Livro 3: Mídia e Mediação pedagógica

Site: Sala de Aula Interativa
Curso: Projeto: Formação de professores para docência online
Livro: Livro 3: Mídia e Mediação pedagógica
Impresso por: Usuário visitante
Data: quinta-feira, 21 nov 2024, 08:29

Descrição

 

 Nesse livro 3 tentaremos trazer alguns interlocutores como Orosco, Martín- Babero, Maria Isabel Orofino, Manuel Móran, dentre outros  que vão nos ajudar   a : - analisar  o espaço que a mídia ocupa na constituição das relações sociais e na cultura; -conceituar a mídia, e o conteúdo simbólico transmitido por suas mensagens; - caracterizar os recursos que as mídias oferecem, sua apropriação por parte dos sujeitos discentes e seu impacto na construção do imaginário e na produção das subjetividades e identidades; - discutir a importância da formação docente para enfrentar os desafios do uso da linguagem das mídias na escola

Mídia e Mediações Pedagógicas

Mídia e Mediações Pedagógicas

Nesse livro 3 tentaremos trazer alguns interlocutores como Orosco, Martín- Babero, Maria Isabel Orofino, Manuel Móran, dentre outros  que vão nos ajudar a discutir a importância de :

a) conceituar a mídia e o conteúdo simbólico transmitido por suas mensagens; b) discutir o  controle midiático sobre os processos sociais, políticos e culturais; c)  analisar o espaço que a mídia ocupa na constituição das relações sociais e na cultura; d) analisar as mediações que envolvem a apropriação dos meios de comunicação, enfocando o sujeito receptor nesse processo; e)  caracterizar os recursos que as mídias oferecem; sua apropriação por parte dos sujeitos discentes e seu impacto na construção do imaginário e na produção das subjetividades e identidades; f) introduzir pelo viés do texto televiso, jornalística e de outras linguagens um novo sentido para as práticas docentes; g) Discutir  uma formação docente para a utilização das midias digitais na educação.  

À guisa de introdução

À guisa de introdução

 

Os núcleos temáticos que se seguem nesse livro 3 discutem a influência da mídia na educação, seus limites e possibilidades, um tema atual que está em destaque em nossa sociedade contemporânea.

As abordagens aqui realizadas, objetivam oferecer um referencial a partir do qual se pode refletir sobre a relação entre a mídia e a educação, levando em consideração a comunicação midiática como um processo sócio-histórico e cultural.

Tratar os meios de comunicação dentro de sua especificidade significa entender que eles podem e devem ser importantes instrumentos de formação. A escola, como um dos principais ambientes de convivência social, também é afetada pelos discursos provenientes da mídia.

Cada vez mais se torna necessário que os professores desaprendam o discurso pedagógico tradicional para introduzir na escola um outro discurso alternativo pelo víes do texto televisivo, jornalístico ou da internet.

Dos Meios ás Mediações

 DOS MEIOS ÀS MEDIAÇÕES [1]

As tradicionais instâncias de formação, escola e família vêm pouco a pouco sendo superadas por outros processos de comunicação de massa que surgiram com o advento da rádio e da TV, do computador e da internet.

Para Orosco, a escola, a família, a igreja e o bairro são cenários socioculturais diferenciados que agem como mediadores no processo de recepção da mídia, fornecendo novos sentidos sociais e sinalizando para os  usos sociais dos meios.  As reflexões de Orosco geraram o fortalecimento da temática da recepção como referência para se estudar o processo de comunicação, sobretudo na educação. 

A escola é o local de recepção crítica da mídia. Por isso  torna-se importante ampliar os espaços de resignificação da narratividade dos alunos e entender como esses interagem com os conteúdos   que as transmitem.  Para Orosco, a visão distorcida segundo a qual os meios de comunicação só servem para divertir e não para educar, deve-se a ausência da mediação da escola.(OROZCO, 2005). O conceito de mediação permite pois, captar a comunicação social na interação entre o espaço da produção e do consumo

O modelo de múltiplas mediações proposto por Orosco ( apud OROFINO, 2006 p.64) partiu da comprovação empírica de que o professor na escola pode exercer uma mediação positiva  na aprendizagem do aluno, utilizando as mídias.

O Video: Recado da 81 ( não conseguimos  acessá-lo via you tube) fala bem sobre a questão de se trabalhar com visões alternativas; de como se pode empregar  a imagem e o texto no contexto do nosso ensino. É roteirizado pela profa. Dra Maria Isabel Orofino, autora do livro: Mídias e Mediação Escolar. Pedagogia dos Meios, Participação e Visibilidade. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2005 e nos foi gentilmente cedido por ela quando convidada para o I simpósio Mídia Educação/ Bahia na UNEB. 


    [1]  Esse sub-título foi inspirado no célebre livro de Jesús Martín Barbero intitulado: De los médios a las mediaciones: comunicación, cultura e hegemonia, publicado em 1987 pela UFRJ. A presença de suas teses no pensamento dos estudiosos da comunicação no Brasil é marcante, principalmente a partir da publicação desse livro. A comunicação passou a ser compreendida como um espaço estratégico que abrange pensar desde os blocos históricos até as contradições que dinamizam as sociedades, estas fixadas entre o subdesenvolvimento e a modernização compulsiva. (Maria Olivia de Matos Oliveira).


TV: o mais impactante dos meios de comunicação massiva

 

TELEVISÃO: o mais impactante dos meios de comunicação massiva

Concordamos com Moran quando afirma que a informação e a forma de ver o mundo predominantes no nosso país provêm da Televisão (MORAN – As Mídias na Educação).

