Mais um dedinho de prosa...

Mais um dedinho de prosa...

Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Número de respostas: 72

(Editado por Elzicleia Tavares - Sunday, 15 March 2009, 17:13)

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Repito aqui as questões colocadas neste fórum

- Como computador e internet podem ser compreendidos como instrumentos culturais de aprendizagem?

- Como o professor poderá realizar a mediação humana no uso do computador e da internet em sua prática pedagógica?

E, em tentativa de resposta:

No fórum anterior, compreendi quando a profa. Ma. Teresa me lembrou que o biológico não está descartado mas interage e se complementa com a interação histórico-cultural humana.

Agora, creio que a questão se põe a respeito do aspecto tecnológico do humano e sociedade, e mais especificamente, do docente. Acredito que o caminho é o mesmo. A tecnologia não concorre com outros instrumentos culturais de aprendizagem, tais como a leitura, a escrita. Ela complementa. Tendo em vista essa complementação, o professor passará a ver, conforme dito nas video-aulas, o computador como seu aliado e como já presente na vida de seus alunos. Será mais fácil assim, utilizá-lo em sua prática pedagógica.

Observação: Não consegui acessar o slideshow da estação 2, ele fica sempre carregando. Será que estou fazendo algo errado?
É o que está aqui:
http://saladeaulainterativa.pro.br/moodle/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=3114

[]s

Renata
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Olá Renata, tudo bem?
Como você, entedemos que essa complementariedade entre biológico e historico-cultural é fundamental.
Participando do grupo de pesquisa da Maria Teresa consegui compreender um pouco melhor o que isso significa na teoria tratada por nós: a questão do foco. O foco da teoria histórico-cultural é que as construções se dão do social, do meio, dos histórico e do cultural para o biológico e não o contrário, mas as relações entre os sujeitos (intra e interpessoais) é que alteram os processos "internos" do humano...
Digo isso, correndo o risco de ser reduntante diante de tudo o que foi exposto, porque eu percebi que estabelecia relações equivocadas diante desta teoria e que a compreensão desse foco faz toda a diferença... Assim, compartilho com vcs esse aprendizado...

Sobre o slideshare, já está funcionando, ok?
Bjs
Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá Renata e demais colegas,

Sua observação  sobre o foco da teoria  histórico-cultural  me fez recordar do pensamento do Antonio J. Severino sobre  o homem - ser histórico que, ao mesmo tempo é agente da História e nela se forja.

Abraços,

Ana

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Ana

 Essa é a concepção da perspectivia histórico-cultural.Com ela Vygotsky contribui muito para enfatizarmos o papel da escola, do professor no desenvolvimento humano. Vemos assim o ensinar/aprender como uma relação dialética na qual alunos e professores estaõ em contínuo processo de aprendizagem e desenvolvimento.

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Auxiliadora Padilha -

Oi Maria Teresa,

creio que a perspectiva histórico-cultural não contribui apenas para enfatizar o papel da escola e dos professores no processo de contrução do conhecimento dos nossos alunos. É importante também enfatizar a importância do outro - aluno e, claro, do próprio aprendente na compreensão do seu processo de aprendizagem. Ao ter clareza desse processo o aluno 'se permite' interagir, se lança no desafio de ajudar o outro e de se saber co-autor de aprendizagens.

 Acho importante tabém discutir como o professor irá mediar a interação entre: alunos, instrumentos técnicos e simbólicos. Na cibercultura o desafio da mediação se amplia, visto que a internet não parece ser um instrumento simbólico como outro qualquer. Creio que é preciso uma ampliação dos conceitos tratados por Vygotsky quando discutimos a mediação com/na internet...

o que vcs acham disso?

Em resposta à Auxiliadora Padilha

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Ótima provocação ao debate, esta trazida pela Auxiliadora. Destaco dois pontos:

1) O que precisamos agregar ao saber de Vygotsky (após te-lo conhecido  razoavelmente) para o tratamento específico da docência online? Hoje ha uma enxurrada de trabalhos trazendo Vygotsky para o tratamento da educação via web onde se lança mão facilmente da palavrinha mágica "colaboração"... Entretanto, muito do que se faz é transformar os argumentos do clássico autor em muletas para apoiar convicções preestabelecidas... Raramente se problematiza os argumentos do autor para o tratamento da modalidade não presencial.

2) Um esclarecimento sobre o que vc diz: "a internet não parece ser um instrumento simbólico como outro qualquer". De fato! Entendi que a referência ao signico enfatizada pela Maria Teresa não é diretamente à internet e o computador em si, mas o que circula por estes meios. Constumo dizer por aqui que são, por excelência, meios de signagem. Hehe

Gostaria de saber como a equipe da UFJF trata estas questões.

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco,

Comentando sua primeira afirmação:

 de fato temos visto que há muita gente forçando a barra numa aplicação ingênua e descontextualizada de conceitos vygotskianos.Acho mesmo que não há uma real comprensão dos conceitos, ou melhor, uma compreensaõ ativa como diz Bakhtin. Daí que se faz uma mera aplicação de palavras de Vygotsky fora do contexto, desvirtuando os próprios conceitos.

Quanto ao segundo ponto colocado , considero sim que  computador e internet saõ instrumentos simbólicos por excelência por serem instrumentos de linguagem a apartir de sua própria concepção, bem como todo o seu uso perpassa pela linguagem: leitura-escrita, imagens, ícones,sons, etc....

Maria Teresa

Em resposta à Auxiliadora Padilha

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Auxiliadora

 Concordo com vc. O desafio da mediação na cibercultura se amplia. Portanto, ao discutirmos a mediação com/na internet estaremos atualizando, avançando o conceito de mediação de Vygotsky , trazendo-o para o presente, para compreendermos melhor as questões postas pela cibercultura.  

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

De volta as duas questões:

1. Como computador e internet podem ser compreendidos como instrumentos culturais de aprendizagem?

2. Como o professor poderá realizar a mediação humana no uso do computador e da internet em sua prática pedagógica?

A professora Maria Teresa Freitas tem uma contribuição muito boa, A abordagem sócio-histórica como orientadora da pesquisa qualitativa, em Vygotsky (2003), teremos as mudanças e as histórias das pessoas que no ambiente virtual alteram os discursos no uso da linguagem escrita como modos fundamentais de gestão social do conhecimento, pois essa mudança não se dá por simples substituição, mas antes por complexificação e deslocamentos de centros de gravidade (Freitas, 2002).

O texto A abordagem sócio-histórica como orientadora da pesquisa qualitativa, (página 10), mostra um trabalho orientado a partir de uma questão inicial formulada: compreender como o uso de um instrumento cultural da contemporaneidade, a Internet, está mediando a construção da linguagem escrita de um grupo de estudantes seus usuários e como a escola trabalha em seu interior a construção da escrita. Na (página 16), análise das entrevistas e dos respectivos artefatos, colhidos entre os participantes, permitiu um aprofundamento maior da questão pesquisada, dando oportunidade também a uma reflexão em relação ao trabalho da escola, com subsídios para a formação de professores no que se refere ao trabalho com a leitura/escrita num tempo em que novas tecnologias estão presentes.

Deixo mais uma pergunta, como seria o currículo da formação dos professores?

:)

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Neli

Sua pergunta demandaria uma resposta mais longa e refletida. Respondendo rapidamente  considero que entre as disciplinas do curso de formação a presença de uma delas com conteúdo especifico sobre os usos do computador e internet na prática pedagógica poderia ser uma alternativa interessante. Mas , mais que isso, o professor em formação deve vivenciar esses usos durante no seu processo de formação no trabalho com todas as disciplinas do curso.Reflexões específicas sobre o tema também devem estar incluídas no interior do trabalho de algumas disciplinas como Didática, Metodologias específicas, Psicologia da Educação,etc....

Um abraço

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá todos!

Hoje naveguei prazerosamente pelos fóruns mineiros. Desde o pão de queijo até o dedinho de prosa. Aporto aqui, em mais um dedinho de prosa para trazer uma experiência que não é nascida no online, mas que migra para a internet com a intenção de inserir alunos de um curso no modelo “distância” para experiências de autoria na web.


Retorno a este espaço online depois de um longo e "tenebroso verão” de férias, de reposição de aulas presenciais, de retorno as atividades de formação a distância (do curso de Pedagogia para a séries inicias - do consórcio CEDERJ/UERJ), enfim de um calendário atípico.


Como coordenadora da disciplina Prática de Ensino 3, momento em que se discute a importância das relações culturais para os processos de aprendizagem, estou propondo que os alunos deste período pesquisem sobre o entorno cultural da cidade onde se localizam seus pólos (em geral a cidade em que vivem). Além disso, proponho que identifiquem, por meio de entrevistas com diretores e professores de escolas locais, quais tecnologias de informação e comunicação vem interferindo na prática pedagógica dos entrevistados. Para colocar esta experiência em um “vagão de trem” onde computador e a internet representem um espaço de “autoria orientada” [incluo aqui não somente a fome de autoria da Méa - que é também a fome de muitos alunos da escola básica - mas, também, o conceito de ZDP descrito como solução sob orientação], indicando aos alunos que o resultado de algumas entrevistas possa ser apresentado em um blog da disciplina, com ajuda dos tutores locais. A idéia é colocar em interação alunos de oito pólos do estado do Rio de Janeiro e suas distintas experiências pensando que, se nas entrevistas existe a possibilidade (nada remota) de que identifiquem o computador e a internet sendo usados, inadvertidamente, como recursos audiovisuais - conforme citou Maria Teresa – que através da autoria e do compartilhamento de idéias no blog (a própria autoria na internet), iniciem uma reflexão a respeito do papel do professor em face deste instrumento cultural representado pelo computador.

Para que os futuros professores possam realizar a mediação humana no uso do computador e da internet tento colocar na prática as teorias de Vygotski, Morin e Bakthin pois os percebo em plena sintonia.

Se para Morin a complexidade coloca os sujeitos tanto no lugar produtos e produtores, postos em diálogo com Baktin, poderíamos ainda dizer que, ao incentivar as trocas no blog desejamos que os professores em formação assumam uma postura ativa em seu processo de aprendizagem , mediando e sendo mediados, tal e qual desejarão seus futuros alunos.

Um abraço carioca,

Andrea Castro

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Oi Andrea! Seja muito bem vinda ao nosso espaço mineiro!
Muito legal você trazer sua experiência articulada à teoria... O nosso processo de aprendizagem é decorrente das experiências vivenciadas ao longo de nossas histórias auto e ontológicas. É um processo que se desenvolve por meio das relações dialógicas...
Conte-nos mais sobre esse trabalho com o Blog como instrumento cultural de aprendizagem, abarcando, registrando experiências com o uso das tecnologias na contramão da teoria! Que coisa incrível, não? Fazer uso de um recurso como instrumento cultural de aprendizagem para socializar o processo inverso!
Bjs
Dri
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Bem, começo por pedir desculpa pela minha ausência nas últimas actividades deste módulo, mas espero poder trazer alguma da minha experiência em docência online neste diálogo sobre a perspectiva histórico-cultural de aprendizagem.

Assim, respondendo aos desafios lançados:

1- Como o computador e a internet podem ser compreendidos como instrumentos culturais de aprendizagem?

Enquanto instrumento informático, o computador pode ser considerado como uma máquina que gera um sistema simbólico lógico . Quando introduzido numa situação de ensino-aprendizagem, uma das questões que se levantou de imediato é de compreender de que forma esta instrumento iria revolucionar a aprendizagem? Qual o impacte que teria o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação?

