Reflexões de Maria da Graça C.B. Pereira
O mundo à nossa volta está a mudar e a tornar-se mais pequeno. A comunicação e os media estão a globalizar-se.
A juventude actual está na vanguarda destas alterações e esta é uma das razões pelas quais, políticos e educadores em todo o mundo estão a aperceber-se que os modelos educativos de sempre são cada vez mais ineficazes. Por esta razão a maioria dos países, e entre eles Portugal, tentam integrar o potencial das tecnologias de informação e comunicação na escola e desenvolver estas competências a toda a população.
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A escola tem de ir ao encontro destas competências digitais já adquiridas pelos jovens quando vêm para a escola e desenvolver estas novas literacias municacionais. Os jovens actuais, aos quais poderemos chamar Geração Digital, cresceram com os computadores; jogos de vídeo; Internet e telemóveis. Estes instrumentos tecnológicos desde sempre fizeram parte das suas vidas e são-lhes, portanto, tão familiares como o eram a rádio e a televisão para as gerações anteriores.
A Internet (Web) veio ajudar a nivelar esta geração, uma vez que fornece informação à distância de alguns cliques e acesso a uma diversidade de informações e opiniões; ideias, música vídeo e muito mais. Os jovens necessitam destes media e do seu imediatismo, da mesma forma que em gerações anteriores eram fundamentais os livros, o telefone ou a televisão.
Esta literacia do século XXI é compreendida acima de tudo pelos jovens. Todos compreendemos já que o poder deste imediatismo da imagem e do som, transcendem a linguagem tradicional e evocam uma resposta emocional (Babin, 1993) . Estes meios são utilizados como poderosos instrumentos comunicacionais, e o poder de os manipular constitui esta nova literacia.
O que caracteriza actualmente as tecnologias, principalmente as comunicacionais, não é a estabilidade, mas sim o facto de ser flexível e mutável literacia dos media é bastante mais do que possuir as competências técnicas, ou até a possibilidade física de acesso aos meios. É necessário contribuir para que esta consciência, da literacia dos media, seja explorada e compreendida entre os políticos, educação e sociedade em geral, onde se incluem os pais. Criar uma abordagem crítica, uma vez que se tem a percepção que os jovens e os utilizadores em geral, passam de receptores, consumidores a agentes activos; de recipientes a participantes do processo.
Este aspecto de interferência, de participação é o que parece atrair os jovens e é essa a sua linguagem com a tecnologia, porque é a linguagem com o outro e menos com a máquina.