho? O que impede a visão? O que eu não vejo?

 

Sabendo mais sobre o filme acesse:

http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/main.php

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Elizete, o que é ver? O que vemos, é a realidade? (lembrei-me de Matrix...)

Bom você partilhar conosco este filme. Preciso assistir! Até mesmo pelas possibilidades de usá-lo nas aulas de filosofia.

E por falar em filosofia, esta ciência e mãe de algumas ciências também tem suas posições antagônicas sobre os sentimentos e sobre aquilo que os órgãos dos sentidos nos apresentam. Por exemplo, quantas e quantas vezes dizemos uma coisa e nosso interlocutor escuta/entende outra...

Lucio Packter (2007) diz que é impossível encontrar na Terra duas pessoas com a mesma estrutura de pensamento. E que na tentativa de se realizarem por si mesmas, as pessoas seguem associando e qualificando, informalmente, seus tópicos estruturais ao mesmo tempo em que vivenciam estados afetivos tais como prazer, dor, alegria, tristeza, amor, ódio, bem-estar, mal-estar, esperança, desejo, saudade, carinho e outros sentimentos que acabam por desenhar os contornos de suas interseções inter-estruturais.

Esta liberdade ou plasticidade, como diz Lúcio Packter, é necessária ao equilíbrio do ser consigo próprio e com o mundo, porque cada pessoa tem um modo único de ser e de estar existencialmente:

“Mas eu, sendo pobre, tendo apenas meus sonhos, lancei meus sonhos sob seus pés. Caminhei suavemente porque você pisou nos meus sonhos”. (Yeat’s).

Eu, particularmente, concordo com ele e entendo que há muitas conexões que precisam ser feitas, quando estamos diante deste tema (tão imenso). E tentando encontrar uma resposta para seus questionamentos posso dizer: o que impede nossa visão são os nossos preconceitos, a nossa formação, o modo de vida que temos e até mesmo a visão de mundo, de humanidade e de futuro que "tecemos" no nosso viver.

(cf. PACKTER, Lúcio. Cadernos de Filosofia Clínica, Instituto Packter de Filosofia Clínica. Porto Alegre/RS-2007)

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Olá, Fernando, realmente, hoje vivemos uma sociedade do faz de conta, o que acontece ao nosso lado parece que não nos diz respeito, ou mesmo, não enxergamos, apenas vemos, não ouvimos, apenas escutamos, não sentimos apenas tocamos, quando tocamos. Portanto, isso me leva a outras conexões além da técnicas e modelos. Isso me reporta a educação como um todo, principalmente em nosso país, instituições de ensino com propostas sem significados, será que as TICs poderão nos linkar para maiores e melhores significados no saldo de como formamos e preparamos nossos educandos!!!

Até,

Elizete

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Jose Rosa -
Fazendo um gancho no que foi colocado por Elizete, por Fernando e por Luíza:

O "Ensaio sobre a cegueira" é um filme baseado na obra homônima de Saramago. O livro, como é quase praxe, é bem melhor que o filme. Os conflitos humanos que surgem da inusitada epidemia vão se sobrepondo a cada momento e é se constitui numa boa fonte de ensinamentos.

Sobre os Mapas Conceituais concordo com os que acreditam não haver um 'mapa certo', em sua essência, porque é expressão do pensamento. O que penso é semelhnte ao que citou Fernando: "Lucio Packter (2007) diz que é impossível encontrar na Terra duas pessoas com a mesma estrutura de pensamento".

De outra feita voltarei a postar aqui uma outra 'origem' para esta ferramenta/tecnologia, os Mapas Conceituais, pois já os conhecia, com outro nome, outros contextos e outro emprego, de longa data, dos primórdios de meus estudos em processamento de dados/informática.
Em resposta à Jose Rosa

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Olá, José, muito boa as colocações que estamos criando neste curso, a cada mundo de idéias mais conexões se estabelecem, ora mais significativas conforme o momento e envolvimento. Penso que assim se fazem as conexões das vias entre os mapas conceituais e os significados que resultam em aprendizagens.

“Se eu tivesse que reduzir toda a Psicologia da Educação a um

único princípio, eu formularia este: de todos os fatores que

influenciam a aprendizagem, o mais importante consiste no que

o aluno já sabe. Investigue-se isso e ensine-se ao aluno de uma

forma conseqüente”.

David Ausubel

Abços Virtuais,

Elizete

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Jose Rosa -
O pensamento abaixo não seria uma espécie de 'corolário' do que David Ausubel colocou ? pensativo

A prática pedagógica é duplamente contraditória porque ela pressupõe que quem ensina sabe, quando não sabe; e quem aprende não sabe, quando, na verdade, sabe “. (Antônio Vieira Pinto)
Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Olá, Fernando e Elizete! Ao ler as colocações de ambos, lembrei-me de um texto de Otto Lara Rezende, que trabalhei recentemente com uma turma de Psicopedagogia, fazendo uma reflexão sobre a escuta psicopedagógica. O texto pode ser encontrado em http://www.releituras.com/olresende_vista.asp . Refletindo sobre a pergunta de Elizete e sobre a utilização das TIC em nossas escolas públicas, acredito que estas tenham potencial para criar os links necessários a uma aprendizagem significativa, desde que os professores atribuam significado a elas em suas práticas. Infelizmente não é isto que temos visto...