De facto, o profundo avanço tecnológico tem invadido as mais diversas instâncias da vida humana, e aí  somos obrigados a discutir a vertente psicológica da educação para melhor compreender as relações complexas que envolvem o funcionamento mental humano, a linguagem digital e as implicações histórico-culturais que implicam no campo educacional. Nesta óptica, tentava responder à segunda questão levantada:

2  - Como o professor poderá realizar a mediação humana no uso do computador  e da internet em sua prática pedagógica?

Sendo o computador gerador de sistemas simbólicos, o contributo de Vygostky é muito pertinente para melhor entendermos este processo de mediação simbólica. Ora, a sustenção da teoria de Vygotsky postula que os sistemas simbólicos interferem de forma positiva no pensamento e processos mentais do homem, sendo a formação social da mente e da linguagem uma etapa crucial no desenvolvimento psicológico do indivíduo. Se pensarmos numa perspectiva de linguagem digital na educação, podemos reflectir acerca da interacção dos alunos com as máquinas que geram sistemas simbólicos e de que forma o professor pode mediar um diálogo interactivo dos seus alunos num universo de  indivíduos conectados entre si no ciberspaço? Que processos de comunicação deve propiciar aos seus alunos?

É difícil fazer uma perspectiva conclusiva acerca destas questões, pois a revolução informática é ainda recente, contudo acredito que a linguagem digital pode propiciar intercâmbios digitais conducentes ao desenvolvimento social e cognitivo dos nossos alunos, ou até ampliar as capacidades as suas humanas. A possibilidade de realização de actividades educacionais com recurso ao computador são infinitas, assim como os espaços interactivos que dele emergem, a questão será se saber de que forma estes artefactos poderão facilitar ou intensificar os processos mentais já existentes ou aumentar qualitativamente o surgimento de novos processos num contexto educacional….

 

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Oi Natália, tudo bem?
Fiquei pensando nosso tudo que vc destaca... Acredito que boa parte das questões levantadas por vc estão relacionadas não diretamente à tecnologia, mas ao professor e da proposta do curso como um todo. Como diria Paulo Freire, as tecnologias podem estar a serviço ou contra a minha utopia...
O que acha?
[]s
Dri
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Natália

 Muito instigantes as suas reflexões e perguntas. Percebo  sua compreensão da abordagem histórico cultural. De fato o desafio que se coloca para nós professores é como ao nos apropriarmos dos conceitos de mediação e aprendizagem  que Vygotsky nos apresenta, possamos ter um uso dos recursos do computador e internet em nossa prática pedagógica de uma forma corente com o que nos aponta essa teoria.

Minhas pesquisas têm se orientado nessa direção.

Um abraço

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Helena Rodrigues de Sá -

Olá, Natália e colegas!

Você tem razão em dizer que "a possibilidade de realização de actividades educacionais com recurso ao computador são infinitas, assim como os espaços interactivos que dele emergem, a questão será se saber de que forma estes artefactos poderão facilitar ou intensificar os processos mentais já existentes ou aumentar qualitativamente o surgimento de novos processos num contexto educacional…."

Acredito que sua questão, seja a de todos nós, professores, que temos a possibilidade de inserir as tecnologias digitais em nossa prática pedagógica, de forma consciente e crítica: como transformar esses artefatos em instrumentos culturais capazes de auxiliar ou produzir aprendizagem? Todos nós estamos estudando, pesquisando sobre isso, mas é certo que o que não podemos fazer é ignorar a cultura que vem sendo socialmente construída pelos jovens (as redes sociais, os blogs...). No momento em que olharmos esses fenômenos culturais com lentes mais profundas, menos preconceituosas e inseri-los em nossas práticas, certamente, conseguiremos intensificar os processos mentais que levam à aprendizagem mais significativa.

Abraços carinhosos,

Helena

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá Adriana, Maria Teresa e demais participantes.

Contando um pouco mais sobre esta experiência com blog posso dizer que sua origem se encontra na relação continua que tento estabelecer entre aproximações e conflitos existentes nas práticas presenciais e na EAD, tanto quanto na relação teoria prática, quando pensamos aprendizagem.

A formação de professores para o uso da tecnologia e seu reconhecimento como produto cultural implica, do meu ponto de vista, que haja a utilização significativa de todos os elementos envolvidos. Da tecnologia; do seu entendimento como produto cultural – produzido pelos próprios sujeitos que com ela se envolvem; da produção de significados construídos em interação e sendo mediados pelos próprios sujeitos e objetos. Os sujeitos, os instrumentos e os sentidos postos em circulação pela interação e, sendo, ao mesmo tempo mediados pelo todo. Pelos sujeitos que ainda que não tenham tido experiência direta com o uso da tecnologia informática produzem sentido a seu respeito, e pelos instrumentos, para que reconheçam, na experimentação, sua “força” mediadora dos sentidos pessoais e das representações produzidas pelo coletivo.

Colocar isto em prática na formação de professores é o que os faz dar sentido aos anseios de seus alunos, nativos digitais, pelo uso dos recursos de tecnologia para aprender. E por que afirmo isto enfaticamente? Por que no espaço presencial já pude observar muitos “olhares interrogativos” a respeito “do que significa usar o computador na educação”, ou, “como assim, eu, autoria na internet”? Para tentar aproximar as dificuldades que, neste caso do curso de formação de professores na modalidade a distância creio que são potencializadas pela ausência do enxergar “olhares interrogativos”, vamos partir para a prática. Onde? Na distância.

Para esta prática os tutores são parceiros imprescindíveis. Por este motivo chamamos todos a um encontro anterior à tarefa a fim de que tomem ciência da perspectiva a ser dada para ao trabalho e, para que possam também dar sua contribuição na melhoria desta prática.

O bom do trabalho fica pela recepçãode comentáros deixados no blog, e que transcrevo abaixo, como este feito por uma aluna. Ele nas dá a idéia de que estamos no caminho certo.

OLÁ!!!!!!!
SOU ESTER ELIAS DA SILVA (ALUNA), DO PÓLO DE PARACAMBI.
A DISCIPLINA DE PRÁTICA DE ENSINO É DESAFIADORA, MAS COM O AUXÍLIO DA TUTORA CONSEGUIREMOS ALCANÇAR OS OBJETIVOS PROPOSTOS E REFLETIR SOBRE NOSSA PRÁTICA PEDAGÓGICA E A NECESSIDADE DE INSERIR AS NOVAS TECNOLOGIAS EM NOSSO COTIDIANO, PARA PROFESSORES E ALUNOS ACOMPANHAR OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA MELHOR INTEGRAÇÃO EM NOSSA SOCIEDADE.

É isso.

Abraços a todos,

Andrea

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Andrea, Adriana e demais participantes

lendo as mensagens de vocês reflito sobre a influência dos programas de educação a distância em relação ao esnino presencial. De uma maneira mais geral há ainda muita resistência ou distância dos professores em integrarem em sua prática recursos do computador e internet. Eles ainda naõ são compreendidos como instrumentos de aprendizagem. Muitos professores hojes saõ chamados a participarem ativamente de programas de educação a distância nos quais atuam com o uso direto de recursos online. Vivenciam este uso e percebem concretamente como se realiza através do online uma aprendizagem compartilhada entre os participantes.  

Vejo que assim aos poucos estes professores vão começando  a integrarem recursos online à sua sala de aula presencial.

Minha grande preocupação é com a integração dos usos do computador e internet ao ensino presencial. O desafio é que os professores compreendam essas tecnologias como instrumentos de aprendizagem. Que passem a incluir entre suas atividades escolares AVAs que ampliem o espaço da sala de aula , como o moodle e outros.

Assim, vejo também o blog citado por Andrea como um recurso interessante que pode ampliar o espaço da sala de aula presencial contribuindo para uma aprendizagem compartilhada.

Um abraço

Maria Teresa 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Andréa

 Muito interessante sua experiência com  blogs incentivando uma autoria coletiva e uma aprendizagem compartilhada entre os participantes.

Um abraço

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Oi Andréa, Renata, Natália e colegas! O trabalho com Blogs nos cursos de formação inicial é realmente um desafio, assim como as ações pedagógicas ancoradas numa abordagem historio-cultural...
Gostaria de propor um diálogo a todos, à luz da teoria histórico-cultural, a partir de alguns pontos levantados aqui.
Quando a Andrea fala dos "Os olhares interrogativos", pelo que entendi, eles são mediados pelos tutores. Essa questão da tutoria precisa ser dabatida entre nós, pesquisadores, e entendo que a abordagem que estamos estudando poderá nos dar pistas sobre como ver essa questão...

Como vocês percebem a tutoria, ação incorporada em muitos cursos online, e o papel do tutor, nos dias atuais?
Como podemos, amparados pela teoria histórico-cultural, debater os aspectos que envolvem a tutoria?


Bjs
Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Começo pela primeira questão:

Como o computador e a internet podem ser compreendidos como instrumentos culturais de aprendizagem?

Gostei de saber que a fonte onde Vygotsky foi encontrar seu conceito de instrumento técnico é o materialismo histórico e dialético de Engels.

Gostei de saber da distinção feita por ele entre “três classes de mediadores”: técnica, psicológica (simbólico signico) e o outro (interlocutor). Mediador é para ele o elemento de ligação entre uma coisa e outra.

Gostei de saber da distinção que ele faz entre instrumento e signo:

O instrumento

  • serve como condutor da influência humana sobre o objeto da atividade (ele é orientando externamente)
  • constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o controle e o domínio da natureza
  • deve levar necessariamente levar a mudanças no objeto

O signo:

  • não modifica em nada o objeto da operação psicológica
  • constitui um meio da atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo
  • O signo é orientando internamente

Gostei de saber que o computador e a internet reúnem estas duas mediações e ainda contemplam a interlocução ou mediação entre pessoas. As interfaces online permitem o encontro e a interatividade entre as faces humanas na tela do computador. Isto difere essencialmente o computador e a internet do retroprojetor e da televisão.

Gostei de entender que enquanto instrumentos, o computador e a internet contemplam a intervenção dialética na natureza (particularmente com o trabalho na acepção marxista). Enquanto mediação sígnica, contemplam a “atividade interna”, “a operação psicológica” dos usuários. Isto é, contemplas o engendramento das palavras, imagens, símbolos, ícones, gráficos, índices que são signos. Contemplam sua construção, seu compartilhamento, sua socialização em rede mundial de conexões online.

Gostei de entender ainda que a mediação entre interlocutores ocorre graças à interfaces potentes que reúnem áudio, vídeo, bidirecionalidade, multidirecionalidade, apresentação, textos, chat, wiki, fórum, Second Life (ambiente 3D), tela tátil, etc. Essas interfaces são canais interativos da internet que permitem a mediação interpessoal. Elas permitem compartilhamento, socialização e a construção colaborativa mesmo na dispersão geográfica dos interlocutores.

Com base nesta fundamentação se assenta a tese defendida por Maria Teresa e pela Equipe da UFJF: o computador e a internet são “instrumentos culturais de aprendizagem”.

São instrumentos culturais porque “a cultura é o produto, ao mesmo tempo, da vida social e da atividade social do homem” (Vygotsky). Uma vez que contemplam as mediações enquanto instrumento, signo e interlocução, produzem cultura. Podemos dizer com Maria Teresa que “a cultura é uma produção humana e que essa produção tem como fontes a vida social e a atividade social do homem”. Em suma, se o homem e a sociedade usam o computador e a internet estão através deles produzindo cultura no âmbito das mediações técnica, signica e interlocutora.

Uma vez instrumentos culturais, são também instrumentos de aprendizagem porque permitem superar o recurso audiovisual em favor do recurso de compreensão ativa entre professores e estudantes. Na escola e na universidade o computador e a internet ampliam o espaço das nossas aulas presenciais, ampliam os pólos de discussões, de argumentações.

