Livro 1: A Cibercultura e a emergência de novas práticas comunicacionais
Sinopse: Neste livro abordaremos a primeira unidade didática, onde conceituamos a cibercultura e as novas práticas comunicacionais por ela instauradas e ainda faremos uma viagem á Galáxia da internet sob o olhar de alguns teóricos da contemporaneidade como Pierre Lèvy, Manuel Castels, André Lemos, Guillermo Orosco e Martin Barbero. Também discutiremos os desafios das Tecnologias da Informação e Comunicação para a educação e os professores
A Cibercultura e a emergência de novas práticas comunicacionais
A Cibercultura e a emergência de novas práticas comunicacionais
O termo Cibercultura tem vários sentidos. Mas se pode entender por Cibercultura a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, cultura e novas tecnologias, graças à convergência das telecomunicações com a informática.
Foi William Gibson na obra de ficção “Neuromancer’ (1984), que cunhou o termo ciberespaço para referir-se a toda tecnologia em uso para a telecomunicação em rede mantida pela indústria de telecomunicações.
A Cibercultura é a cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais. É a cultura que vivenciamos no nosso cotidiano com home banking, cartões inteligentes, voto eletrônico, imposto de renda via rede, inscrições via internet, provando sua presença cada vez maior na vida dos indivíduos. (LEMOS, 2002)
Lévy conceitua a Cibercultura como “o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atividades, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o desenvolvimento do ciberespaço” (LÉVY, 1999:17).
Lemos (2002) chama a atenção para o estabelecimento de uma relação íntima entre as novas formas sociais surgidas na sociedade pós-moderna ( década de 60) e as novas tecnologias digitais. O citado autor discorre sobre as tecnologias móveis e as diversas formas de flexibilidade social que essas propiciam, colocando na cultura contemporânea numa forma de organização social mais fluida, com papéis menos rígidos e lugares sociais intercambiáveis. Sem dúvida, a comunicação sem fio inaugurou um novo conceito de sociedade cuja característica básica é a mobilidade (URRY apud LEMOS, 2002).
O advento da computação sem fio- internet móvel- nos anos 80 ajudaram a recriar novos conceitos, definindo uma nova forma de comunicação, introduzindo mudanças nas relações espaço-temporais e nas relações público privado. O Mapa conceitual linkado aqui e também encontrado no material de apoio, mostra as algumas idéias de Lemos não necessariamente extraídas do texto linkado.
Notas:
Sobre o tema espaço público privado convidamos à leitura de Correia, João Carlos A Fragmentação do espaço público. Disponível em: www.bocc.ubi.pt ( espaço público)
Chaui no seu livro Simulacro e Poder [2] fala sobre a abolição da diferença entre os espaços público e privado, chamando a atenção para a destruição da esfera da opinião pública, mostrando a utilização dos meios de comunicação como exercício de poder e o surgimento do jornalista como “formador de opinião” que, com o poder de legitimar e formar a opinião pública, banaliza a vida política e pública, transformando-a em mero espetáculo[1].
[1] http://bahiadefato.blogspot.com/2006/09/tarde-marilena-chaui-quebra-o-barraco.html. Acesso em : 8 de Setembro de 2006
[2] Chauí Marilena Simulacro e poder. São Paulo: Editora: Fundação Perseu Abramo, 2006