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Olá Carmen muito boa a sua reflexão e analogia que fez com o texto. A minha esperança é que um dia o professor atribua um significado ao uso das TIC como “Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo”. Abrçs

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Raquel Pasternak Glitz Kowalski -
Olá Elizete, colegas...
Assisti esse filme e realmente é inacreditável o que a falta da visão pode fazer com uma sociedade.
O filme é marcado por cenas chocantes do convívio de umas sociedade excluídas que aprende a convivência na força.
As vezes me pergunto, para ser MAIS significativa a aprendizagem tem que ser sofrida?
Acredito que as pedras no caminho nos fazem mais fortes!!

[]s
Raquel
Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Caros colegas,

 

Por acaso ainda não tive oportunidade de ver o filme, mas com certeza que encontrarei algumas das respostas às questões que a Elizete Matos lançou.

 

Existem muitas teorizações sobre o poder que a imagem tem de representar o mundo real e como ela produz significações. Ainda há muitas discordâncias e questionamentos envolvendo a representação mental do conhecimento. São questões muito pertinentes, mas de facto parece não existir um padrão mental para a construção de mapas de conceitos, embora eles constituem um elemento que faculta a possibilidade de um aluno ter um primeiro contacto com o tema em questão, a partir do seu conhecimento empírico, através de um desenho, contendo as suas representações ou imagens mentais.

Abraços,

Natália

 boca aberta

 

 

 

Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -
Olá Raquel gostei do seu MAIS significativa... Percebemos que a falta de visão no filme é o retrato do caos generalizado creio que a aprendizagem não deve ser tão sofrida, tenho certeza que as pedras no caminho nos fortalece, no entanto não garante o aprendizado. Abrçs
Em resposta à Raquel Pasternak Glitz Kowalski

Re: Aprendizagem Significativa

por Auxiliadora Padilha -

Oi Raquel e colegas,

Raquel, você toca em algo que sempre discuto com meus colegas e alunos.

Só aprendemos com o  sofrimento? Ou melhor, a aprendizagem é algo doloroso? É penoso aprender?

Acredito que seja 'trabalhoso', mas não necessariamente sofrido. Aprender requer elaboração, comparação, análise, síntese, levantamento de hipóteses, compreensão, manipulação, simulação, interpretação, reflexão, crítica, maturação, compromisso, responsabilidade (consigo e com os outros), tempo... (não necessariamente nessa ordem...)

ISSO tudo é trabalhoso. Para o aluno, muitas vezes é mais fácil aceitar tudo pronto do que precisar fazer tudo isso pra poder ter sua própria compreensão da realidade!
Para o professor, muitas vezes é mais fácil o aluno que não elabora, não pensa, não questiona, não pergunta...

Aprender pode ser gostoso, sim! Aprender é descoberta, é saciar a sede da curiosidade, é olhar com os olhos límpidos, com os próprios olhos. Ensinar é seduzir, é conquistar, é compartilhar.

Mas isso tudo dá trabalho também.

bjs

Em resposta à Auxiliadora Padilha

Re: Aprendizagem Significativa

por Marco Silva -

Auxiliadora, tive um professor que dizia: "aprender sai sangue". Nunca esqueci esta frase. Ela veio limpar um terreno que me incomodava muito: o ambiente escolar da aula show, com musicas para decorar a tabela periódica, professor performático, cheio de piadas prontas. Enfim, o ambiente festivo.

Nunca gostei desse oba-obra pedagógico. Por isso a frase "aprender sai sangue" me marcou tanto. Claro que ela radicaliza pelo outro lado: o lado da dor, do sofrimento do aprendiz... do clima tenso do ambiente de aprendizagem. Tb nunca gostei desse terror; do professor durão que oprime com imposições de qualidade.

Não busco um meio termo. Deixo claro para meus alunos e orientandos que a aprendizagem não é uma festa. Deixo claro para eles que na pós-modernidade há uma tendência para o "quanto mais purpurina melhor", para o show, para o riso fácil, para a superfície escorregadia do "deixa a vida me levar". Deixo claro ainda que a postura de receptor nos acomoda numa percepção descomprometida com a aprendizagem. 

Procuro mostrar em destaque a intensidade existencial presente na vida de aprendizagem dos grande criadores, inventores que mudaram o mundo com suas criações. Certamente muitas das suas histórias pessoais de aprendizagens e criações lhes custaram sangue. Procuro mostrar que nossos celulares e computadores, por exemplo, não nasceram de uma festa. Procuro mostrar que há sangue e felicidade neles.