Todo este posicionamento abre um cenário favorável para o tratamento da segunda pergunta desta continuação do fórum “Dedinho de prosa”: Como o professor poderá realizar a mediação humana no uso do computador e da internet em sua prática pedagógica?

Para isto retomo a frase do Vygotsky: “O caminho do objeto até a criança [e o jovem ou adulto] e desta [es] até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social”. Ou seja, o professor, essencialmente um mediador, lança mão do computador e da internet que, por sua vez, contemplam as mediações técnica, signica e interlocutora para educar em nosso tempo.

Tenho desenvolvido uma abordagem sobre mediação que gostaria de trazer para esta resposta, com a finalidade de perguntar à equipe da UFJF se está em sintonia com a posição construída pelas pesquisas desenvolvidas no LIC coordenado pela Maria Teresa. Enfim, gostaria de saber se está em sintonia com a percepção de Vygotsky sobre a mediação do professor e assim debater com vcs. Aqui vai:

O docente propõe o conhecimento como provocação à participação colaborativa e não como transmissão. Assim redimensiona a sua autoria. Não mais a prevalência do falar-ditar, da distribuição de informação, mas a perspectiva da proposição complexa do conhecimento aos atores da comunicação e da aprendizagem.

  1. Propicia oportunidades de múltiplas experimentações e expressões
  2. Disponibiliza uma montagem de conexões em rede que permita múltiplas ocorrências
  3. Provoca situações de inquietação criadora
  4. Arquiteta colaborativamente percursos hipertextuais
  5. Mobiliza a experiência do conhecimento

Em síntese, mediar é modelar os domínios do conhecimento como espaços conceituais, nos quais os aprendizes possam construir seus próprios mapas e conduzir suas explorações, considerando os conteúdos como ponto de partida e não como ponto de chegada no processo de construção do conhecimento. Assim temos contempladas a colaboração, a co-criação, a DPZ, a educação cidadã.

Pergunto finalmente: como a equipe da UFJF concebe a mediação docente com uso do computador e da internet. Se Vygotsky estivesse hoje lecionando online qual seria sua postura docente?

Forte abraço

Em resposta à Marco Silva

Nosso silêncio virtual diante de Vygotsky e da Equipe do PPGE da UFJF

por Marco Silva -

Gente querida

Vejo com preocupação a convocatória da Maria Teresa: “Vamos, amigos ler os nossos textos, entrar nos nossos fóruns, discutir, trabalhar colaborativamente, aprendendo, construindo conhecimento. É isso que a gente espera desta unidade.” 

Fico preocupado porque falta mais participação das equipes neste módulo. Estamos tendo a oportunidade de experimentar o tratamento vygotskyano da mediação com pesquisadores experts no assunto. Estamos perdendo a oportundade de saborear colaborativamente a construção de um conhecimento de valor inestimável para o tratamento da educação em nosso tempo.

Ademais, o silêncio virtual que aqui ecoa (no módulo anterior sobre mapas conceituais tivemos mais participações) não permite que a equipe mineira do PPGE da UFJF nos mostre sua competência em mediação lastreada na importante abordagem histórico-cultural. Não estamos dando chance à equpe mineira de nos mostrar na prática sua competência em mediar a construção do conhecimento com base na utilização do computador e da internet como instrumentos culturais de aprendizagem.

Sei que estamos todos atarefadíssimos com o início do semestre letivo em todos os PPGs. Ainda assim, penso que podemos criar um pedacinho de tempo para esta pesquisa interinstitucional que supõe interatividade na mediação, na docência e na aprendizagem.

Muito carinhosamente venho convidar todos e todas a mais engajamento em nossa pesquisa tão sifnificativa e que resultará em publicação ímpar no cenário acadêmico e em um curso de especialização valioso a ser ofertado pelos nossos PPGs, conforme nosso projeto inicial. A equipe da UFJF pede de nós somente um "dedinho de prosa"... e com café e pão de queijo...

Vejam! Precisamos mais disto aqui ó:

colaboração 1

Temos pela frente os últimos módulos. Vamos dar as mãos! Vamos colaborar! Vamos interagir! Vamos marcar nosso tempo com esta importante produção!

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Nosso silêncio virtual diante de Vygotsky e da Equipe do PPGE da UFJF

por Usuário excluído -

Marco

 a equipe do PPGE da UFJF agradece suas palavras e seu apoio ao nosso trabalho.

por toda a equipe

Maria Teresa

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco

 Agradeço muito sua participação neste fórum. Um a participação refletida de quem leu nossos textos e se aproveitosu bem do material postado. VC fez uma síntese perfeita da grande questaõ posposta para este módulo. Sua sintese demosntra sua compreensão ativa  do tem estudado. Acho que sua reposta contribui indicando os pontos centrais do tema para chegar à definição de computador e internet como instrumentos culturais de aprendizem com base na perspectiva da teoria vygotskiana. Chegar a essa definição foi para nós do LIC um grande trajeto permeado por muitas leituras, estudo e reflexão. Foi algo no qual pessoalmente trabalhei muito e fico feliz em vc ter compreendido o que essa definição final representa. 

Coloco aqui palavras de Bakhitn que podem nos ajudar a compreender esse porcesso de trazermos os conceitos de um autor para dialogarem com os eventos de nossa contemporaneidade: " Quando tentamos interpretar e explicar uma obra apenas a partir das condições de sua época,[...]nunca penetramos nas profundezas dos seus sentidos. O fechamento em uma época não permite compreender a futura vida da obra nos séculos subsequentes; essa vida se apresenta como um paradoxo qualquer.As obras dissolvem as fronteiras de sua época, vivem nos séculos, isto é no ´grande tempo´, e além disso levam frequentemente( as grandes obras, sempre) uma vida mais intensiva e plena que em sua atualidade." ( Bakhtin, 2003,p.362)

Assim, nós leitores de Vygotsky trazemos seus conceitos, que na contemporaneidade, são férteis para nos ajudarem a compreender como esses instrumentos  atuais: computador e internet possibilitam três tipos de mediação que levam a uma aprendizagem interativa, compartilhada.

Seus conceitos se expandem para compreendermos o presente.Penso que foi muito importante ao refletir sobre conceitos vygotskianos desvelar todas essa potencialidade do computador e da internet que realmente implica em novas formas de pensar, de conhecer, de aprender.

 Vou parar por aqui e continuo em outra mensagem respondendo sua outra questão . Um abraço

Maria Teresa

 

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco

 Seu conceito de mediação está  relacionado sim com o conceito proposto por Vygotsky. A sua última pergunta: "como a equipe da UFJF concebe a mediação docente com uso do computador e da internet. Se Vygotsky estivesse hoje lecionando online qual seria sua postura docente?" É instigante. Vou lhe responder  partir do que tenho refletido sobre isso. Usar computador e internet em sala de aula muita gente pode fazer, trabalhar em cursos online também.O que faz a diferença é a forma como estes instrumentos saõ usados , como o professor se aproveita deles para fazer a mediação humana. Essa é que faz toda a diferença. Essa é que torna o professor indispensável.

Vygotsky hoje ficaria muito feliz em ver um coletivo de alunos, mediados por um professor, interagindo via escrita , argumentando, discutindo, construindo conhecimento de forma compartilhada. O que teorizou estaria se concretizando em um suporte ainda impensável em seu tempo. Penso que ele agiria como um integrador de equipe, provocador de discussões, provocador de argumentações, construtor de sinteses para serem rediscutidas, retornadas. Enfim ele seria um mediador de uma construção coletiva de conhecimentos. 

Um abraço

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Olá, companheiros... Fiquei envergonhada com o convite do professor Marco Silva para que todos participássemos desse espaço, ainda mais que faço parte do grupo que está a frente desse módulo. Tenho passeado pelo espaço mas confesso que fiquei somente "espiando". Agora me organizei para efetivamente participar. Minha pesquisa é sobre blogs literários e a formação do leitor/autor. Meus sujeitos são professores de Língua Portuguesa e como sou coordenadora pedagógica, meu maior desafio é contribuir de fato para que as professores reflitam sobre a possibilidade do trabalho com blogs e realizem o que Maria Teresa tão bem coloca: "um coletivo de alunos, mediados por um professor,interagindo via escrita". Alunos "nativos " digitais se colcando como leitores e autores num espaço de publicação, tendo como mediador o professor. Minha proposta é que os professores conheçam os blogs, dialoguem com alguns e a partir dessa experiência construam um blog com seus alunos. Tento assim aliar o instrumento (computador) e a prática diária dos professores. As pesquisas do grupo LIC tem constatado que apesar de usarem o computador em sua vida pessoal, alguns até mesmo possuirem alguma formação nesse sentido e trabalharem em escolas que contam com  laboratórios de informática, os professores efetivamente ainda não perceberam as possibilidades do uso do computador em sua prática pedagógica.Seria fantástico poder dialogar com Vygotsky a respeito dessa experiência mesmo que fosse online!!!!  Abraços, Dina.
Em resposta à Usuário excluído

amRe: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Professora Maria Tereza, Marco e demais colegas:

Quero iniciar minha participação nesse Fórum dizendo que as abordagens feitas por essa equipe competente orientada pela senhora, trouxeram reflexões interessantísimas de Vygotsky e Bakthin que, acredito,  interessam de uma forma ou de outra, aos diversos grupos de pesquisadores que se encontram nesse espaço virtual. Os textos mostram de forma muito clara as importantes contribuições de Vygotsky no que tange á sua visão dialética da realidade entendendo que os fatos e fenômenos devem ser estudados “ como processos em movimentos e mudanças, buscando-se  conhecer sua gênese e transformação”( FREITAS, 2009,p.4 ) De forma muito clara, vocês apresentam Vygotsky  e sua orientação marxista,  bem como as determinações sócio-históricas do homem com a cultura. Apresentam também o  sujeito vygotskiano , constituído na relação com o outro, não se reduzindo  a um mero reflexo passivo do meio.

Bastante interessante foi a abordagem sobre mediação e é por essa razão que vou procurar refletir sobre essa questão  pois os estudos e pesquisas  hoje  do meu grupo de mestrandos, seguem na direção de investigar: Quais as expectativas dos professores quanto á introdução da tecnologia e dos recursos midiáticos na escola ? Que sentido dão á aprendizagem de informática? Que pensam sobre televisão/ vídeo na escola? Como se relacionam com a mídia?

Vocês mostram como o sentido de mediação para o Vygotsky , não é uma coisa isolada, acéptica, tratada com relação ao sujeito apenas na instância individual/pessoal, mas envolve relação dialética entre os sujeitos ou entre o sujeito e as possibilidades organizadas que o ambiente, no caso a escola, pode oferecer.  No meu entender, ao interpretar Vygotsky quanto à compreensão do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, o primeiro termo Zona parece-me que estar se referindo a um conjunto de conceitos dispersos e interdependentes que estão na emergência de se reestruturarem, sendo usado em sentido metafórico, pois são pontos potenciais e não apenas uma área ou zona de desenvolvimento psicológico e é ai que se situa uma das implicações mais importantes de Vygotsky para a pedagogia: a escola tem que atuar nesta faixa ou zona, possibilitando atividades cooperativas, que promovam o desenvolvimento entre os alunos, sujeitos da aprendizagem, na construção do conhecimento.  Os espaços virtuais são espaços potenciais de aprendizagem, quando bem acompanhados por professores que conseguem realizar uma verdadeira mediação humana.

