Educação e os desafios da sociedade em Rede

Número de respostas: 21

Gente querida,

Diante de tantos desafios que a sociedade em rede apresenta para sociedade de maneira geral e, para a escola em especial, muitas questões emergem para iniciar uma discussão.  Nesse sentido, seguem algumas:

- Que aspectos positivos ou negativos podem advir da utilização cada vez mais freqüente da Internet?  

- Como ficam as escolas e os professores diante do cenário atual? Estão preparados para enfrentar os desafios desse ecossistema comunicacional?

- Que mudanças trazem na sociabilidade dos indivíduos?

São tantos os questionamentos, as inquietações, vamos decidir por onde começar... aventurem-se!

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Focando o mapa conceitual apresentado no livro, tivemos divergencias quanto a "mídia mapa conceitual". Orlando a vê  na  perspectiva de hipertexto, sintética, comprimida , agil e visual. Silvia gostaria de que as ligações  falassem mais por si, a ponto de não ser necessário a leitura do texto. Por exemplo, ao ligar a internet movel com telefonia celular, qual é a proposta?  

Orlando e Silvia

GPIMEM

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eRe: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Silvia :

Você têm absoluta razão quando diverge do mapa conceitual que nós apresentamos. Esclareço que esse não tem seus conceitos  ligados apenas a um texto de Lemos, mas ao seu pensamento de maneira geral.  Ou seja nos enganamos talvez em articulá-lo a um texto do Lemos.

Concordo com essa definição de mapa conceitual  aqui colocada  por Orlando : o mapa representa uma visão sintética e bem organizada visualmente de  conceitos e sub-conceitos sobre o tema, na ótica, interpretação  do(s)  autor (es) que o elaboraram.  Portanto, o início da construção de um mapa conceitual geralmente se dá com a escolha do conceito fundamental de determinado conteúdo, o conceito mais inclusivo. Os mapas conceituais, no meu entender são singulares porque refletem as experiências / aprendizagens de cada aprendiz ( ou autor)

Como  sabemos  os mapas conceituais foram propostos inicialmente por Novak (NOVAK e GOWIN-1999) como uma maneira de organizar hierarquicamente os conceitos e proposições que representassem as estruturas cognitivas depreendidas das entrevistas clínicas feitas por ele em crianças participantes  de um projeto educacional dirigido por Novak.( ROMERO, 2006) .

Os ambientes online de aprendizagem propiciam situações que facilitam a construção de significados na medida em que oferecem ao aprendiz ferramentas poderosas, as quais ele pode utilizar em atividades individuais ou colaborativas. Esse é o caso do CmapTool[1],

Nós pensamos, Silvia nesse mapa em discutir a era da mobilidade inaugurada pela internet móvel : a telefonia celular, os bluetooths e a internet móvel . Colocar  que tudo isso nos mostra a necessidade de reexaminar o conceito de sociedade contemporânea/ sociedade em rede,  a partir de aportes teóricos como os de CASTELLS, J. URRY e WEISER. A telefonia também recria novos conceitos. Enfim vivemos a era da  ubiquidade.

Silvia e grupo:  sentimos a necessidade de abrir uma nova discussão no Fórum para tratar do texto específico de Lemos, agora sem CmapTool....pois esse será muito bem tratado no próximo módulo. 

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede by Lemos

por Usuário excluído -

A partir das provocações de Mary, vamos discutir um pouco os desafios da sociedade em rede  um pouco na ótica de Lemos: Assim, a rede é tudo e tudo está em rede"

O citado autor discorre sobre as tecnologias móveis e as diversas formas de flexibilidade social que essas propiciam, colocando na cultura contemporânea numa forma de organização social mais fluida, com papéis menos rígidos e lugares sociais intercambiáveis. 

 No texto de Lemos linkado nosso livro 1, esse coloca que, a partir da década de 60 novas formas de sociabilidade vão dar outros rumos ao desenvolvimento tecnológico, transformando, desviando e criando relações inusitadas do homem com as tecnologias de comunicação e informação.

Gostaria de aproveitar nesse Fórum para colocar 02 pontos que podem ser discutidos:

a)  Lemos enfatiza que a cibercultura está marcada por diversas formas de apropriação social -midiática, acrescentando que  não há mídia totalmente democrática e universal . Defende que devemos lutar para que haja  uma verdadeira apropriação social das novas tecnologias de comunicação e informação. 

b) O “tele”( desterritorialização) mata o “topus”( territorialização) mas traz, paradoxalmente, em seu bojo, a necessidade para os indivíduos de vivências em espaços concretos. 