Outros autores também apontam para a importância desse veículo de comunicação que  “ promoveu a integração nacional e contaminou o modo de olhar dos cidadãos” (BUCCI, 2000, apud TOSCHI, 2005, p.41).

No entanto, apesar do impacto que os meios de comunicação, sobretudo a Televisão,  vêm exercendo sobre a educação,  na perspectiva de Orozco há uma grande brecha entre a educação formal e os meios de comunicação, especialmente a TV.

Compreendida  junto ao meio social da criança, a TV pode ser fonte de prazer, entretenimento, estímulo á verbalização e oportunidades de transgressão. Integrando padrões do comportamento infantil, a televisão  precisa ser utilizada de forma crítica pela escola.

Ana Lúcia Rezende (2003) tece as seguintes considerações  sobre o papel da televisão na educação infantil :

"Como bem cultural produzido e consumido pela sociedade humana a televisão tem precipuamente a função de entretenimento. Isso não exclui a sua força pedagógica, que só é negada pela nossa sisudez de educadores. O valor do que ela ensina pode ser discutível, mas inegàvelmente, ela veicula mensagens e a audiência é também a grande e prazeirosa aula, quer do currículo paralelo ou daqueles que nunca tiveram qualquer currículo oficial " (REZENDE, 2003 p.82).

Escola e Mediação Pedagógica

Escola e Mediação Pedagógica

"A possibilidade de aprender é muito mais ampla que a possibilidade de ensinar"

Barbero alerta para a necessidade de mudança do modelo comunicacional que subjaz ao sistema das escolas.  A escola precisa por esse motivo sair do marasmo e considerar essas novas formas e práticas semióticas. Nesse particular há necessidade de uma educação para as mídias (TOSCHI, 2005, p.40). Entretanto a autora acrescenta que,  apesar do reconhecimento da importância das ferramentas tecnológicas para otimizar o trabalho docente ser patente,  não há consenso quanto aos métodos ou procedimentos do uso educacional das mesmas.

Orozco corroborando com essa afirmativa diz que  

fortíssima a impressão de que os meios de comunicação não têm legitimidade para ensinar, enfatizando a necessidade de iniciativas públicas, privadas e individuais que corrijam essa distorção e ampliem definitivamente a inserção das novas tecnologias em sala de aula”,

A inserção das tecnologias no ambiente da sala se aula não deve ser apenas pelo sentido de inovação, mas para que a comunidade escolar reflita que tipo comunicação está acontecendo, a partir da reflexão sobre o sentido delas. Reconhecer que a escola hoje é apenas mais um espaço de aprendizagem e não o único é o primeiro passo para que se compreenda que o indivíduo não aprende apenas com o professor ou no espaço  formal de sala de aula. Segundo Orofino (2005), a escola subestima o seu papel, deixando de potencializar sua condição de mediadora e responsável pela construção da cidadania crítica.

Com muita propriedade Martín- Barbero coloca:

(...)enquanto permanecer a verticalidade na relação docente e a sequencialidade no modelo pedagógico, não haverá tecnologia capaz de tirar a escola do autismo em que vive.  Por isso é indispensável partir dos problemas de comunicação antes de falar sobre os meios (MARTIN-BARBERO, 200, p. 52 apud TOSCHI, 2005, p. 39).

Cabe pois uma revolução conceitual nas relações escolares que devem ser  menos verticalizadas, onde todos devem ser ao mesmo tempo aprendizes e ensinantes e onde a escola deverá ser um espaço de circulação das múltiplas linguagens midiáticas como a televisão, vídeo, videogame, cinema e computador.

Por outro lado, a Universidade como agência formadora de docentes tem um papel fundamental nessa questão. 

O texto Globalização, Tecnologia e os Pressupostos da aprendizagem online traz contribuições para o tema.       

 Vamos ao Forum discutir !!!

 


1MATOS OLIVEIRA. Maria Olivia. Educação, Tenologia e os desafios da aprendizagem online. In: ORNELLAS, Maria de Lourdes; Matos Oliveira. Maria Olivia. (org) Educação, Tecnologias e Representações Sociais. Salvador: Quarteto, 2007

Nossos Interlocutores

Nossos interlocultoresLivros

GREEN, Bille e BIGUM, CHRIS. Alienígenas em sala de aula. In: SILVA, Tomaz Tadeu ( org). Alienígenas na sala de aula. Uma introdução aos estudos culturais em educação, 6a. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995 , p. 208-243

KELLNER, Douglas. Lendo imagens criticamente : Em direção a Uma Pedagogia Pós Moderna. In: SILVA, Tomaz Tadeu ( org). Alienígenas na sala de aula. Uma introdução aos estudos culturais em educação, 6a. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, p.104-131

MARTIN- BARBERO, Jesús. Dos meios às Mediações : comunicação , cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1997

OROZCO, Guillermo. Professor e meios de comunicação: desafios, estereótipos e pesquisas. Revista Comunicação e Educação. Revista do Curso de Gestão de Processos Comunicacionais. São Paulo: NCE-ECA-USP/ Moderna, nº 10, p. 57-68, set./dez. 1997.

Orofino, Maria Isabel. Mídias e medição escolar: pedagogia dos meios, participação e visibilidade. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire (Guia da escola cidadã; v12.), 2005, 72 p.

SANTOS, Roberto Elísio. As teorias da comunicação: da fala à internet. São Paulo: Paulinas, 2003.

Um novo campo entre a comunicação e a educação. Entrevista do prof. Ismar de Oliveira Soares ao repórter Ebenezer de Menezes, à revista eletrônica da Agência EducaBrasil, em 11. 01. 2001. Disponível em: http://www.educabrasil.com.br/eb/exe/texto.aspid=447, acesso em 15. 06. 2007.