Barbero alerta para a necessidade de mudanças na escola e no perfil docente. A escola precisa, segundo ele,  sair do marasmo e considerar essas novas formas e práticas semióticas. Nesse particular há necessidade de uma educação dos docentes para as mídias (TOSCHI, 2005, p.40). As reflexões de Orosco geraram o fortalecimento da temática da recepção como referência para se estudar o processo de comunicação, sobretudo na educação.   A escola deve ser  o local de recepção crítica da mídia e para isso é necessária a mediação do professor. Para isso é necessário uma mudança do modelo comunicacional que subjaz ao sistema das escolas.

O conceito de mediação trazido por BARBERO, a meu ver  se ajusta perfeitamente  aquele elaborado por Vygotsky 

“Mediação significa que entre estímulo e resposta há um espesso espaço de crenças, costumes, sonhos, medos, tudo o que configura a  cultura cotidiana.” (MARTÍN- BARBERO, 2000, p.175) É nesse espaço dialético e contraditório  de representações discentes a distãncia, que o professor tem que atuar fazendo  a mediação. Orosco mostra que as tradicionais instâncias de formação como a  escola e família vêm pouco a pouco sendo superadas por outros processos formativos que surgiram com a revolução tecnológica como o computador e da internet..  As reflexões de Orosco geraram o fortalecimento da temática da recepção  como referência para se estudar tanto os processos de comunicação de massa como  também aqueles  introduzidos pelo computador e internet.

 

A Linguagem

 Outro conceito importante trabalhado pela equipe foi o de  Linguagem.  Qual o papel da linguagem para Vygotsky?  O processo de adaptação ancorado pelo trabalho enquanto práxis transformadora da natureza, levou o homem ao desenvolvimento cultural e conseqüentemente, ao desenvolvimento da linguagem.

A Linguagem desempenha conjuntamente com a utilização de instrumentos, um papel importante na organização das funções psicológicas superiores. Vygotsky diz que ela é  ferramenta do pensamento pois sem a linguagem as representações não acontecem. 

Trazendo para a cena o nosso interlocutor Orozco, esse enfatiza que a linguagem não pode ser tratada separadamente, reduzindo-se apenas á uma questão fonética, semântica ou semiológica.  Orosco coloca  que “o que está acontecendo é um fenômeno onde a lógica tradicional da linguagem escrita está se modificando por outra; sobretudo do hipertexto, do digital “ ( 2005, p.) Acrescenta o referido autor que se ampliam nossas capacidades de construir conhecimento através de diferentes linguagens, não somente a linguagem oral e escrita, mas também a linguagem visual e digital. Por isso não se pode reduzi-la ao padrão linear emissão-recepção (estímulo e resposta), pois os estímulos e as respostas não ocorrem isoladamente. Orosco mosta a não linearidade desse processo e como o receptor crítico incorpora e modifica a mensagem originalmente emitida pelo emissor.

Finalizo usando as suas palavras quando diz :  "Usar computador e internet , Video, televisão,( acrescento eu)  em sala de aula muita gente pode fazer [ .. ] O que faz a diferença é a forma como estes instrumentos saõ usados , como o professor se aproveita deles para fazer a mediação humana. ...

Parabéns á toda a equipe!

Em resposta à Usuário excluído

Re: amRe: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olívia ,

Uma das formas de atualizar a teoria de Vygotsky pode ser colocá-la em diálogo com autores de nosso tempo. Muito interessante a forma como vc realiza esse diálogo como Orozco e Barbero.

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Ok Maria Teresa

De fato!

"O que faz a diferença é a forma como computador e internet são usados, como o professor se aproveita deles para fazer a mediação humana. Essa é que faz toda a diferença. Essa é que torna o professor indispensável."

Vygotsky hoje, se estivesse atuando como docente online, "agiria como um integrador de equipe, provocador de discussões, provocador de argumentações, construtor de sínteses para serem rediscutidas, retornadas. Enfim ele seria um mediador de uma construção coletiva de conhecimentos."

O desafio da formação de professores é favorecer as inclusões digital, cibercultural para que o docente tenha vontade de fluência em tudo isso e em qualidade em educação cidadã. Além disso, formar o professor para o que faz a diferença no uso do computador online na educação e saiba mediar como Vygotsky online.

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
 

Olá Marco e demais participantes!


Marco, em sua fala você tocou em uma questão, que considero ser ainda um nó a ser desatado: a formação dos docentes para incorporação das tecnologias em sua prática pedagógica. Como sinalizou a Dina, os resultados das pesquisas produzidas em nosso grupo de pesquisa indicam que na formação inicial dos futuros docentes, os alunos lidam com computador/internet para fins pessoais, sem discussões pedagógicas de como trabalhar com tais recursos em sua futura prática. Por outro lado, a análise da formação continuada dos professores revela uma formação descontextualizada, aligeirada e centrada nas questões técnicas do computador/internet. Vejo que esta realidade encontra eco em resultados de outros estudos que vêm sendo desenvolvidos nos diversos programas de pós- graduação.

Nesse debate entendo que a formação do professor é essencialmente um ato político e deve ser (re)construída, considerando o contexto histórico, político e cultural no qual estamos imersos. Como produção cultural, as tecnologias não podem ser excluídas da escola, da formação e da prática docente.

Com meu olhar voltado para a compreensão do processo de aprendizagem do docente na e para cibercultura, a concepção de aprendizagem como um processo eminentemente social na perspectiva Vigotskiana é de extrema relevância. Vygotsky (1994) realça o papel primordial da linguagem como um verdadeiro instrumento de aprendizagem e não apenas um meio de comunicação; segundo ele, a verbalização das idéias, em colaboração, é o que permite a sua verdadeira conscientização e consequentemente a verdadeira aprendizagem.

O computador e a internet, vistos como instrumentos culturais de aprendizagem a partir da perspectiva histórico cultural mediatizam a atividade humana e nos convocam a olhar com mais atenção, pois na contemporaneidade se tornam aliados nos processos de ensinar e aprender. Estes não apresentam poderes mágicos por si mesmos, mas no curso das mediações sociais travadas pela sua utilização inserida no contexto das atividades sociais.

Se para Vygotsky a mediação do adulto é fundamental para a criança sair da sua condição real e avançar em seu processo de aprendizagem, entendo a mediação dos formadores de professores para uso das tecnologias da mesma maneira. Os formadores precisam exercer uma mediação que possa colaborar de fato para que o docente, um sujeito singular, marcado por sua historicidade que não conviveu e nem interagiu com as tecnologias, possa avançar em seus conhecimentos nessa área e mediar os processos de aprendizagem junto aos educandos.

Estas são algumas das reflexões que venho me propondo a aprofundar no doutorado. Um abraço a todos!

Cléia

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Olá Cléia!

Vc explicita muito bem algumas inquietações de sua tese que tb são minhas inquietações de pesquisa.

1). “Na formação inicial dos futuros docentes, os alunos lidam com computador/internet para fins pessoais, sem discussões pedagógicas de como trabalhar com tais recursos em sua futura prática.

De fato! Temos aqui uma utilização lamentavelmente precária do computador na educação, particularmente na formação de professores. Nada a ver com a defesa que vcs do LIC da UFJF fazem do computador e da internet como instrumentos culturais de aprendizagem a partir da perspectiva histórico cultural. Então, aqui está um grande desafio para sua tese: como formar para a utilização destas tecnologias digitais segundo esta valiosa abordagem teórico-prática? Não adianta pegar casos de utilização precária e avaliar segundo essa abordagem sofisticada desenvolvida por vcs. Será uma tese lacrimosa para comprovar uma precariedade. Nesse caso terá que implementar o uso segundo um novo paradigma e aí investigar as reações e as apropriações com vistas a construir uma nova metodologia de uso que ressignifique a docência, a aprendizagem e o própria currículo. Como vc sabe, uma tese de doutorado precisa trazer uma novidade, precisa explorar e/ou ultrapassar um limite dado, precisa ser uma alavanca capaz de mover o mundo. Vc tem a teoria potente e tem um vastíssimo campo precário, carente. Caberá agora a ousadia do pesquisador capaz de mover o mundo com sua alavanca implacável.

2) “ a análise da formação continuada dos professores revela uma formação descontextualizada, aligeirada e centrada nas questões técnicas do computador/internet.”

De fato! Quando há a disciplina “informática educativa” na grade curricular dos cursos de pedagogia ou de formação continuada de profs já é uma vitória. O problema maior é que muitos destes cursos exclui o computador e a internet porque seus gestores e docentes são, eles mesmos, excluídos digitais. Mais uma vez valem as perguntas: Quem educa os educadores? Quem forma os formadores? Aqui há um outro filão para a pesquisa de doutorado. Não basta a constatação da precariedade. Será preciso construir uma formação diferenciada e aí investigar as reações e possibilidades efetivas. E, a partir daí, fazer prospecções encarnadas capazes de mudar o mundo ou de reinventar a roda. Para tal, o doutorando precisa se autorizar. Precisa ser um destemido, corajoso, arrojado, inquieto, e por aí vai...

Abração,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
 

Olá Marco

Com certeza tenho um grande desafio no meu trabalho. Compreender como o professor aprende a utilizar esses recursos e os insere de forma significativa em sua prática pedagógica são interrogações que permeiam minha prática como formadora de futuros docentes.

Não estamos (eu e a Maria Teresa) pensando na constatação da precariedade como você bem destacou, ainda mais, que minha caminhada como formadora de docentes neste campo, já vem revelando esta realidade. Concordo plenamente quando você diz que é preciso “construir uma formação diferenciada e aí investigar as reações e possibilidades efetivas”. Acredito que minha ousadia está em tentar desatar um pouquinho do nó da formação dos professores para uso das TIC na perspectiva histórico- cultural. Não vou esquecer que nessa empreitada será necessário ser “destemida, corajosa, arrojada, inquieta, e por aí vai”... Suas dicas foram valiosas.

Abraço.



Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Cleia
Vocês traz reflexões muito interessantes. Ressalto a sua preocupação relacionada a como se processa a aprendizagem do adulto na perspectiva vygotskiana. Isso é muito relevante para compreendermos como o professor aprende no processo de inserção do computador e internet em sua prática pedagógica.
Um abraço
Maria Teresa
Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Helena Rodrigues de Sá -

Marco e colegas,

Esse desafio que você coloca é o que mais me instiga nesse curso! Formar professores que se sintam com vontade e fluência para transitar pelas interfaces onlines à luz da mediação que Vygotsky propõe.

Acredito que só conseguiremos atingir esse objetivo no momento em que pensarmos práticas pedagógicas online com atividades colaborativas capazes de promover a co-criação.

Um bom exemplo disso é a sua proposta para os mestrandos da UNESA, que é organizar um curso online. Teremos que, realmente, criar conteúdos e situações de aprendizagem onlines. Nesse momento, precisaremos colocar a teoria aprendida em prática, pois mediaremos a aprendizagem de um determinado conteúdo para nossos colegas e, ao mesmo tempo, seremos avaliados por essa mediação, assim como pelas atividades e interfaces colaborativas propostas.

Através dessa proposta de aprendizagem, testarei minhas hipóteses sobre o que penso de docência online, compartilharei com a minha dupla, receberei críticas do grupo, pois certamente "pecarei" em alguns momentos, mas ficarei feliz em poder refazer e reconstruir meus conceitos do que seja mediação online.

Abraços carinhosos,

Helena 

Em resposta à Helena Rodrigues de Sá

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá Helena e prezados colegas,

Como você, também tive a necessidade de  ver na prática o quanto é válida proposição tão interessante.

Farei um breve relato do que entendo ser um aplicação da prática pedagógica à luz da mediação que Vygotsky.

Em 2005, a Universidade Católica de Santos (UniSantos) ofertou um curso-piloto para a formação de professores multiplicadores com o objetivo de iniciar a estruturação da educação a distância e a adoção de disciplinas virtuais na universidade.