  Dé sua opinião sobre esses dois pontos

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Reflexões sobre democratização midiática

por Usuário excluído -

Inicialmente, refletindo sobre a questão das mídias, se são ou não democráticas...

Não são as mídias que são democráticas ou não. A questão está no uso que nós fazemos delas, ou de como cada governo se dispõe a proporcionar para o povo a apropriação, o entendimento e o uso de tais mídias.

O que temos aqui no nosso Brasil ainda é um faz de conta. Enquanto o governo quer abrir as escolas, levar banda larga para tudo quanto é lugar, muitos brasileiros ainda vive à margem da sociedade, num padrão de vida inimaginável para alguns de nós. Isso pela equivocada distribuição de renda e pela falta de formação que a maioria da população é vítima.

Realmente devemos lutar pela democratização e apropriação das TIC, mas devemos lutar para que outros direitos também sejam concretizados.

O segundo ponto de discussão nos remete para uma questão ligada a psicologia (eu diria, ou da própria antropologia). O ser humano (cada um de nós) vive em busca de ligação. Desde o rompimento com nossa ligação inicial no ventre materno, vivenciamos uma busca de ligação. E isso fazemos inicialmente em família, depois em grupos sociais como a escola ou a turma do bairro – hoje seriam a lan house. Num dado momento buscamos nossa ligação e identificação com aqueles que aparentemente buscam o mesmo que nós profissionalmente. Alguns voltam a formar laços familiares, outros continuam buscando outras ligações.

Já discutimos isso anteriormente, quando refletíamos a materialidade de alguns AVA, que trazem na sua configuração a retomada de espaços físicos.

Creio que o que temos ainda é reflexo de um novo paradigma, o tecnológico. Estamos nos seus primeiros acontecimentos. Por vezes gosto de metaforizar dizendo que estamos vivendo a época dos desbravadores do mundo cibernético, assim como os desbravadores do Brasil.

Será? Ou já ultrapassamos este ponto?

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Usuário excluído -

Olá Fernando!

Sim, concordo com você que a forma como são dadas as condições para a apropriação das mídias através das políticas de Tics se constituem em farsa. 

Quanto ao 2º ponto da questão, realmente perdi essa dicussão sobre a materialidade dos AVA com a retomada de espaços físicos. Que leituras você me indica?

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Usuário excluído -

Olá de novo:)

Muito pertinente a chamada de atenção do Fernando que  alerta para a atitude crítica e atenta dos educadores nos usos a fazer do digital, sendo o modo de agir que determina a democraticidade da rede ou não. Concordo plenamente.

Há divisão digital, como há inúmeras divisões e diferenças nesta sociedade ainda desigual. Não há acesso igual, nem tão pouco qualidade de acesso igual. Estes dependem de todo um conjunto de factores que por si, são também desiguais. cabe a todos nós, actores sociais, exercer pressão para a não manutenção da desigualdade. 

A escola deve ser o factor nivelador desta diferença ao poder dar oportunidades de participação nesta rede (não iguais, porque nunca o serão…).A escola deve ser o elo de ligação, esbatendo as consequências desta divisão. Esta é uma das facetas de uma escola que pretende ser democrática.

Um abraço a todos:)

Grace

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Usuário excluído -

Olá Maria da Graça e colegas sorriso 

Concordo com suas reflexões mas acredito que, para a escola assumir esse papel importante ao qual você se refere é necessário uma  "revolução conceitual" na cabeça dos docentes que nela estão, fragilizados por uma formação  inadequada. Enquanto eles não entenderem que estão diante de novas subjetividades, que esses alunos  sofrem influencias e têm seus comportamentos modelados pela mídia digital, que tipo de comunicação esses professores podem estabelecer com seus  alunos?

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Marco Silva -

De fato Grece e Fernando!

Precisamos alertar para necessidade da a atitude crítica e atenta dos educadores nos usos do digital, sendo o modo de agir que determina a democraticidade da rede ou não. Coloco em destaque as falas:

  • "Há divisão digital, como há inúmeras divisões e diferenças nesta sociedade ainda desigual. Não há acesso igual, nem tão pouco qualidade de acesso igual."
  • "A escola deve ser o factor nivelador desta diferença ao poder dar oportunidades de participação nesta rede (não iguais, porque nunca o serão…).A escola deve ser o elo de ligação, [...] Esta é uma das facetas de uma escola que pretende ser democrática."

abrçs, Marco

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Usuário excluído -

Pessoal, vou aproveitar este espaço para socializar.

