Ambientes Virtuais de Aprendizagem
O ciberespaço e seus espaços de aprendizagem
Entendendo os ambientes virtuais dessa forma, a própria internet como um todo pode ser vista como o mais amplo dos ambientes virtuais: o ciberespaço pode ser entendido como um grande AVA onde interações acontecem e conhecimentos são construídos coletivamente. Com relação a isso, Lévy (2000) argumenta que:
"É a transição de uma educação e uma formação estritamente institucionalizadas (a escola, a universidade) para uma situação de troca generalizada dos saberes, o ensino da sociedade por ela mesma, de reconhecimento auto-gerenciado, móvel e contextual das competências."
(LÉVY, 2000, p.172)
Se entendemos os AVAs como espaços de possibilidades de construção de conhecimento na internet, podemos ver algumas outras interfaces no ciberespaço também como sendo ambientes de aprendizagem. Tudo vai depender do uso que se faça destes ambientes e se é ou não promovida a construção de conhecimento nos mesmos.
Uma lista de discussão na web, por exemplo, é entendida como um espaço onde mensagens são socializadas no formato do correio eletrônico. No entanto, mais que simples espaço para troca de mensagens elas podem ser vistas como:
"(...) instrumentos que servem como verdadeiro coletivo inteligente, onde os assuntos agrupados de forma temática são tratados por especialistas das mais diversas áreas,discutindo, comentando ou informando. Formam-se assim fóruns permanentes,proporcionando trocas mais profundas do que as obtidas nos chats, por exemplo.Cria-se uma comunidade informativa extremamente importante no processo pedagógico."
(LEMOS, CARDOSO e PALACIOS, 2005).
Atualmente estão proliferando no ciberespaço as chamadas comunidades virtuais, a exemplo do Orkut, que também podem ser interpretado como AVA. Em sua definição mais ampla, as comunidades virtuais “agregam pessoas com interesses comuns no ciberespaço. Elas conquistam espaços, basicamente na web, e permitem oferecer um suporte afetivo e emocional aos participantes distantes geograficamente (...)” (MATUZAWA, 2001). Bonilla (2005) entende a comunidade virtual como uma comunidade que existe sem estar presa ao tempo e ao espaço; que se organiza (através da rede) a partir de interesses ou problemas comuns.
"Mesmo não presente – sem lugar de referência estável, visto que ela se encontra em todo lugar onde se encontram seus membros, ou nenhum lugar – a comunidade está repleta de paixões e projetos, conflitos e amizades, fazendo surgir interações sociais, reinventando culturas."
(BONILLA, 2005, p.133)