O Curso Professor On-Line (POL), realizado no período de 4 meses, buscou equilibrar o estudo individual e colaborativo, com a realização de leituras e atividades on-line e ênfase na interação entre os participantes. Os professores tiveram acesso a textos, orientações e desafios, organizados em módulos de estudos semanais.

No decorrer do curso, os professores se acomodaram em grupos de trabalho, de acordo suas especialidades, para elaborarem um projeto de disciplina/curso de extensão na modalidade a distância.

Nos primeiros momentos do curso verificou-se uma já esperada resistência de alguns cursistas diante da metodologia, dos recursos apresentados e a  navegação no ambiente de aprendizagem, mas, em pouco tempo, essas dificuldades foram superadas e o curso ultrapassou os objetivos esperados, pois a interação dos professores no ambiente oportunizou a colaboração, o despertar para novas propostas educacionais, além de provocar não somente a reflexão sobre a ação, mas também a decisão acordada entre o grupo de promover pequenas alterações em sua programação. Assim, a todo o momento trazia-se o currículo para a realidade e trabalhava-se com variáveis, limites, potencialidades afloradas no percurso do currículo.

O aspecto central do curso POL foi essa flexibilidade, a mediação dos professores-tutores e a valorização do aprendizado que tenha significado para o aluno.

Segundo Moran (2007, 23), “o currículo precisa estar ligado à vida, ao cotidiano, fazer sentido, ter significado, ser contextualizado. (...) O conhecimento acontece quando algo faz sentido, quando é experimentado, quando ser pode ser aplicado de alguma forma ou em algum momento”.

Afetuoso abraço,

Ana

Ref.: MORAN, J. Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas, SP: Papirus, 2007.

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Helena Rodrigues de Sá -

Olá, Maria Teresa e colegas!

No primeiro fórum disse que "tenho sede e fome de desenvolver práticas pedagógicas online através de uma abordagem histórico-cultural, sem irritar Vygotsky". Coloquei esse pensamento porque sinto falta de efetivamente desenvolver essas práticas após o estudo teórico.

Já participei de alguns grupos de estudo sobre o assunto e a maior dificuldade de todos não é entender os fundamentos das teorias, mas sim transportá-los para a prática pedagógica online.

Concordo com você quando afirma "O que faz a diferença é a forma como estes instrumentos saõ usados , como o professor se aproveita deles para fazer a mediação humana. Essa é que faz toda a diferença. Essa é que torna o professor indispensável."

Mas que formas são essas que fazem toda a diferença para a mediação pedagógica? Esse é o grande problema a ser pesquisado e posto em prática. Acredito que todos nós já conseguimos compreender que é a mediação que faz toda a diferença. Entretanto, quando nos é pedido para discutir o "como" aplicar isso em um ambiente online é que percebemos a dificuldade em verbalizar, praticar, sem cairmos nos casos clássicos de mediação e interação que são o fórum e o chat.

Estou adorando e aprendendo muito com as discussões que estão acontecendo no fórum! São riquíssimas, mas continuo sentindo falta de aplicar a teoria aprendida no desenvolvimento de práticas pedagógicas e, após a sua aplicação, perceber se estamos no caminho certo à luz da teoria aprendida. Não são receitas de bolo, mas um norteador, uma ancoragem, lembrando de Auzubel ou de trabalhar com a ZDP que Vygotsky tanto preza na aprendizagem. Culpo-me,antecipadamente, por não ter interagido mais, pois sei que o silêncio virtual faz nossa discussão não avançar nesse sentido.

Será que você poderia nos falar mais sobre como efetivamente essa mediação acontece? Gostaria muito que pudesse trazer algumas experiências que, certamente, você tem encontrado em suas pesquisas.

Abraços carinhosos e ansiosos pela sua resposta,

Helena 

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco e colegas,

Realmente sua síntese está primorosa! Só podemos agradecer seu apoio e carinho com o nosso módulo e com o tema desenvolvido... Mais do que um participante, vc age como parceiro em convergência com a abordagem histórico-cultural.

Em complemento ao que a Maria Teresa respondeu aqui, e na tentativa de responder sua questão "como a equipe da UFJF concebe a mediação docente com uso do computador e da internet", vou falar um pouco de uma das pesquisas que estamos desenvolvendo no LIC, e acho que os demais pesquisadores do grupo poderão me ajudar.

Uma das pesquisas que estamos desenvolvendo (que é parte de uma pesquisa maior: Computador/internet como instrumentos culturais de aprendizagem na formação de professores em diferentes contextos educacionais de uma Universidade Federal ) tem o objetivo de “acompanhar e compreender como o trabalho de professores do Curso de Pedagogia e das Licenciaturas, que estão introduzindo recursos de aprendizagem on-line em suas aulas, se reflete na aprendizagem de seus alunos e na sua preparação para a docência, através de sessões reflexivas sobre o desenvolvimento dessa sua prática.”

Essa pesquisa, que vem se desenvolvendo, entre outros instrumentos, por meio de grupos focais reflexivos com um grupo de professores da Faculdade de Educação (UFJF), mais do que compreender e acompanhar, tem nos indicado possibilidades reais de intervenção na realidade. Ainda que a pesquisa esteja em andamento, percebemos que os grupos focais estão possibilitando trocas, envolvimento destes educadores e a formação de um grupo que tem manifestado interesse em continuar debatendo as questões propostas, independente do término dessa pesquisa. Sentimos que estamos abrindo um espaço para constituição de um grupo de educadores interessados em estudar, debater e agir coletivamente - ações que vem ao encontro da abordagem histórico-cultural. Sabemos que esse pode ser um embrião, mas estamos trabalhando para a continuidade desse grupo e, quem sabe, contagiar outros professores.

Este é um dos exemplos práticos...

Bjs

Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá, Pessoal.

Sobre a questão da viagem de Vygostsky à contemporaneidade, gostaria de devolver a pergunta, mas da seguinte maneira:

- Quais eram os objetos culturais de sua época, que inclusive mediaram seus estudos e as suas conclusões?

Ora, tomando o computador como um objeto cultural do final do século XX e que tem se aperfeiçoado neste início de século XXI, sabemos que, mediadores que são, estão colocados em um dado tempo /espaço, e que se já existisse naquela época ou se o Vygotsky formulasse suas ideias hoje, certamente não seriam as mesmas que estudamos em seus livros. 

Nesse implicação dialética, sujeito e objetivo serão modificados, logo, o pensamento deste autor, provavelmente, seria formulado também de maneira diferente.

Isso porque o homem se forma pela sua mediação com o trabalho e o conhecimento, na interação com as outras pessoas, e os objetos culturais que o rodeiam, portanto, temos que posicionar esses aspectos no tempo histórico que ocupam e fazer as suas relações necessárias...

A interação do qual Vygotsky falava era a mesma que entendemos hoje? O computador propicia essa mesma interação ou é uma interação de um tipo diferente? O computador nos leva a diferenciar a nossa cognição?

Se pudermos responder a essas questões, teremos que resolver algumas outras pergutnas que afetariam diretamente a ação docente de Vygotsky com o uso das TICs, pois, se a interação entre as pessoas é em termos de espaço e tempo redimensionada na dita "Sociedade da Informação e Comunicação", o nosso estar com o outro também é diferente, portanto, a forma como desenvolvemos nossas ZDPs também é outra em relação ao pensado pelo autor, inicialmente. 

Marco, você pode dizer: "- ok, são exatamente essas diferenças que eu propus interrogar!". (ou não)

O que estou debatendo é o impacto que as TICs teriam em toda a sua teoria, de maneira que, como objeto cultural e de aprendizagem, as implicações poderiam levá-lo a outro estágio que não este que conhecemos em suas obras, e no bojo disso, seus conceitos e categorias...

Perguntar como seria sua atuação como docente on-line é uma boa viagem nesta estação, mas poderíamos viajar um pouco perguntando também como seria a formulação de suas ideias com o surgimento das TICs...

Fica aí a proposta do debate...

Beijos e abraços aos/às colegas!

   

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Vejam que interessante...

23/03/2009 - 09h56

Jovens podem usar notebook na escola e contestam a utilidade de escrever à mão

DÉBORA YURI
colaboração para a Folha de S.Paulo

FolhateenUm teclado na mão vale mais do que mil canetas no estojo? Simone Janovich, 17, acha que sim. Ela leva seu laptop para a escola todos os dias.

"Prefiro escrever no computador. Tenho facilidade para digitar, e fica mais organizado", diz ela, que acha mais fácil estudar 'fazendo tudo no laptop".

"Tiro dúvidas com meus amigos pelo MSN, trocamos e-mails sobre anotações de aulas, falo on-line com os professores. O computador também poupa um pouco os dedos. Chega de calos!", continua ela, que só escreve à mão quando necessário --em geral, durante provas escolares e aulas de redação.

Henrique Manreza/Folha Imagem
Aluna Marjorie Sterenberg, 16, assiste aula no Colégio Renascença acompanhada do seu notebook, no bairro de Higienopólis, Sao Paulo
Aluna Marjorie Sterenberg, 16, assiste aula no Colégio Renascença acompanhada do seu notebook, no bairro de Higienopólis, Sao Paulo

Como Simone, muitos jovens sentem-se mais à vontade digitando do que redigindo à mão.
Seria o prenúncio do fim da letra manual?

A atual geração não escreve em agenda e diário, mas em blog; comunica-se por meios eletrônicos, com mensagens de texto por celular, MSN, Orkut, Twitter ou e-mail.

Caligrafia para quê?

Educadores relutam em apostar na extinção da caligrafia, mas admitem o desinteresse e a diminuição da prática.

"A escrita é um recurso que jamais vai acabar, é como os livros, que não vão sumir, embora muita gente hoje leia mais na internet. Só se aprende a escrever escrevendo e só se aprende a ler lendo. O mundo totalmente informatizado não é para essa nem para as próximas gerações", diz a psicopedagoga Lígia Fleury, do Colégio Renascença.

Muitos jovens questionam a importância de escrever à mão, diz Lígia. "Quando um aluno fala que não precisa disso, eu respondo que nem sempre ele terá um computador à disposição, que ninguém fica conectado 24 horas por dia. Tem que saber escrever manualmente."

No Renascença, os alunos podem levar laptops para a sala de aula, com uma restrição: nada de entrar na web. Nesse cenário, o maior vilão é o corretor ortográfico, criticado por educadores mais conservadores.

"Eu oriento os meus alunos, digo que essa ferramenta serve para chamar a atenção para um erro e ensinar o correto. Não pode ser usada como um ato mecânico de corrigir. Existe espaço para o computador e para o caderno na escola", diz Lígia.

Outra adepta da moda de trocar pesados cadernos por um computador portátil é Marjorie Sterenberg, 16. "O meu laptop é como um caderno com todos os meus cadernos e com muito mais recursos. É mais prático anotar as aulas assim. Se você escreve errado, deleta, não precisa apagar ou riscar tudo", diz.

Marjorie admite que tem dificuldade para escrever à mão. "Eu estudava numa escola britânica onde todos os alunos tinham laptop desde a oitava série. Minha letra não é muito boa, não treinei caligrafia", conta ela, que sonha com provas digitalizadas e se preocupa com a redação do vestibular.

Rafael Elkabets, 16, só troca o computador pelo papel quando é obrigado. 'No futuro, vou precisar mais do computador do que de caligrafia. Mas eu sempre me esforço para fazer letras bonitinhas nas redações', diz.

Para a psicopedagoga Raquel Caruso, diretora da Edac (Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico), o computador ajuda a camuflar falhas.