[ ]

Lucila

 

Pela primeira vez o Portal Periódicos do CAPES oferece período de teste para coleção de vídeos em português

Educacert – Vídeos para a Capacitação de Educadores reúne vídeos em português com treinamentos, entrevistas, reflexões, debates e métodos de ensino, produzidos nos últimos 15 anos, pelos mais conceituados educadores no país. Inclui temas, tais como Grandes Educadores, Paulo Freire, Educação Ambiental, Educação Sexual, Filosofia no Ensino Médio, entre outros.

O Educacert é ferramenta indispensável para a capacitação contínua de professores em todo o país. Na versão de demonstração é possível ler o resumo e os tópicos do conteúdo bem como assistir ao trailer dos vídeos. Abaixo estão detalhes para o acesso.

Se a videoteca obtiver boa receptividade no período de teste, o sistema contendo os vídeos completos será disponibilizado no portal da Capes. Acesse e

circule essa novidade entre os professores da sua instituição .

EDUCACERT - Vídeos em português para Capacitação de Educadores

Onde consultar o portal Educacert no período de teste

- acesse o Portal Periódicos www.periodicos.cape s .gov.br

- localize o tópico DESTAQUES e clique no link " Confira aqui coleções disponíveis para apreciação da comunidade acadêmica "

- na nova página, localize o item Educacert e clique sobre o nome para acessar a coleção dos vídeos

ou acesse diretamente o site de teste em www.educacert.com.br

Não se esqueça de avaliar o conteúdo do portal Educacert após testar o site !

Educacert – Vídeos para a Capacitação de Educadores

www.educacert.com.br

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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Ieda Carvalho Sande -
Como integrante de um NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional), acompanho de perto a distribuição, pelo MEC, de computadores às escolas públicas de todo o país, e concordo com os colegas que levantam, mais uma vez, a falta de preparo dos docentes para lidar com a informática educativa, com o uso educativo da internet, com o grande fluxo de informações e, até mesmo, com as novas formas de comunicação.
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Re: Reflexões sobre democratização midiática

por Jose Rosa -

Muito já se colocou neste curso, neste e nos Módulos que o antecederam, sobre o despreparo do docente face às novas tecnologias, o que nos remete também à questão dos 'nativos' X 'imigrantes' digitais.

Apenas para descontrair um pouco, vejam este vídeo com o 'help desk da Idade Média': http://www.divshare.com/download/5850095-ad0

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Olá a todos:)

Parabéns pelo tema e pela proposta que nos foi lançada para debate!

Todos vivemos nesta sociedade em rede.

Correcção: todos que vivemos em países desenvolvidos e dentro deles, fazemos parte da pequena percentagem que pode aceder a esta tecnologia…sim, vivemos nesta sociedade em rede suportada pela Internet.

Alternamos as nossas vidas entre o online e o offline, da mesma forma que alternamos diferentes situações de sociabilidade diariamente ou diferentes situações de aprendizagem. Não fosse a rede e não nos seria possível partilhar as nossas ideias e debater todos os temas.

As redes não são características da modernidade, mas antigas formas de actividade humana , embora aceite que na actualidade ganham nova vivacidade, com a Internet, veiculo da rede de informação e comunicação(Castells, 2001).

O mesmo autor compara as tecnologias de informação – principal suporte da rede virtual – a outros marcos tecnológicos de importância histórica “ (…) dada a sua capacidade para distribuir o poder da informação por todos os âmbitos da sociedade humana” (Castells, 2001:15) Como nestes outros, no acesso às TIC também haverá desigualdade.

Sim, concordo que a rede altera as nossas relações de sociabilidade, como alteram as nossas economias, como alteram as nossas sociedades e por consequência deve alterar a educação, respondendo às questões de Mary Sales.

Quanto à questão das escolas, em resposta ainda a Mary Sales, não estão ainda preparadas. Como raramente estão preparadas, à excepção de pequenos nichos mais inovadores e que arriscam a mudança porque se apercebem que a escola não responde às necessidades nem interesses dos nossos alunos da era digital… que encaram a rede como um elemento habitual e natural da vida em sociedade.

Falta investir na alteração das atitudes dos docentes, na sua formação, mas apenas isso é ineficaz. Fará falta alterações ao nível dos paradigmas da educação. Vai longe a mudança.

Um abraço a todos!

Grace

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Colocando essas mesmas questões, mas sob um outro ângulo:

Quando falamos de mídias, mediação e educação/escola estamos nos referindo às mídias, com toda a sua carga simbólica, formadora de construções sociais e ponto de referência para uma interlocução com as subjetividades e identidades dos sujeitos ou só nos referimos ao papel instrumental das mídias?

