Oi gente querida,
Muito feliz pela participação de todos e intrigada com várias questões expostas pelo grupo. Nesse sentido, pensei em fazer uma breve retrospectiva de tudo que já foi posto e discutido até o momento... como dissemos no início, “colocando mais uma pimenta no acarajé”
Graça nos lembra que “as redes não são características da modernidade, mas antigas formas de actividade humana , embora aceite que na actualidade ganham nova vivacidade, com a Internet, veiculo da rede de informação e comunicação(Castells, 2001)”, o que nos leva a lembrar da ação de tecer essa rede e do tear, pois os pontos devem ser bem interligados e os nós bem amarrados, portanto, podemos também concluir que mesmo vivendo essa rede de informação e comunicação devemos saber lidar com ela, ou melhor, saber como construí-la de fato, para que possamos, assim superar as desigualdades provocadas pela falta de acesso as TIC..
Por isso, temos que concordar que “a rede altera as nossas relações de sociabilidade, como alteram as nossas economias, como alteram as nossas sociedades e por conseqüência deve alterar a educação,” no entanto, temos que concordar também que as escolas ainda não estão preparadas por uma questão política e ideológica, uma vez que essa preparação depende de uma política pública voltada para formação docente para o uso efetivo das TIC e estruturação física e tecnológica dos espaços escolares. Por esse fato, Graça mais uma vez coaduna com nosso pensamento de que “Falta investir na alteração das atitudes dos docentes, na sua formação, mas apenas isso é ineficaz. Fará falta alterações ao nível dos paradigmas da educação”, pois como afirma Fernando “o que temos ainda é reflexo de um novo paradigma, o tecnológico. Estamos nos seus primeiros acontecimentos”, mas mesmo assim, precisamos estar buscando superá-lo, caso contrário não conseguiremos continuar sendo “os desbravadores do mundo cibernético” (gostei disso).
Nesse sentido, a divisão digital colocada por Graça e reforçada por Marco, continuará promovendo outras inúmeras divisões e outras inúmeras diferenças que continuarão fazendo do nosso mundo um mundo de “castas”, onde apenas alguns terão direito ao que de direito é da humanidade, acesso ao conhecimento.
Assim, penso que devemos lutar para que tenhamos políticas de formação de “desbravadores cibernéticos” dentro da escola, e que nosso professores contribuam para que essa escola seja “o factor nivelador desta diferença ao poder dar oportunidades de participação nesta rede (não iguais, porque nunca o serão…) (...) [sendo] elo de ligação, esbatendo as conseqüências desta divisão” (Graça), buscando então alertar a sociedade contemporânea e a humanidade informatizada para a “necessidade [e uso] da atitude crítica e atenta dos educadores nos usos do digital, sendo o modo de agir que determina a democraticidade da rede ou não” (Marco).
Por esse fato pensar na rede sem pensar nas mídias que a compõem, seria não pensar nas efetivas ações iniciais de formação desses professores nessa sociedade e “refletir sobre as mídias como entidades praticamente “onipresentes” no dia-a-dia dos sujeitos, permeando todas as dimensões da vida” (Sandra) é uma boa e consciente forma de começar a “desbravar” esse ciberespaço.
Assim, deixo todos com as reflexões trazidas por Olívia e Fernando lembrando de Barbero e Bauman respectivamente:
"o problema da educação para os meios agora se torna um problema metodológico: como fazê-lo? Como fazer sentido de diferentes linguagens, como produzir conhecimentos de distintas linguagens e como produzir conhecimento crítico da nossa interação com esses meios?" (Barbero)
“Nessa sociedade líquida que vivemos, fica cada vez mais difícil pensar sobre aquilo que estamos vivenciando. Usamos as pessoas e adoramos as coisas. Usamos as coisas e as idolatramos, até que surjam outras mais "modernas"...” (Bauman).
Belas reflexões companheiros,
Abraços,