Hipertexto
Em oposição às abordagens teóricas do Behaviorismo e da Psicanálise surgiu o Cognitivismo, cujo principal objetivo é o estudo da consciência e da mente.
Nasce com a marca da interdisciplinaridade por agregar estudos de variadas áreas do conhecimento, além da Psicologia.
Atualmente os avanços científicos, principalmente aqueles ligados à Tecnologia de Informação e Comunicação, à chegada do computador, à compreensão da cognição de forma mentalista, à inteligência artificial, emprestaram novas ênfases ao Cognitivismo.
Em 1967 Ulric Neisser publicou o texto Psicologia Cognitiva (Cognitive Psychology). Sua definição é que a "Psicologia Cognitiva se refere a todo processo pelo qual o input sensório é transformado, reduzido, elaborado, armazenado, recuperado e usado".
Para ele o associacionismo não dava mais conta das necessidades científicas e era necessária uma série de avanços que considerassem concomitantemente a estrutura e o funcionamento do aparelho cognitivo dos indivíduos.
Para Sternberg (2000, p. 38) o Cognitivismo é "uma perspectiva psicológica sugerindo que o estudo da maneira como as pessoas pensam levará a um amplo insight sobre grande parte do comportamento humano".
Penna (1984) descreve cinco características principais do cognitivismo:
a centralidade do conceito de regra para explicar o processamento cognitivo e o comportamento;
o comprometimento com uma visão construtivista dos processos cognitivos;
a concepção do comportamento humano como orientado para metas;
a imagem de um sujeito ativo e não reativo, como o definia a tradição positivista;
e a recuperação do conceito de consciência na Psicologia.
De base epistemológica realista, o Cognitivismo descreve a aprendizagem como um processo em que as novas informações recebidas são relacionadas com informações já existentes, sendo depois registradas na memória. Assim, o que for gravado na memória será influenciado por aquilo que já havia sido aprendido.
Neste Módulo estudaremos dois precursores da visão cognitivista da aprendizagem: Piaget e Vygotsky.
Embora os dois autores não tenham se ocupado em abarcar em suas abordagens teóricas todos os traços característicos do cognitivismo, ambos valorizam, sobremaneira, os processos de cognição na aprendizagem.