É muito comum observar nas discussões sobre mídia, mediação e escola a idéia de que a questão central está localizada na problemática do acesso aos aparatos tecnológicos no espaço escolar – sobretudo no acesso a computadores e ao uso da internet. Quando se fala de educação escolar, grande parte do discurso, implícita ou explicitamente, passa por essa dimensão.

É preciso refletir sobre as mídias como entidades praticamente “onipresentes” no dia-a-dia dos sujeitos, permeando todas as dimensões da vida. O sujeito que vai à escola, seja ele professor, aluno, diretor/gestor, funcionário, vai impregnado pelo discurso das mídias. É a televisão, assistida todos os dias; o acesso à internet, na lan house dos bairros, ou mesmo em casa; o filme do DVD alugado. Diante disso, “o ponto de partida é este reconhecimento de que as mídias ocupam um lugar cada vez mais significativo na paisagem cultural de nossas crianças e jovens”, como afirma OROFINO. E mesmo sem um acesso regular às diferentes mídias nos espaços externos à escola (ou mesmo na escola), crianças e jovens interagem com uma cultura formatada pela mídia e com a subjetividade de outros sujeitos também formadas, em grande parte, por essa dimensão cultural.

 

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Sandra : você traz uma outra dimensão para essa discussão bastante interessante, por sinal.  Olhar  a mídia  a partir da carga simbólica que ela representa na constituição das identidades dos sujeitos que,  no dia a dia, interagem com  a TV, o vídeo, celulares, aparelhos eletrônicos etc.  A escola e os professores desconhecem ou minimizam essa realidade. Essa questão  também é levantada por Orosco ( ver entrevista anexada) quando coloca que  "essa é a idéia que se tem dentro do sistema educativo: de que todos os materiais na  forma de imagem são para apoiar o discurso oral ou escrito, estes sim legítimos para transmitir conhecimentos."

Há portanto a necessidade de uma educação para os meios como coloca o referido autor na sua interessante entrevista:   "o problema da educação para os meios agora se torna um problema metodológico: como fazê-lo? Como fazer sentido de diferentes linguagens, como produzir conhecimentos de distintas linguagens e como produzir conhecimento crítico da nossa interação com esses meios?"

(pensativo Essa é uma questão bem interessante para ser levada para discussão no nosso Fórum e Chat do Livro 3, não acham?)

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Jose Rosa -

Sandra e demais amigo(s) e amiga(s),

Apimentando ainda mais a discussão, vejam o que postei no Zeducando sobre Mídia e Educação (desculpem a 'lavagem cerebral' que coloquei no meio do título da postagem, mas é isso mesmo que eu sinto e vejo, o pensamento do Millor, que não é educador (não?) resume exatamente o que penso). http://joserosafilho.wordpress.com/2008/02/09/midia-lavagem-cerebral-e-educacao/ 

No início do post, antes do Power Point que talvez alguns de vocês já devam conhecer, coloquei assim:

Esta apresentação é composta de 142 slides, uma tijolada… na nossa consciência.

É sempre assim quando vemos/lemos algo mais profundo sobre mídia, em especial a TV, e Educação. Vale a pena ver até o fim.

Como motivação, pincei do arquivo três citações de escritores que dispensam qualquer comentário do autor deste blog:

I – “Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem: a salvação dos índios, a escolarização das crianças… Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas”.

Darcy Ribeiro (“O poeta da educação”)

II -  “Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo.”

José Saramago

III - ”Só teremos um país de verdade no dia em que gastarmos mais com escolas do que com televisão, isto é, no dia em que gastarmos mais com a educação do que com a falta de educação.”

Millor Fernandes

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -
José, Sandra e amigos.

Realmente nosso povo foge de tudo o que possa indicar reflexão.
Isso posso dizer porque tenho trabalhado com duas disciplinas no Ensino Médio que exigem muita reflexão: Filosofia e Sociologia!

No tocante a mídia, muitos ficam no "mídias, ter ou não ter - eis a questão!"

Precisamos sim refletir sobre o uso das mídias, mas também precisamos rever nosso sistema democrático-capitalista (com lampejos de neoliberalismo...).

E como diz Bauman, nessa sociedade líquida que vivemos, fica cada vez mais difícil pensar sobre aquilo que estamos vivenciando. Usamos as pessoas e adoramos as coisas. Usamos as coisas e as idolatramos, até que surjam outras mais "modernas"...

