4. Cibercultura, cibercidade e cibercidadania

Iniciando uma reflexão

A formação inclusiva do usuário das tecnologias digitais e da Internet precisará se dar conta das demandas da cibercidadania. Deverá prepará-lo para atuar no ciberespaço e na cibercidade. A inclusão meramente tecnológica não sustenta a cibercidadania. É preciso garantir a inclusão do sujeito como autor e co-autor nos ambientes por onde ele transita de conexão em conexão. É preciso formá-lo para atuar na cibercidade ou nas redes sociais reconfiguradas pelas tecnologias digitais e pela Internet: home banking, votação eletrônica, imposto de renda online, telecentros, escola online, tv digital, jornal online, museu virtual, fóruns de discussão, trabalho online. Todavia, a formação para atuação nesse universo online não poderá estar dissociada da atuação do sujeito nas redes presenciais do espaço urbano.

Participar , ser cidadão na era digital é mais do que estar conectado e consumir à distância. É atuar no ciberespaço com a perspectiva comunitária e política. No sentido da abordagem que diz:

“O capital social pode ser dinamizado a partir de um ‘Portal da Cidade’ com diversas informações sobre Ongs, implementação de fóruns de debates, livres ou induzidos, por regiões, áreas de chats, propiciar a transparência informativa, disponibilizar serviços online e informações que incentivem a participação política do cidadão; deve-se também incentivar a construção de telecentros em instituições e centros comunitários, com terminais de livre acesso, e-mail grátis para todos, buscando lutar contra a exclusão digital. O objetivo é colocar os grupos sociais e indivíduos em sinergia, utilizando o potencial do ciberespaço como vetor de agregação social” (Lemos, 2004, p. 24).

A inclusão digital passa, portanto, por mobilizações nesse sentido e não meramente pela distribuição da conectividade. Eis aqui o compromisso que se agrega ao papel essencial da educação. Formar a cidadania na cibercultura, na sociedade da informação.

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Fonte citada: LEMOS, André. “CIBERCIDADES: um modelo de inteligência coletiva”. In: Andre Lemos (org.) Cibercidade: as cidades na cibercultura. Rio de Janeiro: E-papers, 2004.