Olá pessoal! Olha a Bahia aí gente!!
Vamos à reprise da semana?
Lucila Pesce sublinha a importância dos Mapas Conceituais (MC) tanto para o docente quanto para o discente no processo de avaliação formativa. A este, ela explica, o mapa serve como “momento de síntese dos conceitos significativos”, permitindo posterior consulta e análise para identificação de seu estágio de aprendizagem; para o docente, Pesce lembra que os MCs funcionam como “instrumentais poderosos no diagnóstico da aprendizagem dos alunos”.
Referindo-se especialmente à Lucila e Patrícia Torres, Sérgio Abrantes se interessa em conhecer suas experiências na articulação dos MCs e outros métodos de avaliação, como também “na questão da pontuação” dos mapas produzidos pelos discentes. Em função da possibilidade de mera classificação, o professor recomenda cuidado na pontuação dos MCs.
Cautelosa, Lucila explica que há índices da avaliação formativa que não se vinculam à pontuação. Conclusivamente declara que não usa os MCs para avaliação somativa de seus educandos, e sim para auxiliá-los a “organizar melhor suas idéias”.
Trilhando um caminho similar, Patricia Torres responde: “normalmente eu não trabalho a avaliação de forma quantitativa”, avaliando conjuntamente mapas e portifólios. Contudo, sinaliza sua participação em experiências de avaliação quanti-qualitativa de MCs. Como nem sempre é viável atribuir pontos a um mapa, chama atenção para o fato de ser mais rico o seu processo de construção ao invés do produto final.
Sem pedir licença mas com sua prerrogativa de professor-pesquisador, Fernando Pimentel colabora com a discussão pontuando a necessidade, derivada do professor, de uma compreensão ampla da avaliação da aprendizagem para além dos aspecto classificatório/quantitativo. Neste caso, Pimentel acrescenta: “é preciso observar os avanços do aluno no seu percurso de estudo”. Ainda sugere: “uma boa idéia é a solicitação de um mapa no início e outro no final da disciplina”.
Adriana bruno vai de carona com os pensamentos críticos dos colegas que lhe antecederam, introduzindo um novo elemento à discussão: a auto-avaliação. Noutras palavras: o estudante é convidado a auto-avaliar-se além da avaliação docente. Raquel Kowalski corrobora com a posição de Adriana, qualificando como inovadora a participação ativa do estudante no processo avaliativo.
Com base em citação de Simone Ramain, a qual valoriza-se mais o “caminho” do que o resultado num trabalho discente, Patrícia enfatiza a riqueza do processo de construção de um mapa por ele, uma vez que “a seleção de conceitos, a hierarquização, as palavras de ligação.... no grupo a negociação....com certeza nos diz mais do que o mapa publicado”, conclui.
Inspirada na argumentação de Fernando e sobretudo na sua experiência docente, Luiza Forte informa que o trabalho derradeiro “da disciplina de Momento Integrador (...) é a construção individual da transversalidade de todas as disciplinas do período sobre um tema, sobre um caso clínico”.
Rosangela Agnoletto vai de mãos dadas com a postura crítica de Patricia e, pautada na elaboração de um mapa e atribuição de sentidos pelo discente, torpedeia a discussão com as questões: priorizou tal conceito por que? Esqueceu um termo principal ou achou irrelevante ? Por que tal elemento tão diferente do restante do grupo?”.
Patricia Torres novamente entra em cena e socializa contribuições teóricas de Ontoria, A., Gómez, J. P. R. e Luque, A., no livro Aprender com mapas mentais, no qual se distingue quatro regras na construção dos MCs, que são: a) ênfase: evidenciar o conteúdo de modo impactante; b) associação: estabelecer nexos coerentes entre os conceitos; c) clareza: refere-se à direção das palavras, uso das linhas e da conexão palavra-linha e d) estilo pessoal: que é a marca, a “impressão digital” reveladas pelas linguagem, criatividade e cultura do autor. Em outro post, Torres põe mais combustível na discussão ao tratar da produção e avaliação de mapas grupais. Segundo ela, a avaliação abarca a atuação tanto individual quanto grupal.
Ibsen Bittencourt apresenta dúvidas: “gostaria de saber com colegas que estão utilizando MC em grupos quais dificuldades estão encontrando? E o que estão fazendo? E como avaliar individualmente e em grupo? Como distinguir quem fez o que?”.
Patricia propõe respostas: inicialmente solicita que cada estudante construa um determinado mapa e, em seguida e sobre o mesmo tema/assunto, a construção seja coletiva. Contrastando os dois mapas –individual e grupal- percebe-se que o último é mais amplo e sofisticado que a soma dos individuais, afirma a Patricia. Esta também informa que segue o percurso contrário: dos mapas aos textos, vídeos etc. (individuais ou coletivos).
Finalmente Luiza Forte concorda com Patrícia em suas idéias nucleares, trazendo nova luz à compreensão da avaliação quanti-qualitativa dos mapas. A avaliação quantitativa considera o número de conceitos, de proposições, de hierarquias e de cruzamentos existentes; ao passo que a qualitativa focaliza a pertinência/coerência entre todos eles(as). Pontua que tais avaliações são complementares e encerra dialogando com Novak e Gowing (2002) ao proporem critérios de avaliação dos MCs.
Agora com recado endereçado a Ibsen, Luiza, além de remetê-lo ao critérios de avaliação por Novak, conta parte de sua experiência: “solicito sempre após a construção do grupo que os aprendizes apresentem o mapa e direciono perguntas a todo grupo”, gerando um signicativo intercâmbio de trocas entre os educandos, que se avaliam mutuamente.
Uma feliz semana a tod@s!
Kalil (Equipe PPG/UFBA)