E como será que nós, professores, vemos esta questão?
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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Oi gente querida,

Muito feliz pela participação de todos e intrigada com várias questões expostas pelo grupo.  Nesse sentido, pensei em fazer uma breve retrospectiva de tudo que já foi posto e discutido até o momento... como dissemos no início, “colocando mais uma pimenta no acarajé”

Graça nos lembra que “as redes não são características da modernidade, mas antigas formas de actividade humana , embora aceite que na actualidade ganham nova vivacidade, com a Internet, veiculo da rede de informação e comunicação(Castells, 2001)”, o que nos leva a lembrar da ação de tecer essa rede e do tear, pois os pontos devem ser bem interligados e os nós bem amarrados, portanto, podemos também concluir que mesmo vivendo essa rede de informação e comunicação devemos saber lidar com ela, ou melhor, saber como construí-la de fato, para que possamos, assim superar as desigualdades provocadas pela falta de acesso as TIC..

Por isso, temos que concordar que “a rede altera as nossas relações de sociabilidade, como alteram as nossas economias, como alteram as nossas sociedades e por conseqüência deve alterar a educação,” no entanto, temos que concordar também que as escolas ainda não estão preparadas por uma questão política e ideológica, uma vez que essa preparação depende de uma política pública voltada para formação docente para o uso efetivo das TIC e estruturação  física e tecnológica dos espaços escolares.  Por esse fato, Graça mais uma vez coaduna com nosso pensamento de que “Falta investir na alteração das atitudes dos docentes, na sua formação, mas apenas isso é ineficaz. Fará falta alterações ao nível dos paradigmas da educação”, pois como afirma Fernando “o que temos ainda é reflexo de um novo paradigma, o tecnológico. Estamos nos seus primeiros acontecimentos”, mas mesmo assim, precisamos estar buscando superá-lo, caso contrário não conseguiremos continuar sendo “os desbravadores do mundo cibernético” (gostei disso).

Nesse sentido, a divisão digital colocada por Graça e reforçada por Marco, continuará promovendo outras inúmeras divisões e outras inúmeras diferenças que continuarão fazendo do nosso mundo um mundo de “castas”, onde apenas alguns terão direito ao que de direito é da humanidade, acesso ao conhecimento.

Assim, penso que devemos lutar para que tenhamos políticas de formação de “desbravadores cibernéticos” dentro da escola, e que nosso professores contribuam para que essa escola seja “o factor nivelador desta diferença ao poder dar oportunidades de participação nesta rede (não iguais, porque nunca o serão…) (...) [sendo] elo de ligação, esbatendo as conseqüências desta divisão” (Graça), buscando então alertar a sociedade contemporânea e a humanidade informatizada para a “necessidade [e uso] da atitude crítica e atenta dos educadores nos usos do digital, sendo o modo de agir que determina a democraticidade da rede ou não” (Marco).

Por esse fato pensar na rede sem pensar nas mídias que a compõem, seria não pensar nas efetivas ações iniciais de formação desses professores nessa sociedade e “refletir sobre as mídias como entidades praticamente “onipresentes” no dia-a-dia dos sujeitos, permeando todas as dimensões da vida” (Sandra) é uma boa e consciente forma de começar a “desbravar” esse ciberespaço.

Assim, deixo todos com as reflexões trazidas por Olívia e Fernando lembrando de Barbero e Bauman respectivamente:

"o problema da educação para os meios agora se torna um problema metodológico: como fazê-lo? Como fazer sentido de diferentes linguagens, como produzir conhecimentos de distintas linguagens e como produzir conhecimento crítico da nossa interação com esses meios?" (Barbero)

“Nessa sociedade líquida que vivemos, fica cada vez mais difícil pensar sobre aquilo que estamos vivenciando. Usamos as pessoas e adoramos as coisas. Usamos as coisas e as idolatramos, até que surjam outras mais "modernas"...” (Bauman).

 

Belas reflexões companheiros,

 

Abraços,

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Marco Silva -

Gente querida,

Volto a divulgar o evento II Simpósio da ABCIBER (Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura) que acontece a partir desta 2ªf, 10/11.

Vejam o site: http://www.cencib.org/simposioabciber/programa.htm

Vejam no anexo a relação de trabalhos que serão apresentados no evento.

abrçs,

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Re: Educação e os desafios da sociedade em Rede

por Usuário excluído -

Olá, creio que estas provocações nos trazem inquietações, pois se fala tanto na formação docente e me pergunto: Se ela acontece como verificamos em muitas realidades que cada vez mais promovem capacitações, por que a  mudança não aparece!!!

É como se fosse um elo perdido o fato que debatemos sempre na tecla formação de professores, talvez tenhamos que mudar a direção do foco e irmos na capacitação de alunos ou discentes...

Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado. Mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado. James Baldwin

Abços,

Elizete