"Algumas crianças têm dificuldade na escrita manual e, quando conhecem o computador, esses problemas desaparecem. É preciso ter uma escrita que seja compreensível para os outros. Depois que isso estiver sedimentado, pode-se usar o computador sempre."

Essa geração não escreve menos, ao contrário --só não escreve mais à mão, compara Débora Vaz, diretora da Escola Castenheiras.

"O [escritor] Mário Prata falou uma vez que essa geração escreve muito mais do que as anteriores. No meu tempo, era impensável um jovem ficar quatro horas seguidas lendo e escrevendo."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u538977.shtml

Para minha colega de Grupo, Andréa, um bom exemplo de autoria...

As TICs são ou não um elemento cultural de aprendizagem?

Beijos e Abraços

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Lázaro

Muito interessantes os depoimentos que você traz para provocar a discussão escrita manuscrita x escrita teclada.Concordo com você e com as falas dizendo que hoje  as pessoas, principalmente os jovens estão escrevendo muito mais. Em pesquisas realizadas no LIC com adolescentes chegamos a resultados que indicaram que estes estão lendo e escrevendo mais.Pode ver mais sobre essas pesquisas em www.lic.ufjf.br

Computador e internet trazem novas práticas de leitura e escrita, um novo letramento: o letramento digital. Mas este não substitui o letramento no papel, ambos se complementam.

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Oi Lázaro!

Muito instigante sua provocação. Antes de perguntarmos como seria o Vygotsky docente online, imaginando-o um incluído digital e cibercultural, podemos perguntar, com vc, como seriam suas idéias pedagógicas se fossem formuladas por ele em um laptop com conexão 3G?

Uma primeira pergunta básica: Seria ele ainda um marxista?

Outras perguntas igualmente decisivas: Seria ele um crítico da cibercultura? Seria ele um crítico resistente ao uso da informática na educação? Seria ele um crítico resistente à formação “a distância” dos professores que atuarão nas séries iniciais? Seria ele um crítico do CEDERJ, do VEREDAS? Seria ele um crítico do nosso projeto interinstitucional? Seria ele um crítico da educação via web? Estaria ele teorizando sobre DPZ online?

Não tenho a menor idéia!!! Outro dia ouvi de uma renomada pesquisadora e docente em PPGE nível 6 na Capes que, no final da sua vida, Vygotsky refez muito das suas convicções e que o que temos e acreditamos como vygotskyano não pertence ao último Vygotsky. Fiquei chapado!!! E desde então não consigo mais dormir com este barulho.

Maria Teresa, enquanto expert nesse russo, nos aproxime da verdade, por favor!

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco

 Na resposta que escrevi para o Lázaro há elementos que respondem algumas das questões formuladas por você.Quanto a sua última questão sobre Vygotsky no final de sua vida ter refeito sua teoria, não tenho essa notícia. Olha, que desde 1988 tenho me dedicado ao estudo deste autor  e de sua obra e acho que essa afirmação é um pouco forte.

Em primeiro lugar  Vygotsky teve uma vida muita curta sem muito tempo para reformular sua teoria como o fazem , às vêzes aqueles que têm uma vida mais longa. Nesses autores dá perfeitamente para identificar o velho e o novo. O que se vê em Vygotsky é uma teoria ainda inconclusa com idéias a serem mais desenvolvidas, esclarecidas, uma obra interrompida por sua morte prematura.

O que conheço de Vygotsky é que em sua tese de doutorado Psicologia da arte ( texto escrito entre 1915-1922 mas só publicado depois de sua morte)já se encontram em embrião de muitos dos conceitos que vai elaborar depois no interior de toda sua obra. Percebe-se assim alguns núcleos básicos em sua obra que saõ constantes e interligados.Por outro lado percebe-se em sua obra, lida cronológicamente, uma evolução de seus conceitos.

Inicialmente, em seus primeiros escritos há uma marca maior do comportamentalismo que vai aos poucos superando. Em um artigo seu de 1924: "A consciência como um problema do comportamento" já se esboça  uma idéia que mais tarde se tornaria um dos principais núcleos de sua teoria: a gênese social da consciência. Nesse artigo é possivel flagrar um momento da transição do pensamento de Vygotsky. Nele observa-se ainda muitas influências reflexológicas,porém já estabelecia claramente a gênese social da consciência individual, formulando a idéia da palavra como origem da consciência, porém sem desenvolver ainda suas idéias sobre a função de mediação dos instrumentos e signos. Em um Congresso em Leningrado em 1924 Vygotsky criticava a reflexologia por ser incapaz de explicar adequadamente a consciência. Nessa época pensava que seria possivel estudar as funções mentais superiores de forma objetiva sem sair dos limites da reflexologia, compreendendo a consciência como um mecanismo de transmissão de reflexos. Mas, aos poucos foi se distanciando dos conceitos reflexológicos através de uma profunda reflexaõ epistemológica.Aprofundou seus estudos sobre os signos, chegando ao conceito de mediação semiótica.

Quero mostrar com  o que acabei de dizer que Vygotsky foi construindo sua teoria, refletindo sobre ela,  desenvolvendo-a, aperfeiçoando-a. É possível ver isto lendo seus textos inciais e outros já elaborados entre 1930-1934( ano de sua morte). Pode-se acompanhar na evolução de seus textos a evolução de vários conceitos . Observa-se isso com o conceito de de ZDP que passou particamente por 3 fases de elaboração.

Então, considero que não foi uma teoria revista ao final da vida, mas uma teoria que foi sendo construida, desenvolvida aos poucos, elaborada a partir de suas pesquisas e reflexões. É principalmente importante ve-la como uma teoria naõ fechada, inconclusa e que deve ser lida datada acompanhando o seu processo de construção.

O problema é que no Brasil o acesso às suas obras foi muito fragmentado, com textos fora do conjunto de seu trabalho  e feito a partir de traduções não muito felizes. Para uma boa compreensão da obra de Vygotsky  é necessário penetrar em sua obra toda. A publicação das Obras completas em espanhol ajuda muito neste sentido. Hoje no Brasil já temos um maior número publicações traduzidas diretamente do russo revelando vários textos extraídos das Obras Completas. Nesse sentido saõ muito boas as traduções de Paulo Bezerra ,na Martins Fontes, com notas e comentários muito importantes e esclarecedores.

Quanto mais lemos e estudamos Vygostky mais nos srpreendemos e desvendamos o seu pensamento. Outra coisa interessante é comprender como há uma interpenetração de seus conceitos no todo de sua obra.

Um abraço, Marco, esperando que tenha conseguido lhe responder

Maria Teresa

 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Obrigado Maria Teresa.

Muito elucidativa a sua resposta à minha indagação. Vou levar este seu texto para a professora que expressou a convicção de que Vygotsky teria, no final de sua vida, se distanciado da sua linha teórica que nós conhecemos. E se ela responder com alguma consistência, trarei sua posição para este forum, mesmo após o término do seu módulo no dia 31/3.

bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Marco
Podemos sim discutir a partir da resposta dada pela professora.Para lermos a obra de Vygosky em seu conjunto temos os 6 volumes das Obras Escogidas, publicadas pela Editora Visor de Madrid com tradução direta das Obras Completas em russo. Em Moscou essas obras completas foram publicadas em 1982. AS traduções em espanhol iniciaram a publicação em 1991. Hoje temos já os 6 volumes traduzidos. Lendo todos os seus textos( datados como escritos e publicados) com muitas notas de rodapé temos acesso à cronologia de sua obra.Assim temos condições de acompanhar o desenvolvimento de suas idéias.
Um abraço
Maria Teresa
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
 

Ola Lázaro demais participantes!


Sua questão me remeteu as recentes leituras que venho fazendo de Davydov. Este autor nasceu em 1930 ( auge da produção de Vygotsky) e morreu em 1998, pertence ao que costumam chamar de terceira geração dos psicológos russos e soviéticos, em uma linha de continuidade dos estudos realizados por Vygotsky nas décadas de 1920 e 1930.


Davydov vai trabalhar com o processo de formação de conceito e formação do pensamento teórico, com base nos pressupostos de Vygotsky e também Leontiev.


Na conclusão do seu livro “La ensenaza escolar y el desarrolo psiquico”, publicado em 1988, encontrei uma latente preocupação do autor com as grandes possibilidades do uso do computador no processo de ensino. Destaco o seguinte trecho:

La utilización de computadoras favorece el desarrolo del pensamineto teórico, el que, em cierto sentido, puede illamarse “programador” o “operatorio”; este pensamiento permite a los escolares utilizar los medios lógico-matemáticos para la programación y la planificación de us propias acciones cognoscitivas. (DAVYDOV, 1988, p. 246)


Em meu exercício inicial de leitura do autor vejo uma clara defesa do uso do computador que naquele momento ainda não dispunha de tantos recursos com na atualidade, no desenvolvimento do pensamento teórico dos educandos. Como bem destaca o Libâneo (2004)“na base do pensamento de Davydov está a idéia mestra de Vygotsky de que aprendizagem e ensino são formas universais de desenvolvimento mental. [...] para superar a pedagogia tradicional empirista, é necessário introduzir o pensamento teórico”.


Nesse sentido, não sei se a teoria de Vygotsky sofreria modificações com a grande presença das TICs, ou como você mesmo afirma: “Se o Vygotsky formulasse suas ideias hoje, certamente não seriam as mesmas que estudamos em seus livros. Neste exercício, vejo que a concepção de aprendizagem e o papel da escola no desenvolvimento dos alunos tem Vygotsky e Davydov,  nos lança ao um debate muito rico na medida que possamos realmente evidenciar em que medida as TICs estão contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo dos nossos alunos.

Como disso, é um exercício inicial de pensar com o Davydov estas questões que ainda estão sendo questionadas e (re)pensadas por mim.

Um abraço

Cléia


Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Lázaro

Suas questões são instigantes. De fato nos apropriamos do meio cultural no qual estamos inseridos e ele nos  coloca perguntas. Responder essas perguntas pode ser o início de formulação de uma teoria para quem é um pesquisador. Penso que com Vygotsky foi isso que aconteceu. Ele dialogou com as teorias psicológicas de seu tempo e insatisfeito com elas se propôs a construir um nova teoria psicológica que se constiuiu como uma ruptura com o que existia.

Ele procurou respostas para o que via em seu tempo, mas como sua obra foi grande ela transcendeu a esse tempo. Vivendo na grande temporalidade, como diz Bakhtin, sua obra tornou-se muito mais intesa e plena de sentidos do que no momento de sua geração. Essa riqueza de sentido é possível a partir de sues leitores que a lêm buscando elos com sua contemporaneidade. Dessa forma, a obra naõ se estanca e vive respondendo novas questões. Assim vejo que por ser uma grande obra, o trabalho de Vygotsky com as suas formulações, categorias, conceitos elaborado nos anos 30,  se  atualiza hoje quando nós, que vivemos as questões postas pela contemporaneidade, buscamos compreende-las  buscando em sua teoria as condições para um diálogo. Além disso, naõ podemos nos esquecer que o materialismo histórico dialético foi a base de sua teoria. Assim ,por ser dialética sua teoria não é presa a sistemas, nem fechada; ela se mantém aberta, inconclusa. 

Você pergunta como seria a reformulação de suas idéias se ele vivesse hoje experienciando o surgimento das TICs.Não podemos precisar o que aconteceria, isso são meras conjecturas, uma verdadeira viagem. Mas continuo dizendo que os conceitos de Vygostsky continuam avançando para além de seus limites fornecedo-nos condições de compreender as nossas tecnologias digitais de hoje.Sua maneira de pensar a linguagem como constitutiva do sujeito,  as Funções mentais superiores  formadas via linguagem na interlocução com o outro, a mediação do outro, do instrumentos técnicos e simbólicos, a aprendizagem como um processo compartilhado gerador de desenvolvimento, podem nos ajudar a compreender os usos do computador e da internet. Podem nos ajudar a olhar para essas tecnologias avançando e ampliando seus conceitos.

