Tema 2: Aprendizagem colaborativa

Desde a explosão da Internet, a informação está ao alcance de todos. No século XXI é impossível se pensar em um ensino baseado unicamente na aula expositiva.

As últimas tendências na educação propõem o trabalho em grupo como metodologia predominante, na qual os alunos são os protagonistas da aula. A interação que se produz na aula não é apenas a do professor-grupo. É fundamental que ocorra a interação entre aluno e professor e a dos alunos entre si.

O professor deve ser aquele que ajuda o aluno a amadurecer, a tomar decisões, resolver problemas, adquirir habilidades mentais e sociais para poder melhorar a organização social.

O professor atual tem que encorajar o trabalho coletivo e promover situações que favoreçam o pensamento autônomo, para que os aprendentes deixem de ser dependentes e desenvolvam habilidades e recursos próprios para a solução de problemas.

Para isso o professor deve conhecer-se, analisar suas próprias motivações para o ato de ensinar, estar atento a tudo o que ocorre em sua aula, porque será essa a melhor maneira de favorecer a aprendizagem de seus alunos. Precisa, definitivamente, se converter em um pesquisador de sua própria atividade. Seu papel na aula deve ser o de intermediário entre o conhecimento e os estudantes, o incentivador e organizador das atividades da aula” (Guimenez, 2005, s.p.).


Partindo do pressuposto que Educação é comunicação (SEVERINO, 1998)* e que ensinar é a organização constante de situações que propiciem a aprendizagem. O professor, com seu papel redefinido, deve entender que o vocábulo 'ensinar' é "mais do que ensinar, trata-se de fazer apreender[...]" de forma que este professor concentre-se "na criação, na gestão e na regulação das situações de aprendizagem" (PERRENOUD, 200, p. 139)**, com o sentido de aprender.

O professor torna-se, portanto, o desafiador e mediador de um processo que não é natural, nem a ele, nem ao aluno que se formou nos padrões da transmissão da informação fragmentada, dentro do paradigma newtoniano-cartesiano, que ainda vivemos, na maioria das Instituições de ensino brasileiras, fechadas nos calabouços dos séculos XII até a Sociedade de produção de massa influenciada pela Revolução Industrial.

Para incorporar as TIC na educação é necessário ter a coragem de ousar, articular saberes, inter-relacionar-se, entender e (re)construir a concepção da aprendizagem nas necessidades dos objetivos traçados para a sua aula, diagnosticar e avaliar todos os passos de sua construção para a reconstrução.

A educação, portanto, torna-se um sistema aberto que se determina pela participação, pela descentralização de forma flexível, que continuará a ter regras de controle, porém discutíveis e dialogadas por aqueles que dela fazem parte (professores, alunos, coordenadores, direções, sociedade) e deste diálogo, como nos lembra Moraes (1997, p. 68) se desempenhará a ação "da tomada de decisões por grupos interdisciplinares".


Sob a ótica da colaboração e da interação, entendida como troca entre sujeitos que criam e possibilitam co-autoria e autoria, o professor faz a associação das tecnologias e ferramentas aplicáveis à educação aos reconhecidos métodos significativos dos conceitos de aprendizagem, desenvolvendo aos educandos as possibilidades da habilitação técnica do domínio da própria tecnologia e a ele, enquanto professor o domínio enquanto sua prática pedagógica que o leva a refletir a sua própria prática afim de transformá-la, explorando a própria tecnologia assim como sua aprendizagem e a conexão do construir conhecimentos.

Se a aprendizagem é, como sabemos, um processo existente para a construção de conhecimento de nossos alunos, e que existe a necessidade de transformá-los em autores de seu conhecimento a partir de experiências coletivas ou individuais, compete ao professor contemporâneo conhecer e criar situações em ambientes que estimulem a comunicação, a participação, a atuação, a interação, o diálogo da descoberta para a autonomia, o confrontar idéias em um grupo para propiciar a autoria, tanto do professor quanto de seus alunos.


 

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