Trechos sobre Metodologia
essa Wiki foi criada para que os participantes insiram trechos de livros ou artigos sobre Metodologia de Pesquisa que consideram interessantes. Eles poderão contribuir para as nossas discussões no fórum "Metodologia? Paradigma? Procedimentos?".
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Trechos sobre Metodologia
O comentário acima é de autoria de um pequeno coletivo de dois: Lucia Vilarinho e Bebeto Tornaghi.
Não podendo ser realizada a objetividade nas pesquisas sociais, e o conhecimento objetivo e fidedigno permanecendo como ideal da ciência, o pesquisador deve buscar o que Pierre Bourdieu chama de objetivação: o esforço controlado de conter a subjetividade. ... Quanto mais o pesquisador tem consciência de suas preferências mais pessoais mais é capaz de evitar o bias, muito mais do que aquele que trabalha com a ilusão de ser orientado apenas por considerações científicas” (GOLDENBERG, 1999, p.44-5).
Gostaria de sugerir uma organização para este texto colaborativo feito à base de encadeamento de fragmentos relevantes de livros sobre metodologia: 1º) considerar o trecho acima como introdução com algum acréscimo a ser feito posteriormente; 2º) tomar o trecho que segue sobre "análise de conteúdo" como o primeiro título de uma pequena sequência de subtítulos essenciais à recomendada "objetivação" do tema proposto para este wiki; 3º) incluir a referência bibliográfica dos fragmentos encadeados; 4º) incluir não só referência de livros, mas tb da web { Marco Silva}
Há na análise de conteúdo dois pólos: a rigorosidade e a necessidade de ir além das aparências. Metodologicamente, existem duas orientações que ao mesmo tempo em que se confrontam também se complementam: a verificação prudente ou a interpretação brilhante.
Para Bardin (1977) a análise de conteúdo de mensagens tem duas funções:
· Uma função heurística:
- A análise de conteúdo enriquece a tentativa exploratória, aumenta a propensão à descoberta; é a análise de conteúdo para ‘ver o que dá’;
· Uma função de administração da prova:
- Hipóteses sob a forma de questões ou de afirmações provisórias servindo de diretrizes, apelarão para o método de análise sistemática para serem verificadas no sentido de uma confirmação ou de uma infirmação; é a análise de conteúdo para ‘servir de prova’.
Na prática essas duas funções se complementam. Bardin (1977) afirma que:
“A análise de conteúdo (seria melhor falar de análises de conteúdo) é um método muito empírico, dependente do tipo de ‘fala’ a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo. Não existe o pronto-a-vestir em análise de conteúdo, mas somente algumas regras de base, por vezes, dificilmente transponíveis. A técnica de análise de conteúdo adequada ao domínio e ao objetivo pretendidos, tem que ser reinventada a cada momento, exceto para usos simples e generalizados, como é o caso do escrutínio próximo da decodificação e de respostas a perguntas abertas de questionários cujo conteúdo é avaliado rapidamente por temas.”
A análise de conteúdo, como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, apesar de poder ser considerada como um instrumento de análise, é marcada por uma grande diversidade de formas e é adaptável a um campo de aplicação muito vasto, ou seja, o campo das comunicações. A análise de conteúdo pode ser uma análise dos ‘significados’, como na análise temática, ou uma análise de ‘significantes’, como na análise léxica.
Hoje, de acordo com Bardin (1977), a análise de conteúdo é definida como:
“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.”