Maria Teresa

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Maria Tereza, Marco, Elzicleia e demais colegas.

Tem sido muito bom aprender com as respostas dadas a cada um dos questionamentos que são postos aqui.

Quando o Marco faz uma série de perguntas, entre elas, se o Vygotsky seria Marxista nos dias de hoje, não teria um resposta precisa, mas esse questionamento me remeteu a uma discussão que estou fazendo no meu trabalho no mestrado. Qual seria o problema de um marxista apoiar o Consórcio CEDERJ ou o Projeto Veredas ou ainda esta pesquisa interinstitucional?

Se o pano de fundo desta pergunta foi a relação do marxismo com as tecnologias, há algumas resposta possíveis, mas trabalho com duas:

1- O Marxistas que se apropriam equivocadamente das ideias de Marx realmente refutariam esses projetos, apoiados em um argumento de distanciamento total em relação às tecnologias, isso porque essas podem ser cerceadoras, ou explorados do trabalho humano, voltadas para a reprodução do capital etc.

Este argumento passa uma borracha no que o próprio Marx pensava sobre dialética e a ação do homem. É necessário portanto pensar em que projeto essas tecnologias estão inseridas antes de marca-las por sua negatividade (o que em si já seria um conceito positivista);

2- A segunda resposta, seria pensarmos de que forma essas tecnologias, assim como outros artefatos pensados e feitos pelo homem podem trazer a felicidade para ele e seus pares. Ora, se pensarmos as tecnologias em proveito do homem (não pensando em um proveito puramente mercadológico, mas à felicidade pensada pelos marxistas), não há nenhuma incompatibilidade entre o marxismo e as tecnologias.

E aí Marco, Vygostky poderia sim ser marxista, apoiar e acreditar nesta pesquisa do qual participamos, desde que perguntasse qual é o nosso objetivo ao final dela? É disseminar o conhecimento aqui produzido? Há uma preocupação propriamente com a Formação Humana? Ou pretendemos fazer com que isso se torne mais um produto?

Devido aos recursos tecnológicos que dispomos hoje, entre elas o Laptop conectado à banda larga 3G, o conhecimento deste autor´poderia ter outras dimensões, que venceriam barreiras como a Tradução, citada por Maria Tereza como um problema à apropriação da teoria de Vygotsky. Se essa máquina expande algumas de nossas capacidades e como temos visto o próprio conhecimento tem tido nosso contornos, chegando a outros lugares e pessoas, em um grau de interação bastante intenso, presenciar este autor na contemporaneidade seria uma outra experiência.

O que faríamos se Vygostsky produzisse sua obra e disponibilizasse para todos (pelo menos os que acesssam à Rede) e pudéssemos contribuir com ele em uma WIKI???        

Conforme dito por Elzicleia, já se pensava na utilização dessa máquina para fins de formação e as implicações que ela teria na educação. E esse é o nosso desafio, pensar nessa teoria inconclusa, como levanta Maria Tereza em tempos de rápida disseminação de informações e conhecimentos, no qual o ritmo de criação / substituição de tecnologias é frenético, sem deixar de pensar naquilo que há de mais importante no processo: o homem.

Enfim, gostaria de compartilhar a satisfação pela intensidade das discussões deste módulo, fruto em boa parte da mediação do PPGE responsável e pelo empenho dos colegas da pesquisa.

E que a discussão não pare pr aqui, afinal é sempre emuito bm aprender com vocês.

Abraços e até a próxima estação...

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Querida Adriana

Adorei ler este trecho seu, quando fala da pesquisa que está realizando pelo PPGE da UFJF: "mais do que compreender e acompanhar, tem nos indicado possibilidades reais de intervenção na realidade."

Foi exatamente a perspectiva da intervenção que sugeri para Cléia, orientanda de doutorado de vcs da UFJF. Tenho muito claro que as pesquisas sobre Educação e Tics digitais precisam ir além da verificação de campo apoiada em quadro teórico. Pois, como em geral as utilizações são precárias, o trabalho constatativo só serve para chover no molhado com choro e ranger de dentes. Para além disso, precisamos fazer intervenções na realidade, ou seja, construir utilizações diferenciadas das tics digitais e aí formar, na perspectiva da pesquisa-formação. Tenho partido para esta solução infinitamente mais instigante e eficaz. O fato de estarem trabalhando com grupos focais é valioso, mas isto se complementa felizmente com estratégias de intervenção-formação em serviço.

O que acha? Qual o quadro teórico para esta metotologia de pesquisa vcs adotam aí na UFJF?

Abração,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Oi Marco! Muito bom falar dessa experiência com vc e com os colegas aqui.

A idéia caminha na direção que vc aponta e denomina pesquisa-formação / intervenção-formação. Sabemos que esse tipo de pesquisa demanda muita dedicação e paciência, pois como sabemos, os professores da FACED, assim como todos nós, estão com muitas frentes de trabalho e tb de pesquisas e nem sempre conseguem participar como gostariam dessas ações. Mas conseguimos um grupo muito bom de professores e que se mostraram empenhados em continuar, como disse anteriormente. Além disso, nossa pesquisa busca dados sobre a questão que você levanta para a Cléia: quem são os formadores de formadores. Sim, pois nesta investigação queremos saber que relações os professores da universidade estabelecem com as TICs e se isso (ou como isso) reverbera na sala de aula. Porém, mais do que investigar e identificar como vc bem lembrou, desejamos provocar mudanças, não simplesmente fazer diagnósticos...

Me arrisco a dizer que sinto, neste momento, mais um trabalho de formação compartilhada, ou gestão compartilhada dessa formação. Estamos num momento em que os professores estão se abrindo para discussões, para debater, para ouvir e compartilhar possibilidades. O legal disso tudo é que as questões emergentes são muito provocadoras e podem levar o grupo a reflexões mais profundas, daí a proposta de grupos focais reflexivos que tem mesmo a intenção da formação numa relação dialógica.

Temos professores que estão iniciando atividades de docência e pesquisa em ambientes virtuais, temos outros que já possuem um pouco mais experiência, os que já atuam há um bom tempo e os "desconfiados", mas que se mostram abertos e, portanto estão no grupo. Sinto que esse grupo poderá render muito... Mas sabemos que temos uma boa caminhada pela frente, como disse a Cléia. A cultura do presencial X virtual ainda é o grande desafio. Mas veja, uma professora, que nunca havia trabalhado com ambientes online e tinha restrições inclusive, está deslumbrada com a descoberta do fórum com seus alunos e seus relatos são muito instigantes. Acho que é por aí.

Outra questão que tem constrbuído para transformar essa cultura é o fato dos professores da FACED estarem atuando no curso de Pedagogia da UAB... Mas essa é outra história...

Estamos no LIC estudando a metodologia a partir da abordagem histórico-cultura, é essa a base. E nesse sentido, os instrumentos de pesquisa são pensados e construídos em convergência com essa abordagem, assim como a construção dos dados, as interpretações etc. "É pelo método que se reconhece uma forma de pensar", como nos diz Maria Teresa Freitas (texto Nos textos de Bakhtin e Vygotsky: um encontro possível).

É um desafio, com certeza. Entretanto, acredito que quando incorporamos uma teoria, quando aquilo de fato faz sentido para nós, nossa prática tende a caminhar na mesma direção. Mas é um processo que está sendo contituido por meio das pesquisas desenvolvidas.

Beijinhos

Dri

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Olá Adriana

Parabéns pela equipe de professores abertos à pesquisa. Parabéns pela atuação na UAB particularmente como campo de pesquisa. Parabéns pela abordagem histórico-cultural. Parabéns pela seriedade das suas pesquisas. Gostaria de acompanhar seus resultados, de debater e experimentar com vcs possibilidades e desafios.

bjs,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Marco

 O próprio referencial teórico histórico-cultural é que orienta nosso fazer metodológico. No grupo Lic construímos progressivamente, uma metodologia investigativa derivada desse referencial teórico. Para uma melhor compreensaão do que chamamos de pesquisa intervenção coloco o recorte de um texto meu publicado na Revista Educação em Foco,v.12,n2, 2007/2008

 É Bakhtin (1992) que nos orienta e permite compreender que uma situação de pesquisa é sempre um encontro entre sujeitos, um diálogo no qual pesquisador e pesquisado se re-significam. Assim, a pesquisa passa da descrição e compreensão do que o outro apresenta, para um encontro maior que vai além. O pesquisador é aquele que vai ao encontro do outro, coloca-se em seu lugar, para perceber o que ele percebe mas retorna ao seu lugar. Esse retorno, essa posição exotópica, é que lhe permite ter realmente uma compreensão ativa do outro, gerando uma resposta ao visto, ao dito e não dito. E essa resposta implica em ajudar o outro a avançar, a caminhar, a sair do lugar. Assim a pesquisa deixa de ser somente diagnóstico para ser pesquisa intervenção. Trabalhamos com professores em um processo de mudança, transformação. Como fazer dos encontros com os professores situações possíveis de reflexões que tragam a mudança? Além do objetivo de compreender através de suas práticas discursivas como os professores estão se posicionando diante da utilização do computador e da Internet, queremos também que estes se sintam mobilizados a modificarem sua prática pedagógica com a inclusão nela de recursos da cibercultura. (Freitas,2007/2008,p.259)

Compreendemos que esta intervenção na pesquisa com professores, faz dessa pesquisa um espaço de formação.

abraços

Maria Teresa 

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Maria Teresa

Obrigado pelo trecho citado. Adoraria ler o texto completo. Envie o link por favor, se estiver disponível online. Dele destaco um pedacinho muito especial para mim e para meus orientandos: " a pesquisa deixa de ser somente diagnóstico para ser pesquisa intervenção. Trabalhamos com professores em um processo de mudança, transformação. Como fazer dos encontros com os professores situações possíveis de reflexões que tragam a mudança?"

Em educação no nosso tempo, trabalhar somente com pesquisa diagnóstico é coisa de desavisado que nem pesquisador é.

Obrigado pelas excelentes contribuições deste importante quadro teórico que vc e equipe nos oferecem.

Gostaria de pedir algo muito valioso nós:

  • Será possível disponibilizar aqui uma dissertação ou tese (em pdf) orientanda por vc, que formule muito bem o quadro teórico da metodologia fundado no referencial teórico histórico-cultural e na pesquisa intervenção?

Forte abraço,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Marco
Vou ver no PPGE uma dissertação em PDF de uma de minhas orientandas para lhe passar. O texto que me pede não está disponível online.
Vou aproveitar para lhe dar uma boa notícia: o nosso livro Cibercultura e Formação de professores, vai sair para a Bienal e para lançamento na ANPED. Tive essa notícia pela editora nessa semana. No livro há um texto meu com o relato de nossa penúltima pesquisa onde este aspecto metodológico está mais expandido do que no artigo.
Posso lhe passar o arquivo do capítulo.
Um abraço
Maria Teresa


Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Maria Teresa

Fico feliz com a edição do livro e com os lançamenos planejados. Parabéns pelo trabalho de organizadora! O título é muito bem-vindo.

Aceito o arquivo do capítulo e tb o pdf da dissertação. Serão valiosos para nós.