Enfim, tenho para mim que a leitura de um texto, que a criação de um outro, que estar em ambiente de aprendizagem, supõe intensidade participativa, entendida como interlocução. Isso não é nada fácil. O mais provável aqui é o confronto, o embate, a atenção ao interlocutor para haja dialógica. É nessa arena que se dá a aprendizagem e a criação. Nela há sangue, há lágrimas, há dor, há felicidade, há emoção, há gastrite, há dor de cabeça, há morte, há renascimento, há vida. Assim entendo o ambiente de aprendizagem e de criação na escola e para além dos seus muros.

bjs, Marco

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -
Olá colegas,


Também não tive a oportunidade de assistir ao filme.

Mas a minha conexão fiz com Einstein, que em sua biografia, criança, além de amar manipular objetos já apreciava as imagens geométricas...

E assim registrou:


"Não tenho dúvidas de que o nosso pensamento se processa, na maior
parte das vezes, sem o uso de signos (palavras) e, além disso, em
grande parte inconscientemente. Se assim não fosse, como seria
possível lembrarmos com estranheza e de forma espontânea de
uma determinada experiência? Essa lembrança inquisitiva pode
ocorrer quando a experiência está em conflito com conceitos bem
estabelecidos em nossa mente. Sempre que experimentamos esse
conflito de forma aguda e intensa, ele reage contra nosso mundo
mental de modo decisivo. O desenvolvimento desse mundo mental é,
em certo sentido, uma fuga constante do pensamento de estranheza"
(EINSTEIN, 1982, p. 18).

EINSTEIN, A. Notas autobiográficas. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1982.

Abraço,

Rosangela

Em resposta à Usuário excluído

Re: Aprendizagem Significativa

por Edmea Santos -
Olá pessoal!Oi Elizete!

Seu link foi ótimo. Na verdade, aprendemos com o corpo todo.

Como disse a Adriana na sua frase de apresentação "Viver é afinar o instrumento de dentro pra fora, de fora pra dentro". Mas como podemos expressar este movimento?

Como podemos saber como é o movimento do outro ?

Podemos comparar os movimentos?

Se compararmos podemos ensinar e também aprender? Penso que sim.

Elizete seus questionamentos me fazem lembrar dos elementos básicos da semiótica

A COISA
O QUE REMETE A COISA
COMO REPRESENTAMOS MENTALMENTE A COISA

Qual a nossa relação com estes elementos? Será que estamos atentos aos processos de significação quando ensinamos online?

[]s

MÉA
Em resposta à Edmea Santos

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Oi, Pessoas Querida, Oi Méa,

Instigante e preocupante esta sua abordagem, preocupante no sentido que penso ser isso mesmo e não ter certezas se acertamos, se erramos. Porém, uma coisa me acalma, saber que estamos tentando.

Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") , nos aponta segundo Peirce os significados, representações, a cultural, os conceitos, as idéias. São os diversos signos linguísticos que interpretamos, que representamos e pelo qual somos...

Vejamos...

3573 P3QU3N0 73X70
53RV3 4P3N45 P4R4
M057R4R C0M0 N0554
C4B3Ç4 C0N53GU3
F4Z3R C01545
1MPR35510N4N735...
R3P4R3 N1570...
N0 C0M3Ç0 3574V4
M310 C0MPL1C4D0
M45 N3574 L1NH4
5U4 M3N73
V41 D3C1FR4ND0
0 CÓD1G0 QU453
4U70MÁ71C4M3N73,
53M PR3C154R P3N54R
MU170, C3R70?
P0D3 F1C4R
B3M 0RGULH050
D1550...
5U4 C4P4C1D4D3
M3R3C3 P4R4BÉN5...

Abços Virtuais,

Elizete....

Em resposta à Edmea Santos

Re: Aprendizagem Significativa

por Usuário excluído -

Méa querida e colegas!

Muito intrigante essas questões... Fico me perguntando se um dia iremos conseguir compreender de fato o movimento do outro... Será que compreendemos o nosso próprio movimento?

Entendo que a expressão de movimentos são de ordem subjetiva, especialmente para o sujeito que desencadeia esse movimento. Percebo que muitas vezes, do ponto de vista do observador, ficamos na compreensão da coisa e chegamos, com esforço, ao que remete a coisa... mas como representamos mentalmente a coisa é de uma ordem muito mais complexa, pois o significado dessas representações também são de ordem subjetiva e envolvem elementos sociais, culturais, históricos, psicológicos etc...

Nesse processo, o significado de tais elementos a partir do observador estarão impregnados dos elementos acima citados. Assim, fico me perguntando: se os MC materializam simbolicamente esses elementos e representam o pensamento (e movimento) de cada sujeito, qual seria a finalidade da comparação?

Bjs

Dri