Muitíssimo grato,  

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Olá Adriana,

Ultimamente venho me dedicando a estudar técnicas de comunicação e a integração verbal-visual dos materiais disponibilizados no formato digital. São leituras que não fiz na minha graduação em Pedagogia e no mestrado em Educação. Mesmo trabalhando com Informática Educacional  há 15 anos,  observo que não tenho formado (ainda) um firme conceito sobre esse tema.

Estou com esse propósito no doutorado porque penso que é emergente a preparação dos docentes para lidar com esse mundo repleto de informações imagéticas. Para compreendê-las e e bem utilizá-las faz-se necessário um letramento visual para a recuperação das habilidades perceptivas, visuais e estéticas perdidas com a evolução da humanidade.

Digo recuperação porque, curiosamente, habilidades como  discriminação visual,  projeção e mapeamento, por exemplo,  foram recursos muito utilizados por nossos ancestrais para apreensão e registro do conhecimento. Basta recordar que os códigos simbólicos presentes na escrita e na aritmética são derivações das imagens criadas por eles.  No entanto, essas habilidades foram deixando de ser utilizadas e ficaram por muitos séculos com o papel de "atrizes coadjuvantes" diante da hegemonia das habilidades  verbais-linguísticas.

Abraços,

Ana

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Ana, realmente vc tem um excelente tema para o seu doutorado. Sua preocupação com a formação docente "para lidar com esse mundo repleto de informações imagéticas" é urgente, pois estamos imersos num mundo imagético, nossos alunos se comunicam, produzem e consomem imagens... Ficamos aprisionados durante muito tempo num casulo que supervalorizou, como vc disse, as habilidades verbais-linguísticas... o que ainda nem todos se deram conta é sobre o que é linguagem e o que é texto.

“Bakhtin, por sua vez, em sua concepção dialógica de linguagem, coloca em diálogo: enunciado e vida, falante e ouvinte, arte e vida, linguagem e consciência. Encontra-se presente nas construções teóricas de ambos toda uma preocupação em relacionar forma e conteúdo, texto e contexto, sujeito e objeto.” (FREITAS, 1995)

Não há espaço para a fragmentação, cisão, ruptura. Há sim complementaridade, imbricamento. Levy ( Tecnologias intelectuais e os modos de conhecer: nós somos texto) já falava sobre isso.

Boa caminhada!

[]s

Adriana

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Professor Marco, embora eu não me atreva a responder as provocações que Lázaro e você colocam,essa tarefa deixo para Maria Teresa , considero importantíssimo que neste espaço você lance o desafio da "pesquisa-formação". O que me instigou a retornar a academia e me dedicar ao mestrado foi observar que, no cotidiano da escola somos muitas vezes sujeitos de pesquisas que nos analisam "clinicamente", dissecando nosso cotidiano a luz de teorias que na maior parte dos casos por são nós desconhecidas. E tenho assistido também, embora faça questão de ressaltar que no grupo LIC  essa preocupação existe, que a devolutiva de muitas pesquisas para os sujeitos professores ou para a escola que foi campo se reduz a um agradecimento nas primeiras páginas das teses ou dissrtações. E nesse momento como profissional e agora como pesquisadora, sempre me perguntei: qual o real valor da pesquisa? Obviamente que não gostaria aqui de lançar um manifesto em defesa da pesquisa com cunho "prático", mas creio que toda pesquisa, principalmente aquela financiada por recursos públicos e dentro de instituiçõe públicas, necessita se configurar em algo que possa efetivamente trazer alguma contribuição. Esse desafio estou encarando na minha pesquisa: contribuir para o meu crecimento, mas também com o do meu sujeito. Abraços, Dina.
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Olá Dina

De pleno acordo com sua queixa e valorização da "pesquisa-formação". Repare que o projeto desta pesquisa interinstitucional está baseado nesta modalidade de pesquisa.

Pergunto: vc indica bibliografia sobre "pesquisa-formação"? Faço esta pergunta tb para vcs pesquisadores e pesquisadoras aqui reunidos.

Forte abrç, Marco

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Lendo todas as considerações dos fóruns não posso deixar de sinalizar o quanto a consistência dos textos e vídeos trazidos pela equipe da UFJF mobilizou o grupo a reflexões teoricamente relevantes.

Penso que este movimento faz parte da nossa pesquisa-formação, que, como o Marco diz, está para além da mera constatação.

Vejo que, nesta pesquisa-formação, assumimos distintos e, ao mesmo tempo, imbricados papéis sociais:

- como formandos: somos brindados com as contribuições de cada um dos colegas pesquisadores dos distintos PPG, que se esforçam para trazer o que há de melhor acerca da temática que lhes coube desenvolver no módulo sob sua responsabilidade;

- como formadores: concebemos o desenho didático do módulo sob responsabilidade do nosso PPG, selecionando os conteúdos e propostas de atividades, pensando nos dispositivos e interfaces, bem como nas estratégias de mediação mais oportunos aos fins que pretendemos atingir;

- como pesquisadores: olhamos para este cenário complexo (complexus = tecido conjuntamente) e o tomamos como objeto de investigação.

Em meu entendimento, este processo de pesquisa, que em muito tem contribuído com a nossa formação, pode ser entendido como prática social e os dispositivos e interfaces utilizados em nossa pesquisa-formação, como instrumentos culturais de construção de um conhecimento específico: a pesquisa em educação online. O que acham das minhas conjecturas?

Grande abraço,

Lucila

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Deixo aqui o meu agradecimento ao LIC - UFJF, pela excelente contribuição, no que diz respeito à densidade dos textos propostos como leitura de apoio ao módulo e como leitura complementar (para ser degustada ao longo da nossa trajetória profissional, como pesquisadores).

As vídeoaulas também se apresentam como outro ponto alto. Que maravilha poder refletir sobre a abordagem histórico-cultural, a partir de textos e vídeos científicos de expressão! Mergulhar um pouco mais nos universos vygotskyano e bakhtiniano a partir deste referencial é de fato um privilégio! Sinto-me brindada com a rica contribuição de vocês.

São movimentos como estes que auferem seriedade às pesquisas e legitimam a proposta de leitura crítica da educação online, frente a alguns descaminhos da EAD.

Muito grata,
Lucila
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
LUcila
em nome de todo o LIC agradeço suas palavras reconforntantes. Vindas de uma pessoa com sua competência na área elas muito nos estimulam.Realmente encaramos o uso de recursos online tanto na EAD quanto no ensino presencial como uma nova possibilidade aprendizagem que precisa ser conhecida e compreendida pelos professores. Vejo que a teoria histórico cultural nos permite caminhar nesse processo compreensivo.
Obrigada e um abraço
Maria Teresa

(Editado por Maria Olivia Matos Oliveira - Friday, 27 March 2009, 16:51)

Parabéns a todos pela excelente qualidade esse Fórum. Vamos brindar essa equipe de Minas com um delicioso pão de queijo e um copo de leite bem quente!

pão de queijo                                        Leite

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Professor Marco, como bem colocou Adriana, nossa metodologia está sendo construida a partir da perspectiva histórico-cultural, ancorada em Vygotsky e Bakhtin. Estou dialogando com Wanda Aguiar e Marília Amorim, além obviamente dos textos de minha orientadora sobre pesquisa nessa perspectiva. Um abraço, Dina. 
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Marco Silva -

Ok Maria Leopoldina

Desejo sucesso em sua pesquisa e desejo tb intercâmbios com minhas orientandas. Vamos promover um encontro online no skype com áudio? Veja esta ultima versão do skype. Excelente!!! Funciona bem especialmente no windows.

baixe em dois minutos: http://www.skype.com/intl/pt/download/skype/windows/?cm_mmc=google%2Flatsearch-_-AM-BR%7CPT-_-BD-_-kwid%3D200007817%7Ccreative%3D2895111884

Meu endereço aqui é prof_marcosilva. Quando puder, vamos agendar um encontro para compartilhamento de projetos e de inquietações de pesquisa

abrç,

Em resposta à Marco Silva

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Professor Marco,

Será uma honra dialogar com vocês. Pediria apenas um tempinho já que  estou finalizando minha qualificação e iniciando meu campo. A partir do dia 5 de maio estarei disponível. Penso também que nessa data nosso diálogo será mais produtivo, pois estarei em campo, construindo e dialogando com meus sujeitos o desafio de formar e ser formado. Abraços,

Maria Leopoldina/Dina

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Helena Rodrigues de Sá -

Olá, Dina!

Sou uma das orientandas do Marco e terei o maior prazer de dialogar com você sobre a pesquisa-formação! Partilho do seu pensamento sobre pesquisa ser um diálogo para formar e ser formado. Quando estiver liberada de seus compromissos, podemos conversar sobre o assunto. Desejo sucesso em sua qualificação! Meu enderço no Skype é helenardesa.

Abraços carinhosos,

Helena

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Profa. Maria Tereza e toda a equipe do LIC - UFJF, eu quem agradeço a oportunidade de aprender com vocês e deixo aqui registrado o meu gostinho de quero mais. A última parada do trem - futuras estações - ergue-se em meio à abertura às emergências, de modo a refletir a absoluta coerência entre o desenho didático do módulo de vocês e a abordagem histórico-cultural em que se ancoram os estudos e pesquisas do LIC. Fica aí mais uma apredizagem: coerência entre discurso e prática. Uma meta a ser perseguida e difícil de ser alcançada, tanto que é anunciada por muitos e praticada por poucos e vocês estão entre estes poucos.

Grande abraço e, mais uma vez, parabéns!

Lucila

Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Querida Lu, acredito que espaços como esse é que tornam possível a busca dessa convergência entre teoria e prática... espaços de socializações do possível a partir dos estudos que fazemos e é bom compartilhar... Sabemos que temos uma longa caminhada pois as pesquisas, a cada dia, nos indicam novos caminhos e ressignificam a teoria... nos mostram que há muito o que estudar.
Bjs e agradecemos o seu carinho
Dri
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Lucila
Suas palavras são muito importantes para nós. Lendo sua mensagem fiquei pensando que quando buscamos uma teoria que nos oriente em nosso trabalho ela tem a ver como nossa visão de homem e de mundo.Quando mergulhamos na teoria aprofundando nossos estudos ela passa a fazer parte de nós e se revela em nosso modo pensar, de ser, de pesquisar , de ser professora.
Que bom que você encontrou em nosso trabalho essa coerência que é algo buscamos. A teoria tem que se revelar em nosso fazer.
Mais uma vez muito obrigada pela forma como apreendeu nosso trabalho.
Um abraço grande
Maria Teresa
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -
Olá a todos

Acabo de participar da webconferência e foi uma experiência muito enriquecedora. Obrigada à equipe da UFJF pela experiência

[]s

Renata
Em resposta à Usuário excluído

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Helena Rodrigues de Sá -

Renata, Maria Teresa, Adriana e todos os participantes da webconferência

Fiquei muito feliz em ter participado desse encontro. Além de discutirmos teoria e prática, pudemos experimentar essa interface síncrona, que é o FM.

Talvez, o "olhar interrogativo" que Andréa colocou em sua experiência, poderia ter sido visto pela tutora, mesmo que a distância, com essa interface.

Parabéns à equipe por essa iniciativa!

Abraços carinhosos,

Helena

Em resposta à Helena Rodrigues de Sá

Re: Mais um dedinho de prosa...

por Usuário excluído -

Renata, Helena e colegas,

Foi realmente muito proveitoso nosso encontro de ontem. Agradecemos muito a participação de todos e fechamos esse módulo felizes pela oportunidade de aprendizagem coletiva.

Os caminhos para a abordagem histórico-cultural e para o debate sobre o uso do computador e a internet como instrumentos culturais de aprendizagem foi iniciado... sabemos que temos muito a aprender.

Contem conosco!

Beijos

Adriana